Cena 29.
Tenda Cigana/ Int./ Dia.
Cigana Alba
começa a olhar e massagear sua bola de cristal, que rapidamente vai tendo uma
cor cada vez mais fluorescente.
Cigana Alba
– Então
a dondoca noivou?
Das Dores e
Donna se olham.
Das Dores –
Sim,
noivei!
Cigana Alba
– O
que é feito na pressa e por ganância, pode ter um resultado muito ruim.
Das Dores –
Como
assim?
Cigana Alba
– As
pessoas acham que a ganância é só por dinheiro e bens materiais, mas não é. A
ganância pode ser afetiva também. Você criou uma dependência, quase uma
loucura, uma obsessão nesse homem.
Das Dores –
Eu
o amo. Nós vamos casar. Aliás, nem sei por que me dei ao trabalho de vir aqui.
Das Dores
se levanta e se encaminha para sair.
Cigana Alba
– Você
nunca vai casar com esse homem.
Das Dores
olha para trás assustada.
Das Dores –
O
que?
A Cigana
Alba levanta duas cartas de seu baralho: a Dama de Copas e a imagem do Caixão.
Cigana Alba
– Esse
homem nunca será seu. Nunca!
Das Dores
fica assustada.
Das Dores –
Olha
só sua feiticeira de merda, o meu homem é só meu, ninguém pega!
Donna – Calma, Das
Dores, calma.
Das Dores
(nervosa) – Como é que você quer que eu tenha calma, Donna? Me
diz, como? Essa feiticeira dos infernos resolveu agourar o meu relacionamento.
Cigana Alba
– Não
sou eu quem estou melando a sua relação, mas sim outra pessoa, uma outra
mulher.
Das Dores
fica confusa.
Das Dores –
Quem
é essa mulher?
Cigana Alba
– Senta
e fica calma, eu vou te contar tudo que vi no tarô.
Das Dores
se senta meio inquieta.
Corta para:
Cena 02.
Casa de Cíntia/ Cozinha/ Int./ Noite.
Estão
reunidos a mesa, jantando: Cíntia, Carlão, Glória e Luís.
Cíntia – E então,
mãe, saí do castigo?
Glória – Com uma
nota dessas, pode sair até no Carnaval Gospel lá da igreja, e de destaque no
carro glorificado.
Carlão – A senhora
tá falando sério? Quer dizer que a Cíntia sai no tapa com a filha do patrão do
papai e fica por isso mesmo?
Glória (a
Carlão) – Você tem algum problema com isso? A sua irmã errou, errou feio,
mas ninguém aqui tá aliviando a barra dela. Você quer que eu faça o que? Que a
prenda na torre, como fez a bruxa com a Rapunzel?
Carlão – Mãe, a
questão não é essa, mas a Cíntia.../
Cíntia
(CORTA) – A questão é que você não quer que a Cíntia saia para festas,
você não quer que a Cíntia tenha uma vida de verdade. Mas só te digo uma coisa:
A bonequinha de porcelana ficou no passado, aqui quem fala é uma mulher que tem
voz própria.
Luís – Vocês vão
ficar discutindo na mesa? Na hora do jantar? Cíntia e Carlão, se continuarem
brigando, ficarão os dois de castigo, e por um ano inteiro.
Carlão ri.
Carlão – Ah pai,
para. Essa não cola.
Luís – O que não
cola aqui é você tentar passar por cima das decisões que sua mãe e eu tomamos.
E quanto ao castigo, é verdade meu querido. Pode ter 25, 35 ou até 65 anos de
idade, mas se viver sob o meu teto, vai andar conforme o meu passo.
Todos ficam
calados e voltam a jantar.
Corta para:
Cena 03.
Tenda Cigana/ Int./ Dia.
Cigana Alba
está mexendo com seu baralho cigano, traçando expressões de preocupação. Das
Dores olha para Donna com ansiedade.
