domingo, 14 de junho de 2015

Capítulo 22: Mar da Vida



CENA 01. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. DIA.

     Continuação do capítulo anterior. Rúbia sente uma pontada na barriga e percebe que há uma mancha de sangue na cama. Rúbia fica desesperada.

RÚBIA (assustada / nervosa): - César! César!

     César rapidamente sai do banheiro, enrolado numa toalha.

CÉSAR: - O que foi Rúbia, o que está acontecendo?
RÚBIA: - Eu estou sangrando, César! Eu estou sangrando!
CÉSAR (nervsos): - Calma! Eu vou me vestir e a gente vai para o hospital! Fica calma!
RÚBIA: - Eu não quero perder nosso filho, César! Eu não quero!
CÉSAR (se vestindo rapidamente): - Vai ficar tudo bem. Você tem que ficar calma!

     César termina de por a roupa. Ele pega Rúbia no colo e sai do quarto com ela rapidamente.

CENA 02. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Enquanto César desce as escadas, Tânia, Felipe e Marina chegam no local, vindos da sala de jantar.

MARINA: - O que aconteceu?
TÂNIA: - Nós ouvimos os gritos daqui de baixo!
CÉSAR: - A Rúbia teve um sangramento. Estamos indo para o hospital.
FELIPE: - Meu Deus! Isso é grave!
RÚBIA: - Ai, ta doendo, César!
CÉSAR: - Nós já estamos indo!
MARINA: - Eu vou com você!
CÉSAR: - Felipe, avise o papai que a reunião sobre o projeto ambiental deve ser adiada. Veremos outro dia.
FELIPE: - Pode deixar, agora vão rápido.

     César, carregando Rúbia nos braços e, acompanhado de Marina, saem. Felipe e Tânia permanecem na sala.

TÂNIA: - Será isso um presente divino?
FELIPE: - Mas do que você está falando tia?
TÂNIA: - Ora Felipe, se essa criança não nascer, será a melhor coisa do mundo! Assim não haverá casamento, essa atrevida vai embora daqui e tudo fica bem...

CENA 03. CARRO CÉSAR. INT. DIA.

     César em seu carro, dirige rapidamente pelas ruas da cidade. Marina está no banco de trás, junto de Rúbia, tentando acalmá-la.

MARINA: - César, dirija com cuidado! Está indo rápido demais!
CÉSAR: - Tudo bem...
RÚBIA (chorando): - Não, ele tem que ir rápido mesmo! Eu não posso perder o nosso filho, não posso!
CÉSAR (alcançando o celular à Marina): - Marina, liga para a família dela. Avisa a todos o que está acontecendo.
RÚBIA: - Não, não precisa avisar ninguém!
CÉSAR: - Claro que precisa. Eles devem saber o que se passa com você.
RÚBIA: - Mas meu avós, eles vão ficar preocupados! Meu avô tem problemas no coração, César!
CÉSAR: - É verdade...
MARINA: - Ligamos então apenas para a sua irmã. Ela saberá como agir.
CÉSAR: - Isso, liga para a Brenda e pede que ela vá até o hospital, mas sem muito alarde.

     Marina liga para Brenda.

CENA 04. CASA BRENDA. QUARTO ALICE. INT. DIA.

     Brenda conversa com Alice.

ALICE: - Eu me senti tão mal, tão envergonhada, humilhada...
BRENDA: - Essa mulher é um monstro! Está na cara que alguém colocou a pulseira na sua bolsa! Você não seria capaz de roubar ninguém!
ALICE: - Eu expliquei, eu falei isso, mas não adiantou...
BRENDA: - E o Matheus?
ALICE: - Ele ficou o tempo todo do meu lado... Mas aí eu fiquei apavorada com as acusações da mãe dele, que ameaçou até chamar a polícia. Aí eu saí correndo, deixe ele para trás... Ai Brenda, estou me sentindo péssima com tudo isso.

     Brenda abraça a amiga.

BRENDA: - Não fica assim, Alice! Você não teve culpa de nada...

     Nesse instante, o celular de Brenda toca. Ela atende.

