domingo, 2 de agosto de 2015

Capítulo 42: Mar da vida

CENA 01. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. INT. NOITE.

     Continuação do capítulo anterior. Tânia fica surpresa ao rever Cláudia. Lázaro e Cláudia se dirigem à mesa.

CLÁUDIA; - Que restaurante lindo, querido!
LÁZARO: - Sabia que você iria gostar. É o melhor da cidade.

     O cheff do restaurante vai pessoalmente à mesa recepcionar Lázaro e Cláudia. Do outro lado, Tânia não consegue tirar os olhos deles.

ALBERTO: - O que foi Tânia? Parece que viu algo estranho... Não consegue desviar o olhar...
TÂNIA: - Não é nada não... Acho que talvez tenha chegado alguém importante.
ALBERTO: - Como assim?
TÂNIA: - O próprio cheff foi recepcioná-los na mesa, assim como fez conosco.
ALBERTO (vira para trás): - É mesmo. Mas eu não os conheço... Você sabe quem são?
TÂNIA: - Não, também não faço a mínima ideia...

     Alberto continua o seu jantar. Tânia fica a observar Cláudia, um pouco incrédula.

CENA 02. BOUTIQUE POEME. EXT. NOITE.

     Tomás, Leandro e Vera conversam, enquanto Patrícia consola Cristina, que chora.

VERA: - Ela estava do mesmo jeito daquela noite da inauguração da Cia de Navegação... Eu sabia que não daria boa coisa.
LEANDRO: - Mas ela também bebeu?
VERA: - Não bebeu porque eu não deixei... E foi numa dessas intromissões que ela acabou derrubando os arranjos com as velas e causando essa desgraça toda... Eu estou arrasada!

     Vera começa a chorar. Leandro a consola.

TOMÁS: - Eu não sei mais o que fazer com a Cristina.
LEANDRO: - Acho que você sabe sim meu caro... O melhor que se há de fazer é interná-la.
TOMÁS:- Interná-la? Mas a Cristina não é louca!
VERA: - Mas vai ficar e acabar deixando todos nós loucos como ela!

     Tomás fica pensativo.

CENA 03. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Helena, Petrônio e Samantha assistem TV, quando de repente, a porta da casa se abre.

SAMANTHA (assustada): - Ai Meu Deus! Quem está entrando aqui?

De repente, Matheus chega de surpresa em casa, acompanhado de Alice.

PETRÔNIO (surpreso): - Matheus!
HELENA: - O que você está fazendo aqui?!
MATHEUS: - Eu voltei mamãe. Voltei para sempre e também para acertar uns assuntos com a senhora.

     Matheus e Helena se encaram.

CENA 04. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. INT. NOITE.

     Cláudia e Lázaro conversam. De longe, Tânia continua a observá-los. De repente, Cláudia se levanta da mesa e vai em direção ao banheiro. Tânia fica atenta.

TÂNIA: - Querido, vou ao toalete. Com licença.
ALBERTO: - Claro, fique a vontade.

Tânia se levanta e vai ao banheiro também.

CENA 05. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Todos ficam surpresos com a chegada de Matheus.

SAMANTHA: - Mas você não estava em Londres?
MATHEUS: - Estava Samantha. Mas eu voltei porque eu precisava resolver uns assuntos muito importantes para mim.
HELENA: - Não há nada mais importante para você do que a sua educação, meu filho! Você não poderia abandonar a faculdade assim e vir embora!
MATHEUS: - Quem não poderia fazer o que fez foi a senhora, mamãe!
PETRÔNIO: - O que está acontecendo aqui? Vocês se viram agora e já estão discutindo?
HELENA: - Para o senhor ver, papai, como ele é ingrato! E ainda por cima, traz essa ladra para dentro da minha casa!
ALICE: - Eu não sou ladra!
MATHEUS: - A Alice não é ladra e essa casa é minha também e portanto, eu posso trazer quem eu quiser!
HELENA: - Veja meu filho no que você se transformou depois que se envolveu com essa gente... Num garoto irresponsável, mal educado...
MATHEUS: - Você não tinha o direito de me separar da Alice de uma forma assim, tão covarde! Você mamãe, é uma vergonha para mim. Uma vergonha!
PETRÔNIO: - Matheus, não fale assim com a sua mãe!
MATHEUS: - Vem Alice, vamos embora!

