domingo, 14 de junho de 2015

Capítulo 21: Mar da Vida


CENA 01. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. NOITE.

     Continuação do capítulo anterior. Guto se aproxima de Brenda e a beija. César, do outro lado do quiosque, vê a cena.

BRENDA: - Guto!
GUTO: - Eu precisava fazer isso... Eu precisava te demonstrar o meu amor, o meu carinho por você, Brenda.
BRENDA: - Eu sempre percebi que você gostava de mim, Guto, mas nunca pensei que esse beijo pudesse acontecer.
GUTO: - Fiz o que eu achei que deveria fazer... Você está querendo esquecer um amor que não deu certo. E pra isso, nada melhor do que um novo amor, pra recomeçar...
BRENDA: - Não é assim, Guto. As coisas não funcionam desse jeito...
GUTO: - Você não gostou do meu beijo?

     Brenda fica sem reação. Do outro lado do quiosque, César fica um tanto decepcionado.

FREDY: - Ei, césar, o que houve cara? Ficou sério de repente...
LÍLIAN: - É mesmo... O que aconteceu?
CÉSAR: - Nada não...

     Fredy avista Brenda conversando com o Guto.

FREDY: - Aquela lá não é a Brenda?
CÉSAR: - É ela mesma... Com seu novo rapaz, ou melhor, com seu verdadeiro amor.
LÍLIAN: - Do que você está falando César.
CÉSAR: - Nada não... Olha só pessoal, desculpa aí, mas eu perdi o clima de festa... Vou pra casa, a gente se fala outra hora.
FREDY: - Tudo bem.
LÍLIAN: - Se cuida.

     César vai embora.

FREDY: - Pelo visto, ele não gostou de ver ela com outro rapaz.
LÍLIAN: - Ele realmente gosta dela.

     Do outro lado do quiosque, Guto pressiona Brenda.

GUTO: - Então Brenda? Você gostou ou não do meu beijo?
BRENDA: - Ai, Guto, não eu sei... Estou confusa, estou carente... Vamos embora, já está na hora...
GUTO: - Tudo bem...

     Guto chama o garçom, acerta a conta e os dois vão embora.

CENA 02. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. EXT. NOITE.

     A festa de aniversário segue animada. Na pista de dança, Matheus dança com Alice, acompanhado também de Ricardo e Sabrina. Em outro ponto da festa, Petrônio conversa com Helena.

PETRÔNIO: - O Matheus está tão feliz com a presença dessa moça na festa. Você fez muito bem, Helena, em aceitar esse namoro.
HELENA: - Eu não posso lutar contra a felicidade do meu filho, papai.

     Nesse instante, Diogo chega na festa.

PETRÔNIO: - Diogo!
DIOGO: - Boa noite, seu Petrônio!... Boa noite, Helena.
HELENA: - Boa noite, Diogo, seja bem vindo.
DIOGO: - Obrigado. É uma bela festa... Creio que a melhor que você já fez para o Matheus, Helena.
HELENA: - Obrigada, Diogo.
PETRÔNIO: - E a mais cara também, pode apostar! (risos)
HELENA: - Ah, papai, não exagere... As coisas boas custam um pouquinho mais, só isso... E o Matheus merece, é um filho de ouro!

     Num outro ponto da festa, Samantha e Bento conversam. Helena observa os dois.

SAMANTHA: - Então Bento, já viu uma festa dessas?
BENTO: - Só em filme, Samantha. Realmente, é algo muito bonito, grandioso...
SAMANTHA: - A Helena realmente capricha. Tem tudo aqui! Até DJ, pista de dança!
BENTO: - E os jovens se divertem...
SAMANTHA: - Você fala como se já fosse muito velho, não é Bento...
BENTO: - E não sou?
SAMANTHA: - Claro que não! É um homão, ta com tudo em cima, bonito, charmoso, educado... Aposto que chove mulher na sua horta!
BENTO (riso envergonhado): - assim você me deixa sem jeito, Samantha.
SAMANTHA: - Oh, desculpa! Não queria te deixar envergonhado, não!

     Os dois riem da situação. Ao longe, Helena os observa atenta.

CENA 03. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Cristina e Vera se despedem de Tânia.

VERA: - Então Tânia, vamos esperar uma visita sua na boutique, para adquirir as peças.
TÂNIA: - Pode deixar querida, que eu irei com certeza.
CRISTINA: - Tânia você poderia pedir para Olga chamar a Patrícia, por favor, para irmos embora?
TÂNIA: - Claro... Olga!

     Olga entra na sala.

OLGA: - Sim, dona Tânia?
TÂNIA: - Chame a Patrícia, por favor, a Vera e a Cristina já estão de saída. Ela está no quarto da Rúbia.
OLGA: - Claro. Com licença.

     Olga sobe as escadas.

VERA: - A Olga sempre muito prestativa.
TÂNIA: - É o serviço dela, Vera... Se não for prestativa, vai para a rua. Se bem que eu estou pensando seriamente em mandá-la para um asilo.
CRISTINA: - Não me diga! Por que, Tânia?
TÂNIA: - Infelizmente ela já está velha, não dá conta dos serviços da casa direito... embora eu tenha um grande respeito e carinho por ela, não posso deixar a casa de pernas pro ar, não é?


CENA 04. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

     Rúbia e Patrícia conversam.

PATRÍCIA: - E quando você pretende ir viajar para São Paulo?
RÚBIA: - Ainda não sei, mas não quero demorar muito. Estou louca para ficar sozinha com o César, só eu e ele, sem ninguém por perto...

     Nesse instante, Olga entra no quarto.