Cigana Alba
– Pronto,
terminei de ver o que era necessário.
Das Dores
(ansiosa) – Então vai dona Cigana, me fala de uma vez o que
houve.
Cigana Alba
– Você
tá abalada nesse relacionamento cheio de incertezas, mas o que houve de verdade
é que uma mulher entrou no seu caminho.
Das Dores –
No
meu caminho?
Cigana Alba
– Alguma
mulher se interessou também pelo seu noivo, e fez o curso do rio mudar. Não era
destino dela viver com o seu homem, mas ela encontrou as pessoas certas, ou
melhor dizendo, encontrou as pessoas erradas que fizeram uma mudança nesse
destino.
Donna – Então tem
outra mulher na jogada?
Cigana Alba
– Tem.
E essa mulher vai infernizar a vida de vocês. Ela tá disposta a tudo pra ter
esse homem. E quando digo tudo, é tudo mesmo.
Das Dores –
Eu
duvido ela superar Das Dores Lopez Guimarães, Duvido!
Cigana Alba
– Não
se trata de medir força na beleza, no dinheiro ou no porte da família. Essa
mulher já se armou com coisas ruins, com espíritos das trevas que querem
derrubar e levar a alma de alguém pra eles.
Das Dores
fica assustada.
Donna – Mas o que
ela pode fazer?
Cigana Alba
– Nada.
Quem vai fazer por ela sou eu. (a Das
Dores) Escuta menina. Deixa de ser impulsiva e mimada e espera eu te
chamar. Até lá você vai ficar na sua.
Das Dores –
Mas
eu não sei ficar na minha.
Cigana Alba
– Se
você quer se casar com esse homem, você vai aprender.
Das Dores e
Cigana Alba se entreolham.
Corta para:
Cena 04.
Pontos Turísticos/ exterior/ dia/noite.
(Música
“Like a Virgem” – Madonna). Imagens aéreas do Cruzeiro, Jardim de Cima, Serra
dos Mascates, Catedral de Nossa Senhora da Glória. Um clipe de imagens
realçando a beleza da cidade e a transposição do dia para a noite.
LETREIRO:
“DIAS DEPOIS...”
Corta para:
Cena 05.
Discoteca CELEBRARE/ Entrada/ Ext./ Noite.
Das Dores
para o carro bem em frente à entrada da discoteca. Desce e se encaminha para
entrar, quando de longe, Carlão a vê e se anima.
Carlão
(gritando) – Das Dores, espera!
Das Dores
para e olha para trás.
Carlão
(feliz) – Espera aí.
Das Dores
permanece séria até que Carlão se aproxima.
Carlão – E aí broto,
tudo na paz?
Das Dores
(séria) – Tudo.
Carlão – Precisava
mesmo encontrar contigo. Tava ali atrás de tocaia te esperando.
Das Dores –
Olha
tô muito apressada. O Renato pediu para que eu visse aqui ajuda-lo. Não posso
perder tempo agora.
Carlão – Mas eu vim
falar da gente.
Das Dores
começa a rir.
Carlão – Aquela
noite a gente transou e.../
Das Dores
(corta) – E foi só. Foi tesão e nada mais.
Carlão – Não foi
não. Eu vi nos teus olhos que o que você sentia era muito mais do que tesão.
Ali você se viu desejada, se sentiu mulher no sentido mais puro da palavra. Não
quero me gabar ou tirar onda, mas eu consegui te tratar como ninguém, nem esse
burguês do Renato conseguiu.
Das Dores
fica levemente constrangida.
Carlão – Você pode
pensar assim, pode querer ir contra, mas...mas o seu coração diz outra coisa,
Das Dores. Não adianta a gente querer cortar pelo meio, uma árvore que está com
as raízes sólidas e fixadas num chão.
Das Dores –
Isso
é você quem diz, eu não sei de nada. O que sei é que eu amo o meu noivo.
