CENA
01. OCEAN. ESCRITÓRIO LÁZARO. INT. NOITE.
Continuação
do capítulo anterior. Lázaro se surpreende com a atitude de Felipe.
LÁZARO: - Eu ainda não estou entendo o que
você quer... Agora vem com essa conversa de parceria.
FELIPE: - Eu sei que pode ser confuso. Eu de
fato não deixei bem claro o que eu pretendo com você.
LÁZARO: - Não deixou mesmo.
FELIPE: - Eu proponho pra você uma parceria,
onde tanto você quanto eu sairíamos beneficiados.
LÁZARO: - Mas o que seria exatamente essa
parceria?
FELIPE; - Eu sou diretor financeiro da Best
Fish e conheço todos os projetos e processos que a empresa tem, o que ela faz
ou deixa de fazer e principalmente, o que ela pretende fazer... Não seria
interessante pra você conhecer os passos da sua principal concorrente no
mercado?
LÁZARO: - É claro que seria!... Mas porque
você está vindo me propor isso sendo parte da concorrência?
FELIPE: - Tenho os meus motivos, que mais
tarde eu poderei dizer para você, ou não. O que interessa para mim e para você
agora é saber se a parceria será formada ou não.
LÁZARO: - Não sei não. Isso me parece
arriscado demais.
FELIPE: - Arriscado pra quem? Você não terá
como perder essa. Saberá tudo da Best Fish e terá ferramentas suficientes para
atacá-la e tomar cada vez mais espaço no mercado. Isso não seria maravilhoso
para a Ocean?
Lázaro caminha pela sala,
pensativo, enquanto Felipe o fita com expectativa. Lázaro vira-se para Felipe.
LÁZARO: - Aceito a sua proposta.
FELIPE: - Sabia que você não iria recusar.
LÁZARO: - Mas não quero saber de fracassos!
FELIPE: - Não sou de fracassar. Pode
escrever. Tenho certeza que nos daremos muito bem.
Felipe estende a mão à Lázaro,
que retribui o cumprimento.
CENA
02. RESORT COSTA D’OURO. CLÍNICA ESTÉTICA. INT. NOITE.
Uma
cliente se despede de Virgínia. Enquanto a cliente e Virgínia conversam, Rúbia
ao fundo observa atentamente a bolsa da cliente, que está aberta e com a
carteira à mostra.
CENA
03. CASA SONIA. SALA. INT. NOITE.
Sônia
está indo para o seu quarto, quando a campainha toca. Ela vai até a porta.
Sônia abre e Silvana entra na casa dela, um pouco apreensiva.
SÔNIA: - Silvana? Aconteceu alguma coisa?
SILVANA: - Desculpa Sônia, mas eu precisava
vir aqui falar com você.
Sonia fecha a porta.
SÔNIA: - Senta Silvana.
Silvana e Sônia sentam-se no
sofá.
SÔNIA: - O que foi?
SILVANA: - Eu preciso é na verdade,
desabafar, Sônia. Não agüento mais ficar calada, sufocada!
SÔNIA: - Mas então desabafe, fale...
SILVANA; - Eu não sei mais o que fazer da
minha vida sem o Henrique. Eu vejo mais sentido pra continuar vivendo!
SÔNIA: - Silvana, por favor, não diga uma
coisa dessas!
SILVANA: - Mas é a mais pura verdade,
Sônia!... O Henrique é tudo pra mim. E agora que o nosso casamento acabou, eu
não sei mais o que fazer... Não consigo me conformar... Não consigo!
SÔNIA: - Mas você vai ter que se conformar,
Silvana. Não há o que fazer numa hora dessas... Você não pode continuar
sofrendo assim.
SILVANA: - Será que ele tem outra mulher,
Sônia? Você não sabe de nada?
SÔNIA: - Eu não sei! Isso eu não sei dizer a
você, Silvana!
SILVANA: - Porque só pode ser isso... Antes
ele era só paixão pra mim e depois não quer mais me ver, diz que não me ama...
Só pode ter outra mulher!
SÔNIA: - Olha Silvana, eu acho que você está
precisando dar um tempo pra você mesma... Sai daqui da cidade, faz um passeio,
uma viagem bem longa. Fica uns bons dias fora daqui e depois volta com a cabeça
mais relaxada... Você vai ver que vai ser bom pra você e essa angústia toda vai
passar.
SILVANA: - Será mesmo, Sônia?
SÔNIA: - É uma opção. Se você não quer mais
ficar sofrendo...
SILVANA; - Muito obrigada pelo apoio.
(abraçando Sônia) Você é uma grande amiga, sabia? Tenho um carinho enorme por
você. Muito obrigada por tudo!
SÔNIA: - Não precisa agradecer, Silvana. Só
quero que você fique bem. Só isso.
Silvana se levanta. Sônia a
acompanha até a porta. Silvana vai embora. Sônia fica pensativa.
CENA
04. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.
Tânia
conversa com Alberto.
TÂNIA: - As suas coisas para a viagem amanhã
já estão prontas, querido?
ALBERTO: - Já sim.
TÂNIA: - Está mesmo? Não está esquecendo
nada?
ALBERTO: - Não estou não... Por que tanto interesse
assim nas minhas coisas?
TÂNIA: - Não é interesse, querido... Só não
quero que você chegue lá no Rio de Janeiro e não consiga cumprir com seus
compromissos por ter esquecido, sei lá, um documento ou alguma outra coisa,
aqui em casa!... (fingindo) Você sabe que eu fico preocupada...
ALBERTO: - Não precisa se preocupar não, meu
amor... Vai dar tudo certo.
Alberto
vira-se para o lado e dorme. Tânia fica pensativa.
CENA
05. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER. / RODOVIA. CARRO. INT. DIA.
Imagens
de Praia Real ao amanhecer. Corta para a rodovia que liga a cidade do Rio de
Janeiro a Praia Real. No carro, dirigido por Charles, Alberto e Leandro
conversam.
LEANDRO: - O senhor acha que vai ser muito
complicado resolver esses problemas aí?
ALBERTO: - Não, não será tão complicado. Mas
será cansativo, com certeza. Serão mais de quatro reuniões, Leandro!
LEANDRO: - Então nós teremos que ficar lá
pelo Rio mesmo...
ALBERTO: - Provavelmente. (a Charles) Se você
puder andar um pouco mais rápido, eu agradeço, Charles.
CHARLES: - Estou indo o mais rápido que
posso, doutor Alberto. Se eu acelerar mais, posso ser pego pelo radar.
LEANDRO: - Deixa assim, doutor Alberto.
Chegaremos lá com tempo...
CENA
06. BEIRA DA PRAIA. EXT. DIA.
Fredy
e Lílian caminham pela beira da praia, trocando carícias, quando de repente,
Lílian se surpreende.
LÍLIAN: - Fredy, olha lá! (apontando para o
mar)
FREDY: - Olhar o quê?
Fredy e Lílian observam os barcos
da Ocean em alto mar.
FREDY: - São as embarcações da Ocean.
LÍLIAN: - Não tinha visto ainda... São
realmente enormes.
FREDY: - Mas a gente tem que ficar de olho.