OLGA: - Com licença, Rúbia.
RÚBIA: - Olga! É bom bater na porta antes de entrar!
OLGA: - Desculpe, Rúbia, mas é que como estava aberta, eu pensei que...
RÚBIA: - Você pensou errado! Sempre bata na porta antes de entrar aqui dentro. E por favor, dona Rúbia, entendeu?
OLGA: - Claro...
RÚBIA: - Então, o que quer?
OLGA: - Dona Cristina pediu para chamar a Patrícia. Parece que já estão indo embora.
PATRÍCIA: - Certo Olga, obrigada.
OLGA: - De nada, com licença.

     Olga sai do quarto.

PATRÍCIA: - Nossa Rúbia, coitada...
RÚBIA: - Tudo bem que ela é a governanta da casa, mas não é preciso tanta intimidade assim, entrando nos quartos sem bater e chamando pelo nome. Querendo ou não, ela é empregada e agora, eu também moro aqui e, portanto, também sou patroa.
PATRÍCIA: - Bom, vou indo lá amiga.
RÚBIA: - Eu te acompanho até lá embaixo.
    
As duas saem abraçadas do quarto.

CENA 05. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Rúbia e Patrícia chegam na sala.

CRISTINA: - Vamos Patrícia, já está na hora.
PATRÍCIA: - Claro mãe. Fica com Deus, Rúbia. Até a próxima.

     Rúbia e Patrícia se abraçam.

RÚBIA: - Você também, se cuida. E aparece mais vezes.
PATRÍCIA: - Pode deixar.
CRISTINA: - Adeus Rúbia, tudo de bom para você e para o bebê.
VERA: - Tudo de bom!
RÚBIA: - Obrigada!
TÂNIA: - Até logo!

     Cristina, Vera e Patrícia vão embora. Rúbia vai subindo as escadas para o seu quarto, quando Tânia a chama.

TÂNIA: - Rúbia!
RÚBIA: - O que foi?
TÂNIA: - Eu quero ter uma conversinha com você.
RÚBIA: - Acontece que eu...
TÂNIA: - Agora!

     As duas ficam a se encarar.



CENA 06. CASA SÔNIA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Sônia está sentada no sofá, lendo um livro, quando Adriano chega na sala, com duas taças de vinho.

ADRIANO (animado): - Vamos brindar, meu amor! (oferecendo a taça para Sônia)
SÔNIA: - Brindar o que, Adriano?
ADRIANO: - As obras do resort estão adiantadas, melhor do que eu esperava.
SÔNIA: - Mas em tão pouco tempo?
ADRIANO: - Pois é, isso não é maravilhoso?
SÔNIA: - Claro, é muito bom!
ADRIANO: - Então, um brinde!

     Os dois brindam.

ADRIANO (bebendo vinho): - Aconteceu alguma coisa?
SÔNIA: - Não, não aconteceu nada... Por que?
ADRIANO: - Sei lá... Você me parece um pouco diferente.
SÔNIA: - Como assim, diferente?
ADRIANO: - É, diferente, mais leve, aliviada até...
SÔNIA: - Não, meu amor, é impressão sua... Estou bem, só isso. Agora feliz, com essa boa notícia sobre o resort.
ADRIANO: - E Sônia, sabe o que eu estive pensando também?
SÔNIA: - O quê?
ADRIANO: - Agora que a companhia de navegação está reativada na cidade, seria uma boa eu firmar uma parceria com o Henrique, para que ele ofereça alguns serviços ao hotel. O que você acha?
SÔNIA: - Muito bom, seria interessante... Já falou com o Henrique sobre isso?
ADRIANO: - Não, ainda não. Por enquanto é apenas uma idéia, mas pretendo conversar com ele sim.
SÔNIA: - Faça isso, acho que ele vai gostar também...
ADRIANO: - Mas e você, o que fez hoje?
SÔNIA: - Fiz a feira, comprei algumas coisas para decorar a casa, achei que estava precisando.
ADRIANO: - Eu vi... Vi inclusive que você comprou uma roupa de cama linda.
SÔNIA: - Ah você notou? Milagre!
ADRIANO: - Milagre! Eu sempre noto as coisas que você faz, seus jeitos, o que você diz...
SÔNIA: - É mesmo?
ADRIANO: - Sim, pode acreditar... E sabe qual é a minha vontade?
SÔNIA: - Não... Qual?
ADRIANO: - De deitar com você naquela cama e te encher de beijos.
SÔNIA: - Hum... Que coisa boa! Sabe que não é uma má idéia? (risos)

     Adriano pega Sônia nos braços e a leva para o quarto, aos beijos.

CENA 07. APTO SÉRGIO. INT. NOITE.

     Sérgio, sentado à mesa, lembra das ameaças de Felipe.

CENA 08. FLASHBACK. RUA. EXT. DIA.

     Felipe e Sérgio se enfrentam.

FELIPE: - Fica de olhos bem abertos, Sérgio... Hoje foi só um susto... Numa próxima, pode ser que você seja pego e aí, não vai ter conversa não.
SÉRGIO: - Você não me assusta, Felipe. Não tenho medo de você não.
FELIPE: - Mas seria bom começar a ter.

CENA 09. APTO SÉRGIO. INT. NOITE.

SÉRGIO: - Eu não posso me deixar levar pelo medo, não posso! Eu vou enfrentar ele e conseguir dar a volta por cima!

CENA 10. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Rúbia e Tânia conversam.

RÚBIA: - Então, o que você quer conversar comigo?
TÂNIA: - Não vou fazer rodeios... Vou direto ao assunto. Na verdade, só vou te dar alguns avisos.
RÚBIA: - Avisos para quê?
TÂNIA: - Avisos para que você saiba que eu não sou e nunca fui favorável à sua vinda aqui para esta casa e nem ao seu casamento com o César. Pra mim, isso não passa de um golpe. De um puro golpe da barriga.

     Rúbia fica séria, a encarar Tânia.

CENA 11. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. INT. NOITE.

     Charles assiste televisão, enquanto Clarisse prepara o jantar.