Carlão
(pasmo) – Como assim noivo?
Das Dores
mostra seu anel de noivado.
Das Dores –
Vou
casar Carlão. Como você disse, com o burguês. Não adianta querido, a vida é
assim. Rico casa com rico. Pobre é só pra diversão, pra quebrar a rotina.
Carlão
(alterado) – Você é mesmo o que eu pensava. É uma patricinha
arrogante que brinca com os sentimentos das pessoas. Você não é humana. É uma
dessas deslumbradas que o dinheiro insiste em criar. No lugar de coração, de
alma, você tem uma conta bancária gorda.
Das Dores –
Sem
gritar comigo, você não é homem pra isso.
Carlão – E eu sou
homem pra que?
Das Dores –
Rude
e pobre assim, você é homem na cama, pra satisfazer as necessidades biológicas
de uma mulher. Fora dela, você não passa de um aspirante a jornalista, que
nasceu na miséria e vai morrer nela.
Carlão fica
com os olhos marejados, segurando o choro.
Das Dores –
Pode
chorar. Mostra que você também sabe reconhecer a porcaria de pessoa que é.
Carlão – Um dia você
vai se arrepender disso tudo que acabou de me dizer. Um dia você vai sentir
falta de mim, falta desse casca grossa pobretão que soube te fazer feliz. Mas
quando isso acontecer, já vai ter sido tarde demais. Espero que você seja feliz
nesse seu mundinho cheio de dinheiro e interesses e vazio de sentimentos.
Das Dores –
Rico
compra tudo, inclusive gente.
Carlão – Mas não
compra sentimentos nobres. O dinheiro é muito, mas não tudo na vida.
Carlão vira
as costas e sai andando. Das Dores entra na discoteca.
Corta para:
Cena 06.
Casa de Cíntia/ sala/ int./ Noite.
Luís está
assistindo TV, quando Cíntia desce as escadas.
Cíntia – Pai, o Beto
e a Sandra já chegaram?
Luís – Eu acho que
não. Pelo menos não tocaram a campainha. Vocês vão sair?
Cíntia – Vamos. Hoje
iremos para a Celebrare.
Nesse
instante Glória vem da cozinha.
Glória – Já vai
praquele antro de perdição?
Cíntia – Vou dançar,
comemorar minha nota máxima em química.
Glória – Ao invés de
comemorar, você deveria era ir à igreja e agradecer ao Senhor. Louvar e pedir
bênçãos. Moça direita vai pra igreja e não pra noitadas.
Cíntia – A parte de
ir a igreja fica com a senhora, que por sinal faz muito bem e insistidas vezes.
Tô vazando nessa, vou esperar a Sandra e o Beto lá no centro.
Cíntia sai
da casa.
Glória – Tá vendo o
que eu passo Luís?
Luís – Você não
pode obrigar ninguém a frequentar um templo ou doutrinar numa determinada
religião.
Glória – Mas se eu
não faço isso, vira um mafuá, vira um ninho de cobras. Tem que ter Deus no
coração.
Luís – E com
certeza a Cíntia tem, mas é da maneira dela.
Glória – E qual é a
maneira dela? Indo a lugares promíscuos? Se dando ao desfrute da carne, ah me
poupe, Luís. (saindo) Deixa eu ir,
que hoje tem adoração das mulheres lá na igreja.
Glória sai
e Luís volta a ver TV.
Corta para:
Cena 07.
Mansão Guimarães/ Sala de Estar/ Int./ Noite.
Branco anda
impaciente de um lado para o outro na sala.
Branco
(gritando) – Anda logo América, vamos.
América
começa a descer as escadas, trajando um belíssimo vestido dourado.
América – Tô pronta,
nossa, quanta impaciência.
Branco – Mas é
claro, fica uma vida pra se arrumar. Assim chegaremos na hora de fechar a
discoteca.
América – Eu não sei
pra que temos que ir lá.