BRENDA: - Alô?
(T)
BRENDA: - Sim sou eu...
(T)
BRENDA: - Oi Marina... (à Alice) É a irmã do César... (ao telefone) Aconteceu alguma coisa?
(T)
BRENDA: - O que tem a Rúbia?!
(T)
BRENDA (nervosa): - Ah não!
ALICE: - O que houve, Brenda?
BRENDA: - A Rúbia, teve um sangramento... (ao telefone) E como ela está, Marina?
(T)
BRENDA; - Sei... Claro, eu estou indo pra aí agora...
(T)
BRENDA: - Sim, pode deixar eles não saberão de nada não...
(T)
BRENDA: - Obrigada por avisar. Até logo.

     Brenda desliga o telefone.

ALICE: - E aí, como ela está?
BRENDA: - Está sentindo muita dor, com medo de perder o bebê...
ALICE: - Minha nossa... tomara que não aconteça nada.
BRENDA; - Sim... Eu vou até o hospital.
ALICE: - Eu vou com você!
BRENDA: - Não Alice, eu peço para que vocÊ fiquei aqui... A Rúbia pediu para que o vovô e a vovó não saibam de nada, para eles não ficarem nervosos... Ainda mais o vovô com o coração...
ALICE: - Tudo bem, pode deixar.

CENA 05. CASA PETRÔNIO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

     Samantha e Helena discutem.

SAMANTHA: - Você é uma cobra Helena, venenosa!
HELENA: - Ah, ficou ofendida é? Por quê, Samantha? Por acaso falei algo que não era verdade? Por acaso você não estava se oferecendo para o Bento?

     Samantha, irritada, atira um copo com suco no rosto de Helena, que fica sem reação.

SAMANTHA: - Fique você com as suas verdades... Eu não sou obrigada a ouvir nada disso.

     Samantha sai da sala.

HELENA (secando o rosto): - Você ainda vai se arrepender... Vadia.

CENA 06. APTO VERA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Leandro ajeita a gravata e se prepara para ir ao trabalho. Vera entra na sala.

VERA; - Querido, você quer eu arrume as suas malas ou você mesmo irá organizá-las?
LEANDRO: - obrigado Vera, mas eu mesmo irei organizar a minha mala. Até porque eu vou levar apenas uma mala. É só um final de semana...
VERA: - Ah, mas é um final de semana em Petrópolis! Eu vou ter que levar duas malas...
LEANDRO: - Mas para que tanta mala, Vera?
VERA: - Leandro, eu preciso estar preparada e bonita para o ambiente, oras... Ficaremos num hotel maravilhoso, com pessoas de todos os lugares mais refinados... Não posso levar pouca e qualquer roupa. Tenho que estar prevenida.
LEANDRO: - Está certo... Bom, eu já vou indo. Nos falamos mais tarde.
VERA: - Tudo bem, bom serviço.

     Os dois se beijam. Leandro sai.

CENA 07. CIA DE NAVEGAÇÃO. INT. DIA.

     Henrique auxilia alguns funcionários no serviço da companhia. Imagens dele mostrando as instruções para os funcionários. No meio da explicação, o celular de Henrique toca.

HENRIQUE: - Bom, vamos fazer uma pequena pausa pessoal, depois continuamos.

     Henrique se afasta um pouco, enquanto os funcionários conversam.

HENRIQUE: - Fala, meu amor!
(T)
HENRIQUE: - Claro, eu não esqueci não... eu irei com você na consulta sim.
(T)
HENRIQUE: - Eu sei que você está nervosa, mas eu já disse que não há motivos para isso. Fique tranqüila que vai dar tudo certo.

     Nesse instante, Henrique vê Carvalho passando em frente à Cia.

HENRIQUE: - Querida, eu vou ter que desligar agora. Eu encontro você mais tarde, ok?
(T)
HENRIQUE: - Certo, beijos! Te amo.

     Henrique desliga o telefone e vai ao encontro de Carvalho, que caminha distribuindo os panfletos dos cosméticos de Virgínia.