CHARLES: - Você chegou quieta hoje, nem falou nada.
CLARISSE: - Estou um pouco cansada, só isso... Estamos com bastante serviço lá na imobiliária.
CHARLES: - E você tem visto aquele cara que te assediou?
CLARISSE: - Cara que me assediou? De onde você tirou isso, Charles? Ninguém me assediou em lugar algum!
CHARLES: - Como não? E aquele seu chefe safado...
CLARISSE: - Deixa de falar bobagens, Charles! O Diogo nunca me assediou. E eu tenho visto ele sim, afinal, ele é meu chefe e eu trabalho praticamente junto dele.
CHARLES: - Você sabia que essa história de você trabalhar com ele nunca me desceu?
CLARISSE: - O que eu sei é que você está enchendo a cabeça de bobagens, de paranóias e perdendo a noção das coisas!
CHARLES: - Eu vou perder é a cabeça de vez quando eu ver aquele infeliz dando em cima de você novamente.
CLARISSE: - Deixa disso, Charles! Eu já falei que não tem nada... Esquece isso!

     Nesse instante, Felipe entra na casa dos dois.

FELIPE: - Com licença.
CHARLES: - Doutor Felipe, pode entrar.
FELIPE: - Estou atrapalhando alguma coisa?
CHARLES: - Não está atrapalhando nada não. A gente só estava conversando, coisa banal, nada de mais... Então, o que o senhor deseja?
FELIPE: - Eu gostaria de conversar com você, Charles, em particular. Pode ser ali fora?
CHARLES: - Claro, pode sim. Clarisse, estou ali fora, volto logo.
CLARISSE: - Tudo bem.

     Charles e Felipe saem.

CENA 12. CASA ALBERTO. PÁTIO. EXT. NOITE.

     Felipe e Charles conversam.

CHARLES: - Então doutor Felipe, o que deseja?
FELIPE: - Creio que a minha tia Tânia já tenha conversado com você, sobre fazer as coisas do jeito dela, como ela quer, como ela deseja...
CHARLES: - Sim...
FELIPE: - Acho que você me entende, não entende?
CHARLES: - Entendo sim. Dona Tânia me explicou como funcionam as coisas para ela.
FELIPE: - Que bom. Pois então, as regras que valem para minha tia, valem para mim também. Mas claro, com algumas alterações...
CHARLES: - E o que o senhor quer que eu faça?
FELIPE: - Eu tenho um pequeno serviço para você e eu quero que seja bem feito. Afinal, a recompensa será boa.

     Felipe tira do bolso um pequeno maço de dinheiro e mostra para Charles.

CHARLES: - Pode falar, doutor.

     Felipe explica seu plano para Charles.

CENA 13. CASA BRENDA. SALA. INT. NOITE.

     Brenda, Guto, Matilde e Joaquim estão jantando.

JOAQUIM: - Ah, que falta faz a Rúbia nessa mesa com a gente.
MATILDE: - É mesmo, Joaquim, mas ela está bem. É isso que importa.
GUTO: - Bem e feliz.
MATILDE: - Isso mesmo, Guto. Ela está levando a vida dela e nós também levaremos a nossa. E outra, a gente pode visitá-la também.
BRENDA; - É mesmo vovó.
JOAQUIM: - Bom, eu ainda não me acostumei...
MATILDE: - E Alice, onde está?
BRENDA; - Ela foi no aniversário de um amigo, vovó.
JOAQUIM: - Amigo, é?
BRENDA: - Sim, um amigo. O Matheus, um garoto muito legal. Está de aniversário e convidou ela para festa.
MATILDE: - E você não foi convidada, Brenda.
BRENDA; - Fui, mas eu não estou disposta para festa hoje não. Preferi ficar em casa.
GUTO: - Depois podemos assistir um filme, na TV, o que você acha?
BRENDA – É, talvez...

     Os quatro seguem jantando.

CENA 14. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. EXT. NOITE.

     Imagens gerais da festa de Matheus. Alice e Matheus dançam na pista. Helena se aproxima dos dois e dança junto com eles, que ficam surpresos. Os três se divertem, animados. Após dançarem, eles saem da pista.

HELENA: - Nossa, fazia muito tempo que eu não dançava.
MATHEUS: - Mas você bateu um bolão, hein mãe! Fiquei surpreso!
ALICE: - É mesmo, dona Helena, a senhora não perdeu o ritmo!
HELENA: - Mas agora estou sem fôlego! (risos)
ALICE: - Matheus, onde fica o banheiro?
MATHEUS: - É lá dentro.
HELENA: - Eu te acompanho até lá querida. Também pretendo ir.
ALICE: - Eu vou pegar minha bolsa.

     Alice pega a bolsa no guarda-volumes e vai com Helena até o banheiro.

CENA 15. CASA PETRÔNIO. CORREDOR. INT. NOITE.

     Helena sai do banheiro enquanto Alice aguarda do lado de fora. Quando Alice vai entrar no banheiro com a bolsa, Helena a interrompe.

HELENA: - Alice, que bolsa bonita essa sua, nem tinha reparado!
ALICE: - Obrigada! Ela é velha... Mas gosto muito de usá-la.
HELENA: - Muito linda! Você se importa de eu ficar com ela enquanto você usa o banheiro? Adorei! Quero ver todos os detalhes, achei muito linda!
ALICE: - Claro.

     Alice entrega a bolsa para Helena e entra no banheiro. Helena pega uma de suas pulseiras de brilhantes e coloca dentro da bolsa de Alice. Após um tempo, Alice sai do banheiro.