Branco – É a nossa
discoteca, é patrimônio da família. É normal irmos.
América – Eu não
tenho mais pique pra dançar.
Branco – Nós vamos
pra ver com anda a noite lá. Saber como é a rotina da discoteca.
América – Então para
de falar e vamos.
Branco
abraça América e os dois saem.
Corta para:
Cena 08.
Pontos Turísticos/ Ext./ Noite.
(Música “A
noite vai chegar” – Lady Zu). Imagens do Cruzeiro Municipal iluminado, da
Câmara dos Vereadores, do Jardim de Cima, do Jardim de Baixo, da Catedral de
Nossa Senhora Aparecida e terminando na Rua dos Mineiros.
Corta para:
Cena 09.
Rua dos Mineiro/ Santana Bar/ Int./ Noite.
A música da
cena anterior continua, mas ao fundo, num rádio. O bar está com um movimento
fraco. Numa mesa ao fundo, Carlão e Ádamo conversam, enquanto tomam cerveja.
Ádamo
(estapafúrdio) – Ela disse essas coisas?
Carlão – Disse, sem
o menor ressentimento. Tá deslumbrada com a ideia de casar com o babaca lá.
Ádamo – E agora?
Carlão dá
uma golada na cerveja, acende um cigarro e respira fundo.
Carlão – Agora é
seguir o fluxo da vida. Remar contra a maré, nunca mais.
Ádamo – Falar é
fácil, quero ver fazer.
Carlão – Mas não
tinha como dar certo. Ela disse asneira, mas no meio disso tudo tinha uma
verdade: é impossível o amor entre um rico e um pobre. Não existe essas coisas.
Ádamo – Se não
existisse, não teria rolado.
Carlão – Ela tá
naquele mundinho vazio dela. Deixa quieto. Quero mais é me divertir.
Carlão se
levanta da mesa.
Ádamo – Vai onde,
rapá?
Carlão – Vou pra
discoteca, espairecer a mente um pouco. Ouvir música, beber mais.
Ádamo – Tá louco,
lá você vai encontra-la.
Carlão – Sem brigas,
sem ressentimentos.
Carlão vai
se encaminhando pra saída do bar, Ádamo se levanta apressadamente e o
acompanha.
Corta para:
Cena 10.
Discoteca CELEBRARE/ Calçada/ Ext./ Noite.
Branco e
América estão chegando ao local, quando Cíntia e Sandra também chegam.
Sandra (a
Cíntia) – Acho que a entrada hoje é sem fila, deve estar meio vazio lá
dentro.
Branco olha
Cíntia dos pés a cabeça, com ar de sedução. Cíntia balança sua pulseira e
retribui o olhar. Logo em seguida Branco e América entram. Sandra percebe tudo.
Sandra – Eu não
acredito Cíntia.
Cíntia – Em que?
Sandra – Você e
aquele vovô trocaram olhares maliciosos.
Cíntia – A malícia
está na cabeça das pessoas. Foi só uma olhadela boba.
Sandra – Ele é velho
e casado.
Cíntia – Mas garanto
que aquele touro adora comer um pasto verde, novinho e que não seja o dele.
Sandra – Você tá
passando dos limites, tá se tratando como mercadoria.
Cíntia – Você sempre
vai acreditar que o lobo é mau, enquanto insistir em ouvir apenas a versão da
chapeuzinho vermelho.
Cíntia
entra na discoteca. Pouco depois, ainda incrédula, Sandra também entra.
Corta para:
Cena 11.
Discoteca CELEBRARE/ SALÃO PRINCIPAL/ INT./ NOITE.
Planos
gerais do local. Salão sendo iluminado apenas pelo jogo de luzes do globo que
está pendurado no centro do teto. No palco, muita fumaça artificial. Donna está
cantando “Boogie Oogie Oogie”. Várias pessoas dançando. Close onde está Das
Dores, América e Branco sentados em uma mesa.