HENRIQUE: - Carvalho?
CARVALHO: - Henrique! Quanto tempo!
HENRIQUE: - Alguns anos, não é mesmo?
CARVALHO: - É sim, alguns anos... E como você está?
HENRIQUE: - Estou bem. Dono da companhia. Reinaugurei faz alguns dias.
CARVALHO: - Sim, fiquei sabendo... Foi um festão daqueles.
HENRIQUE: - Ficou sabendo então?
CARVALHO: - Claro... Tenho conhecidos que tem amigos que tem outros amigos que foram na festa...
HENRIQUE: - Ah, sim...
CARVALHO: - Pois é...
HENRIQUE: - Mas eu queria falar com você, algo um pouco sério.
CARVALHO: - Pois não, diga...
HENRIQUE: - Você soube que a Sônia voltou para cá?
CARVALHO: - A Sônia...
HENRIQUE: - Você sabe ou não sabe?
CARVALHO; - Eu sei, Henrique, eu sei...
HENRIQUE: - Então você poderá me ajudar.

CENA 08. BAIRRO PRAINHA. BOTECO. INT. DIA.

     Sentados numa mesa do boteco, Carvalho e Henrique conversam.

CARVALHO: - Então, o que você quer de mim?
HENRIQUE: - Eu sei que você e a Sônia eram muito amigos naquela época... E creio que ainda sejam muito amigos.
CARVALHO: - É, nós somos...
HENRIQUE: - Pois então... Depois que eu fui embora, a Sônia teve um bebê e...
CARVALHO: - Henrique, eu já sei de toda a história... Não precisa fazer rodeios. Diga logo o que quer.
HENRIQUE: - Tudo bem... Eu quero saber o nome da minha filha. Como se chama a filha que eu e a Sônia tivemos?
CARVALHO: - E pra que você quer saber?
HENRIQUE: - Ora, para quê! Eu sou o pai, tenho direito de conhecer a minha filha!... Eu já fui no restaurante da dona Matilde uma vez. Tenho vontade de ir lá novamente apenas para saber quem é a minha filha, mas não vou.
CARVALHO: - Você nem é louco em aparecer por lá... Seu Joaquim te mata.
HENRIQUE: - Não apareço lá só por causa do seu Joaquim. Não vou lá para não causar nenhuma confusão, discórdia...
CARVALHO: - Tudo bem, tudo bem... Mas eu não poderei te ajudar.
HENRIQUE; - Como não? Você é amigo da Sônia, sabe praticamente tudo da vida dela, você pode muito bem me falar quem é a minha filha!
CARVALHO: - Não, eu não posso! Eu não tenho direito nenhum para isso. E tem outra, a sua filha nem sabe que você existe não pelo fato de vocês não terem sido apresentados... Mas porque para ela, você está morto.
HENRIQUE: - Como assim, morto?
CARVALHO: - Foi a saída que seu Joaquim e dona Matilde arranjaram para justificar a falta dos pais na vida de sua filha...

     Henrique fica um tanto decepcionado.

HENRIQUE: - Mas pelo menos o nome, Carvalho.
CARVALHO: - Henrique, por favor. Eu não posso... Fale com a Sônia. Ela é a única que pode fazer isso por você.

     Carvalho sai do boteco. Henrique permanece na mesa, pensativo.

CENA 09. BOUTIQUE POEME. INT. DIA.

     Vera termina de atender uma cliente, que sai da loja, e vai falar com Cristina, que está no balcão, analisando alguns dados no computador.

VERA: - Ai, não vejo a hora da gente colocar as peças da Glória Colombo na nossa vitrine.
CRISTINA: - Eu também não! Sou a fã número 1 dela!
VERA: - Essa boutique vai bombar, como dizem os jovens!
CRISTINA; - Vai mesmo... E falando em bombar, como estão os preparativos para a viagem?
VERA: - Tudo ótimo! Estou muito empolgada... E o Leandro também...
CRISTINA: - Hum... Sinto cheiro de romance no ar!
VERA: - Ai, quero aproveitar ao máximo, todos os momentos... Principalmente à noite...
CRISTINA: - Ah, muito sexo, muita aventura!
VERA: - Fala baixo, mulher!
CRISTINA: - Desculpa, me empolguei... Mas é que você sabe que hoje eu acordei com um desejo...
VERA: - Que desejo?
CRISTINA: - Com o Tomás... Uma coisa louca, poderosa...
VERA: - Ah, meu Deus!... Se concentra no trabalho, minha irmã... À noite você realiza o seu desejo...