Eles estão próximos da encosta do morro, onde não é permitido o trânsito de
embarcações desse tipo.
LÍLIAN: - É verdade. Vamos cuidar sim.
CENA
07. OCEAN. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA.
Lázaro
comanda as operações da Ocean com a presença de Felipe.
LÁZARO (aos diretores): - Está entendido?
Então, a partir de agora, a ordem é essa. Podem sair.
Os
diretores se retiram. Lázaro e Felipe ficam a sós na sala.
LÁZARO: - Você realmente está cumprindo com o
trato.
FELIPE: - Eu falei para você que poderia
confiar em mim. Essas informações que eu te dei, são valiosíssimas! Fazendo
tudo como deve ser feito, em pouco tempo a Ocean ultrapassa a Best Fish.
LÁZARO: - E aí eu serei o dono do mercado de
pesca do país!
Lázaro
vibra. Felipe o observa.
CENA
08. BEST FISH. SALA FELIPE / MARINA. INT. DIA.
Tomás
e Marina conversam.
MARINA: - Sabe que às vezes eu fico
preocupada com a boa fase da empresa...
TOMÁS: - Como é que é? Agora eu juro que não
entendi, Marina! Você está preocupada com a boa fase da Best Fish? Mas se ela
está numa boa fase não há com o que se preocupar, pelo menos nem tanto...
MARINA: - Mas eu fico Tomás.
TOMÁS: - E se preocupa exatamente com o quê?
MARINA; - Sei lá, com tudo!.. Tenho um
pressentimento de que a qualquer hora essa maré vai baixar e nós vamos passar
por muito trabalho pra conseguir se reerguer.
TOMÁS: - Nossa, agora você me assustou com
isso.
MARINA: - Ah, deixa pra lá Tomás! Não quero
ficar te aborrecendo com os meus pressentimentos, minhas neuras... Deixa pra
lá!... Mas e você e a Cristina? Como estão?
TOMÁS: - Estamos conseguindo levar uma vida mais
leve... A Cristina está aceitando fazer o tratamento de forma muito tranquila,
muito positiva.
MARINA: - Isso é muito bom, Tomás! Eu estou
torcendo muito para que você e a Cristina consigam superar essa barra.
TOMÁS: - Obrigado Marina. Nessas horas os
amigos são fundamentais, dando o apoio que a gente sempre precisa.
CENA
09. RESORT COSTA D’OURO. QUARTO HENRIQUE. EXT. DIA.
Adriano
entra no quarto de Henrique, que está lendo um livro.
ADRIANO: - Com licença, Henrique.
HENRIQUE: - Pois não, Adriano?
ADRIANO: - Tem um tempinho pra mim? Espero
não estar atrapalhando.
HENRIQUE: - Não está atrapalhando não. O que
você quer falar comigo?
ADRIANO: - Eu quero saber se você aceita
retomar a nossa parceria, do resort com a companhia de navegação... Você
aceita?
HENRIQUE: - Adriano, claro que eu aceito!
Essa parceria será ótima para a companhia!... E pro resort também, lógico!
ADRIANO: - Fico feliz por você ter aceitado.
HENRIQUE: - Eu estou indo agora mesmo para a
companhia, reorganizar minhas coisas. Quero sentar com a minha equipe e montar
novos pacotes de passeios... Depois eu trago para você analisar.
ADRIANO: - Claro, faça isso mesmo!
Adriano estende a mão em
cumprimento. Henrique o cumprimenta. Os dois firmam parceria.
CENA
10. RESORT COSTA D’OURO. CLÍNICA ESTÉTICA. INT. DIA.
Rúbia
faz as unhas de uma cliente da estática. Ao mesmo tempo em que atende a mulher,
Rúbia fica atenta à bolsa dela. O celular da cliente toca e ela atende. Rúbia
aguarda.
CLIENTE: - Alo?
(T)
CLIENTE: - Oi Val! Como vai?
(T)
CLIENTE: - Estou na estética do resort! É uma
maravilha...
(T)
CLIENTE (não ouvindo direito): - O que foi? O
que você falou?
(T)
CLIENTE: - Tá falhando a ligação! (vira-se
para Rúbia)
Aguarda só um minuto, já retorno para você
terminar as minhas unhas.
RÚBIA: - Não se preocupe.
A
cliente se levanta e se afasta, deixando a bolsa junto da cadeira. Rúbia
observa em volta para ver se não tem ninguém olhando. Aos poucos, ela se
aproxima da bolsa, abre e pega uma quantia em dinheiro da carteira da cliente.
Rapidamente, Rúbia guarda o dinheiro em seu bolso e guarda a carteira da
cliente na bolsa novamente. Rúbia disfarça. A cliente se aproxima.
CLIENTE (sentando-se na cadeira): - Demorei
muito?
RÚBIA: - Não demorou nada não.
CLIENTE; - Era uma amiga minha, queria saber
se eu estava livre no final de semana... Ela quer ir à Petrópolis, mas não quer
ir sozinha! Vê se posso com isso?
Rúbia
continua fazendo as unhas da cliente, que continua conversando.
CENA
11. IMAGENS DO RIO DE JANEIRO. / PRÉDIO COMERCIAL. INT. DIA
Imagens
gerais da cidade do Rio de Janeiro. O Cristi Redentor, a praia de Copacabana.
Corta para um prédio comercial de alto nível. Na sala de reuniões, Alberto e
Leandro conversam com outros executivos, explanando gráficos e debatendo
assuntos.
CENA
12. PROJETO AMBIENTAL. SALA CÉSAR. INT. DIA.
César
conversa com Fredy e Lílian.
CÉSAR: - Embarcações da Ocean?
FREDY: - Sim. Estão tomando o mar de Praia
Real.
LÍLIAN: - Seu pai sabe disso?
CÉSAR: - Sabe sim, acho que sabe...
FREDY: - Nós só precisamos ficar atentos no
trajeto desses barcos. Eles estavam próximos da encosta do morro.
LÍLIAN: - Seria até uma boa a gente entrar em
contato com a empresa para poder cadastrar as embarcações.
CÉSAR: - É uma boa idéia. Mesmo o projeto
ambiental sendo parte da Best Fish, a Ocean como também está em atividade por
aqui, precisa ter suas embarcações cadastradas também.
LÍLIAN: - Vou pra minha sala entrar em
contato com eles então.
Lílian
sai.
FREDY: - E você cara, como tá?
CÉSAR: - Estou bem, Fredy. Bem melhor agora,
com certeza.
FREDY: - Mas dá pra ver pela tua expressão de
felicidade, alegria, ansiedade, tudo!
CÉSAR: - É o amor, meu amigo, é o amor!... Eu
nunca pensei que fosse viver um amor desses, Fredy. A Brenda me completa
totalmente, eu me sinto o homem mais feliz do mundo quando estou ao lado
dela... É ela a mulher que eu quero pra viver comigo, pra sempre!
FREDY: - Ih! Já vai se amarrar de novo então?
CÉSAR: - Com a Brenda eu me caso, me amarro,
me prendo, quantas vezes for preciso!... Aliás, daqui a pouco eu já vou indo
embora, porque hoje eu e ela vamos passar a noite juntos.
