Iolanda Cavalcanti estaciona o veículo pouco atrás do carro
preto. Avista os dois homens e para a frente deles, fitando seus rostos. Haviam
alguns fotógrafos atrás de carros e árvores observando a situação.
- Bom dia. Como vão os senhores? – Indagara Iolanda.
- Muito bem. Mas quem seria... você? – Conrado fitara a bela
mulher.
- Iolanda Cavalcanti. Dona da empresa. – Sorriu. – E vocês?
Natan e Conrado riem disfarçadamente.
- Empresários. – Natan estendera sua mão para Iolanda. – Você
nos contratou, lembra?
- Sim. – Apertara a mão. – Vamos entrar?
Os três caminharam para a porta principal, onde havia um
segurança, e em seguida, ao entrar no prédio, foram até o elevador, onde havia
um ascensorista.
- Décimo segundo andar. – Disse, colocando óculos escuros.
Olhara para frente, com a cara fechada enquanto Conrado e Natan sorriam
sarcasticamente.
***
Música: Sol
de Paz – Strike.
Passavam-se das três horas da tarde. Bruna terminara de arrumar
seu cabelo e saíra do banheiro que havia no quarto hospital. Rafaela e Giulia
ainda recebiam medicamentos, e dentro de poucas horas receberiam alta.
Guilherme a esperava ao lado de fora do quarto. Abraçara Bruna
assim que a vira sair do local e dera um beijo em seu rosto.
Conversaram enquanto caminharam para a lanchonete. Sentaram um a
frente do outro. Guilherme estendera a mão e em poucos minutos um garçom
chegara a mesa.
- O que desejam? – Indagou, tirando de seu bolso um bloco e uma
caneta.
- Um suco de laranja. Sem açúcar, por favor. – Pedira Bruna.
- Dois. – Guilherme dera um pequeno sorriso com os lábios.
Permaneceram em silêncio por poucos minutos. Bruna colocara o
braço direito em cima da mesa, com a palma da mão para baixo.
- Bruna. Desde que saiu do quarto está quieta. Tá tudo bem?
- Não consigo parar de pensar no incêndio... tem alguma coisa
errada.
O garçom aproximara-se da mesa carregando uma bandeja em uma das
mãos. Colocara o suco na frente de ambos e saíra.
- Deve ter sido problema...
- Não Guilherme. Imagino que tenha sido algo além disso.
- Tipo o que?
- Tentativa de assassinato. Só resta saber quem está por trás
disso! – Pensou. – Não bastasse isso, ainda preciso arrumar um lugar para
ficar.
Guilherme aproxima sua mão a de Bruna e a toca. A mulher afasta
e leva o copo próximo a boca e ingere o líquido.
- Se quiser, eu posso oferecer a minha casa. Tem dois quartos de
hóspedes, com certeza cabe você, a sua irmã e sua sobrinha. Sem contar a
segurança. – Guilherme fitara a mulher. – O que me diz?
- Serei eternamente grata por ter me salvado, Guilherme. Mas nossa
relação é estritamente profissional! Obrigada, mas não posso aceitar.
- Entendo. Mas quem sabe...
- Preciso ir, Guilherme. Com licença! – Bruna ingerira o último gole
do suco e saíra apressada, enquanto Guilherme observava o seu copo ainda cheio.
***
Vivian, trajando um vestido preto na um pouco acima do joelho
toca a campainha de uma enorme residência. O mordomo abre a porta e Vivian
adentra aos berros.
- CARLOS HENRIQUE! CARLOS HENRIQUE!
Clarissa, trajando um vestido amarelo desce as escadas com as
mãos no ouvido e aproxima-se de Vivian.
- Que gritaria é essa? Quem é você? O que quer com o meu marido?
- Preciso falar com ele antes que uma tragédia aconteça! – Disse
Vivian, passando a mão pela testa.
- Que tragédia você está falando? – Carlos Henrique, trajando um
terno preto e segurando uma maleta preta adentrara no local.
- Não posso falar aqui. – Vivian fitara Clarissa.
Clarissa se retirara da sala e subira as escadas. Vivian e
Carlos Henrique sentaram-se em um sofá.
- A única filha que eu tenho é a Lara. Se você acha...
- Não acho nada! Só quero que ela não entre na mídia. Preservei
a minha filha durante vinte anos, não quero jogar meu esforço no lixo.
- E não jogará. A menina voltará para casa morrendo de medo do
papaizinho aqui. – Carlos Henrique sorri. – Olhando para você agora... lembro
daquela noite como se fosse ontem.
- Não passou de uma vingança. Agora a Lana está ardendo no
inferno, pagando por todos os crimes que cometeu desde menina. – Fitou o
relógio de pulso. – Deu a minha hora. Com licença!
***
Iolanda entrara em seu escritório. Conrado e Natan sentam-se nas
cadeiras a frente dela e aguardam o início da reunião.
Antônia bate na porta e adentra, enfurecendo Iolanda.
- O que você quer aqui? Ninguém te chamou!