     As duas riem.

CENA 10. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.

     Brenda chega ao hospital. Marina e César estão na sala de espera.

BRENDA (apreensiva): - Oi gente, como está a Rúbia?
MARINA: - O médico levou ela para fazer alguns exames.
CÉSAR: - Ela teve um sangramento e estava sentindo fortes dores.
BRENDA: - Ai, meu Deus, tomara que não aconteça nada com ela nem com o bebê...

CENA 11. SALA DE EXAMES. INT. DIA.

     Rúbia está deitada na cama, nervosa, enquanto o médico realiza o ultrassom.

RÚBIA: - Então doutor, como está o meu bebê?
MÉDICO: - Ainda está difícil de ver... Tente manter a calma...
RÚBIA: - Eu não posso ficar calma numa hora dessas, doutor! Minha vida é meu filho...
MÉDICO:- Eu sei, Rúbia, mas se você continuar assim, nervosa, agitada, vai dificultar o meu trabalho. Tente se acalmar, por favor.

     Rúbia fica muito nervosa.

CENA 12. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

     O restaurante está com bastante movimento.

MATILDE: - Alice, e a Brenda, onde está?
ALICE: - Ela deu uma saída rápida, dona Matilde, foi até a farmácia comprar um remédio para dor de cabeça, ela acordou um pouco indisposta. Mas nada grave, já deve estar voltando.
MATILDE; - Mas que menina! Sai assim e não avisa nada!
GUTO: - Se a senhora quiser, eu posso ir atrás dela, dona Matilde.
MATILDE; - Não é preciso não, Guto, a Alice já disse que ela não demora... Enquanto isso, continuem atendendo os clientes, por favor. Vou ver onde está Joaquim.

     Matilde vai para dentro de casa, enquanto Alice e Guto atendem no restaurante.

CENA 13. CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.

     Matilde entra em casa e encontra Joaquim preparando a vara de pesca.

MATILDE: - Joaquim, o que você está fazendo?
JOAQUIM: - Estou preparando a minha vara de pesca.
MATILDE: - Não, eu não posso acreditar que você está querendo ir pescar.
JOAQUIM: - Não só quero como vou e desta vez, sozinho! Sem Guto, sem ninguém para me cuidar.
MATILDE; - Mas Joaquim...
JOAQUIM: - Sem mais Matilde! Estou farto de ficar aqui dentro... Amanhã mesmo, bem cedinho, vou sair pro mar...

CENA 14. PRÉDIO CENTRO DA CIDADE. EXT. DIA.

     Dentro do carro, Charles fica de vigia em frente ao prédio onde Sérgio está morando.

CENA 15. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. DIA.

     Virgínia e Carvalho estão na sala de casa quando escutam um barulho de pessoas, tumulto do lado de fora.

VIRGÍNIA: - Você está ouvindo isso também?
CARVALHO: - Estou... Parece que estão fazendo algum tipo de protesto... Estou gritando alguma coisa...
VIRGÍNIA: - Eles estão gritando o meu nome!

     Virgínia e Carvalho correm para fora de casa.

CENA 16. CASA VIRGÍNIA. EXT. DIA.

     Virgínia e Carvalho saem de casa e se deparam com várias mulheres gritando, fazendo barulho com apitos e panelas, furiosas.

VIRGÍNIA: - Mas o que está havendo aqui?
PROTESTANTE 01: - Nós estamos aqui exigindo nossos direitos!
VIRGÍNIA: - Direitos do quê?
PROTESTANTE 02: - Você não está vendo o nosso estado?

     Virgínia percebe que as mulheres estão com os rostos manchados, a pele ressecada e os cabelos arrepiados, totalmente embaraçados e duros.

PROTESTANTE 01: - Isso é o resultado dos seus cosméticos, Virgínia!
VIRGÍNIA: - O quê? Mas como, se meus cosméticos são maravilhosos!
PROTESTANTE 02: - Maravilhosos para deixar a gente feia, horrorosa!
PROTESTANTE 03: - Eu fiquei com assaduras nas axilas por causa do seu desodorante!
PROTESTANTE 04: - Eu estou quase careca por causa do shampoo que traz brilho intenso!

     As protestantes gritam e xingam Virgínia de caloteira.

CARVALHO: - Ei pessoal, vamos se respeitar! Muita calma, or favor!
PROTESTANTE 01: - Que calma o que! O senhor também merece ser xingado, por ficar divulgando essas porcarias!
PROTESTANTE 02: - É mesmo! Caloteiro! Biscateiro!
VIRGÍNIA (a Carvalho): - Ai meu Deus! E agora, Carvalho, o que a gente faz?!
CARVALHO: - Não faço a mínima idéia!...

CENA 17. CLÍNICA PARTICULAR. CONSULTÓRIO. INT. DIA.

     Henrique e Silvana estão no consultório médico.

MÉDICO: - Então vocês desejam ter um filho...
SILVANA: - Sim doutor. Nós já tentamos várias vezes, mas eu nunca engravido... Queremos saber o que há de errado na gente.
MÉDICO: - Veja só Silvana, não engravidar, mesmo depois de várias tentativas, não significa que há algo errado no casal.
HENRIQUE: - Eu falei isso para ela doutor, mas não adiantou muito...
SILVANA: - Mas eu estou nervosa, preocupada, doutor...
MÉDICO: - Não há motivos para isso, mas de qualquer forma, eu pedirei para que vocês realizem alguns exames, um chek-up, digamos assim, para vermos como andam as condições biológicas dos dois, tanto dos espermatozóides quanto dos óvulos. Tudo bem?
SILVANA: - Claro, tudo bem.

     Silvana fica um pouco mais aliviada.

CENA 18. PRÉDIO CENTRO DA CIDADE. EXT. DIA.

     Sérgio sai do prédio e segue caminhando pela rua. Charles o vê e começa a segui-lo.

CENA 19. CENTRO DA CIDADE. RUA. EXT. DIA.

     Sérgio caminhando, percebe que está sendo seguido e acelera o passo. Charles, no carro, anda ainda mais rápido. Quando Sérgio vai atravessar a rua, Charles acelera o carro e passa rapidamente por Sérgio, que consegue cruzar a rua. Charles vai embora.

SÉRGIO: - Será que ele não vai mais me deixar em paz?!

CENA 20. CASA VIRGÍNIA. EXT. DIA.

     As mulheres protestam furiosas em frente a casa de Virgínia.

VIRGÍNIA: - Carvalho, pensa em alguma coisa, rápido, antes que nós sejamos linchados aqui mesmo!
CARVALHO: - Ei pessoal! Ouçam!

     As mulheres se acalmam.

CARVALHO: - Devido a esses problemas com os produtos, coisa rara de acontecer, porque os produtos de Virgínia sempre foram muito bons, nós decidimos que amanhã iremos devolver o dinheiro de vocês.
VIRGÍNIA (surpresa): - O que? Devolver o dinheiro?! Mas Carvalho!
CARVALHO: - É a única solução que encontrei...
PROTESTANTE 02: - E por que não devolve hoje?
CARVALHO: - Porque o dinheiro está no cofre, no banco. Amanhã nós pegaremos e faremos a devolução.
PROTESTANTE 01: - Amanhã então nós voltaremos aqui para pegar o nosso dinheiro.
PROTESTANTE 03: - E se não for devolvido, a gente chuta o pau da barraca mesmo, estão ouvindo?
VIRGÍNIA: - Claro, claro...
    
     As protestantes vão embora.

CARVALHO: - Viu, tudo resolvido...
VIRGÍNIA: - Se elas soubessem que o cofre do banco é o colchão da cama, elas ficariam mais loucas ainda...

     Os dois riem.

CENA 21. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.

     Brenda, César e Marina ficam na sala, apreensivos, esperando alguma resposta do médico. O médico entra na sala.

CÉSAR: - E então doutor, como a Rúbia está? E o bebê?

     O médico olha seriamente para os três.

               FIM DO CAPÍTULO


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