domingo, 2 de agosto de 2015

Capítulo 43: Mar da vida

CENA 01. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

     Continuação do capítulo anterior. Brenda e César se beijam apaixonadamente, assumindo o seu amor. Guto fica totalmente desiludido. Ele rapidamente larga o violão e sai do salão do restaurante. Sérgio fica comovido.

CENA 02. RESTAURANTE MARESIA. EXT. DIA.

Guto senta-se num banco, do lado de fora do restaurante. Seus olhos estão marejados. Aos poucos, Guto começa a chorar, sentido por não ter Brenda ao seu lado.

CENA 03. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

Brenda e César comemoram.

BRENDA: - Você não sabe o quanto eu sonhei com esse dia! Eu mal consigo acreditar!
CÉSAR: - Mas pode acreditar sim, meu amor! Eu sou todo seu e não há mais nada nesse mundo que vá nos separar! Mais nada!

     César e Brenda se beijam, felizes.

CENA 04. CASA TOMÁS. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Patrícia está em casa, andando na sala de um lado a outro, um pouco nervosa. De repente, toca a campainha. Ela abre a porta rapidamente. É Rúbia, que entra na casa.

PATRÍCIA (surpresa): - Rúbia?! O que houve com você?! Está toda machucada!
RÚBIA: - Aconteceu o pior, Paty!... Aconteceu o pior!
PATRÍCIA: - Como assim, aconteceu o pior? Você foi assaltada? Te bateram?!
RÚBIA: - Antes tivesse sido assaltada...
PATRÍCIA: - Ai, entra aí que eu vou cuidar de você! Vamos lá dentro pegar umas roupas minhas e também uns curativos...

     Patrícia leva Rúbia para dentro de casa.

CENA 05. CASA TOMÁS. QUARTO PATRÍCIA. INT. DIA.

     Patrícia faz uns curativos em Rúbia, que já trocou de roupa.

RÚBIA: - Essa roupa com essas mangas ficou ótima... Assim ninguém vê os machucados que aquela vaca fez em mim...
PATRÍCIA: - Ai, fala logo Rúbia! Está me deixando aflita!
RÚBIA: - Eu fui expulsa da mansão, Paty.
PATRÍCIA: - Como é que é?
RÚBIA: - O César contou toda verdade para a família dele. Tudo! Todas as mentiras, os planos, tudo!...
PATRÍCIA: - Meu Deus do céu! E eles te lincharam, é isso?
RÚBIA: - Eles não... Mas aquela maldita da Tânia me deu uns tapas e me colocou pra fora de casa.
PATRÍCIA: - Nossa Rúbia, que triste isso...
RÚBIA: - Triste mesmo, Paty. Por isso que eu vim pra cá, porque eu não tenho pra onde ir...
PATRÍCIA: - Você está pensando em ficar aqui em casa, é isso?
RÚBIA: - Sim.
PATRÍCIA: - Desculpa, Rúbia...
RÚBIA: - Você não quer que eu fique aqui, é isso?
PATRÍCIA; - Eu até quero, e muito, mas agora não dá. Não dá mesmo... Enquanto você estava em viagem, nós tivemos problemas aqui em casa com a mamãe.
RÚBIA: - O que aconteceu?
PATRÍCIA: - Ela teve uma daquelas crises e acabou provocando um incêndio na boutique. Agora ela está numa clínica, com meu pai. E eu acho que o momento é de ficar centrada nela, cuidando dela... Entende?
RÚBIA: - Não, eu não entendo... Poxa Paty! Sempre que você precisa de mim eu estou lá te dando a mão. Agora que eu preciso de você, você está me negando ajuda?
PATRÍCIA: - Rúbia, não é assim!
RÚBIA (levantando-se): - Tudo bem, tudo bem... É bom saber que eu não posso contar com você, a minha amiga...
PATRÍCIA: - Rúbia, espera! Não é bem assim!

Rúbia sai. Patrícia tenta argumentar, mas Rúbia não dá ouvidos.

CENA 06. CASA ALBERTO. QUARTO BEBÊ. INT. DIA.

     Alberto, entristecido, entra no quarto que seria do bebê. Ele olha as mobílias, abre as gavetas. Retira umas roupinhas, mexe em uns sapatinhos. Alberto senta-se na poltrona. Está magoado. Tânia entra no quarto.

TÂNIA (limpando as mãos com um paninho): - Pronto, já despachei a vagabunda! Ela nunca mais vai por os pés aqui em casa! Aquela sem vergonha, ordinária!

     Alberto não dá ouvidos, compenetrado no seu sentimento de tristeza. Tânia percebe o sofrimento do marido e se aproxima dele, para confortá-lo.

TÂNIA: - Querido, não fique triste assim.
ALBERTO: - Tudo mentira, Tânia. Tudo. Esse neto era uma das minhas maiores alegrias. E foi tudo pro ralo...
TÂNIA: - Mas foi melhor assim. Aquela ordinária não seria uma boa mãe para o nosso neto. Ela é uma interesseira, mau caráter. Não seria bom conviver com uma pessoa daquelas, ainda mais criando um neto nosso, do nosso sangue!... Deus sabe o que faz!
ALBERTO: - Pena que tenha sido tudo assim, de uma forma tão triste, tão fria e covarde... Nos próximos dias eu tenho uma reunião no Rio de Janeiro. Mas não estou com cabeça nenhuma para o trabalho. Acho que vou cancelar.
TÂNIA; - Não, não querido! Você não pode parar a sua vida por causa disso! As coisas seguem!... Agora é o momento de levantar a cabeça e ir adiante!...

     Tânia abraça Alberto, o confortando.

CENA 07. APTO VERA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Vera conversa com Glória Colombo.

VERA: - Ai Glória, que bom que você aceitou o meu convite e veio até a minha casa. Pensei que depois daquela tragédia, você não quisesse nem ver a minha cara...
GLÓRIA COLOMBO: - Imagina, Vera! Aquilo foi um acidente... E eu vim mesmo para saber como tudo aconteceu realmente, pois saí de lá e não tive mais notícias!
VERA: - Eu nem sei por onde começar... Na verdade eu tenho até um pouco de vergonha de falar sobre isso...
GLÓRIA COLOMBO: - Sobre isso o quê?
VERA: - Acontece que a culpa, ou melhor, grande parte dela, foi por causa da Cristina.
GLÓRIA COLOMBO: - Por causa da Cristina? Mas porque ela teria culpa nisso tudo?
VERA: - Eu nunca comentei isso com você, por vergonha mesmo, Glória. Mas agora eu não posso mais ficar escondendo.
GLÓRIA COLOMBO: - Escondendo o quê, Vera? Você me deixa nervosa assim!
VERA: - Acontece que a Cristina é doente.
GLÓRIA COLOMBO: - Doente?
VERA: - Sim. A Cristina sofre de uma doença mental, de um distúrbio, uma coisa que altera o humor dela, o comportamento... Ela pode estar feliz sorrindo, como pode ficar, de uma hora para outra, irritada, agressiva...
GLÓRIA COLOMBO: - Meu Deus! Não sei nem o que dizer...
VERA: - E no dia do lançamento na boutique, ela teve uma crise, que resultou naquele incêndio pavoroso.
GLÓRIA COLOMBO: - Mas ela está se tratando, Vera? Isso é muito grave. Ela não pode ficar com esse temperamento irregular.
VERA: - Sim, está sim. O meu cunhado, o Tomás, ia levar ela numa clínica, para se tratar. Mas eu fico com o coração na mão. Estou muito preocupada. Tenho medo que ela fique louca de vez!
GLÓRIA COLOMBO: - Mas também não se pode pensar assim, Vera! Você tem é que ajudar a Cristina a superar esse problema. Tem que dar força a ela!
VERA: - Que bom que você veio aqui... além de eu me desculpar com você, você ainda está me dando uma grande força, Glória. Obrigada mesmo, do fundo do meu coração!
GLÓRIA COLOMBO: - Não me agradeça, Vera. Somos amigas, não somos? Então, amigos são para apoiar uns aos outros, nos momentos bons e ruins. E é isso que eu e você faremos com a Cristina também.

     Vera sorri para Glória, que segura firme na mão dela, passando confiança.

CENA 08. IMOBILIÁRIA. SALA DIOGO. INT. DIA.

     Diogo está em sua sala, quando alguém bate a porta.

DIOGO: - Pode entrar.

Clarisse abre a porta e entra na sala.

DIOGO: - Clarisse! Que surpresa boa!
CLARISSE: - Espero não estar atrapalhando.
DIOGO: - Você nunca me atrapalha, em nada, na minha vida. Adoro estar com você.
CLARISSE: - Eu também gosto da sua companhia. Aproveitei que o Charles saiu e vim aqui ver você.
DIOGO: - E fez muito bem!

Diogo e Clarisse trocam um selinho.

DIOGO: - Só um selinho? Você demora para vir aqui e me dá só um selinho?

Diogo abraça forte Clarisse e lhe dá um beijo. Enquanto os dois se beijam, uma funcionária entra na sala.

FUNCIONÁRIA: - Com licença, Diogo... (envergonhada) Ah, desculpe!

     Diogo e Clarisse se afastam, um pouco sem jeito.

FUNCIONÁRIA: - Eu volto depois.

A funcionária sai da sala. Diogo e Clarisse riem da situação.

CENA 09. HOSPITAL SÃO MARCOS. QUARTO. INT. DIA.

     Matilde, Sônia e Adriano estão no quarto com Joaquim e o médico.

MÉDICO: - Então seu Joaquim, como o senhor está?
JOAQUIM: - Estou ótimo! Não vejo a hora de sair daqui!
MATILDE: - Joaquim! Isso é jeito de falar com o doutor?
JOAQUIM: - Não me leve a mal, doutor... Eu fui muito bem tratado aqui, mas eu quero é voltar pra minha casinha.
MÉDICO: - Eu entendo o senhor, seu Joaquim. Por isso mesmo que eu estou aqui. Estou liberando o senhor. Já pode ir para sua casa.
SÔNIA: - Sério mesmo doutor?
MÉDICO: - Sim. Ele está ganhando alta. Mas é preciso se cuidar, seu Joaquim! Nada de excessos na alimentação, físicos e principalmente emocionais!...
MATILDE: - Pode deixar que a gente toma conta dele direitinho doutor.
MÉDICO: - Tenho certeza disso, dona Matilde.
JOAQUIM: - Então vamos logo para casa!

CENA 10. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

     Imagens de Praia Real ao anoitecer. Corta para o restaurante Maresia. Joaquim é recebido com festa no local.

SÉRGIO: - Que bom ter o senhor de volta, seu Joaquim!
JOAQUIM: - Eu também estou muito feliz em revê-los, Sérgio!

Brenda e César se aproximam.

MATILDE; - César?! Você aqui?!
CÉSAR: - Olá, dona Matilde!
JOAQUIM: - E a Rúbia? Onde ela está? Estou louco para ver ela com o barrigão, exibindo o meu bisneto!

César e Brenda se olham, sem jeito.

BRENDA: - A Rúbia não está vovô, mas mandou um abração!
JOAQUIM: - Mas não está por quê?

Nesse instante, Alice se aproxima.

ALICE (abraçando Joaquim): - Seu Joaquim! Que bom rever o senhor!

Joaquim conversa com Alice, enquanto César se aproxima de Brenda.

CÉSAR: - Como é que vamos explicar para ele tudo o que aconteceu?
BRENDA: - Também não sei, César. Mas não podemos fazer ele sofrer.
CÉSAR: - Então é bom a gente pensar num jeito logo, porque a Rúbia acaba de chegar.
BRENDA; - Como é que é?

Brenda se vira e vê Rúbia entrando no restaurante. Rúbia encara Brenda e César.

CENA 11. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Helena visita Tânia.

HELENA: - Eu vim o mais rápido que eu pude! Você estava tão estranha no telefone...
TÂNIA: - Estranha não. Eu estava irritada, odiosa... A ponto de matar alguém!
HELENA: - Calma Tânia!... Me explica o que aconteceu!
TÂNIA; - Sabe aquela vaida que era noiva do César?
HELENA: - Sei sim, a Rúbia... o que tem ela?
TÂNIA: - Uma grande golpista, sem vergonha!
HELENA: - Não me diga?!
TÂNIA: - Inventou a gravidez, gastou dinheiro do César, mentiu pra Deus e o mundo!
HELENA: - Mas como você ficou sabendo disso?
TÂNIA: - Eu sempre desconfiei daquela desgraçada. Hoje mesmo o césar voltou de viagem com ela e desmascarou a vagabunda na frete de toda família.
HELENA; - Mas bem feito pra essa interesseira!
TÂNIA; - Mas você não sabe da melhor!
HELENA: - Conta! Conta!
TÂNIA: - Dei uma surra na infeliz, que ela nunca vai esquecer na vida!

     Tânia e Helena riem.

HELENA: - Não posso acreditar nisso, Tânia!
TÂNIA; - Mas pode acreditar sim. Dei só na cara dela, pra aprender a não se meter mais com ninguém da minha família.
HELENA: - Pois você fez muito bem. As vezes é isso mesmo que eu tenho vontade de fazer com aquela vadia que o Matheus insiste em dizer que está namorando... A moça, se é que se pode chamar assim, não vale nada! É uma verdadeira interesseira, isso sim!
TÂNIA: - Mas porque você não faz isso? Dá uma surra nela, mostra quem é a dona da situação e tira ela da vida do seu filho.
HELENA: - Não posso fazer isso. A desgraçada está grávida dele!
TÂNIA: - Isso só pode ser uma praga, Helena!
HELENA: - E praga das grandes, das devastadoras mesmo!... Mas eu ainda vou conseguir separar aqueles dois. Ah se vou!

CENA 12. CASA LÁZARO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Cláudia e Lázaro estão na sala. Ele utilizando um notebook e ela lendo uma revista, não muito concentrada. Lázaro percebe.

LÁZARO: - Aconteceu alguma coisa, Cláudia?
CLÁUDIA: - Não aconteceu nada. Por que a pergunta?
LÁZARO: - É que, talvez seja impressão minha, mas desde aquele nosso jantar, você está diferente.
CLÁUDIA: - É impressão sua, querido.
LÁZARO: - Parece que encontrou alguém que mexeu com você.
CLÁUDIA: - De fato encontrei alguém sim, mas não mexeu comigo dessa forma que você fala não. Se mexeu, foi só para me embrulhar o estômago, pois a pessoa que eu encontrei, não desejo pra ninguém encontrar.
LÁZARO: - Surpresa nada agradável então?
CLÁUDIA: - Nem um pouco.

     Nesse instante, Tereza entra na sala.

TEREZA: - Com licença. O jantar já está pronto.
CLÁUDIA: - Obrigada Tereza. Pode servir.
TEREZA: - Sim. Com licença.

     Tereza sai.

CLÁUDIA: - Não vai jantar, Lázaro?
LÁZARO: - Vou sim, mas antes eu quero terminar de ver as notícias da Ocean na internet. Estamos em todos os sites importantes de notícias... A nossa vinda para o Brasil foi notícia em todo mundo!
CLÁUDIA: - Isso é muito bom!
LÁZARO: - Isso é ótimo, querida! É ótimo!

     Lázaro vibra.




CENA 13. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

     Rúbia entra no restaurante. Joaquim fica feliz em revê-la.

JOAQUIM: - Rúbia, minha flor!
RÚBIA: - Vovô! Que bom revê-lo!

Os dois se abraçam. Brenda e César observam. Matilde se aproxima de Brenda.

MATILDE: - É impressão minha ou aconteceu alguma coisa entre o César e a Rúbia, para eles estarem separados assim?...
BRENDA: - Aconteceu vovó... Vamos para um lugar mais calmo que eu conto tudo para a senhora. Não quero que o vovô sofra novamente.
MATILDE: - Como assim? É algo grave então?
BRENDA: - Muito grave.

Brenda e Matilde saem. Rúbia, ao mesmo tempo que conversa com Joaquim, fica a encarar César. Enquanto isso, Sônia/Lorena vai falar com ele.

SÔNIA / LORENA: - Fico feliz em ver você novamente, César!
CÉSAR: - Eu também digo a mesma coisa para você, Lorena!
SôNIA / LORENA: - O casamento anda as mil maravilhas então?
CÉSAR: - Nem tanto assim...
SÔNIA / LORENA: - Por que?
CÉSAR: - Logo logo você vai saber.



CENA 14. CASA BRENDA. SALA. INT. NOITE.

Matilde fica chocada com as revelações de Brenda.

MATILDE: - Isso que você está me dizendo, Brenda, não pode ser verdade! A Rúbia foi capaz de uma coisa dessas?!
BRENDA: - Foi vovó. Tanto é que o César descobriu e voltou para o Brasil o quanto antes. Inclusive terminou o casamento com ela.
MATILDE: - Como assim terminou o casamento?!.. Esa história é muito confusa, é tensa... Eu não consigo assimilar nada!...
BRENDA: - Eu sei que é complicado entender, mas é a verdade, vovó.
MATILDE: - Seu avô não pode nem sonhar com essa história...
BRENDA: - Mas cedo ou tarde, ele terá que saber vovó. Até porque, o César não está mais com a Rúbia, mas está comigo.
MATILDE: - Você e o César estão juntos?!
BRENDA: - Estamos.
MATILDE: - Agora é que eu não entendo mais nada mesmo...
BRENDA: - Com o tempo a senhora vai entender, vovó...
MATILDE: - A única coisa que eu entendo agora é que a Rúbia, fazendo todas essas maldades, precisa de um corretivo bem dado.

CENA 15. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

A festa para Joaquim segue animada. César está em um canto, quando Rúbia se aproxima.

RÚBIA: - Que você viria correndo para os braços da Brenda eu já sabia, mas não imaginava que fosse tão rápido. Você poderia pelo menos ter esperado um pouco. Nós ainda estamos casados, esqueceu?
CÉSAR: - Esqueci... E há muito tempo.
RÚBIA: - Você viu o vovô... Ficou tão feliz de ver eu e você juntos.
CÉSAR: - Para com essa conversa boba, Rúbia. Seu avô ainda vai ficar sabendo de tudo o que você fez. E aí eu quero ver se ele vai ficar feliz ou não.
RÚBIA: - Você não seria capaz de contar, não é?
CÉSAR: - Vontade não me falta... Mas hoje a noite é de festa. Não quero estragar esse momento tão bom pra ele.

Enquanto isso, Noêmia chega no salão e se aproxima de Joaquim.

JOAQUIM: - Você não poderia falar, hein, Noêmia? Comida e bebida à vontade, de graça...
NOÊMIA: - Deixa de ser mal agradecido, Joaquim! Tudo bem que eu gosto de filar uma festinha às vezes, mas hoje eu vim para ver você. Isso é o mais importante.
JOAQUIM: - Eu sei disso... Muito obrigado por comparecer!
NOÊMIA: - Apesar de me encher o saco, tirar sarro da minha cara por causa dos meus namorados lindos, eu gosto de você!

     Joaquim e Noêmia se abraçam. Enquanto isso, Matilde se aproxima de Rúbia.

RÚBIA: - Vovó, bem que vocês poderiam ter dado uma melhoradinha na decoração, não é? Só esses balãozinhos, fica tão simples...
MATILDE: - É simples, mas é de coração. E se você não gostou, pode ir embora. Aliás, você já iria embora gostando ou não da decoração.
RÚBIA: - Nossa, vovó! Por que a senhora está falando assim comigo?
MATILDE: - A Brenda me falou de todas as barbaridades que você fez Brenda, com o César, com ela, com o seu avô... Você não tem vergonha não?
RÚBIA: - A Brenda é uma mentirosa! Ela só inventou isso tudo pra me separar do César, vovó!
MATILDE: - Chega! Eu não quero ouvir mais nada!... Você vai sair daqui da festa de fininho, sem ninguém perceber.
RÚBIA: - A senhora está me expulsando daqui, é isso?
MATILDE; - Eu estou muito decepcionada com você. Infelizmente, não foi essa a educação que eu te dei.

     Rúbia, entristecida, vai saindo lentamente. Matilde fica com expressão triste por ter que mandar a neta embora, mas segura a emoção, tentando ser forte. Brenda se aproxima de Matilde.

BRENDA; - Ela vai aprender vovó e tudo vai ficar bem.
MATILDE: - Você não sabe o quanto eu estou machucada por dentro, por fazer isso com a minha neta...
BRENDA: - Tudo vai ficar bem. Essa dor vai passar... a senhora vai ver.
MATILDE: - Assim espero, Brenda... Assim espero!...

CENA 16. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Helena e Tânia conversam.

HELENA: - A conversa está muito boa, Tânia, mas eu preciso ir.
TÂNIA: - Obrigada querida pela visita. Fiquei muito feliz em ver você.
HELENA: - Não precisa agradecer não. Mas eu espero você lá em casa também, viu?... Agora deixa eu chamar um táxi. O Bento, meu motorista, teve que sair pra fazer um serviço pro papai. Me deixou na mão!
TÂNIA: - Não precisa chamar táxi nenhum, querida... Charles!... Charles!

Charles entra na sala.

CHARLES: - Chamou dona Tânia?
TÂNIA: - Chamei sim. Vamos levar a Helena em casa. Prepare o carro.
HELENA: - Você vai junto?
TÂNIA: - Vou... Eu vou... Assim a gente pode dar uma esticadinha na conversa.
HELENA: - Ótima idéia!...

CENA 17. CASA PETRÔNIO. EXT. NOITE.

     O carro de Tânia para em frente a casa de Helena. Helena desce do carro e entra no local. Tânia e Charles conversam no caro.

CHARLES: - Vamos para casa agora, dona Tânia?
TÂNIA: - Não, Charles. Vamos até aquele hotel onde o meu amigo está hospedado, lembra?
CHARLES: - Lembro sim.
TÂNIA: - Pois então, eu preciso dar uma palavrinha com ele.


CENA 18. CASA PETRÔNIO. QUARTO MATHEUS. INT. NOITE.

     Helena entra no quarto de Matheus e o Matheus de malas prontas.

HELENA; - O que você está fazendo, meu filho? Vai viajar novamente?
MATHEUS: - Não, mãe. Eu estou indo embora.

Helena começa a rir, debochada.

MATHEUS: - Não há nada engraçado aqui.
HELENA: - Como não? Você acaba de me dizer que vai embora!... embora pra onde, Matheus? Você não tem pra onde ir! O apartamento do seu pai, mal cabe ele... A não ser que você vai morar no barraco da sua namoradinha vadia... Ops, saiu sem querer!
MATHEUS: - Eu não vou brigar com você. Mas já que você está rindo, achando graça, pois bem... Que fique aí rindo, pois eu já vou embora.
HELENA: - Deixa de ser moleque, Matheus e desfaça essas malas, agora.
MATHEUS: - Eu falei que eu vou embora. Não vou desfazer nada!
HELENA: - Você está me tirando do sério com essa historinha, garoto!
MATHEUS: - Para mar! Para de me tratar como se eu fosse ainda uma criança! Chega! Eu cresci, eu já sou dono do meu próprio nariz, já sei me virar!... Eu estou farto das suas neuroses.

     Matheus pega as malas na cama e vai saindo, quando Helena se ajoelha, agarrando suas pernas.

HELENA: - Não faça isso comigo, meu filho, por favor!
MATHEUS: - Fazer isso o quê? Deixar você sozinha no seu mundinho?... Você mesmo fez isso. Eu não quero é ficar preso junto de você nessa vida fútil e sem valores.
HELENA: - Eu amo você, meu filho! Não vá embora!
MATHEUS: - Um pouco tarde para querer demonstrar amor, não acha?... Talvez um dia eu possa corresponder como você deseja.

Helena se levanta. Encara Matheus.

MATHEUS: - Outra hora eu volto para pegar o resto das minhas coisas.
HELENA: - Se você passar por essa porta com essas malas, não precisa nem voltar mais para pegar coisa alguma aqui dentro. Nessa casa você não entrará.

Matheus encara Helena, firme. Ele pega as malas e sai. Helena fica sozinha no quarto. Ela entra em colapso. Derruba objetos da prateleira, visivelmente irritada. Depois senta-se na cama e chora.

CENA 19. CASA TOMÁS. COZINHA. INT. NOITE.

     Patrícia faz um lanche, quando Tomás entra no local. Os dois conversam.

PATRÍCIA: - E aí pai, como está a mamãe?
TOMÁS: - Está bem. Tomou um dos medicamentos e está dormindo agora.
PATRÍCIA: - Será que ela vai ficar bem dessa vez?
TOMÁS: - Vai sim. A Dra Marília está dando todo o suporte que a gente precisa. E sua mãe está colaborando direitinho, tomando os remédios, seguindo todas as recomendações.
PATRÍCIA; - Não vejo a hora dessa fase ruim acabar logo!
TOMÁS: - Vai acabar filha.
PATRÍCIA: - Mas agora tem outra coisa que me deixa um pouco chateada.
TOMÁS: - O que foi?
PATRÍCIA: - É a Rúbia...
TOMÁS: - O que tem a Rúbia?
PATRÍCIA; - O César e ela terminaram o casamento.
TOMÁS: - Como assim terminaram o casamento? Que história é essa?
PATRÍCVIA: - É uma história complicada, pai... Mas só sei que ela ficou muito triste com tudo isso e eu não pude dar o apoio que ela precisava... Isso me dói tanto!
TOMÁS: - Oh, minha filha! Não fique triste desse jeito. Você e a Rúbia são grandes amigas. Ela vai entender que o momento que você está passando também é difícil.
PATRÍCIA: - Será papai?
TOMÁS: - Vai sim. Tenho certeza.

     Tomás abraça Patrícia, confortando ela.

CENA 20. HOTEL. QUARTO HERALDO. INT. NOITE.

     Heraldo e Tânia conversam.

HERALDO: - Encontro na sua casa amanhã à noite?
TÂNIA: - Isso mesmo. O Alberto não vai estar, terá um compromisso no Rio de Janeiro. E sempre quando ele tem esses compromissos, ele não volta para casa no mesmo dia.
HERALDO: - Isso significa que a gente pode aproveitar...
TÂNIA; - Totalmente!
HERALDO: - Sabe que eu sempre tive o desejo de agarrar você na sua cama, lá naquela mansão?
TÂNIA: - Então se prepara para realizar todo o seu desejo amanhã!
HERALDO (abraçando Tânia): - Mas hoje eu posso ter uma prévia, não posso?
TÂNIA (se esquivando): - Amanhã, Heraldo. Amanhã!... agora eu preciso ir. Não vá se atrasar, hein?
HERALDO: - De jeito nenhum!

     Tânia sai. Heraldo vibra.

CENA 21. RUA. CARRO DIOGO. INT. NOITE.

     Diogo leva Clarisse para casa no seu carro.

CLARISSE: - Pode parar aqui, Diogo!
DIOGO: - Mas ainda é longe, Clarisse. Eu posso deixar você em casa sem problemas!
CLARISSE: - É melhor não. O Charles pode ver e eu não quero confusão pra gente.

     Diogo para o carro.

DIOGO: - Tem razão. Mas eu fico preocupado deixando você aqui sozinha.
CLARISSE: - Não se preocupe comigo. Eu chegarei em casa segura.
DIOGO: - Já estou com saudades de você.
CLARISSE: - E eu de você. O nosso passeio foi maravilhoso!

     Diogo beija Clarisse.

DIOGO: - Amo você.

     Clarisse sorri tímida e sai do carro. Clarisse vai embora. Diogo fica a observá-la, enamorado.

CENA 22. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

     César e Brenda estão felizes. Guto se entristece ao ver os dois. Sérgio vai consolá-lo.

SÉRGIO: - Ei Guto, bora levantar esse astral aí!
GUTO: - Não tem nada que me faça levantar o astral hoje, Sérgio, depois do banho de água fria que eu levei... Por que o César tinha que aparecer hoje, logo hoje?!
SÉRGIO; - Também não sei, mas ele apareceu. E a Brenda está feliz com ele!
GUTO: - Ela poderia ser feliz comigo!
SÉRGIO: - Mas ela está com ele agora e não há o que  você possa fazer. Se você ama tanto a Brenda desse jeito, respeite as escolhas dela.
GUTO: - Eu só acho que ela poderia ter escolhido melhor...

     Guto sai. Sérgio fica com dó dele.


CENA 23. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.

     Tânia entra no quarto. Alberto está deitado na cama, lendo um livro.

ALBERTO: - Onde você esteve, Tânia?
TÂNIA: - Eu?
ALBERTO: - Sim, você mesma! Chegando a essa hora... Eu até me deitei um pouco mais cedo... Pensei que você faria o mesmo.
TÂNIA: - Ah, querido... A Helena veio aqui em casa.
ALBERTO: - A Helena é?
TÂNIA: - Sim... Veio aqui, nós conversamos, e agora eu fui com o Charles levá-la em casa. Por isso eu demorei um pouco.
ALBERTO: - Hum... Bom, eu já vou dormir. Amanhã tem a viagem para o Rio e eu preciso estar bem... apesar dessa história da Rúbia não me sair da cabeça um minuto!
TANIA: - Descansa mesmo querido. Nada como uma boa noite de sono para esquecer os problemas.

CENA 24. CASA VIRGÍNIA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Carvalho e Virgínia estão na sala, conversando.

VIRGÍNIA: - Eu fui convidada para o chá das Gérberas! Você tem noção do que é isso, Carvalho?
CARVALHO: - Noção eu não tenho, mas imagino que deve ser algo muito bom.
VIRGÍNIA: - É maravilhoso! Só a nata da nata da nata da alta sociedade comparece nesse chá e euzinha, Virgínia Rosenberg ganhei um convite!

De repente, a campainha toca.

CARVALHO: - Quem será? Está esperando alguém?
VIRGÍNIA: - Eu não. Ah, mas talvez deva ser a Sônia. O pessoal organizou uma festinha pro seu Joaquim. Talvez ela veio aqui buscar a gente. Eu vou abrir.

Virgínia abre a porta e se surprende.

VIRGÍNIA; - Rúbia?! Você aqui?!
RÚBIA: - Posso entrar?
CARVALHO: - Rúbia?! Entra minha filha!

Rúbia entra na casa.

VIRGÍNIA: - Mas você não deveria estar em lua-de-mel em Madri? E a sua barriga garota, o que aconteceu?
RÚBIA: - Eu preciso de ajuda, papai. Só o senhor pode me ajudar.
CARVALHO: - Claro que eu te ajudo, meu amor!

Rúbia abraça Carvalho, que afaga a filha. Virgínia fica um pouco desconfiada.

CENA 25. APTO FELIPE. SALA. INT. NOITE.

     Felipe está com seu notebook, fazendo anotações, quando a campainha toca. Ele atende a porta. É Osvaldo.

OSVALDO: - Desculpa vir sem avisar, mas eu precisava falar com você hoje mesmo.
FELIPE: - Não tem problemas. Entra.

Osvaldo entra. Felipe fecha a porta.

FELIPE: - Então, o que foi?

Osvaldo retira de dentro de sua pasta, uns papéis e entrega para Felipe.

OSVALDO: - Aí estão os documentos alterados e o extrato de sua conta no exterior, contendo todo o valor do desvio da empresa.
FELIPE: - Mais um golpe de mestre! E eu cada vez mais rico e poderoso!

Felipe vibra.

FELIPE: - Mas isso é mais fácil do que tirar doce de uma criança!
OSVALDO: - Não foi tão fácil não... Mas também não é nada de impossível.
FELIPE: - E você foi muito rápido, Osvaldo. Me surpreendeu e, positivamente.
OSVALDO: - Muito obrigado. Ah, já estão retirados daí os meus cento e cinquenta euros.
FELIPE: - Tudo bem, não tem problema. Pode ficar com eles... Eu ainda tenho milhões e milhões na minha conta!... Vamos beber! Vamos brindar!

     Felipe vai até o armário, pega uma garrafa de champanhe e duas taças. Entrega a garrafa para Osvaldo.

OSVALDO: - Você quer que eu abra?
FELIPE: - Claro Osvaldo! Esse vai ser seu último serviço comigo. Abrir uma garrafa de champanhe. Agora você também está bem de vida...

     Osvaldo abre a garrafa, serve Felipe e se serve também. Os dois erguem as taças.

FELIPE; - Um brinde à minha vitória.

     Os dois brindam.

CENA 26. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. DIA.

     Imagens de Praia Real ao amanhecer. Corta para casa de Virgínia. Na hora do café, Virgínia está sentada à mesa, sozinha. Pouco tempo depois, Rúbia entra no local e senta-se à mesa também.

RÚBIA: - Bom dia, Virgínia.
VIRGÍNIA: - Bom dia, Rúbia. Dormiu bem?
RÚBIA: - É, deu pra descansar um pouco. Colchão muito duro... Não estou acostumada com essas coisas.
VIRGÍNIA: - Pra quem não tinha onde ficar, você deveria era agradecer por ter um colchão pra dormir, não acha?
RÚBIA: - Calma, Virgínia! Não precisa ficar irritada não. Não falei por mal...
VIRGÍNIA: - Não estou irritada não, meu amor... Nem queira me ver irritada!... Mas eu só quero te dar um aviso: se você pensa que vai ficar no bem bom, vivendo às custas do dinheiro do seu pai, está muito enganada. Está ouvindo? Aliás... É muito estranho essa sua aproximação dele.
RÚBIA: - Estranha porquê? Ele é o meu pai!
VIRGÍNIA: - Pai esse que você sempre evitou, não é mesmo? Ele mesmo me contou que você morre de vergonha dele, do jeito dele. E agora vem toda cheia de carinhos, pedindo colo...
RÚBIA: - A minha história com meu pai só diz direito a mim e a ele.
VIRGÍNIA: - Mas agora diz direito a mim também, pois eu e ele estamos juntos e não quero vê-lo sofrer por ninguém. Nem mesmo pela filha que se faz de santa pra conseguir o que quer.
RÚBIA: - Você está tendo uma opinião totalmente errada a meu respeito, Virgínia.
VIRGÍNIA: - Então reze para eu estar errada mesmo, Rúbia. Mas reze muito. Você vai precisar...

     As duas se encaram.

VIRGÍNIA: - Mas para não dizer que eu estou totalmente contra você, estarei te esperando no resort mais tarde.
RÚBIA: - Esperando pra quê?
VIRGÍNIA: - Lá você vai saber.

     Virgínia levanta-se da mesa e sai. Rúbia fica pensativa.

CENA 27. CASA ALBERTO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

     Tomam café na mesa, Alberto, Marina, Tânia e César.

TÂNIA (a César): - Você chegou tarde ontem, meu bem. Fiquei preocupada.
CÉSAR: - Eu estava com a Brenda, mamãe.
TÂNIA: - Mas você mal largou aquela sem vergonha e já está com a outra?
ALBERTO: - Tânia, por favor! Estamos à mesa. Modere os seus comentários.
TÂNIA: - Desculpem... Mas é que aquelazinha, só de pensar, me ferve o sangue!
CÉSAR: - O meu também mamãe, mas vamos deixar isso de lado... O que passou, passou.
MARINA: - Isso mesmo César. Agora é bola pra frente.
ALBERTO: - Mudando de assunto então, amanhã mesmo estarei partindo para o Rio de Janeiro, resolver uns assuntos da empresa.
MARINA: - Coisa séria, papai?
ALBERTO: - Não muito, Marina. Burocracia, como sempre.
TÂNIA: - E você vai passar a noite lá também?
ALBERTO: - Ainda não sei, querida. Mas provavelmente sim. As reuniões demoram e você sabe que eu canso... É bem provável que eu fique no Rio e volte só no outro dia.
CÉSAR: - Bem, eu já vou indo lá. Hoje teremos uma palestra sobre habitação e preservação lá no projeto ambiental. Não posso faltar.
MARINA: - Que legal, César! Pena não poder ir para ver também, mas me mande o material. Fiquei interessada... Agora mais do que nunca é preciso alinhar os projetos de moradia com a preservação da natureza.
CÉSAR: - Pode deixar que mando pra você sim. (levantando-se da mesa)

     César despede-se de Tânia com um beijo.

TÂNIA: - Vá com deus, meu filho.
CÉSAR: - Obrigado, mamãe. Adeus papai, Marina... (saindo)
ALBERTO: - Adeus!
MARINA: - Boa palestra!

     César sai.

MARINA: - É bom ver que ele está tocando a vida depois de todos os problemas com a Rúbia.
ALBERTO: - É mesmo... E nós também precisamos tocar a nossa, não é? Vamos para a empresa?
MARINA: - Vamos sim.
ALBERTO: - Você vai ficar em casa, Tânia?
TÂNIA: - Não querido. Quero sair um pouco, fazer umas compras pra mim e pra casa também.
ALBERTO: - Ok. Boas compras então. Vamos Marina?
MARINA: - Vamos, claro.

     Alberto e Marina saem. Tânia fica sozinha na sala.

TÂNIA: - É hoje que eu consigo fazer o que eu quero...

CENA 28. CAIS DA OCEAN. EXT. DIA.

     Lázaro, acompanhado de funcionários da Ocean, diretores e imprensa. O cais está tomado. Cláudia observa o ato próxima ao marido. Tereza também está presente. Todos próximos a embarcações imponentes de pesca.

LÁZARO: - Caros colaboradores, diretores, imprensa. Hoje a Ocean começa de fato o seu trabalho em solo brasileiro. E é com muito orgulho que eu deu o aval para que estas geniosas embarcações possam explorar o nosso mar e extrair dele, os mais belos peixes, os mais belos frutos!

Todos aplaudem. Fotógrafos registram todos os momentos. Lázaro continua o seu discurso.

LÁZARO: - E esses peixes serão a nossa força, para que possamos fomentar o comércio, fortalecer o nosso mercado e partir rumo ao progresso.

     Mais aplausos. Lázaro sinaliza para que os funcionários dêem partida nas embarcações. Em pouco tempo, os barcos da Ocean começam a tomar o mar de Praia Real sob os flashes dos fotógrafos. Lázaro sorri feliz para Cláudia, que retribui.

CENA 29. PROJETO AMBIENTAL. AUDITÓRIO. INT. DIA.

     Diogo ministra palestra no projeto ambiental. Muitas pessoas acompanham o que ele explana. Fredy e Lílian assistem concentrados. De repente, César chega no auditório e senta-se ao lado deles.

CÉSAR: - E aí, perdi muita coisa?
FREDY: - Não muito... Ele começou faz pouco tempo.
LÍLIAN: - E está muito interessante mesmo!

Os três assistem a palestra.

CENA 30. PROJETO AMBIENTAL. AUDITÓRIO. INT. DIA.

A palestra já terminou. As pessoas aos poucos vão saindo do auditório. Diogo, César, Fredy e Lílian conversam.

LÍLIAN: - Parabéns Diogo! Você foi ótimo!
DIOGO: - Muito obrigado! Fico feliz que vocês tenham gostado.
FREDY: - Cara, você deu dicas muito boas pra gente fazer em casa e também reforçou outras bem conhecidas das pessoas, mas que ainda não estão sendo tão realizadas, como a separação do lixo.
CÉSAR: - Isso é fundamental principalmente para o processo de reciclagem.
DIOGO: - Eu sempre tive o hábito de separar o lixo na minha casa. E isso desde que eu era jovem como vocês.
CÉSAR: - Mas Diogo, nós precisamos repetir essa parceria. Pelo o que eu vi, não foi só nós que gostamos não! O público também achou bem bacana!
DIOGO: - Tanto é que levaram todos os meus cartões para contato!
LÍLIAN: - Então, já podemos combinar um novo encontro.
DIOGO: - Vamos sim, quando vocês quiserem.

Os três seguem conversando.

CENA 31. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

     Matilde, Sérgio e Alice conversam com Matheus.

MATILDE: - Bem, Matheus, você já trabalhou antes?
MATHEUS: - Nunca, dona Matilde. Em lugar algum...
MATILDE: - Certo... Então, sendo assim, acho que você, Sérgio, poderia nesses primeiros dias, auxiliar o Matheus no serviço dele. O que você me diz?
SÉRGIO: - Ajudo com certeza, dona Matilde. E até é bom ter mais alguém aqui... Já está chegando a temporada de grande movimentação aqui no litoral. O restaurante vai começar a receber muito mais clientes.
ALICE: - É verdade Sérgio. E trabalho não vai faltar!
MATHEUS: - E eu começo quando então?
MATILDE: - Hoje mesmo, meu querido!
SÉRGIO: - Podemos começar mostrando como funciona a nossa despensa, pra você conhecer como armazenamos as mercadorias, o que chega, o que sai...
MATHEUS: - Ok.
SÉRGIO: - Então venha comigo.

Matheus acompanha Sérgio. Alice fica feliz.

ALICE: - Muito obrigada, dona Matilde! Não sei como agradecer essa ajuda que a senhora está dando para o Matheus.
MATILDE: - Não precisa agradecer nada não, Alice. Ele é um bom garoto e também é o pai do seu filho. Me parece muito responsável e só precisava de uma oportunidade. E eu sei que ele vai conseguir honrar esse compromisso.
ALICE: - Vai sim!

As duas sorriem.

CENA 32. BEST FISH. SALA ALBERTO. INT. DIA.

     Alberto conversa com Felipe, Tomás e Leandro na sua sala, enquanto lê notícias na internet.

ALBERTO: - Vocês ficaram sabendo das ações da Ocean hoje pela manhã?
TOMÁS: - Saiu nos principais jornais e sites. Hoje eles lançaram suas embarcações ao mar.
FELIPE: - É mesmo?
LEANDRO: - É sim. E não são barquinhos não... São verdadeiros navios de guerra! Coisa de cachorro grande.
ALBERTO: - Mas não podemos nos rebaixar não, Leandro. Também temos equipamentos e embarcações de primeiro mundo!
LEANDRO: - Não estou nos rebaixando, doutor Alberto. Mas é preciso reconhecer que a Ocean chegou com força total aqui no Brasil e já está começando a tomar um bom espaço no mercado.

Felipe demonstra um pequeno interesse no assunto, mas procura se conter.

ALBERTO: - Mas isso será por pouco tempo. Não podemos deixar que eles tomem o nosso lugar...
FELIPE: - Então eles são poderosos mesmo.
ALBERTO: - De certa forma são, mas nós somos mais e seremos cada vez mais!... Falando nisso, Leandro, quero que você me acompanhe.
LEANDRO: - A que doutor Alberto?
ALBERTO: - Terei uma série de reuniões no Rio de Janeiro amanhã. Gostaria que você me acompanhasse. A Mônica não poderá ir, está cuidando de uns documentos, ainda sobre a Olga. Parece que é sobre imóveis que ela tinha no interior do Estado. Enfim...
LEANDRO: - Claro, doutor Alberto. Irei junto sim.
ALBERTO: - São reuniões para tratar de burocracias, documentação... Mas também podem ser muito úteis para firmarmos novas parcerias.
LEANDRO: - Entendo...
ALBERTO: - E depois destas reuniões, traçaremos novas estratégias de mercado para que possamos fortalecer ainda mais a nossa empresa e não deixar o nosso lugar ser tomado, por ninguém!

CENA 33. RESORT COSTA D’OURO. CLÍNICA ESTÉTICA. INT. DIA.

     Rúbia chega na clínica de estética. Sônia / Lorena vai recepcioná-la.

SÔNIA / LORENA: - Olá Rúbia! Como vai?
RÚBIA: - Estou bem, Lorena e você?
SÔNIA / LORENA: - Tudo ótimo. A Virgínia e seu pai estão esperando por você no escritório. É logo ali.
RÚBIA: - Obrigada.

Rúbia segue.

CENA 34. RESORT COSTA D’OURO. CLÍNICA ESTÉTICA. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

Rúbia entra no escritório.

CARVALHO: - Rúbia! Que bom que você veio!
RÚBIA: - Eu fui praticamente intimada, não é papai? Não poderia faltar...
CARVALHO: - Eu e Virgínia conversamos muito e decidimos te dar um presente.
RÚBIA (surpresa): - Um presente?!
CARVALHO: - Sim, minha filha. Um presente que vai ser muito bom pra você.
RÚBIA (empolgada): - E onde está esse presente?!
VIRGÍNIA: - Não é um presente material, Rúbia. Esse presente é um emprego aqui na clínica.
RÚBIA (um pouco decepcionada): - Um emprego?
CARVALHO (animado): - Sim, minha filha! Não é ótimo?!
RÚBIA: - É sim, é muito bom...
VIRGÍNIA: - Que bom que você gostou, Rúbia. E você pode começar hoje mesmo.
CARVALHO: - Contei para a Virgínia que você já tem experiência de manicure.
RÚBIA: - Mas faz muito tempo que não pratico, papai...
VIRGÍNIA: - Não seja por isso. Hoje você começa fazendo as unhas de algumas funcionárias do hotel e depois parte para os clientes de fato.
CARVALHO: - A idéia é ótima, Virgínia!
VIRGÍNIA: - Então, Rúbia, o que me diz? Você aceita o nosso presente?
RÚBIA: - Aceito sim.

CENA 35. PRÉDIO MÔNICA. PORTARIA. INT. DIA.

     O porteiro do prédio está varrendo a portaria, quando Tânia se aproxima.

TÂNIA: - Boa tarde.
PORTEIRO (gentil): - Boa tarde. No que eu poderia ajudar a senhora?
TÂNIA: - Eu gostaria de falar com a Mônica. Ela mora aqui, no sexto andar...
PORTEIRO: - Claro, a dona Mônica... Ah, acho que estou lembrando da senhora... Esteve aqui já um tempo atrás, não é?
TÂNIA: - Sim, estive, mas a Mônica estava viajando...
PORTEIRO: - Mas ela já chegou sim. Só um momentinho que eu vou avisá-la que a senhora está aqui...
TYÂNIA: - Não precisa avisar não. Eu gostaria de fazer uma surpresa para ela. É que somos muito amigas e faz tempo que não a vejo.
PORTEIRO: - Entendo... Bom, sendo assim, a senhora pode subir. O apartamento dela é o 603.
TÂNIA: - Muito obrigada. O senhor é muito gentil.
PORTEIRO: - Não há o que agradecer dona...

     Tânia entra no prédio.

CENA 36. APTO MÔNICA. SALA. INT. DIA.

     A campainha do apto toca. Mônica entra na sala e abre a porta.

MÔNICA (surpresa): - Dona Tânia?
TÂNIA: - Como vai, Mônica? Posso entrar?
MÔNICA: - Claro, por favor...

Tânia entra.

MÔNICA: - Confesso que estou surpresa com a sua visita.
TÂNIA: - Espero não estar atrapalhando alguma coisa...
MÔNICA: - Não está atrapalhando nada não.
TÂNIA: - Que bom... Mas Mônica, eu pretendo ir direto ao assunto, sem muitos rodeios.
MÔNICA: - Sente-se, dona Tânia.

Tânia e Mônica sentam-se no sofá.

MÔNICA: - Que assunto seria esse?
TÂNIA: - Eu sei que você recebeu do Alberto uma caixa que pertencia a Olga.
MÔNICA: - Recebi sim.
TÂNIA: - Então... Eu vim até aqui pedir aquela caixa para você.
MÔNICA; - A senhora quer a caixa que era da minha madrinha, é isso?
TÂNIA: - Sim, Mônica. Parece estranho, mas, é isso mesmo... a Olga era uma pessoa muito querida por mim. Eu tinha por ela uma admiração muito grande, afinal, ela trabalhou com a minha família e com a família do Alberto durante anos!... E aquela caixa seria uma lembrança muito valiosa que eu teria dela. Ela sempre me falava com tanto carinho dessa caixa...
MÔNICA: - Fico feliz, dona Tânia, em saber que a senhora gostava tanto assim da minha madrinha.
TÂNIA: - Eu gostava mesmo. Mas Mônica, eu entenderei se você não quiser se desfazer da caixa, afinal, a Olga era sua madrinha e você também deve querer guardar uma lembrança tão bela como esta.
MÔNICA; - Imagina, dona Tânia. Eu tenho muitas outras lembranças da dinda Olga. E já que a senhora tem tanto carinho por ela como eu, não me importo em dar a caixa para você.
TÂNIA: - Não se importa mesmo?
MÔNICA: - Claro que não. Aguarde aqui que eu pego a caixa num instantinho e entrego para a senhora.

Mônica levanta-se e sai. Tânia vibra discretamente.

TÂNIA: - Mas isso foi mais fácil do que eu imaginava!

Tânia aguarda um pouco. Mônica volta com a caixa nas mãos.

MÔNICA: - Aqui está.

Mônica entrega a caixa para Tânia.

MÔNICA (entregando para Tânia): - Aqui está a chave da caixa também.
TÂNIA: - A chave!... Você chegou a abrir a caixa?
MÔNICA: - Não, nunca abri...
TÂNIA: - E até nem é bom, não é? Remexer nos pertences de gente que já foi... Bem, já vou indo então. Muito obrigada, Mônica. Você realmente é uma pessoa especial!
MÔNICA: - obrigada, dona Tânia! Recebendo um elogio desses da senhora é uma honra!
TÂNIA: - Que é isso, minha querida... Eu só falo a verdade.
MÔNICA: - Eu acompanho a senhora até a porta.

     Mônica acompanha Tânia até a porta. As duas se despedem. Tânia sai. Mônica retorna para os seus afazeres.

CENA 37. APTO MÔNICA. CORREDOR. INT. DIA.

     Tânia fica satisfeita, com a caixa de Olga nas mãos.

TÂNIA: - Essa Mônica é muito ingênua mesmo... Agora está aqui, a caixa daquela velha ordinária!... Tudo comigo! Tudo!

CENA 38. CASA BRENDA. QUARTO ALICE. INT. DIA.

     Alice conversa com Brenda.

ALICE: - Estou tão feliz Brenda em ver o Matheus aqui perto de mim, trabalhando, buscando um futuro melhor pra ele pro filho...
BRENDA: - Isso é realmente maravilhoso, Alice. E como ele está reagindo com essa história de ser pai?
ALICE: - Melhor impossível, Brenda. O Matheus está sendo muito compreensivo e responsável... Acho que finalmente eu posso dizer que estou plenamente feliz!
BRENDA; - Eu também posso dizer o mesmo, amiga. Estou realizada com o César!
ALICE: - Finalmente vocês estão juntos e agora pra valer.
BRENDA; - E vai ser pra sempre. Pra sempre!

CENA 39. CENTRO DA CIDADE. RUA. EXT. DIA.

     Sônia caminha pelo centro da cidade, quando passa em frente a uma loja e esbarra em Cláudia, que estava saindo do local.

SÔNIA: - Cláudia?!
CLÁUDIA: - Não acredito nisso! Sonia, minha amiga!

As duas se abraçam felizes.

CLÁUDIA; - Como você está?! Meu Deus, quanto tempo!
SÔNIA: - Eu estou bem e você, pelo o que eu vejo, também, não é?
CLÁUDIA; - Querida, estou ótima!
SÔNIA: - Que saudades, Cláudia!... Tanta coisa aconteceu desde aquela época... Minha vida deu uma volta enorme... E eu sem a minha grande amiga para compartilhar tudo isso.
CLÁUDIA: - Não seja por isso! Eu sei que não podemos recuperar todos os anos perdidos, mas nuns minutinhos de conversa a gente consegue pegar um bom tempo. O que você acha?
SÔNIA: - Perfeito.

CENA 40. CAFETERIA. INT. DIA.

     Sônia e Cláudia conversam numa cafeteria.

CLÁUDIA: - Seu pai te expulsou de casa?!
SÔNIA; - Ele pensou que eu era como você...
CLÁUDIA: - Uma prostituta.
SÔNIA: - Isso mesmo.
CLÁUDIA; - Que horror... seu pai realmente nunca foi com a minha cara. Mas eu nunca tive nada contra ele, enfim... Mas e aí, o que você fez?
SÔNIA; - Fui embora para o Rio. Tive que abandonar as crianças. A minha filha e a sua.
CLÁUDIA: - Ah, a minha filha... Se eu ver na rua sou capaz de nem reconhecer. Também pudera, não vi ela nem mais de dois dias...
SÔNIA: - Você teve uma atitude que eu condenaria. Mas também teve os seus motivos.
CLÁUDIA: - E tive mesmo. Eu era mulher da vida, não tinha como ficar cuidando de criança. Não era pra mim!... Tanto é que logo que eu cheguei no Rio, conheci o Lázaro, que hoje é o meu marido.
SÔNIA: - E eu, depois de um bom tempo, conheci o Adriano e refiz minha vida, longe de Praia Real, do meu passado. Até que o Adriano decidiu abrir um resort na cidade e eu retornei. Acabei encontrando minha família e depois de muito sacrifício, fiz as pazes com meu pai.
CLÁUDIA; - Que coisa boa, Sônia!... e o Henrique?
SÔNIA: - O Henrique está bem. E veja só que coincidência. Está morando no resort.
CLÁUDIA: - E você e ele não têm dado umas escapadinhas não?
SÔNIA: - Claro que não! Está louca?
CLÁUDIA: - Ah, Sônia! Você sempre foi perdidamente apaixonada pelo Henrique!
SÔNIA: - Fui, mas isso há muito tempo atrás... Agora as coisas mudaram, Cláudia. Minha vida mudou.
CLÁUDIA: - A minha também. E vai ficar ainda melhor agora que eu reencontrei você. Você não sabe amiga quanta falta eu senti das nossas conversas, das nossas festas, das confidências!
SÔNIA; - Eu também, Cláudia. Mas agora nós não vamos mais nos separar.

     Sônia segura firme a mão de Cláudia. As duas sorriem, felizes.

CENA 41. CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.

     Joaquim está olhando TV na sala, quando alguém bate à porta.

JOAQUIM: - Pode entrar!

     Petrônio entra na sala.

PETRÔNIO: - Como vai esse velho lobo do mar?
JOAQUIM (surpreso / feliz): - Petrônio!
PETRÔNIO: - E então Joaquim? Vai ficar bom logo ou não vai?
JOAQUIM: - Claro que vou! E mais rápido do que você imagina!
PETRÔNIO: - Ih, tá com medo de perder a mulher é?
JOAQUIM: - Deixa de ser bobo, Petrônio. Você sabe que a Matilde só tem olhos para mim!
PETRÔNIO: - Eu sei sim... Mas não poderia deixar de vir aqui ver você.
JOAQUIM: - Fico feliz pelo seu companheirismo... Sabe que, agora, por um instante, lembrei-me da nossa época da Marinha...
PETRÔNIO: - Que tempo bom era aquele!
JOAQUIM (aos risos / nostálgico): - Lembra quando burlávamos as ordens do capitão Severo e escapávamos do serviço para jogar aquele futebol no campinho na encosta do morro?
PETRÔNIO: - Eu, você, Jorginho, Lúcio, Pedro, o Mathias...
JOAQUIM: - Todos já se foram.
PETRÔNIO: - E só restaram os dois turrões aqui. Você e eu!
JOAQUIM: - E vamos continuar por um bom tempo ainda, meu caro...

     Os dois riem.

CENA 42. HOTEL. QUARTO HERALDO. INT. DIA.

     Heraldo recebe um telefonema de Tânia. Cenas alternadas entre os dois.

HERALDO: - Pode dizer, minha flor!
TÂNIA: - o nosso encontro não será hoje à noite, Heraldo.
HERALDO: - Mas porque não? Eu já estava todo empolgado, Tânia!
TÂNIA: - Mas segura a sua empolgação por mais um tempo.
HERALDO: - Por quanto tempo?
TÂNIA: - Amanhã!... amanhã à noite a gente se encontra...
HERALDO: - Vai ser certo isso mesmo?
TÂNIA: - Claro que vai! O Alberto viaja amanhã mesmo. Teremos muito tempo para curtir... Ah, tem mais uma coisa.
HERALDO: - O que é?
TÂNIA: - Estou com a caixa da Olga. Aqui nessa caixa pode ter algo que me interessa muito. E você pode me ajudar, caso eu precise...
HERALDO: - Sei... Tudo bem, amanhã quando eu chegar aí na mansão, a gente vê como resolve isso. Mas antes, eu quero beijar você todinha!
TÂNIA; - Safado!... Te espero amanhã! Beijos!

Heraldo desliga o telefone.

HERALDO: - Essa mulher me deixa louco! Louco!

CENA 43. CASA TOMÁS. QUARTO TOMÁS. INT. DIA.

     Cristina toma os remédios sob os cuidados de Tomás. Ele alcança para ela uns comprimidos e um copo com água. Cristina toma a medicação.

TOMÁS: - E então, como você está se sentindo?
CRISTINA: - Estou muito bem. Mas estou cansada de ficar aqui dentro desse quarto... Quero ir lá pra rua, pro jardim, tomar um sol, ver o céu...
TOMÁS: - Vamos lá então!

CENA 44. CASA TOMÁS. JARDIM. EXT. DIA.

     Tomás leva Cristina para o jardim. Ela tira as sandálias dos pés e caminha descalça pelo gramado.

CRISTINA: - Como é bom Tomás sentir a energia da grama, da terra!... Vem aqui comigo! Vem!

     Tomás também retira os sapatos e se aproxima de Cristina. Ela segura a mão dele.

CRISTINA: - Fecha os olhos junto comigo... Sente só a brisa no seu rosto, o cantar dos pássaros, a luz do sol... Isso faz um bem incrível!
TOMÁS: - Pro corpo, pra mente, pra alma!...

     Os dois permanecem de mãos dadas, no meio do jardim, sentindo os efeitos da natureza.

CENA 45. RESORT COSTA D’OURO. CLÍNICA ESTÉTICA. INT. DIA.

     Patrícia conversa com Rúbia.

PATRÍCIA: - Eu só vim até aqui para dizer pra você que eu fiquei muito chateada com aquela situação lá em casa... Você sabe que eu sempre fui sua amiga e que nunca negaria nada para você. Mas naquele momento, eu não tinha como ajudar mesmo...
RÚBIA: - Tudo bem, Paty, tudo bem. Eu entendo... Eu que fui grossa, agi de forma precipitada, infantil com você. Você me desculpa?
PATRÍCIA: - Claro, Rúbia!

     As duas se abraçam.

PATRÍCIA; - Então quer dizer que você está trabalhando aqui no resort, é isso?
RÚBIA: - A Virgínia se fez de boazinha e me deu um emprego de manicure aqui na estética. Vê se eu posso com isso?!
PATRÍCIA: - Pelo menos você alivia um pouco a sua cabeça, não é? Toma um rumo na vida...
RÚBIA: - Mas trabalhando de manicure eu não terei rumo nenhum! Só se for pra decadência plena, Paty!... Eu vou ficar um pouco por aqui sim, mas não por muito tempo.
PATRÍCIA: - O que você está pensando em fazer, Rúbia? Não vai aprontar hein?
RÚBIA: - Não estou pensando em nada, Paty... Vou fazer igual a música... Vou deixar a vida me levar!...

CENA 46. CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.

     César e Brenda passeiam de mãos dadas pelo calçadão. Trocam beijinhos, carícias. Os dois sentam-se em um banco.

BRENDA: - Você é um fofo, sabia?
CÉSAR; - É mesmo? Não sabia não... (risos)
BRENDA: - Falando sério... Ao seu lado, eu me sinto tão feliz, tão amada!
CÉSAR: - Isso tudo é porque eu te amo mesmo, Brenda. Você é o amor que eu esperei por tanto tempo para descobrir, pra viver! E agora que eu e você estamos juntos, eu quero curtir cada momento.

Os dois se olham profundamente e se beijam, apaixonados.

CENA 47. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / CASA SÔNIA. SALA. INT. NOITE.

     Imagens de Praia Real ao anoitecer. Corta para casa de Sônia. Adriano conversa com Sônia.

ADRIANO: - Então a Rúbia começou a trabalhar na clínica hoje?
SÔNIA: - Começou sim. E olha que ela tem um bom serviço, viu? Caprichosa, organizada...
ADRIANO: - Ela sempre me pareceu um pouco arrogante, sabia?
SÔNIA: - É verdade, mas acho que ela mudou, depois de tudo o que aconteceu... Fim do casamento e tal... Ela viu que errou. E errou feio... Mas todo mundo merece uma chance, não é?
ADRIANO: - É verdade.
SÔNIA: - Falando em Rúbia, encontrei a Cláudia hoje!
ADRIANO: - Quem é Cláudia?
SÔNIA: - A Cláudia, a mãe da Rúbia, lembra? Aquela minha amiga da juventude...
ADRIANO: - Ah, lembrei sim! E aí, como ela está?
SÔNIA: - Está ótima! Linda!... Muito bem casada, com um rico empresário. Ele é o dono da empresa de pesca que chegou aqui na região.
ADRIANO: - Da Ocean?
SÔNIA: - Isso mesmo!
ADRIANO: - A Ocean é a principal concorrente da Best Fish. Hoje eles fizeram um mega lançamento das embarcações... Vai ser uma disputa grande entre essas duas empresas.

CENA 48. APTO VERA. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

     Leandro conversa com Vera.

LEANDRO: - Sabrina não vem jantar não?
VERA: - Sabrina não está nem em casa...
LEANDRO: - E está aonde?!
VERA: - Saiu com uns amigos pro barzinho...
LEANDRO: - Essa menina já está bebendo!
VERA: - Ai Leandro, deixa de ser careta! A menina já é maior de idade... E outra, ela não vai encher a cara no barzinho...
LEANDRO: - Mas é bom ficar de olho! Essa juventude anda muito apressada!
VERA: - E você cada vez mais neurótico! (risos)
LEANDRO: - Ah, antes que eu me esqueça... Amanhã cedo irei com o doutor Alberto para o Rio de Janeiro.
VERA: - Ah é?
LEANDRO: - Sim... Teremos uma série de reuniões. E como a Mônica não poderá ir, ele me escolheu para acompanhá-lo.
VERA: - Isso é muito bom, meu amor! Você está ficando cada vez mais próximo do dono da empresa!
LEANDRO: - Legal, não é?... Eu preciso arrumar minha mala, pois talvez nós não retornaremos amanhã mesmo, mas sim só no outro dia.
VERA; - Pode deixar que eu organizo suas coisas.
LEANDRO: - É por isso que eu te amo, minha vida, meu amor!

Leandro e Vera se beijam.

CENA 49. OCEAN. ESCRITÓRIO LÁZARO. INT. NOITE.

     Lázaro está em sua sala, organizando suas coisas para ir embora, quando a secretária entra na sala.

SECRETÁRIA: - Com licença, doutor Lázaro.
LÁZARO: - O que foi?
SECRETÁRIA: - Tem um rapaz aí fora querendo falar com o senhor.
LÁZARO: - Agora? Você não está vendo que eu estou indo embora? Mande ele voltar amanhã!

Nesse instante, Felipe entra na sala.

FELIPE: - Eu acho que não seria preciso eu voltar amanhã. Nós podemos ter a nossa conversa agora mesmo.
LÁZARO; - Mas o que é isso?
FELIPE: - Permita que eu me apresnete. Sou Felipe Cardoso Walker, diretor financeiro da Best Fish.

Lázaro se surpreende.

LÁZARO (à secretária): - Deixe-nos a sós. Agora!

A secretária sai rapidamente.

LÁZARO: - Diretor financeiro da Best Fish?... E o que você quer comigo?
FELIPE: - Quero cumprimentá-lo pelo seu excelente projeto de atuação aqui no Brasil. A Ocean realmente chegou com força total por aqui.
LÁZARO: - Estranho você, diretor da empresa concorrente, vir até aqui me elogiar...
FELIPE: - Não será nada estranho se eu propor para você uma parceria...

Lázaro fica surpreso.

FELIPE: - O que você me diz?

Felipe encara Lázaro.


               FIM DO CAPÍTULO

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