     Matheus e Alice saem.

HELENA: - Espera Matheus! Você vai me ouvir agora! Espera!

     Matheus sai sem dar ouvidos à Helena, que fica irritada.

HELENA: - Era só o que me faltava agora! Era só isso!

     Helena se retira.

PETRÔNIO: - Meu Deus, o que foi isso agora?! Minha filha e meu neto se degladiando aqui, na minha frente e eu sem poder fazer nada!
SAMANTHA: - É tão triste ver mãe e filho brigando desse jeito...
PETRÔNIO: - Que situação...




CENA 06. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. BANHEIRO. INT. NOITE.

     Cláudia está em frente ao espelho, retocando a maquiagem, quando Tânia entra no local. Cláudia a vê pelo espelho e vira-se de frente para ela.

CLÁUDIA: - Estou com a leve impressão de que eu te conheço, mas não lembro de onde.
TÂNIA: - Mas eu me lembro e muito bem de você, Cláudia.
CLÁUDIA (surpresa): - Margot!
TÂNIA: - Tânia! Meu nome é Tânia!
CLÁUDIA: - Claro que é você, Margot! A vadia metida a chique! Claro!... Mas você conseguiu se dar bem na vida pelo jeito...
TÂNIA: - Acho que não sou a única aqui...
CLÁUDIA: - Mas eu consegui por amor e não por interesse.
TÂNIA: - Quem você pensa que é para falar desse jeito comigo? Agora eu sou uma mulher rica, poderosa!
CLÁUDIA: - Para mim você continua sendo aquela vadia sem graça!... Me lembro como se fosse hoje... Você perdida de amores por aquele pé rapado do Heraldo, um pé de cana sem serventia alguma... E depois me aparece grávida de um empresário. Uma armação e tanto, não é?
TÂNIA: - Você não sabe de nada da minha vida. E a vadia aqui é você. Largou aquele inútil que vivia no seu pé para fugir pro Rio de Janeiro.
CLÁUDIA: - Você está querendo se comparar a mim? Eu não precisei engravidar pra prender homem nenhum! Já você deu o golpe da barriga pra se dar bem... E o pior é que conseguiu. Coitado do seu marido.... Iludido até o último fio de cabelo.
TÂNIA: - Eu só não dou nessa sua cara de sem vergonha...
CLÁUDIA (interrompendo Tânia): - Só não dá em mim porque sabe que apanha, como daquela vez na praia... Ou você esqueceu da surra que levou de mim quando tentou pegar o meu cliente?

Tânia encara Cláudia.

CLÁUDIA: - Agora, se você me permite, eu preciso voltar à mesa. Meu marido está me esperando para continuar o jantar.
TÂNIA: - Você voltou porquê, hein?
CLÁUDIA: - O destino fez isso, o cosmos, sei lá!... Mas se eu reencontrei você aqui, é porque coisa boa não vem por aí.
TÂNIA: - Ah, mas não vem mesmo.
CLÁUDIA; - E pode escrever que para mim é que não está vindo.

     Cláudia se retira. Tânia fica pensativa.

CENA 07. HOSPITAL SÃO MARCOS. QUARTO. INT. NOITE.

     Matilde acompanha Joaquim, que está dormindo. Sônia chega no local.