FREDY: - Hum, sinto cheiro de uma noite cheia
de amor então...
CÉSAR: - Pode apostar, meu camarada!
Os
dois riem.
CENA
13. SHOPPING. LOJA DE VESTIDOS. INT. DIA.
Flashes
de Rúbia provando diversos vestidos. A loja é de roupas caras. Rúbia prova
vestidos, desfila, observa-se no espelho. Depois de escolher o vestido que vai
levar, ela vai até o caixa pagar. Rúbia retira de sua bolsa a quantia de
dinheiro que havia roubado da cliente na estética.
Rúbia
sai loja contente.
CENA
14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / RIO DE JANEIRO. CENTRO.PRÉDIO COMERCIAL.
EXT. NOITE.
Imagens
de Praia Real ao anoitecer. Corta para o Rio de Janeiro, já noite. Leandro e
Alberto saem do prédio comercial.
LEANDRO: - Essa foi a última reunião!
ALBERTO: - Gostou da maratona?
LEANDRO: - Se eu disser que sim, estarei mentindo...
Mas o bom é que conseguimos bons resultados para a empresa.
ALBERTO: - Isso é realmente o mais
importante. O bom é que também não precisaremos ficar aqui no Rio. Podemos
voltar pra casa hoje ainda.
LEANDRO: - Nossa, que maravilha!... Não vi
seu motorista aqui ainda...
ALBERTO: - Ele já deve estar chegando. Avisei
ele que estaríamos esperando aqui embaixo.
Charles
chega com o carro.
LEANDRO: - Chegou, vamos!
Alberto
e Leandro embarcam no carro e vão embora.
CENA
15. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Tânia
recebe Heraldo na mansão.
TÂNIA; - Chegou bem na hora!
HERALDO (agarrando Tânia): - Não iria me
atrasar logo hoje!
TÂNIA; - Calma aí, Heraldo!
HERALDO: - Não tem ninguém em casa, não é?
TÂNIA: - Não... César não está, Marina foi
pra casa da perua da Virgínia. E o Alberto está viajando... A mansão é só pra
nós hoje!
Os
dois se beijam até caírem sobre o sofá.
TÂNIA (levantando-se): - Calma Heraldo,
calma! Você está muito apressadinho... antes, eu preciso mostrar uma coisa para
você. Até porque, isso também será o motivo de comemoração no nosso encontro.
HERALDO: - Como assim, comemoração? Estamos
comemorando o quê?
Tânia
pega a caixa de Olga e mostra para Heraldo.
HERALDO: - O que é isso?
TÂNIA: - Isso aqui é a caixa da falecida Olga,
que o diabo a tenha!...
HERALDO: - Tá e daí?
TÂNIA: - E daí que nessa caixa, tem as
anotações da velha sobre mim, sobre o meu passado. Ou melhor, sobre o nosso
passado!
HERALDO (surpresa): - Mas como?
TÂNIA; - Ela tinha conhecidos que moravam
perto do bordel... Ela sabia que eu e você tivemos um caso, que eu engravidei e
que eu me casei com o Alberto por interesse.
HERALDO: - Minha nossa! Tudo isso está aí?
TÂNIA; - Tudo isso está aqui, nesses papéis,
nessa caixa que agora está nas minhas mãos! Ou seja, não precisamos mais ter
medo de que alguém descubra o nosso segredo, Heraldo!
HERALDO: - Então é por isso que você quer
comemorar também!
TÂNIA: - Mas é claro!
Heraldo
agarra Tânia novamente, que deixa cair a caixa com papéis no chão. Heraldo pega
Tânia pelos braços e sobe as escadas com ela no colo.
CENA
16. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.
Tânia
e Heraldo entram no quarto. Heraldo deita Tânia sobre a cama. Em seguida, ele
deita-se sobre ela e os dois se beijam, calorosamente.
CENA
17. APTO CÉSAR. QUARTO. INT. NOITE.
César
e Brenda passam a noite juntos. Os dois estão deitados sobre a cama, abraçados.
BRENDA; - Passei o dia todo pensando em você,
sabia?
CÉSAR; - É mesmo! Então foi por isso que eu
não consegui me concentrar no serviço... Os meus pensamentos estavam em você.
Acho que eles se encontraram e a minha cabeça só conseguia pensar em nós dois,
em nós dois!...
Os
dois se beijam, felizes. Aos poucos, Brenda vai perdendo o sorriso.
CÉSAR; - O que foi, Brenda?
BRENDA; - Lembrei da Rúbia agora. Eu sei que
não é o momento, mas me veio a imagem dela, indo embora lá do restaurante,
naquele dia da festa do vovô...
CÉSAR; - Foi triste mesmo. Mas foi o caminho
que ela trilhou.
BRENDA; - Não queria que fosse assim... Ela é
a minha irmã, eu deveria estar de bem com ela e não assim, sem contato algum!
CÉSAR: - Vocês vão se acertar, Brenda. Vai
ficar tudo bem entre vocês duas, assim como está tudo bem entre nós dois agora!
BRENDA; - Nós dois ficaremos assim por muito
tempo!
CÉSAR: - Muito, muito, muito tempo!...
Os
dois se olham profundamente.
BRENDA; - Eu amo você!
CÉSAR: - Eu também te amo!
Os
dois se beijam apaixonadamente.
CENA
18. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Alberto
chega em casa e vai seguindo em direção a escada, quando se depara com a caixa
de Olga caída no chão.
ALBERTO: - Mas, essa é a caixa da Olga... O
que está fazendo aqui em casa novamente?
Alberto pega a caixa e encontra
os papéis com anotações de Olga.
ALBERTO (vendo os papéis): - Anotações, e
anotações...
Alberto vai olhando os papéis,
quando se depara com certas anotações.
ALBERTO: - O que é isso aqui?...
VOZ DE OLGA (EM OFF): - Quando eu vi aquela
mulher entrando nessa casa, não tive dúvidas que a paz na família estava
ameaçada. Eu já conhecia ela de outros lugares. Lugares estes nada bons...
Conhecia de vista e de comentários feitos pela filha de uma vizinha minha. A
tal moça era mulher da vida. Ganhava dinheiro com o nome de Margot, mas pra não
ser reconhecida, adotou o nome de Tânia.
Alberto se surpreende e continua
a leitura.
VOZ DE OLGA (EM OFF): - Ela é esperta!
Preciso ficar de olhos bem abertos!... Ela já andava de caso com um sujeito sem
vergonha. Contam até que ela está grávida dele. Será que ela está querendo dar
o golpe da barriga no Alberto? Não, isso eu não vou deixar! Criei o Alberto
como se fosse meu filho! Essa mulher não pode enganá-lo assim! Não pode... Mas
se Deus quiser, o Alberto vai abrir os olhos e ver que essa mulher que ele diz
amar, é na verdade, uma grande golpista barata.
Alberto fica totalmente chocado.
CENA
19. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.
Tânia
e Heraldo conversam, deitados na cama.
HERALDO: - E então, o que você vai fazer com
a caixa da velha lá?
TÂNIA; - Primeiro eu vou queimar todos os
papéis que tem dentro. Ninguém pode saber que o César não é filho do Alberto.