Das Dores –
Ai
mãe, tô achando isso daqui tão chato.
América – Eu fiquei
meio hesitante em vir, mas até que tô gostando. Deu um ar novo pra cidade.
Branco está
olhando a multidão, como se estivesse procurando alguém.
Das Dores –
Já
viu o Renato por aí, pai?
Branco nem
ouve e continua a procurar alguém por entre a multidão.
América – Desde que
chegamos aqui, seu pai tá assim, distante.
Das Dores
cutuca Branco, que leva um susto.
Branco
(assustado) – Oi minha filha?
América – Você tá
longe, tá procurando alguém?
Branco – Para de
bobeira, América. Tô é olhando o movimento, vim aqui pra isso.
Das Dores –
Pai,
o senhor já viu o Renato por aí?
Nesse
instante Branco vê, ao longe, Cíntia dançar com Sandra.
Branco
(saindo) – Acho que vi um amigo meu, já volto!
Das Dores –
Eu
hein. Vou pegar um champanhe, aceita?
América – Pega uma
garrafa duma vez.
Das dores
ri.
Close em
Branco chegando próximo a Cíntia.
Branco
(sussurrando) – Linda você, hein.
Cíntia – Obrigada!
Branco – Será que
teria como a gente conversar no banheiro feminino?
Cíntia – Tem sim.
Minha amiga e eu vamos entrar, quando a barra estiver limpa, você entra.
Cíntia sai
puxando Sandra.
Corta para:
Cena 12.
Discoteca CELEBRARE/ Banheiro/ Int./ Noite.
Cíntia está
passando um batom vermelho, enquanto Sandra esta ao lado dela, com cara de
“poucos amigos”.
Sandra – Eu não vou
fazer isso, é loucura. A mulher do cara tá aí.
Cíntia – Por favor,
eu te peço, me ajuda.
Sandra – Não, não
dá.
Cíntia – É minha
amiga ou não?
Sandra – Justamente
por ser sua miga que estou negando isso. Na vida a gente tem que aprender a
ouvir alguns nãos.
Cíntia – Se você não
me ajudar, incorporo a Nefertiti no salão e faço sexo com ele lá mesmo, o que
acha?
Uma mulher
sai do banheiro.
Cíntia – Agora tá
vazio, faz esse favor pra mim?
Sandra,
mesmo contrariada, pega as chaves e sai do banheiro.
Corta para:
Porta do banheiro/ parte de fora.
Branco está
fingindo que está se ajeitando no espelho que está na parede, quando Sandra
chega.
Sandra (a
Branco) – Não tem mais ninguém lá dentro, só ela.
Sandra
entrega as chaves para Branco.
Branco – Não deixa
ninguém entrar.
Branco
entra no banheiro e fecha a porta.
Sandra (pra
si) – Tomara que eu não me arrependa.
Nesse
instante, duas moças chegam ao local.
Sandra (as
moças) – Esse banheiro tá interditado, em manutenção. Por favor, usem o
executivo ao lado do bar. Obrigada!
As moças
saem.
Corta para:
Bar.
Das Dores
está no balcão esperando seu pedido, quando ao seu lado Carlão chega e pede uma
bebida.
Das Dores –
Ah
não, não acredito que você esteja aqui.
Carlão
vira-se surpreso.
Carlão – Não sabia
que aqui era proibida a entrada de pobres.
Das Dores –
Não,
não é. Mas deveria ser.
Carlão pega
Das Dores pelo braço e a puxa para um canto afastado. De longe Renato vê e vem
apressadamente.
Das Dores –
Me
solta seu grosso.
Carlão – Agora você
vai ouvir umas verdades, sua piranha!
Renato
chega e dá um soco em Carlão, derrubando-o no chão.
Renato – Quem é
piranha aqui?
Das Dores
fica assustada. Close no olhar de ódio de Renato.
Corta para:
FIM
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