SÔNIA: - Oi mamãe!
MATILDE: - Oi minha filha!
SÔNIA: - E aí, como ele está?
MATILDE: - Está dormindo, mas os médicos disseram que ele já está bem melhor.
SÔNIA: - Nossa, que bom!... E você mamãe, não quer descansar um pouco? Eu fico aqui com o papai.
MATILDE: - Não, minha filha. Eu não quero sair do lado dele agora.
SÔNIA: - Então eu fico aqui com você, te fazendo companhia.
MATILDE: - E o Adriano?
SONIA: - Ficou no resort, mas depois ia para casa. Mas eu avisei ele que passaria a noite aqui no hospital.
MATILDE: - Bom ter você de volta, próxima de mim.
SôNIA: - Eu também estou gostando, mamãe. E logo mais o papai também vai estar bem e nós poderemos comemorar. Juntos!

     As duas se abraçam.

CENA 08. CASA BRENDA. QUARTO GUTO. INT. NOITE.

     Guto está em seu quarto, compondo uma serenata para Brenda. Enquanto escreve a letra numa folha de papel, vai ensaiando os acordes com seu violão. De repente, Sérgio entra no quarto.

SÉRGIO: - Com licença, posso entrar?
GUTO: - Claro, Sérgio! Entra aí! Só fecha a porta...

     Sérgio entra e se aproxima de Guto.

SÉRGIO: - O que você está fazendo?
GUTO: - Estou fazendo uma serenata para a Brenda. Tenho certeza que ela vai gostar.
SÉRGIO: - Serenata é? Nossa... Você pegou fundo no romantismo, meu caro. Com certeza ela vai adorar. As mulheres adoram essas coisas.
GUTO: - É desta vez que eu conquisto a Brenda para sempre!
SÉRGIO: - Deixa eu ver o que você escreveu aí... Se quiser, posso te dar uma força..
GUTO: - É pra já! Olha aí, vê como ficou...

     Guto mostra a letra para Sérgio. Os dois seguem conversando.

CENA 09. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / AEROPORTO RIO DE JANEIRO. SAGUÃO. INT. DIA.

     Imagens da cidade do Rio de Janeiro ao amanhecer. Corta para o aeroporto. No saguão, Rúbia e César desembarcam. Ambos estão sérios, expressões fechedas, caminhando rapidamente.

RÚBIA: - Pra quê tanta pressa assim?
CÉSAR: - Para terminar mais rápido com essa farsa.

Os dois caminham por entre os passageiros que também desembarcam.

CENA 10. EMPRESA OCEAN. INT. DIA.

     Lázaro visita as dependências da Ocean, acompanhado de uma pequena comitiva de diretores e funcionários. Ele passa por diversas salas, escritório e a sala de máquinas.

CENA 11. OCEAN. SALA LÁZARO. INT. DIA.

     Lázaro se reúne com os diretores.

LÁZARO: - Caros senhores. O que eu vi hoje me prova que a Ocean tem tudo para ser a líder do mercado de pescados no Brasil e também na América Latina! Em nenhum outro lugar eu vi tão perfeitas instalações, equipamentos modernos... Um verdadeiro arsenal de trabalho de qualidade e eficaz! Tudo o que nós precisamos para seguir adiante. Porque não viemos para o Brasil para ficar para trás. Queremos o topo e chegaremos ao topo, com certeza!

     Lázaro é aplaudido calorosamente, enquanto cumprimenta alguns diretores.

CENA 12. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Tãnia está na sala de estar, sentada no sofá, enquanto Marina e Alberto descem as escadas, preparados para irem à Best Fish.

ALBERTO (a Marina): - Pegou os documentos que eu pedi para você?
MARINA: - Peguei sim, papai.
ALBERTO (a Tânia): - Estamos saindo, querida.
TÂNIA: - Bom serviço para vocês.
ALBERTO: - Vai ficar por casa?
TANIA: - Talvez eu vá ao shopping mais tarde, mas ainda não decidi...

Nesse instante, a porta da sala se abre. César e Rúbia chegam em casa para surpresa de todos.

ALBERTO (surpreso): - César?!
MARINA: - Mas que surpresa é essa?! Já vieram embora?!
TÂNIA: - Mas, pensei que vocês não viessem tão cedo!
CÉSAR: - Bom dia para todos... Pois é mamãe, eu também tinha essa esperança de não retornar tão cedo, mas houveram acontecimentos que impediram isso.
ALBERTO: - Como assim, do que você está falando?
MARINA: - Rúbia, a sua barriga...
TÂNIA: - Está menor... O que está acontecendo?
CÉSAR: - Vocês saberão de tudo agora.

     Alberto, Marina e Tânia se olham surpresos. Rúbia fica calada, apreensiva.

CENA 13. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. INT. DIA.

     No consultório, Dra. Marília abre a porta da sala. Entram Tomás e Cristina.

DRA. MARÍLIA: - Bom dia, Cristina. Seja bem-vinda.

     Cristina está calada. Mal esboça um sorriso.

TOMÁS (conduzindo Cristina): - Venha meu amor, vamos sentar.

     Tomás e Cristina sentam-se.

DRA. MARÍLIA: - Fico feliz em conhecê-la, Cristina. Sou a dra. Marília e estou aqui para ajudá-la no que você precisar. Mas para que o nosso relacionamento dê certo, eu também vou precisar da sua ajuda.

     Cristina encara Marília.

DRA. MARÍLIA: - Posso contar com você?

     Aos poucos, Cristina começa a abrir um sorriso, ainda um pouco tímida. Dra. Marília olha para Tomás,    que está esperançoso.


CENA 14. HOSPITAL SÃO MARCOS. QUARTO. INT. DIA.

     Matilde e Sônia estão no quarto, sentadas no sofá, quando Joaquim se acorda. As duas percebem e se aproximam da cama onde ele está deitado.

MATILDE: - Estamos aqui, querido!
JOAQUIM (um pouco cansado): - Onde eu estou?
SÔNIA: - Você está no hospital, papai. Estamos cuidando de você.
MATILDE: - Como você está, meu amor?
JOAQUIM: - Estou bem... Quero ir embora daqui.
SÔNIA: - Ainda vai demorar um pouquinho para o senhor ir embora, papai...
JOAQUIM: - E o restaurante? Como estão as coisas lá? É preciso tomar conta do restaurante!
MATILDE: - A Brenda, o Guto, o Sérgio... Eles estão tomando conta do restaurante. Fique tranquilo, meu amor. Está tudo sob controle.
SÔNIA: - Eu vou avisar o médico que ele acordou.
MATILDE: - Faça isso sim, minha filha.

     Sônia sai do quarto, enquanto Matilde faz carinho em Joaquim.

CENA 15. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Todos na sala ficam ansiosos. Alberto se manifesta.

ALBERTO: - Mas que história é essa? Vocês podem explicar, por favor?
RÚBIA: - Não há história nenhuma, seu Alberto.
CÉSAR: - Há sim, papai!... Há uma história de muita mentira, de falsidade, de falta de respeito, lealdade, ingratidão!
MARINA: - Mas do que você está falando, César?
CÉSAR: - Essa história de amor, de casamento, de filho... Nada disso existiu de verdade.
ALBERTO (surpreso): - Como é que é?
CÉSAR: - Foi tudo uma farsa, uma mentira papai. Uma armação inventada por esta daí (apontando para Rúbia). Ela armou tudo, mas infelizmente se deu mal.
MARINA: - Armou tudo o quê?
TÂNIA: - Como assim, tudo o quê, Marina? Está na cara dela que ela inventou a gravidez!
ALBERTO: - Isso é verdade, Rúbia?
RÚBIA; - Seu Alberto, eu...
CÉSAR (interrompendo Rúbia): - Fala a verdade, Rúbia! Não minta mais uma vez!

Alberto, Tânia, Marina e César encaram Rúbia.

CENA 16. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. INT. DIA.
    
     Charles e Clarisse escutam os gritos vindos da casa de Alberto.

CLARISSE: - O que está acontecendo lá?
CHALRES: - Não sei, mas parece discussão séria.
CLARISSE: - Parece a voz do César. Será que ele chegou?
CHARLES: - Assim? De supresa?...

     Os dois ficam atentos.


CENA 17. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     César pressiona Rúbia.

CÉSAR: - Vamos! Fala logo que você inventou toda essa mentira pra se dar bem! Anda, fala!
MARINA: - Calma César!
CÉSAR: - Não me peça calma, Marina, depois de tudo o que eu descobri sobre ela... A barriga de grávida que ela tinha, era falsa... Ela de fato, uma vez esteve grávida, mas perdeu o bebê. Pra não deixar a boa vida, arrumou uma barriga falsa para enganar a todo mundo.
ALBERTO (chocado): - Não posso acreditar nisso...
CÉSAR: - E tem mais papai. Há algum tempo, eu havia emprestado uma grande quantia de dinheiro para ela, para ajudar nas despesas de saúde do seu Joaquim quando ele precisou. E sabem o que ela fez com o dinheiro? Comprou o carro no qual ela estava quando sofreu o acidente.
MARINA: - Não posso acreditar nisso!
TÂNIA: - Mas é muita cara de pau!
ALBERTO: - Isso é verdade, Rúbia?
RÚBIA: - Eu posso explicar tudo, seu Alberto! Eu juro!
TÂNIA: - Não tem explicação! Essa daí quis dar o golpe da barriga e se deu mal! É uma sem vergonha isso sim!
CÉSAR: - A verdade é que eu nunca fui apaixonado pela Rúbia. Eu estava comprometido a me casar com ela por respeito à família dela e ao bebê que ela esperava. Mas eu sempre amei a Brenda.
MARINA: - A outra irmã?
CÉSAR: - A Brenda sim é o amor da minha vida e é com ela que eu desejo ficar... A partir de agora, o meu casamento com a Rúbia acabou!

César sai de casa apressado. Rúbia fica totalmente sem reação diante de Alberto, Tânia e Marina.

CENA 18. APTO MÔNICA. SALA. INT. DIA.

     Matheus e Alice conversam com Sabrina e Ricardo.

SABRINA: - Nossa Matheus, que história chocante é essa?!
RICARDO: - Que a dona Helena era louca eu já desconfiava, mas não sabia que era tanto assim!
SABRINA: - Ricardo! É a mãe dele!
RICARDO: - Foi mal aí, Matheus. Saiu sem querer...
MATHEUS: - Não esquenta não, Ricardo... Às vezes me passa pela cabeça essa hipótese de insanidade da minha mãe. Ela não admite o meu amor pela Alice.
ALICE: - Ela está sempre procurando algo para fazer a gente se separar... Ela não aceita mesmo o nosso amor.
SABRINA: - Isso é uma pena mesmo, muito ruim.
RICARDO: - Mas e agora que você voltou, vai fazer o quê?
MATHEUS: - Agora é recomeçar uma nova vida, ao lado da minha amada...
SABRINA: - Você vai sair de casa?
MATHEUS: - Estou disposto a isso sim, Sabrina. Morar junto com a minha mãe não tem mais como.
ALICE: - Você pode ficar lá em casa, Matheus. Eu converso com a dona Matilde, com o seu Joaquim. Com certeza eles não se importarão...
MATHEUS: - Obrigado pelo apoio, meu amor. Mas eu ainda quero falar com o meu pai sobre isso. Eu ainda nem vi ele desde que eu cheguei.
RICARDO: - Ah seu pai com certeza vai te ajudar bastante.
MATHEUS: - Vai sim. Ele sempre me apoia. Ele e vocês, meus grandes amigos.

CENA 19. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Todos ficam chocados com as revelações sobre Rúbia.

ALBERTO: - Então tudo isso foi uma grande mentira?... O casamento, a vida nova... Meu neto! Uma mentira!
RÚBIA: - Seu Alberto, eu posso explicar!
ALBERTO: - Como você pode ser tão fria? Tão insensível? Você brincou com meus sentimentos e jogou fora toda a consideração que eu tinha por você, menina!... Não posso acreditar que isso esteja acontecendo.

Alberto vai subindo as escadas.

MARINA; - Tudo ilusão... Eu estou decepcionada com você, Rúbia... Papai, espera, eu vou subir com você.

Alberto e Marina, decepcionados, sobem as escadas. Tânia e Rúbia ficam a sós.

TÂNIA: - Isso tudo que o César falou aqui, não é surpresa para mim.
RÚBIA: - Você sempre duvidou de mim, não é mesmo?
TÂNIA; - Desde a primeira vez que eu te vi. Você nunca me enganou e eu sabia que mais cedo ou mais tarde, a sua máscara cairia. Tanto é que caiu hoje, na minha frente.
RÚBIA: - Não tem máscara nenhuma. Foi tudo um mal entendido...
TÂNIA: - Não diga nada não, Rúbia. Não quero ouvir nenhuma palavra que venha dessa sua boca suja! Sua vadia!
RÚBIA: - Você não pode falar assim comigo!
TÂNIA: - Ah, não posso? Então não vou mais falar. Vou agir.

Tânia dá um tapa na cara de Rúbia, que cai sobre o sofá.

RÚBIA: - O que você está pensando que é para bater no meu rosto, sua cobra peçonhenta?!
TÂNIA: - Cala a boca! Eu falei que não quero ouvir nenhuma palavra sua! Vagabunda! Piranha de esquina!

Tânia parte para cima de Rúbia, dando tapas na cara dela. Rúbia tenta se defender, mas não consegue. Tânia esbofeteia Rúbia, que cai no chão.

RÚBIA (gritando): - Para! Chega! Para de me bater!
TÂNIA: - Cala a boca sua ordinária! Vadia! Eu falei para não brincar comigo, não bancar a esperta!... Agora você está tendo o que merece, sua cadela!

Tânia dá mais uns tapas na cara de Rúbia. Nesse instante, Charles e Clarisse entram na sala e ficam chocados.

CLARISSE: - Meu Deus do céu! O que é isso?!
CHARLES: - Dona Tânia não faça isso!
TÂNIA: - Não se aproximem! Ninguém se mete! Isso aqui é um pequeno acerto de contas!

Tânia pega Rúbia pelos cabelos e vai levando ela até a porta da casa. Clarisse e Charles acompanham apreensivos.

CENA 20. CASA ALBERTO. EXT. DIA.

     Tânia sai de casa segurando Rúbia pelos cabelos. Charles e Clarisse acompanham. Tânia empurra Rúbia, que cai no chão, com o rosto todo machucado dos tapas que levou e a roupa um pouco rasgada.

TÂNIA: - Eu não quero ver a tua cara de vagabunda aqui, nunca mais, está ouvindo?! Você está sendo expulsa dessa casa, dessa família! Não quero ver você nunca mais! Sua cadela, vadia!

Tânia vai entrando para dentro de casa, mas retorna.

TÂNIA (encarando Charles e Clarisse): - Eu não quero ver nenhum de vocês ajudando essa sem vergonha! Estão me ouvindo?

Clarisse e Charles ficam calados, consentindo com as ordens. Tânia entra para dentro de casa. Clarisse e Charles observam Rúbia com piedade. Ela se levanta aos poucos, cansada, machucada e chorando. Ela caminha desnorteada, indo em direção à rua.

CENA 21. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. SALA DRA. MARILIA. INT. DIA.

     Dra. Marília conversa com Cristina e Tomás.