Depois, coloco a caixa no lixo, sei lá...
HERALDO: - Só você mesmo pra conseguir manter
aquela velha com a boca calada durante todos esses anos!
TÂNIA: - Mas sabe que nem eu sei como isso
aconteceu?... a Olga poderia muito bem abrir a boca... Vai ser ela sabia que
comigo não tem brincadeira. Eu ia me ferrar, mas ela também ia pro buraco.
HERALDO: - Ela tinha algum pobre escondido?
TÂNIA: - Se tinha, eu não sei... Mas que eu
dava um jeito nela eu dava!...
Nesse instante, Alberto vai
abrindo a porta do quarto devagar. Tânia e Heraldo nem percebem.
TÂNIA: - Mas agora, tudo se resolveu... a
caixa está comigo e o Alberto nunca vai descobrir que o César não é filho dele.
Ou seja, vai continuar tudo como está!...
ALBERTO: - Aí é que você se engana, Tânia!
Tânia
e Heraldo se surpreendem com a presença de Alberto.
TÂNIA (surpresa/aflita): - Alberto?! O que
você está fazendo aqui?
ALBERTO: - Cala a boca sua vagabunda!
Mentirosa, ordinária!... E você, seu canalha, cachorro! Peguei os dois no
flagra!
Tânia
e Heraldo ficam apreensivos. Alberto os encara com ódio.
CENA
20. RESTAURANTE MARESIA. EXT. NOITE.
Felipe
caminha pelo calçadão quando passa em frente ao restaurante Maresia. Ele
percebe que há uma boa movimentação e decide no local.
CENA
21. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.
Felipe
entra no restaurante, senta-se em uma mesa. Sérgio, sem perceber quem é, vai
até à mesa atender o cliente.
SÉRGIO: - Boa noite amigo, qual vai ser o
pedido?
Felipe vira-se surpreso. Sérgio
também se surpreende.
FELIPE: - Você ainda está vivo!
SÉRGIO: - O que você está fazendo aqui?
FELIPE: - Eu vim comer algo descente, mas já
que é você quem está atendo, posso acreditar que a comida deve ser de quinta
categoria!
SÉRGIO: - Não fale assim do restaurante. É um
ótimo local.
FELIPE: - Um ótimo local tendo você como
atendente? Não brinca... Só de olhar pra essa sua cara já me dá nojo, me
embrulha o estomago! (levantando-se)
Sérgio segura Felipe e o empurra
de volta para a cadeira.
FELIPE: - O que você pensa que está fazendo
me empurrando desse jeito?
SÉRGIO: - Eu sou seu pai! E acho que já está
mais do que na hora de você me respeitar!
FELIPE: - Sabe quando isso vai acontecer?
Nunca!
SÉRGIO: - Saia daqui, Felipe, antes que eu
não consiga mais me controlar! Saia logo! Vai!
Felipe se levanta, encara Sérgio.
Os dois trocam olhares raivosos. Felipe sai. Sérgio procura se controlar. Guto
se aproxima.
GUTO: - O que foi Sérgio? O cliente foi
embora assim, de repente?
SÉRGIO: - Pois é, também não sei o que
houve...
GUTO: - Estranho... Mas vamos lá, tem outra
mesa ali esperando pra ser atendida.
Guto se afasta. Sérgio fica
pensativo.
CENA
22. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.
Tânia
e Heraldo estão nervosos. Alberto está totalmente irritado.
TÂNIA: - Alberto, querido, calma! Não vamos
resolver as coisas com ódio!
ALBERTO: - Você acha que eu sou o quê, Tânia?
Um idiota, um palhaço?... Talvez, até porque, você conseguiu me enganar durante
todos esses anos... Mas agora não! Agora chega!
TÂNIA; - Querido....
ALBERTO (gritando): - Não me chama de
querido! Cala essa boca suja, sua ordinária!
HERALDO: - Não fale assim com ela não!
ALBERTO: - Eu falo com ela do jeito que eu
quiser!
Heraldo dá um soco em Alberto,
que cai próximo do guarda-roupas.
TÂNIA: - Heraldo, não!
HERALDO: - Pode parar de gritar, o panaca!...
Alberto se levanta, abre o
guarda-roupas e vasculha suas coisas.
HERALDO: - O que foi? Tá chorando é? O soco
que eu dei doeu tanto assim?
Alberto vira-se para Heraldo
segurando um revolver.
ALBERTO: - Não, não doeu. Mas eu garanto para
você que o que eu tenho para retribuir vai doer ainda mais.
HERALDO (se afastando): - Calma, aí amigo,
calma! Cuidado para não se machucar!
TÂNIA: - Alberto, o que é isso?!
ALBERTO: - Isso aqui é o ponto final nessa
sua mentira, Tânia!... Você brincou com os meus sentimentos durante mais de
vinte e cinco anos!... O César, Tânia! O César! Você não vale nada mesmo!...
Pobre Olga, que guardou esse segredo com um pesar imenso, afim de me proteger
do sofrimento... Mas eu descobri a verdade, e parece que estou sofrendo bem
mais!
TÂNIA: - Alberto, largue essa arma, vamos
conversar de uma forma tranquila...
ALBERTO: - Eu não quero conversar! Você
conseguiu romper qualquer tipo de contato comigo. Você é suja, Tânia! Você é
covarde!
TÂNIA: - Eu fiz isso por amor!
ALBERTO: - Você fez isso pelo meu dinheiro,
sua vagabunda! Engravidou desse sem vergonha para dar o golpe da barriga no
idiota aqui!... Seu golpe funcionou, mas agora ele chegou ao fim.
Alberto
aponta a arma para Tânia, que está completamente nervosa. Depois, Alberto
aponta para Heraldo. Oscila entre os dois. De repente, Alberto dá sinais de que
não está bem, sentindo-se zonzo, sufocado. Tânia percebe.
TÂNIA: - Alberto, o que está acontecendo?!
Alberto
tenta se equilibrar, mas cai no chão. Heraldo rapidamente pega a arma. Tânia se
aproxima de Alberto, que está desacordado.
TÂNIA: - Alberto? Fala comigo, Alberto!
Tânia
tenta fazer Alberto acordar, mas ele não reage... Desesperada, ela coloca a
cabeça sobre o peito dele, para ouvir o coração e percebe que Alberto morreu.
TÂNIA: - Ele morreu, Heraldo!
HERALDO: - Como é que é?!
TÂNIA: - O Alberto morreu!
Tânia
e Heraldo se olham apreensivos.
HERALDO: - Como assim, morreu?!
TÂNIA (apavorada): - Morreu, oras! Não está
respirando, o
coração não está batendo... Minha Nossa
Senhora! Era só o que me
faltava!
HERALDO: - E agora o que a gente faz?
TÂNIA: - Eu não sei!... (caminhando de um
lado a outro do
quarto, pensando)
HERALDO (começa a rir): - Não sei se é sorte
ou azar... Ele
morrer aqui e deixar tudo pra você, de mão
beijada!...
TÂNIA: - Isso não tem graça, Heraldo!
HERALDO: - Pensa pelo lado positivo, Tânia!
Ninguém vai saber
que o César não é filho do Alberto, você vai
ficar com toda
grana dele e vai continuar vivendo na
mordomia!
TÂNIA; - Mas ele era um grande companheiro...
HERALDO: - Ah não, Tânia! Ficou com peninha
agora, é isso?
TÂNIA: - Você realmente não tem nenhum
sentimento, não é? Ele
era meu marido e eu vivi com ele bons
momentos.
HERALDO: - E agora vai viver muitos mais sem
ele, mas com toda
grana!
Tânia fica pensativa. Heraldo se aproxima do
corpo de
Alberto, tentando retirar o relógio do pulso
do cadáver.
TÂNIA: - Não mexa nisso!
HERALDO: - Mas ele morreu, não vai dar falta!
TÂNIA: - Para, Heraldo! Não faça nada... Eu
quero que você me
ajude a colocar ele na cama. Vamos!
HERALDO: - O que você está pensando em fazer?
TÂNIA: - Depois eu te explico. Faça o que eu
estou te pedindo,
logo!
Tânia e Heraldo colocam o corpo de Alberto na
cama.
HERALDO: - Pronto. E agora?
TÂNIA: - Agora você vai embora.
HERALDO: - No bom da festa? Agora sim a gente
deveria comemorar!
TÂNIA: - Não há mais tempo, Heraldo. Você
precisa sair daqui
agora!
CENA
23. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Tânia e Heraldo descem as escadas, e vão indo
em direção à
porta. Do outro lado da sala, Clarisse, que
ia entrando no
local, percebe a movimentação e se esconde.
Tânia se despede de
Heraldo com um beijo. Clarisse vê e se
surpreende. Tânia fecha a
porta e sobe as escadas rapidamente. Clarisse
fica
impressionada.
CLARISSE: - O que foi isso que eu vi?!
CENA
24. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.
Tânia troca a roupa de Alberto. Em seguida,
esconde a arma
e os papéis de Olga. Ela deita-se ao lado do
corpo de Alberto na
cama e se cobre. Fica calada por um tempo,
imóvel. Vira-se de
frente para o cadáver e o olha com piedade.
Vira-se para o outro
lado. Tânia fica pensativa. Depois de um
tempo, senta-se na
cama.
TÂNIA (gritando): - Alberto!
O grito é ouvido por toda casa.
CENA
25. APTO CÉSAR. QUARTO. INT. NOITE.
César e Brenda estão dormindo, abraçados,
quando o celular
dele toca. César atende.
CÉSAR: - Alô? Mãe?
(T)
CÉSAR: - Calma! O que houve?
BRENDA; - O que foi, César?
CÉSAR (ao telefone / chocado): - Como é que
é?
César se levanta rapidamente. Brenda fica
assustada.
CÉSAR (ao telefone): - Estou indo para aí
agora!
César desliga o telefone e começa a se
vestir.
BRENDA: - O que aconteceu, César?
CÉSAR: - Meu pai, Brenda. Meu pai morreu!
Brenda fica chocada.
CENA
26. CASA VIRGÍNIA. QUARTO MARINA. INT. NOITE.
Marina recebe um telefonema.
MARINA: - O que foi César? Me ligando a essa
hora...
(T)
MARINA (chocada): - Não me diga isso, César!
(T)
MARINA: - Não pode ser!
Nesse instante, Virgínia e Carvalho entram no
quarto.
VIRGÍNIA; - O que houve, Marina? Ouvimos sua
voz lá do nosso
quarto!
MARINA (a Virgínia): - O papai, mãe.
VIRGÍNIA: - O que tem o Alberto?
MARINA: - O papai morreu!
CARVALHO: - Morreu?! Mas como isso?!
MARINA (ao telefone): - Estou indo pra mansão
também, César!
(desliga o telefone)
VIRGÍNIA: - O Alberto! Não pode ser!
MARINA: - A Tânia ligou agora a pouco para o
César... Eu preciso
ir lá, mamãe!
VIRGÍNIA: - Claro, eu vou com você, querida!
Marina se arruma no quarto. Virgínia e
Carvalho saem.
CENA
27. CASA VIRGÍNIA. CORREDOR. INT. NOITE.
Virgínia entra no quarto. Carvalho vai
entrando no quarto
quando Rúbia o chama.
RÚBIA: - Papai, o que está acontecendo?
CARVALHO: - Uma tragédia, rúbia! Uma
tragédia!
RÚBIA: - Como assim?
CARVALHO: - O Alberto, pai do César e da
Marina, faleceu.
RÚBIA: - O Alberto?! Quando isso?
CARVALHO: - Agora a pouco. A Marina e a
Virgínia estão indo para
a mansão.
RÚBIA: - Eu vou junto! O César deve estar
precisando de apoio!
CARVALHO: - Melhor não, Rúbia. Agora é um
momento complicado, é
bom apenas a família estar lá neste momento.
RÚBIA: - Mas papai, eu pertenci aquela
família!
CARVALHO: - Eu sei, mas agora não é o
momento... Espere, por
favor.
Carvalho entra no quarto. Rúbia fica
pensativa.
CENA
28. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / CEMITÉRIO. EXT. DIA.
Imagens de Praia Real ao amanhecer. Corta
para o cemitério
municipal. Grande gramado. Ao fundo, segue o
cortejo fúnebre de
Alberto. CAM se aproxima. A imprensa em peso
comparece em peso
no local, registrando todos os momentos. César
segue abalado, acompanhado de Brenda. Mais atrás dos dois, Rúbia aparece,
cuidando para não ser vista por eles.
CENA
29. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.
Matheus e Alice trabalham no restaurante,
quando Helena
chega.
HELENA: - Matheus?
MATHEUS (surpreso): - Mãe? O que você está
fazendo aqui?
HELENA: - Eu vim aqui conversar com você.
Podemos? Em
particular...
ALICE: - Vocês podem usar o meu quarto.
CENA
30. CASA BRENDA. QUARTO ALICE. INT. DIA.
Helena e Matheus conversam.
MATHEUS: - Então, o que você quer?
HELENA: - Você não vai nem dar um abraço na
sua mãe?
Matheus se aproxima de Helena e a abraça, sem
muita
vontade.
HELENA: - Você está seco comigo. Está
distante de mim.
MATHEUS: - Tá bom mãe, fala logo o que a
senhora quer. Eu
preciso voltar para o serviço no restaurante.
HELENA: - Eu quero que você volte para casa,
Matheus.
MATHEUS: - Como é? Você está brincando, é
isso?
HELENA: - Claro que não, meu filho! Eu quero
ver você de volta
naquela casa, meu amor!
MATHEUS: - Mas foi você mesmo quem disse que
quando eu fosse
embora eu não voltaria mais.
HELENA: - Eu errei, eu sei... Nenhuma mãe
quer se ver longe do
filho. Por isso que eu vim até nesse
lugarzinho, me humilhar...
MATHEUS (interrompendo): - Você acha que vir
até aqui no
restaurante, é se humilhar?
Helena fica calada, consentindo.
MATHEUS: - Taí mais um motivo para mim não
voltar para casa.
Enquanto você continuar com esse pensamento
medíocre, mãe, eu
não pisarei naquela casa tão cedo. E agora
sou eu quem estou
dizendo!
HELENA: - Você está jogando fora uma vida de
ouro!
MATHEUS: - De nada me adianta ter uma vida
material de ouro, se
eu não sou feliz, se eu não tenho paz, se eu
não posso viver
como eu quiser e com quem eu quiser!... Não
adianta nada.
HELENA: - Eu quero ver como você vai se
sustentar e sustentar
essa pobre coitada, ainda mais com um filho
para criar!
MATHEUS: - Eu vou sustentar com o meu
trabalho! Com o suor do
meu emprego, mãe! E o seu neto vai ser muito
feliz!
HELENA: - Neto?
Helena começa a rir, debochada.
HELENA: - Eu não tenho neto nenhum! Ainda
mais sendo filho de
uma vagabunda como a Alice!
MATHEUS: - Vai embora daqui agora.
HELENA: - Você está me mandando embora?
MATHEUS: - Você não ouviu? (gritando) Vai
embora daqui! Sai! Vai
embora!
Helena se surpreende com a atitude de
Matheus. Um pouco
assustada, ela pega sua bolsa e sai sem nem
se despedir. Matheus
se entristece, mas tenta se mostrar forte.
CENA
31. CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.
Helena vai saindo da casa, quando encontra
Alice. As duas
se encaram.
HELENA: - Você conseguiu fazer a cabeça do
meu filho contra mim.
ALICE: - Eu não fiz nada, dona Helena. Foi a
senhora mesmo que
se colocou contra ele.
HELENA: - Mas isso não fica assim, sua vadia.
Não fica.
Helena sai. Alice vai ao encontro de Matheus.
CENA
32. CASA BRENDA. QUARTO ALICE. INT. DIA.
Alice entra no quarto e encontra Matheus
cabisbaixo. Ela se
aproxima dele e o abraça forte.
MATHEUS: - Será que essa guerra não vai ter
fim?
ALICE: - Vai sim, querido. Vai sim. E a paz
vai reinar, assim
como o nosso amor.
Os dois permanecem abraçados.
CENA
33. CEMITÉRIO. ENTERRO DE ALBERTO. EXT. DIA.
O padre encomenda o corpo de Alberto. Tânia
chora. Virgínia
a observa de longe, com Carvalho.
VIRGÍNIA (cochichando): - Olha lá a Tânia
chorando... quem não
conhece, pensa que é tudo verdade.
CARVALHO: - Virgínia, respeite a dor dela...
VIRGÍNIA: - Ela que tinha que se dar o
respeito, oras!... Falsa.
Num outro ponto, chegam Cláudia e Lázaro. Os
dois se
aproximam de Felipe.
FELIPE: - Lázaro...
LÁZARO: - Felipe, nossos sentimentos pelo seu
tio.
FELIPE: - Eu agradeço em meu nome e em nome
de toda família.
Realmente, foi uma perda muito grande para
nós todos.
CLÁUDIA: - Vou falar com a viúva...
Cláudia se afasta.
LÁZARO (cochichando): - Mas uma grande
vitória para a Ocean, com
certeza.
FELIPE: - Melhor do que podíamos imaginar. A
Best Fish agora
fica sem rumo sem o meu tio controlando...
Agora disfarça,
ninguém pode saber da gente.
Enquanto isso, Cláudia se aproxima de Tânia.
CLÁUDIA: - Eu nunca pensei que fosse te ver
nessa situação. É
triste mesmo. Meus pêsames.
TÂNIA: - Nem eu nunca pensei em ver você aqui
nesse enterro. Nem
convidada foi.
CLÁUDIA: - Só vim prestar minha solidariedade
para uma antiga
colega de trabalho.
Tânia olha firme para Cláudia, que abre um
sorriso de canto
de boca, debochado, e sai. Enquanto caminha
para próximo de
Lázaro, Cláudia sofre uma pequena torção no
pé, mas é amparada
por Sérgio.
CLÁUDIA: - Ai!
SÉRGIO (a segurando pelo braço): - Calma,
estou aqui pra
ajudar...
CLÁUDIA: - Obrigada.
Os dois trocam olhares fulminantes.
SÉRGIO: - Está tudo bem mesmo?
CLÁUDIA: - Está sim. Muito obrigada.
Cláudia se afasta. Sérgio fica a observá-la,
quando é
abordado por Virgínia.
VIRGÍNIA: - Sérgio, o que você está fazendo
aqui?
SÉRGIO: - Não poderia deixar de vir. Mesmo
depois da nossa
briga, eu sempre tive um carinho muito grande
pelo Alberto.
VIRGÍNIA: - Mas então venha mais pra cá. Se o
Felipe vê você
pode implicar.
Sérgio acompanha Virgínia. Num outro ponto,
Brenda consola
César, enquanto Rúbia os observa de longe,
enciumada. Não se
contendo, ela vai ao encontro do casal.
RÚBIA: - César...
BRENDA: - Rúbia?
RÚBIA (a Brenda): - Eu vim dar um abraço de
conforto no César.
(a César) Meus pêsames, César. Eu também
fiquei abalada com tudo
isso.
Rúbia abraça César. Brenda não gosta muito.
CÉSAR: - Obrigado, Rúbia.
RÚBIA: - Não precisa agradecer, César. Eu
sempre estarei ao seu
lado. Quando precisar, é só me chamar.
BRENDA: - Vamos César, vamos para junto da
sua mãe, da sua irmã.
Agora vocês precisam se unir.
César vai saindo.
RÚBIA; - Não vai adiantar você afastar ele de
mim. Nós estaremos
sempre juntos, Brenda.
BRENDA: - Você não respeita nem o luto das
pessoas. Dá um tempo,
Rúbia!
Brenda sai. Rúbia fica pensativa. Enquanto
isso, César se
aproxima de Tânia, a abraça. Marina joga
flores sobre o caixão
de Alberto, que vai descendo na cova. Outras
pessoas também
jogam flores. Tânia joga a sua flor e se
emociona.
De repente, ela avista ao longe, Heraldo,
escondido atrás de umas árvores. Heraldo acena para Tânia, que não corresponde.
Os funcionários do cemitério começam a fechar a cova. CAM mostra as pessoas em volta
e vai se afastando, abrindo plano sobre todo o cemitério.
CENA
34. CASA SILVANA. SALA. INT. DIA.
Silvana está na sala, sentada no sofá,
cabisbaixa. De repente, Henrique entra no local, carregado suas malas. Ele as deixa
no chão e se aproxima de Silvana.
HENRIQUE: - Já peguei todas as minhas coisas.
Não ficou mais
nada aqui.
Silvana permanece calada, olhando para
Henrique.
HENRIQUE: - Você vai ficar bem.
SILVANA: - Você sabe que eu não vou.
HENRIQUE: - Nós já conversamos sobre isso.
SILVANA: - Então porque você me fala essas
coisas? É para machucar ainda mais o meu coração? É isso?
HENRIQUE: - Eu não quero machucar você não.
SILVANA: - Então esquece essa história toda,
Henrique. Deixa
isso pra lá... Vamos voltar a ser o que era
antes!
HENRIQUE: - Nós não vamos mais ser o que
éramos antes, Silvana.
Não vai ser a mesma coisa, não vai ser igual!
SILVANA: - Então vamos tentar recomeçar! O
nosso amor merece uma
chance. Não deixe que esse sentimento que nos
uniu durante esses
anos se vá assim, dessa forma... Eu sempre
amei você, sempre me
dediquei à você.
Silvana se aproxima de Henrique.
SILVANA: - Eu te amo, Henrique, mais do que
tudo nesse mundo! Não há o que me faça mais feliz do que ver você, sentir o seu
cheiro, tocar sua pele... Isso não só alegra o meu coração, mas me fortalece,
me fez ver que a vida é muito mais bela, que o amor que a gente por uma pessoa
pode mudar a nossa vida completamente... Eu te amo, Henrique... Eu te amo.
Henrique se afasta aos poucos, fica um tanto
balançado com
a declaração de Silvana. Ele pega as malas e
sai. Silvana senta-se no sofá e chora.
CENA
35. CASA VIRGÍNIA. QUARTO RÚBIA. INT. DIA.
Rúbia está em seu quarto, arrumando suas
roupas numa mala.
Carvalho entra no local.
CARVALHO: - Filha, você foi embora do enterro
de repente...
RÚBIA: - Eu não estava no meu lugar, papai.
Foi melhor mesmo eu
ter vindo embora.
CARVALHO: - E porque está arrumando essas
malas?
RÚBIA: - Vou ficar um tempo fora.
CARVALHO: - Como assim, Rúbia, que história é
essa?
RÚBIA: - Não precisa se preocupar, papai. Eu
vou ficar bem. Mas
eu preciso desse tempo para mim, entende?
CARVALHO: - Entendo, claro. Só não esperava
que fosse assim, tão
de repente... Não vai me dizer nem para onde
você vai?
RÚBIA: - Eu só peço que o senhor torça por
mim.
CARVALHO: - Sempre estarei torcendo por você.
Os dois se abraçam. Rúbia sai. Carvalho fica
pensativo.
CENA
36. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Tânia recebe o conforto dos amigos, enquanto
Brenda consola
César.
BRENDA: - Agora você precisa ser forte,
César. Ajudar sua mãe e
sua irmã.
CÉSAR: - Eu sei disso. Muito obrigado por
você estar aqui do meu
lado, me apoiando. É muito bom contar com
você.
BRENDA: - Não precisa me agradecer não. Eu
sempre estarei do seu
lado. Sempre.
Num outro ponto, Felipe está escorado na
parede, quando
Tomás se aproxima dele.
TOMÁS: - É uma barra, não é?
FELIPE: - Com certeza. Nem sei como vai ser
agora, a família sem
meu tio.
TOMÁS: - É mesmo... E não só a família, não
é? A empresa também
vai precisar se fortalecer ainda mais agora.
Seu tio era a alma
da Best Fish.
FELIPE: - Era mesmo...
TOMÁS: - Sabe que, me surpreendeu a atitude
do presidente da
Ocean, de aparecer lá no enterro.
FELIPE: - É mesmo, Tomás?
TOMÁS: - Sim... E ele me pareceu até,
digamos, a vontade, como
se já tivesse contato com as pessoas dali,
enfim. Talvez tenha
sido impressão minha.
FELIPE: - É, pode ser. Ele poderia apenas
estar sendo gentil.
TOMÁS: - É verdade.
Nesse instante, Cristina se aproxima.
CRISTINA: - Vamos indo, Tomás?
TOMÁS: - Vamos sim. (a Felipe) Até mais,
Felipe.
FELIPE: - Adeus.
Tomás e Cristina saem. Felipe respira
aliviado. Enquanto
isso, Virgínia conversa com Marina.
VIRGÍNIA: - Agora, minha filha, você precisa
ficar de olho nos
negócios da família.
MARINA: - Mamãe, eu não estou com cabeça para
isso agora.
VIRGÍNIA: - Eu sei, minha filha... Mas é
importante você pensar
nisso sim. Não pode esquecer que você está rodeada
de gente
invejosa, gananciosa, que está louca para pôr
as mãos na grana
do seu pai. Eu não quero ficar enchendo a sua
cabeça com isso.
Só falo pelo seu bem.
MARINA: - Eu entendo, mamãe. Obrigada.
Nesse instante, Tânia discursa na sala.
TÂNIA: - Meus amigos. Hoje foi um dia muito
difícil para mim,
pela perda do meu amado Alberto. Com certeza,
ele fará muita
falta na minha vida, na vida dos seus filhos,
na empresa, em
fim, para todos... Eu agradeço o carinho de
todos vocês, mas
agora eu preciso me retirar. Só peço que
continuem orando pela
alma do meu querido Alberto e que Deus o
ilumine ainda mais lá
no céu. Muito obrigada.
César abraça Tânia, emocionado. Ela vai
subindo as escadas.
Os amigos presentes aos poucos também vão se
retirando da
mansão.
CENA
37. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / RIO DE JANEIRO.
AEROPORTO.
INT. NOITE.
Imagens de Praia Real ao anoitecer. Corta
para o Rio de
Janeiro, já noite. No aeroporto, Rúbia pega a
sua passagem no
balcão e caminha em direção a área de
embarque.
CENA
38. CASA PETRÔNIO. COZINHA. INT. NOITE.
Samantha e Bento conversam.
BENTO: - Como pode uma família ficar assim,
tão distante uns dos
outros...
SAMANTHA: - Você fala do que, Bento?
BENTO: - Da dona Helena, do Matheus, seu
Petrônio...
SAMANTHA: - Infelizmente isso tudo acontece
por causa da Helena.
Ela consegue fazer todo mundo brigar. E
depois quem sofre mesmo
é o Petrônio, que adora o neto.
BENTO: - Mas o Matheus não volta mesmo pra
casa?
SAMANTHA: - Acredito que não, infelizmente...
Foi a própria
Helena que disse para ele que se ele saísse,
não voltava mais.
BENTO: - Mas eu percebi nos últimos dias que
ela estava um pouco
cabisbaixa. Deve estar sentindo falta dele.
SAMANTHA: - O arrependimento dói, Bento. Dói
muito. E ela deve
estar sentindo isso.
Nesse instante, Helena entra no local.
Samantha e Bento se
calam.
HELENA: - Fazendo fofoca é?
SAMANTHA: - Não estávamos fofocando não.
Apenas conversando.
HELENA (indo até a geladeira): - Sobre o quê?
SAMANTHA: - Sobre várias coisas.
HELENA (pega o jarro c/ água, se serve): -
Sobre mim também?
SAMANTHA: - Não. Você nem entrou na pauta.
HELENA: - E meu pai? Está em casa?
SAMANTHA: - Está dormindo.
HELENA: - Vou tomar um banho e dormir.
BENTO: - Vai precisar de mim ainda, dona
Helena?
HELENA: - Não Bento, pode ir dormir também.
Helena sai. Beto e Samantha se olham.
CENA
39. CASA LÁZARO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Cláudia conversa com Lázaro.
CLÁUDIA: - Não sabia que você e o Felipe já
estavam tão
próximos.
LÁZARO: - O Felipe é um grande profissional e
uma ótima pessoa.
Infelizmente, passou por um momento difícil.
CLÁUDIA: - Isso é uma pena mesmo. Mas em
nenhum momento ele me
pareceu sofrer com essa perda do tio.
LÁZARO: - Cláudia, está duvidando do
sentimento das pessoas?
CLÁUDIA: - Não, longe de mim pensar isso. Mas
que eu fiquei com
um pé atrás com isso eu fiquei. Aliás, esse
Felipe nunca me
passou uma boa impressão.
LÁZARO: - Você está fazendo um mal julgamento
dele, querida.
CLÁUDIA: - Tomara mesmo, Lázaro, que eu
esteja enganada. Mas eu
só peço uma coisa para você. Fique de olhos
bem abertos. Você
está se aproximando demais dele.
LÁZARO: - Preciso de parcerias boas para
fazer a Ocean crescer
ainda mais!
CLÁUDIA: - E o Felipe precisará apenas de uma
oportunidade para
conseguir o que ele realmente deseja.
LÁZARO: - E o que é que ele deseja? Me diga?
CLÁUDIA: - Você que é tão próximo dele, não
sabe?...
Lázaro encara Cláudia.
Cláudia: - Pensa nisso, meu bem... Pensa
nisso.
Cláudia sai. Lázaro fica pensativo.
CENA
40. SÃO PAULO. CENTRO. EXT. NOITE.
Imagens do centro da cidade de São Paulo.
Avenidas
movimentadas, os bares fervilhando. A noite
paulistana a todo
vapor. Rúbia caminha apressada pelas ruas do
centro, carregando
sua mala.
CENA
41. SÃO PAULO. HOTEL BARATO. EXT. NOITE.
Rúbia entra num hotelzinho. Ela vai até o
balcão falar com
o atendente.
RÚBIA: - Tem um quarto vago?
ATENDENTE: - Tem sim.
RÚBIA: - Quanto é a diária?
ATENDENTE: - Sessenta e cinco.
RÚBIA: - E tem alguma refeição?
ATENDENTE: - Só o café.
RÚBIA: - Tudo bem, eu vou querer um quarto.
O atendente dá a chave do quarto para Rúbia,
que segue para
o interior do hotel.
CENA
42. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / SÃO PAULO. HOTEL BARATO. QUARTO. INT. DIA.
Imagens de São Paulo ao amanhecer. Corta para
Rúbia se arrumando no quarto do hotel. Ela sai do banho, enrolada na toalha.
Para em frente ao espelho. Penteia os cabelos e sorri, satisfeita.
CENA
43. SÃO PAULO. CENTRO. EXT. DIA.
Rúbia caminha pelas ruas do centro da cidade.
Está decidida, sentindo-se poderosa, determinada.
CENA
44. APTO VERA. QUARTO VERA. INT. DIA.
Cristina conversa com Vera.
CRISTINA: - Como você está Vera?
VERA (seca): - Estou melhor. Bem melhor.
CRISTINA: - Eu vim até aqui também para pedir
desculpas para
você pelo meu erro.
VERA: - Mais do que na hora. Pensei que você
nunca fosse se
retratar pelo o que fez na boutique, pelo o
que fez com a Glória
Colombo.
CRISTINA: - Eu sei que eu errei. Mas agora eu
estou me tratando.
VERA: - Sei disso. Por isso que eu aceito seu
pedido de desculpas, embora ainda me sinta um pouco chateada com tudo o
que aconteceu. Afinal de contas, a boutique
era um projeto que
eu amava tanto!
CRISTINA: - Eu também gostava muito da
boutique, Vera. Ela era
minha também.
VERA: - A Glória ficou chocada com o seu
comportamento na festa.
Aliás, todos ficaram chocados.
CRISTINA: - Eu vou me retratar com a Glória,
com todo mundo. Eles merecem uma explicação para aquele comportamento inadequado...
Mas agora você está falando comigo como se eu realmente tivesse culpa em tudo o
que aconteceu.
VERA: - Mas não teve?
CRISTINA: - Tive a minha parcela sim, mas não
posso ser crucificada por causa disso, Vera! Eu sou uma pessoa doente!
VERA (exaltada): - Você estava louca,
Cristina! Você é louca!
CRISTINA (surpresa): - Eu não acredito que
você esteja me
dizendo isso...
VERA: - Desculpa, desculpa Cristina.
CRISTINA; - Eu sei que eu deveria controlar o
meu comportamento,
os meus impulsos, mas eu não consegui! Mas eu
estava doente! Eu
estou doente ainda e estou tentando me
recuperar!
VERA: - Eu sei...
CRISTINA: - E o que eu mais preciso agora,
para me ajudar a ser
uma pessoa melhor, é o carinho e o apoio
daqueles que eu amo,
Vera.
Vera sente-se comovida.
CRISTINA: - E eu preciso de você, do meu
lado.
Vera não contém as lágrimas e abraça
Cristina.
VERA: - Desculpa por todas as grosserias que
eu falei para você.
Eu estava de cabeça quente... Eu quero que
você saiba que eu sempre estarei do seu lado. Sempre!
As duas estão emocionadas, abraçadas uma a
outra.
CENA
45. CONDOMÍNIO DE LUXO. EXT. DIA.
Lázaro leva Felipe para um condomínio de
luxo, onde há diversos apartamentos de alto nível.
FELIPE: - Lázaro, isso aqui é algo divino! Um
luxo só!
LÁZARO: - Que bom que gostou Felipe. Agora
você pode escolher
qualquer um desses apartamentos desse
condomínio. O imóvel será
seu.
FELIPE; - Como assim? Eu não estou entendo...
LÁZARO: - Eu estou dando de presente para
você um apartamento
nesse condomínio. Pode escolher qualquer um.
FELIPE (surpreso): - Lázaro, nem sei o que
dizer!
LÁZARO: - É só um presente por essa ajuda
inicial que você está
dando para a Ocean.
FELIPE: - Muito obrigado! Muito obrigado
mesmo! Morar aqui vai
ser fantástico!
Lázaro: - Vai ser mesmo... Mas antes, Felipe.
Eu queria que você
me respondesse uma coisa.
FELIPE: - O que você quiser saber. É sobre a
Best Fish não é?
Pode perguntar...
LÁZARO: - Não, não. O que eu quero saber não
é sobre a Best
Fish.
FELIPE: - Ah não?
LÁZARO: - Não. É sobre você.
Felipe fica surpreso.
LÁZARO: - Qual é a sua verdadeira ambição se
aliando a mim na
Ocean? Porque você está indo contra a empresa
da sua própria
família?
Felipe encara Lázaro, apreensivo.
CENA
46. SÃO PAULO. CASA CADU. SALA. INT. DIA.
CAM mostra a sala de casa de Cadu. A
campainha toca. Ele entra na sala e se aproxima da porta para atender quem
chama. Quando ele abre a porta, encontra Rúbia.
CADU: - Rúbia?
RÚBIA: - Oi Cadu. Posso entrar?
Cadu se surpreende com a visita inesperada.
FIM DO CAPÍTULO
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