- É que eu pensei...
- Pensou errado! Quem você pensa que é para...
- Imagino que ela seja a secretária. – Disse Conrado, fitando-a.
– Gostaria de um café, com adoçante.
Antônia assente com a cabeça e sai da sala, enquanto Iolanda
revira os olhos e entrega-os alguns documentos.
***
Carlos Henrique, ainda sentado no sofá, mexe em seu celular,
deslizando a tela para baixo. A campainha toca e após ser aberta pelo mordomo,
Alessandra adentra no recinto, ficando à frente de Carlos Henrique.
- Boa tarde. – Disse. – O meu nome é...
- Eu sei quem é você.
- Sabe?
- Sim. E se eu fosse você sairia daqui o mais rápido possível.
- Por que? – Indaga, fitando Carlos Henrique levantar-se e ficar
a sua frente.
- O que quer comigo, hein? Dinheiro? Fama? – Pressiona o seu
braço fortemente. - Porque parte da minha família você não vai ser NUNCA!
- Eu... – Alessandra desvencilha-se.
- Sai daqui! Anda! Tá esperando o que? E se colocar os pés aqui
novamente eu chamo a polícia!
Alessandra continua fitando-o
- SAI! – Carlos Henrique aponta para a porta. Alessandra sai.
***
Natan e Conrado, ao lado de fora da empresa conversam sobre o
golpe que aplicarão. Antônia, um pouco atrás, escuta a conversa.
- Em poucos dias essa empresa estará no buraco! E só nós
poderemos salvá-la. Daí...
- Vocês não podem fazer isso! – Antônia os interrompera. Natan e
Conrado se entreolharam.
***
Eram oito horas da noite. Bruna carregava o buquê e uma pequena
mala, com roupas novas que comprara para ela, sua irmã e sua sobrinha.
Adentraram em um quarto de hotel.
Havia duas camas: uma de casal e outra de solteiro, com uma
televisão LCD 39 polegadas a frente de ambas e outros objetos que faziam parte
da decoração.
Giulia deitara-se na cama de solteiro e adormecera. Rafaela
sentara-se na cama ao lado e fitara a filha, com um olhar triste.
- Algum problema, Rafaela? Algo que posso ajuda-la? – Indagara
Bruna, acariciando seus cabelos. Rafaela recordara a conversa que tivera com
Fausto mais cedo.
- Não precisa se preocupar. Consigo resolvê-los sozinha.
- Bom... Se você diz. Você quer comer alguma coisa? Ia pedir uma
pizza.
- Te acompanho. – Bruna afastara-se e fizera a ligação. Rafaela
fitara a filha ainda triste.
***
Fausto conversa com dois detentos quando um carcereiro abre a
cela, segurando outro presidiário, que é jogado para dentro do recinto.
- Mais um assassino para vocês! – Diz o carcereiro antes de
sair.
Assim que o carcereiro saíra, Fausto aproximara-se do homem, que
estava deitado, abraçando as suas pernas e olhando fixamente para o chão.
- Ei, você. – Fausto chutou sua perna. – O que fez para estar
aqui?
- Eu matei o namorado vagabundo da minha filha.
- Você o que? Fez a sua filha sofrer, é?
- Sim... – Olhou para Fausto, que lhe dera um soco no rosto. –
Pode me bater! Eu mereço! Mas fique sabendo que eu matei para proteger a minha
filha. Criei ela sozinha depois que a mãe abandonou ainda no hospital. Só que a
danada voltou e destruiu tudo... absolutamente tudo!
Fausto afastara-se e sentara-se em sua cama, olhando para o
detento, e lembrara a conversa que tivera com Rafaela.
- Será que estou fazendo o certo? – Disse para si.
***
Iolanda observara as vendas da revista no mês de Maio comparado
ao mês anterior e ao ano anterior. Houve uma grande queda de vendas.
- Droga! – Gritara.
***
Rachel abrira a porta de seu apartamento para um homem. Ele
vestia roupas simples e ela, um belo vestido longo florido, que escondia sua
verdadeira personalidade.
Levara o homem a um sótão. Era um local abandonado, sujo e com
pouca claridade.
- Qual o trampo, dona? – Indagara, dando voltas no local.
- Você vai sequestrar um menino e mantê-lo preso aqui. – Abriu
uma gaveta e mostrou ao homem o que havia: duas cordas, um pano, um vidro com
clorofórmio, um par de algemas e um bastão. – Use isso.
- O que a senhora quer que eu faça exatamente? Só trazer o
menino e amarrar?
- Você será pago para vigiá-lo, alimentá-lo e quem sabe...
tortura-lo.
- Entendi.
- Agora saia. Antes que alguém desconfie. – Olhara para a
janela. – Ah. Você irá morar aqui, como um amigo meu. Para ninguém desconfiar.
- Desculpa a curiosidade, mas o que pretende com a criança?
- Com a criança nada... O dinheiro que ela possui. Eu serei
rica. RICA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário