Doze anos se
passaram e a cidade continua a mesma, o que mudou foi a terceira idade e o
jardim de infância. Um casal de noivos estavam sentados no banco de uma praça,
lendo o JORNAL MATINAL. Nele estava escrito a notícia do ano: o Jornal Matinal
estava completando um ano e o dono estava convidando todos os habitantes da
cidade à uma grande festa. Todos os funcionários do Jornal e os habitantes da
cidade estavam entusiasmados com a festança.
Gilda acordara
naquela manhã atrasada. Passou debaixo do chuveiro, engoliu seu café da manhã e
voou para o Jornal. Ela era a secretária do dono. Com os olhos inchados e com a
voz sonolenta, deu bom dia para seus colegas de trabalho que estavam na recepção.
Mônica, a recepcionista, foi logo soltando seu veneno pro porteiro:
- Ta vendo
Bigode? Só porque ela tem um caso com o patrãozinho, ela chega atrasada. Não
duvido nada que ela tenha dormindo na cama dele!
- Não fala o
que tu não sabe, Mônica. Eu nunca vi nada de mais entre eles. Você é que tem um
olho de raio x e uma língua do tamanho de uma girafa. – falou Fabrício.
- Olha aqui
Bigode, não me chama de uma coisa que não sou. – disse Mônica com raiva e saiu
retrucando. – Até parece, eu fofoqueira, imagina. Eu hein.
Gilda
continuou com o jogo do elevador. Chegou perto da sala do chefe e fez o sinal
da cruz em seu peito. Abriu a porta, entrou e disse:
- Com licença
senhor Marlon. Me desculpe pelo atraso, eu que houve um proble...
Marlon com
raiva, não deixou a moça terminar de falar e disse:
- Só não te
demito porque hoje é o grande dia. Hoje realizo o meu sonho de ser uma pessoa
de grande influência nessa cidade. Vá para o buffet Boi Gordo e veja se já está
tudo pronto. Pode sair.
Gilda saiu
apressadamente.
- Bigode, tu
viu o que eu vi? – perguntou Mônica.
- O quê ? –
respondeu Fabrício com outra pergunta.
- A Gilda foi
demitida. – falou Mônica, toda
entusiasmada.
- Como é que
tu sabe que ela foi demitida? – indagou o porteiro.
- Oxe! Ela
chegou atrasada e saiu apressada. Do jeito que o patrãozinho é enjoado, não
duvido nada. – respondeu a recepcionista.
- Você não tem
jeito mesmo, né!
- Se você
ficou triste, eu não posso fazer nada. Sei que hoje eu vou comer por mim e por
ela. Vou dançar até o pé rachar, é hoje que comemoro a saía dessa daí. Agora
posso ser a mulher do meu patrã...
- O que foi
que você disse?
- Nada não,
esquece. – disse Mônica saindo – Ô homenzinho fofoqueiro.
Enquanto isso,
Marlon comemorava em sua sala:
- Consegui.
Estudei, me esforcei, lutei e hoje sou um homem com poder. O meu jogo vai
começar e não vou demorar a encontrar um por um. Eles devem estar presos ou
estão limpando a rua. Eles diziam que eu seria um lixeiro e olha aonde consegui
chegar. Se eu tivesse escrúpulos, com certeza seria um gari como eles diziam.
Um brinde a minha vitória e um brinde a desgraça daqueles seis. Eles vão se
arrepender por terem cruzado o meu caminho.
Às 20:30
começou a grande festa. Quase todos vieram, menos os velhinhos que queriam
dormir. Na verdade essa hora eles estavam no quinto sono. Antes que o banquete
fosse servido e o DJ fosse liberado, Marlon discursou:
- Boa noite à
todos. É com muito prazer que vejo todos os meus queridos amigos, companheiros
de trabalho e todos os moradores dessa cidade maravilhosa. É com muita emoção
que festejo o primeiro ano de vida do meu, do nosso Jornal Matinal. Esse ano
foi muito gratificante ter trabalhado a verdade, a justiça e a informação de
ponta. Daqui pra frente só posso prometer o melhor. Todos os acontecimentos que
ocorrerem nesta cidade e em outra do nosso Estado, vocês ficaram à pá de tudo.
Quero que vocês confiem no meu trabalho sério, fiel e honesto, como também no
trabalho da minha equipe. Agradeço a todos por virem e ter prestigiado o nosso
jornal durante esse ano. Obrigado.
Depois que ele
terminou seu discurso, todos aplaudiram e assoviaram. O banquete e o DJ foram
autorizados. Todos dançavam e comiam. Várias garrafas de cerveja foram se
esvaziando. Marlon estava apenas comendo. Não podia beber. Hoje ele ia começar
a colocar seu plano em
prática. Assim que terminou de comer, foi para casa.
Chegando lá,
ele pensou no que ia começar a fazer. Depois daquele dia,doze anos atrás, ele
não tinha mais informações doa seus agressores. Pensou. Pensou. E já tinha um
norte por onde começar.
O sol raiava
naquela cidade de porte grande. Mais um dia de trabalho intenso. Marlon estava
na sua sala e telefonou para sua secretária:
- Venha por
favor até minha sala, Gilda.
- Sim senhor.
Gilda entrou
na sala e Marlon disse:
- Ligue
imediatamente para esse número.
O patrão
entregou um cartão com o número para a secretária.
- Eu falo com
quem?
- Peça para
que o detetive Devis venha até o jornal.
- Vou ligar
imediatamente.
Depois de sete
minutos, a secretária voltou com a resposta.
- Senhor, eu
marquei com ele para às 10 horas, tudo bem?
- Ótimo.
Quando ele chegar, deixe entrar imediatamente.
- Sim senhor.
Só isso?
- Só.
- Com licença.
Marlon ficava
andando de um lado para outro. Parecia que o ponteiro nunca ia chegar às 10
horas. Bebia café, chá e nada.
Finalmente a
secretária anunciou a entrada do detetive.
- Olá Sr.
Marlon.
- Olá detetive
Devis.
- Em que posso
ajudar?
- Preciso
muito dos seus serviços, detetive.
- Estou a seu
dispor.
- Bom, quero
que o senhor me dê informações dessas seis pessoas.
Marlon
escreveu os seus nomes e as suas características e entregou para o detetive. E
continuou dizendo:
- Mas quero
que o senhor não diga nada pra eles. É segredo. Assim que você encontrar eles,
me diga, não revele nada para eles. Prefiro eu mesmo fazer a surpresa.
- Está certo.
Assim que eu encontrar um deles eu lhe informo. O senhor é que vai se encontrar
com eles depois de tantos anos.Quando foi a ultima vez que você os viu?
- Faz doze
anos.
- Hum.
Desculpe por perguntar, mas são seus familiares?
- Não
detetive. São meus amigos.
-Certo. Vou
começar as investigações hoje mesmo.
- Isso mesmo.
Preciso urgentemente informações deles, tenho muitas novidades para contar que
estou guardando a anos.
- Então vou
começar as investigações.
- Ok. Não se
preocupe com o dinheiro. Quando o senhor trouxer a primeira informação, eu lhe
darei uma parte.
- Está certo.
Até logo Sr Marlon.
- Até logo
detetive Devis.
Quando o
detetive saiu, Marlon teve a certeza que a justiça seria feita, só não sabia
quando. O detetive Devis era famoso em encontrar pessoas e o chefe do jornal
deixava em suas mãos o grande passe de encontrar os seus “amigos”.
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