HELENA: - É uma graça a sua bolsa, querida, muito linda.
ALICE; - Obrigada, dona Helena. Mas confesso que estou surpresa com a senhora, achando bonita uma bolsa assim, velha.
HELENA: - O que isso, você não sabe que está super na moda bolsas como a sua?
ALICE: - Não sabia não...
HELENA: - Sim, estão super atuais... (olhando no espelho) Ah! Essa não!
ALICE: - O que foi dona Helena?
HELENA: - Minha pulseira de brilhantes! Eu acho que perdi!
ALICE: - Oh, que pena! Mas como?...
HELENA: - Deve ter sido na hora da dança... Que chato, eu gostava tanto dela. É a minha preferida.
ALICE: - Ah, não se preocupe. Lá fora a gente acha ela depois.
HELENA: - Deus te ouça! Eu adoro essa pulseira, não posso perdê-la de jeito nenhum!

     As duas saem dali e retornam para a festa.

CENA 16. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Tânia e Rúbia conversam.

RÚBIA: - Golpe da barriga? Você acha que eu engravidei do César só para dar o golpe?
TÂNIA: - Acho isso sim. Está na cara que você está de olho no dinheiro dele.
RÚBIA: - Eu amo o César! E estou grávida dele sim, mas não por interesse, e sim por amor!
TÂNIA: - Não me faça rir, sua biscate.
RÚBIA: - A senhora me respeite!
TÂNIA: - Você é que deve me respeitar aqui dentro, está ouvindo? Não pense que seremos boas amigas, porque você estará muito enganada.
RÚBIA: - Isso eu já poderia imaginar... Mas querendo ou não, eu estou aqui dentro, estou grávida do seu filho e você terá que me aturar por muito tempo.
TÂNIA: - Veremos.

     Nesse instante, César chega em casa.

CÉSAR: - Boa noite!
RÚBIA: - César, meu amor, que bom que você chegou!

     Rúbia abraça e beija césar.

RÚBIA: - Estava com saudade de você, sabia?
CÉSAR: - Quem bom meu bem! E então, como foi seu dia?
RÚBIA: - Maravilhoso! E espero que seja sempre assim! (olhando para Tânia)
CÉSAR: - Que ótimo! E você mamãe, como está?
TÂNIA: - Bem, meu filho.
CÉSAR: - Papai já chegou?
TÂNIA: - Ainda não, mas deve estar a caminho.
CÉSAR: - Eu vou subir, tomar um banho...
RÚBIA: - Eu vou com você.

     Os dois saem. Tânia fica a olhar com ira para Rúbia.

TÂNIA: - Que atrevida!

CENA 17. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. EXT. NOITE.

Matheus, Ricardo e Sabrina conversam.

SABRINA: - Matheus, eu nunca vi a sua mãe tão animada!
MATHEUS: - Nem eu, Sabrina! Ela está me surpreendendo também!
RICARDO (olhando para Samantha): - Quem está me surpreendendo é a namorada do seu avô... Que corpo, que corpo!

Samantha dança na pista.

SABRINA: - Deixa de ser babão, Ricardo. Ela nunca vai notar você.
RICARDO: - Ah, não? Então veremos agora!
MATHEUS: - O que você vai fazer?
RICARDO: - Vou lá dançar com ela!
MATHEUS: - Ei, vai furar olho do meu avô, é isso?
RICARDO: - Não, vai ser só uma dança de amigos, nada mais...
SABRINA: - Posso imaginar o mico que você vai pagar...
RICARDO: - Fica olhando então...

Ricardo vai pra pista de dança e se aproxima de Samantha, que se esbalda dançando.

RICARDO: - Nossa, você dança muito bem!
SAMANTHA: - Ah, obrigada!
RICARDO: - Eu é que não estou muito no ritmo... Você não quer me ensinar?
SAMANTHA: - Não posso, por dois motivos: primeiro porque meu namorado não iria gostar.
RICARDO: - Ta, e o segundo?
SAMANTHA: - Não sou professora, nem de dança nem de escola primária. Mas tem um monte de meninas da sua idade aí que podem te dar essa mão, ok? Fui!

Samantha sai da pista e Ricardo fica todo sem graça. Ele olha para Matheus e Sabrina, que estão aos risos. Nesse instante, Alice se aproxima.

ALICE: - Matheus, eu já estou indo embora, está tarde.
MATHEUS: - Ah não Alice, fica mais um pouco... Depois eu peço pro Bento te deixar em casa.
ALICE: - Não, não, eu não quero dar trabalho. Já está na hora mesmo.
MATHEUS: - Tudo bem, eu deixo você ir.
ALICE: - Engraçadinho.
MATHEUS: - Muito obrigado por você ter vindo. Sem você aqui, essa festa não teria a mínima graça.
ALICE: - Não diga isso. Todos os seus amigos estão aqui, a festa está linda, um brilho só!
MATHEUS: - O brilho maior aqui é você, Alice.
SABRINA: - Nossa, que fofo isso!
ALICE: - Você está vendo? Como é que eu posso resistir a esse encanto de rapaz!
SABRINA: - Segura esse cara com unhas e dentes Alice, porque homem assim, estão raros hoje em dia.(risos)

Alice e Matheus se beijam.

ALICE: - Muito obrigada. Ah, quero agradecer também à sua mãe, que foi um doce comigo, uma companhia muito boa. Fiquei realmente surpresa.
MATHEUS: - Eu também fiquei surpreso! Isso é sinal que ela aceitou o nosso amor... Aí vem ela.

Helena, Petrônio e Diogo se aproximam de Matheus e Alice.

HELENA: - Papai, Diogo, essa é a Alice, a namorada do Matheus!
PETRÔNIO: - Eu vi, vocês dançando, abraçadinhos, vi beijinhos... tudo muito romântico.
ALICE: - Nossa que vergonha, eu nem fui cumprimentá-los.
DIOGO: - Não tem problema. Tantas atrações nessa festa, a gente se perde um pouco.
HELENA: - E se perde mesmo. A minha pulseira de brilhantes não sei onde foi parar...

Samantha também se aproxima do grupo.

SAMANTHA: - Então você é a Alice?
ALICE: - Sou eu sim.
SAMANTHA: - Muito bonita! E tenho certeza que você e o Matheus serão felizes.
ALICE: - Muito obrigada!
HELENA: - Bonita mesmo é a bolsa dessa menina! Estou apaixonada!
SAMANTHA: - É bonita mesmo!

Helena pega a bolsa das mãos de Alice.

HELENA: - Veja só isso! Está super na moda esse tipo de bolsa, retrô!
SAMANTHA: - Sim, eu vi outro dia na TV...
HELENA: - Ela é prática, resistente...

Helena sacode a bolsa de Alice, que se abre, fazendo com que alguns objetos caíssem no chão e entre eles a pulseira.

HELENA: - O que é isso aqui?

Todos ficam olhando.

HELENA: - O que a minha pulseira de brilhantes estava fazendo na sua bolsa, menina?!
ALICE (surpresa): - Eu não sei!
HELENA: - Pois eu acho que sei sim... Você estava roubando a minha pulseira, é isso!

Todos ficam surpresos. Alice fica sem reação. Aos poucos, os convidados na festa param, e ficam atentos à discussão.

HELENA: - Vamos, me diga! Você estava roubando a minha pulseira, é isso?
ALICE: - Eu não roubei nada, eu não peguei nada! Nem sei como isso foi parar aí dentro...
HELENA: - Ah, você não sabe? É simples: você achou a pulseira e ao invés de me devolver, viu que ela valiosa, e resolveu pegar.
ALICE: - Não, eu nunca faria isso!
PETRÔNIO: - Gente, não vamos perder a cabeça! Procure manter a calma Helena, deve haver uma explicação.
HELENA: - A única explicação que existe aqui é que essa garota roubou a minha pulseira! Como o senhor quer que eu mantenha a calma tendo uma ladra dentro da minha casa?!

     Alice chora, nervosa.

HELENA: - Não adianta chorar não, menina. Ninguém vai ficar do seu lado. A sua farsa foi descoberta.
ALICE: - Eu não fiz nada, gente, eu juro!
DIOGO: - Mas como você explica então o fato da pulseira estar na sua bolsa? Veja bem, não estamos te acusando de nada... Só queremos saber como isso aconteceu.
ALICE: - Eu não sei!... Eu não sei como explicar isso!...
MATHEUS: - Mas Alice, tem que haver uma explicação. A pulseira não pode ter parado na sua bolsa do nada, sozinha!
ALICE: - Sei lá, alguém só pode ter posto ela lá dentro, só isso...
HELENA (riso debochado): - Você só pode estar brincando... Todos que estão aqui tem condições de vida dignas, ótimas, não são pobres como você. A única pessoa aqui que poderia cometer um ato desses é você, Alice.
PETRÔNIO: - Helena, por favor! Isso que você está dizendo é algo terrível, errôneo demais!
HELENA: - Errôneo, papai?
PETRÔNIO: - É sim! A condição de vida das pessoas aqui presentes não tem nada a ver com o fato...
HELENA: - Como não? Ela é a única pobre, favelada aqui presente... E eu a recebi com tanto carinho, com tanto afeto... Eu estava feliz em ver meu filho feliz com uma moça que eu pensava ser direita, honesta, como vocês sempre falaram... Pelo visto, eu me enganei e vocês também.
ALICE: - Eu juro! Eu juro que não tive culpa! Sou honesta, sou digna. Não preciso roubar para sobreviver não.
HELENA: - Se você é honesta, é digna, quem vai dizer será a justiça.
MATHEUS: - O que você vai fazer, mãe?
HELENA: - Vou chamar a polícia. Agora! (saindo)
MATHEUS (segurando firme o braço de Helena): - Não! Você não vai fazer isso!

     Helena fica surpresa com a reação de Matheus.

CENA 18. CASA TOMÁS. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

     Tomás está no computador, acessando sites e vendo matérias sobre transtornos psicológicos. Cristina entra no local e Tomás disfarça.

CRISTINA: - Meu amor, já está ficando tarde. Não vai deitar?
TOMÁS; - Só estou terminando de redigir alguns documentos aqui. Já estou indo.
CRISTINA: - Tudo bem, mas não demora, ta?
TOMÁS: - Pode deixar.

     Cristina sai e Tomás volta a olhar os sites.


CENA 19. CASA TOMÁS. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Cristina e Patrícia conversam.

PATRÍCIA: - Então, o papai está lá?
CRISTINA: - Sim, está no escritório, terminando de redigir uns documentos... Então, Paty, como está a Rúbia, você que conversou bastante com ela?
PATRÍCIA: - Está bem mãe. Ela me pareceu muito bem por sinal. Alegre, bonita, saudável. Acho que essa mudança dela para a casa do César fez bem.
CRISTINA: - Pois é. Tomara que ela consiga agüentar a Tânia...
PATRÍCIA (risos): - É verdade!
CRISTINA: - E a gravidez dela, como está?
PATRÍCIA: - Tudo bem. Ela se sente bem... Lógico, às vezes ela diz sentir alguns enjoos, o que é normal...
CRISTINA: - Claro...
PATRÍCIA: - Mas ela falou que precisa de repouso, bastante repouso, porque como ela sofreu o acidente, muita força, muito esforço podem prejudicar.
CRISTINA: - Ainda mais nessas primeiras semanas de gravidez... Bom, eu vou subindo. Você vai ficar aí?
PATRÍCIA: - Vou sim, estou terminando de ler esse livro, está muito bom.
CRISTINA; - Ok.. Boa leitura para você, boa noite.
PATRÍCIA: - Boa noite, mãe! Durma bem!
CRISTINA; - Você também!

     Cristina sobe para o seu quarto. Patrícia continua lendo na sala.



CENA 20. CASA BRENDA. SALA. INT. NOITE.

     Guto e Brenda estão na sala, assistindo um filme na TV. Ele sentado no sofá e ela, deitada, encostada nele. Guto faz cafuné em Brenda, que se sente aconchegada com o carinho recebido.

BRENDA: - Nossa Guto, isso é tão bom!...
GUTO: - É mesmo?
BRENDA: - É sim...
GUTO: - E eu posso fazer muito mais que isso...
BRENDA: - Guto, é melhor...
GUTO: - Deixa Brenda, deixa... O meu coração está pedindo e eu sei que o seu aos poucos, também quer isso, esse carinho.

     Os dois se olham profundamente. Guto se aproxima mais de Brenda e a beija.

CENA 21. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. QUARTO. INT. NOITE.

     Charles está deitado na cama. Clarisse entra no quarto, de roupão, e se prepara para deitar também.

CLARISSE: - Você ficou mudo o jantar todo. Aconteceu alguma coisa?
CHARLES: - Não aconteceu nada não.
CLARISSE: - Como não? O seu Felipe veio aqui, pediu pra falar com você e depois que ele vai embora parece que o gato comeu a sua língua, Charles!
CHARLES: - Clarisse, deixa isso pra lá e vem dormir, vem.
CLARISSE: - Você não vai me contar?
CHARLES: - Mas que saco! Te contar o que, se não tem nada pra contar, não há nada pra falar, não aconteceu nada!
CLARISSE: - Desculpa, mas é que eu ache...
CHARLES: - Você achou errado. Agora me deixa em paz, poxa!

     Clarisse fica magoada com Charles. Ela deita-se na cama, vira para o lado oposto ao dele e dorme.

CENA 22. CASA ALBERTO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

     Alberto, Tânia, César, Felipe e Rúbia terminam de jantar.

ALBERTO: - A Olga hoje caprichou!
CÉSAR: - A Olga sempre cozinhou muito bem.
TÂNIA: - Sim... Pena que ela faz muita comida gordurosa... Cuidado Rúbia, porque se você engordar muito durante a gravidez, demora para perder todo o peso, sabia?
RÚBIA; - Eu sei sim, dona Tânia, mas eu me cuido.
TÂNIA: - É bom mesmo, porque o César gosta de mulher bonita, com corpo bonito...
CÉSAR: - Mamãe!
TÂNIA: - E estou mentindo?
CÉSAR: - É melhor deixar esse assunto pra lá... E a Marina, não ainda não chegou?
ALBERTO: - É mesmo, que estranho...
FELIPE: - Ela havia me dito que iria visitar a Virgínia.
CÉSAR: - Faz muito tempo que não vejo a Virgínia...
RÚBIA: - Desculpem, perguntar, mas quem é Virgínia?
ALBERTO: - Virgínia é minha ex-mulher, mãe da Marina.
FELIPE: - E me parece que a Virgínia abriu um negócio, na praia...
TÂNIA: - Como é que é? Ah não, essa eu não posso acreditar!
FELIPE: - Sim, por isso que a Marina foi visitá-la.
ALBERTO: - Mas, Virgínia está começando a se virar sozinha.
TÂNIA: - Mais do que na hora, não é? Ela viver às suas custas até quando?

     Nesse instante, Marina entra no local.

MARINA: - Boa noite, pessoal!
ALBERTO: - Boa noite, minha filha, estávamos justamente falando em você.
CÉSAR: - Em você e na sua mãe.
FELIPE: - Eu falei pra eles que a Virgínia abriu um negócio...
MARINA: - Abri sim gente. E ela está tão feliz!
RÚBIA: - E o que foi que ela abriu?
MARINA: - Bom, por enquanto o que ela tem é um estande num quiosque, onde ela vende cosméticos.
TÂNIA (risos): - Um estande num quiosque? (mais risos)
MARINA: - Qual o motivo de tanta graça, Tânia?
TÂNIA: - Nada... Só achei isso realmente a cara da sua mãe!
CÉSAR: - Deixa pra lá, Marina. Continua falando.
MARINA: - É melhor mesmo. Bom, ainda é tudo muito modesto, mas já tem bastante freguesia.
ALBERTO: - Que bom que sua mãe está conseguindo. Fico muito feliz por ela.
CÉSAR: - Janta com a gente, Marina?
MARINA: - Não, obrigada César. Eu jantei com a mamãe e com o amigo dela, o Carvalho, num restaurante, lá no centro.
RÚBIA: - Carvalho? Um careca...?
MARINA: - Sim. Por que, você o conhece?
RÚBIA (sem jeito): - Ele é meu pai...
MARINA: - Nossa, que bacana! Ele é uma pessoa muito legal e está ajudando muito a minha mãe.
RÚBIA: - Que bom...
TÂNIA: - Mundo pequeno esse, não?
FELIPE: - Minúsculo!

CENA 23. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. EXT. NOITE.

     Matheus segura firme o braço de Helena, que o encara seriamente.

HELENA: - O que você pensa que está fazendo?
MATHEUS: - Você não vai chamar a polícia.
HELENA; - Solta o meu braço. Agora!

     Matheus solta o braço de Helena.

HELENA: - Eu me nego a acreditar que você vai defender essa indigente que estava roubando a sua mãe.
MATHEUS: - Mãe! Se ela disse que não foi ela, é porque não foi mesmo!
HELENA: - Ah, que foi então? Deus?! Deus com seu espírito divino colocou a minha pulseira de presente na bolsa dela?
DIOGO: - Helena, por favor, não apele!
HELENA: - Mas vocês não querem acreditar! Parece que estão defendendo essa daí do crime!
SAMANTHA: - Não estamos defendendo ninguém... Mas não há como dizer que foi ela mesma quem colocou a pulseira aí dentro.
HELENA: - Me poupe Samantha das suas opiniões.
PETRÔNIO: - Não fale assim, Helena.

     Todos na festa ficam assistindo a cena. Helena se aproxima de Alice.

HELENA; - Eu vou te dar uma chance, querida... Uma única chance para você se explicar... Ou você assume que roubou a minha pulseira e vai embora daqui, ou então, você terá que se ver com o delegado, na cadeia, que na minha opinião, é o seu lugar de fato e de direito... Você escolhe.

     Alice e Helena ficam a se encarar.

CENA 24. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. NOITE.

     Virgínia e Carvalho conversam na sala.

VIRGÍNIA (contando dinheiro): - Carvalho, eu estou tão feliz! A venda dos cosméticos está sendo um sucesso!
CARVALHO: - Que bom, Virgínia! Também, graças à propaganda boca a boca que eu estou fazendo pelos quiosques da praia, né?
VIRGÍNIA: - Em partes, né? Não pensa que eu não sei que você também não vai para os quiosques tomar uma cervejinha, jogar uma sinuca que eu sei, em pleno horário de serviço!
CARVALHO: - Tudo bem, eu confesso... Mas poucas vezes!... E então, quanto você já tem aí?
VIRGÍNIA: - Já tem um bom dinheirinho... Já dá pra pagar algumas contas que estão atrasadas, fazer uma feira bacana e comprar uma bolsa linda que eu vi numa vitrine lá no shopping!
CARVALHO: - Ih, já vai começar a gastar com bobagens!
VIRGÍNIAS: - Bobagens? Meu querido, uma bolsa é artigo de primeira necessidade para uma mulher!
CARVALHO: - Sei... Mas tudo bem, eu deixo você fazer essas pequenas compras para você ir se reacostumando.
VIRGÍNIA: - Como assim? Me reacostumando com o que?
CARVALHO: - Se reacostumando a ser rica!

     Carvalho tira do bolso um bolinho de apostas da loteria.

VIRGÍNIA: - Mais um bolo de apostas, Carvalho? Da outra vez você não acertou nem pra trocar o bilhete!
CARVALHO: - Mas desta vez vai! E quando eu ganhar, você vai ter a sua própria rede de produtos de beleza, numa loja grandona no shopping, tudo bem chique, como você gosta. Já pensou?
VIRGÍNIA: - Já pensei... Pensei em mais... Pensei num spa!
CARVALHO: - O que é isso?
VIRGÍNIA: - Um lugar para se tratar da beleza, com banheiras de hidromassagem, massagens terapêuticas, tratamento de pele, tudo para beleza!
CARVALHO: - Então pode se preparar para abrir o seu... o seu...
VRIGÍNIA: - Spa!
CARVALHO: - Isso, pra abrir esse local aí, porque se Deus quiser, eu levo essa bolada!

CENA 25. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

     César e Rúbia estão deitados na cama, abraçados.

RÚBIA: - Sabe, meu amor, eu percebi que você hoje chegou um pouco pra baixo...
CÉSAR: - É cansaço do serviço. Estamos fazendo um grande levantamento das reservas aqui de Praia Real e região. Isso exige trabalho.
RÚBIA: - E pra quÊ tudo isso?
CÉSAR: - Isso tudo é para reorganizar o projeto de responsabilidade ambiental da Best Fish, que nós vamos estender para além dos cuidados com o mar, mas também com a terra, com o ar e consequentemente, com os animais desses ambientes.
RÚBIA: - Nossa, quanta coisa!... Agora entendo o seu cansaço.
CÉSAR: - Mas, mudando um pouco de assunto, eu também percebi que você um pouco sem jeito, na hora do jantar, quando a Marina falou no seu pai...
RÚBIA: - É, fiquei um pouco... Nós não temos uma relação muito boa, então...
CÉSAR: - Mas por que?
RÚBIA: - Meu pai nunca cuidou de mim como pai mesmo... Eu fui criada com os meus avós. Meu pai nem emprego tem, é um malandro. E isso não combina comigo. Eu nunca gostei muito desse jeito dele...
CÉSAR: - Mas você já chegou a conversar com ele sobre isso? As vezes é bom ter uma conversa franca, falar aquilo que pensa sem a intenção de machucar. Talvez se você conversasse com ele, ele poderia mudar. Aliás, eu acho que já andou mudando, pelo o que a Marina falou. Ele até está ajudando a Virgínia nas vendas.
RÚBIA: - É, talvez ele esteja mudando... Mas eu não quero falar sobre ele não. Quero falar sobre o nosso filho.
CÉSAR: - Diga.
RÚBIA: - Seu pai me trouxe vários catálogos de lojas de coisas para bebês, lá de São Paulo. E eu estava pensando em ir lá comprar com você.
CÉSAR: - Comigo? Mas eu não entendo nada dessas coisas!
RÚBIA: - Mas você vai ser pai, tem que aprender!... E vai ser ótimo, uma viagem para nós dois, nesse momento... O que você acha?
CÉSAR: - Por mim, tudo bem, só temos que planejar a data direito, para que eu consiga ajustar meus compromissos com o projeto.
RÚBIA: - Ai, meu amor, estou tão feliz!

     Os dois se beijam.


CENA 26. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. EXT. NOITE.

     Helena pressiona Alice.

HELENA: - Então, Alice, vai falar ou não?
ALICE: - Eu não roubei nada!

     Alice sai correndo, por entre os convidados.

MATHEUS: - Alice, espera!
HELENA: - Seguranças! Não deixem ela sair!
PETRÔNIO: - Helena, que loucura isso!
SAMANTHA: - Coitada da menina, não precisava passar por isso!

CENA 27. FRENTE CASA PETRÔNIO. EXT. NOITE.

     Alice sai correndo da casa de Petrônio. Matheus a chama, mas ela não retorna.

MATHEUS: - Alice! Alice!

     Alice segue correndo pela rua a chorar.

CENA 28. CASA PETRÔNIO. JARDIM. FESTA MATHEUS. INT. NOITE.

     Matheus retorna para o jardim.

HELENA: - Então, conseguiu pegar a ladra?
MATHEUS: - Parabéns, dona Helena! Você conseguiu estragar a minha festa de aniversário... Estava muito bom para ser verdade...
HELENA: - Eu não estraguei nada! Eu só estava exigindo que ela confessasse o erro que cometeu, só isso!
DIOGO: - Mas você extrapolou Helena, foi longe demais. Estragou realmente a festa do garoto.
HELENA: - Agora a culpada sou eu então?

     Diogo se aproxima de Matheus.

DIOGO: - Eu já vou indo meu filho. Apesar de tudo o que aconteceu, foi uma bela festa.
MATHEUS: - Valeu pai.
DIOGO: - E quando precisar de alguém para conversar, pode contar comigo. Eu sempre estarei do seu lado.
MATHEUS: - Obrigado pai. Eu gosto muito do senhor, de verdade.

     Os dois se abraçam. Diogo se despede e vai embora. Sabrina e Ricardo também se aproximam.

SABRINA: - A gente já vai indo também Matheus.
RICARDO: - É mesmo, não tem mais clima pra festa não.
MATHEUS: - Valeu pessoal. Desculpa aí. Vocês são amigões mesmo.

     Sabrina e Ricardo também vão embora, junto de outros convidados. Aos poucos, a festa vai se esvaziando.

PETRÔNIO: - Vamos Samantha, vamos dormir.
SAMANTHA: - Vamos sim, Pepê...

     Petrônio e Samantha vão indo para dentro de casa. Helena se aproxima de Matheus.

HELENA: - Meu filho, por um lado foi bom... Aquela menina não iria te fazer feliz. Se ela teve a coragem de roubar a mim, a sua mãe, ela poderia fazer coisa pior com você!
MATHEUS: - Isso o que você fez hoje, é deplorável...

Matheus vai para dentro de casa entristecido. Helena fica sozinha no jardim.

CENA 29. CASA BRENDA. SALA. INT. NOITE.

     Brenda e Guto estão se beijando no sofá, quando Alice chega de repente, chorando. Brenda e Guto se surpreendem com a presença dela na sala.

BRENDA: - Alice, o que houve?
ALICE: - Eu vou pro meu quarto, Brenda.
BRENDA: - Não, espera aí, me fala pelo menos o que aconteceu!
ALICE: - Amanhã a gente conversa. Eu quero ficar sozinha.

     Alice vai para o seu quarto aos prantos.

GUTO: - Eu nunca vi ela assim!
BRENDA: - Com certeza aconteceu algo muito sério...

CENA 30. TRANSIÇÃO DO TEMPO. GERAIS PRAIA REAL. AMANHECER / APTO MÔNICA. SALA. INT. DIA.

     Imagens de Praia Real ao amanhecer. O mar, gaivotas voando, pessoas fazendo suas caminhadas no calçadão. Corta para apto de Mônica, onde ela toma café da manhã. Ricardo chega logo depois.

MÔNICA: - Caiu da cama hoje?
RICARDO: - Que nada... Tenho compromisso cedo.
MÔNICA: - Que compromisso?
RICARDO: - Vou treinar para o campeonato de skate.
MÔNICA: - E desde quando andar de skate é compromisso, garoto? Você precisa é de trabalho, isso sim. E olha que eu estou falando sério!
RICARDO: - Ih, essa conversinha chata à essa hora da manhã é dose, Mônica!
MÔNICA; - Mas você pensa que é fácil sustentar nós dois, irmãozinho? Não é não, meu querido... Eu ralo muito naquela empresa.
RICARDO: - Ah, se é por isso, bem que você poderia arranjar um cargo de chefia lá pra mim.
MÔNICA: - Você só pode estar louco! Cargo de chefia... E o que você sabe fazer? Nada! Acorda, Ricardo! Nem seu curso você está freqüentando que eu sei! Já me ligaram várias vezes.
RICARDO: - Mas eu vou voltar...
MÔNICA: - Assim espero... E aí, como estava a festa ontem?
RICARDO: - Tava bom, tudo rolando bem até que deu o maior rolo lá.
MÔNICA: - Que rolo?
RICARDO: - Parece que a mãe do Matheus descobriu que a namorada dele estava roubando ela, foi o maior fuzuê.
MÔNICA: - Capaz! Adoro esses babados! Me conta tudo, vai!

     Ricardo continua contando o ocorrido para Mônica, enquanto tomam café.

CENA 31. CASA PETRÔNIO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

     Samantha está na mesa do café, fazendo a sua refeição, quando Helena chega.

HELENA: - Onde está meu pai?
SAMANTHA: - bom dia pra você também... Seu pai saiu cedo, foi fazer uma caminhada no calçadão. Acho que foi pra ver se esquece um pouco do escândalo que a filha dele fez ontem...
HELENA: - Você é muito engraçadinha, Samantha. Aposto que se fosse você, teria feito a mesma coisa.
SAMANTHA: - Claro que não!
HELENA: - Ah, não mesmo... Até porque você nem teria tempo para ver se foi roubada ou não. Estaria muito ocupada... Se oferecendo para o Bento. Ou você pensa que eu não vi, você dançando toda sensual para ele?

     Samantha fica a encarar Helena.

CENA 32. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. DIA.

     Rúbia está dormindo. Aos poucos, se acorda e vê que César não está na cama e sim, no banho. Ela sente um pequeno mal estar.
Ela senta-se na cama por um instante, ainda incomodada com a pequena dor. De repente, sente uma pontada na barriga. Ela observa que há uma mancha de sangue na cama. Rúbia fica desesperada.

               FIM DO CAPÍTULO


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