DRA MARÍLIA: - Bem Tomás, pelo o que você relatou, não há como não confirmar o diagnóstico de transtorno bipolar de humor. A Cristina é uma mulher que sofre dessa doença e que precisa ser tratada com muita dedicação.
CRISTINA: - Mas como eu posso estar doente, doutora, se eu não sinto nada?
DRA MARÍLIA: - O transtorno bipolar de humor é uma doença psicológica, Cristina. Você não percebe que está doença, que alterna o seu humor, o seu comportamento... Funciona como uma montanha-russa. Você pode estar bem, feliz e de uma hora para outra, ficar extremamente irritada, hostil ou até entristecida, deprimida.
CRISTINA: - Isso é horrível!
TOMÁS: - Por isso que é precisamos seguir a risca tudo aquilo que a doutora nos disser, nos receitar.
DRA MARÍLIA: - Isso mesmo Tomás. O tratamento para a doença envolve uma grande parte de cuidados a partir de medicamentos, chamados estabilizadores de humor, além é claro, do acompanhamento psiquiátrico.
CRISTINA: - Eu estou disposta a colaborar, doutora. Não quero ser um problema para a minha família.
TOMÁS: - Você não é um problema, meu amor. Só está passando por um momento ruim, uma fase. Mas vai ficar tudo bem. Agora nós vamos conseguir superar todos os obstáculos para ver você feliz novamente.

CENA 22. CIA DE NAVEGAÇÃO. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

     Henrique está analisando uns papéis no escritório da Cia de Navegação quando Silvana chega no local.

SILVANA: - Com licença?
HENRIQUE: - Silvana.
SILVANA: - Posso entrar?
HENRIQUE: - Entra, fica a vontade.
SILVANA: - Espero não estar atrapalhando...
HENRIQUE: - Não está não... Então, o que você quer?
SILVANA: - Eu quero conversar com você.
HENRIQUE: - Sobre?
SILVANA: - Sobre nós dois.
HENRIQUE: - Sobre nós dois eu já falei para você que só volto a falar na presença do meu advogado, para resolver as pendências da separação.
SILVANA: - Você insiste nessa história de separação, Henrique?
HENRIQUE: - E você insiste em querer remendar uma história que acabou, Silvana! Não tem mais volta nós dois!
SILVANA: - Não diga isso, Henrique! Não jogue a toalha assim!
HENRIQUE: - O que eu tinha para dizer para você eu já disse, Silvana. Agora por favor, queira se retirar. Eu estou tentando trabalhar.

Silvana, um pouco chateada, vai saindo da sala.

SILVANA: - Você ainda vai voltar para mim, Henrique. Você vai ver!

Silvana sai da sala. Henrique fica pensativo.

CENA 23. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

     O restaurante está com um grande número de clientes. Guto está um pouco ansioso. Sérgio se aproxima dele.

SÉRGIO: - E aí rapaz, vai fazer a serenata para a Brenda ou não?
GUTO: - Claro que vou e vai ser agora.

Guto se aproxima do balcão do restaurante, onde Brenda está.

GUTO: - Brenda, eu preciso falar uma coisa para você.
BRENDA: - Falar o que, Guto?

Sérgio alcança o violão para Guto.

GUTO (falando alto): - Atenção pessoal! Um minuto da atençao de todos vocês aqui!

Os clientes do restaurante ficam atentos em Guto.

BRENDA: - Guto, o que você está fazendo?
GUTO: - Espera que você já vai saber...

     Nesse instante, César entra apressado no restaurante.

BRENDA (surpresa): - César!

     Guto vê César e fica um pouco chateado.

CÉSAR: - Brenda! Ainda bem que eu te encontrei aqui!

     César se aproxima de Brenda.

GUTO: - Ei, César! O que você está fazendo aqui?
CÉSAR: - Eu precisava vir até aqui para dizer para você, Brenda, e também para todo mundo aqui presente, que eu te amo!
     Brenda fica surpresa e feliz.

CÉSAR: - Você Brenda me ensinou o que é o amor de verdade. Você faz o meu coração bater mais forte e eu sei que é você que eu quero... Ao teu lado, eu me sinto seguro, mais forte, amado de verdade... Quando eu chego perto de você, sinto o verdadeiro sentido de viver, de amar, de ser feliz.
BRENDA; - César, que lindo tudo isso! Eu nem sei o que dizer!

     Um dos clientes do restaurante se manifesta.

CLIENTE: - Beija ele logo!

     Todos os clientes começam a bater palmas e gritar “Beija! Beija!” Brenda e César se olham profundamente.

CÉSAR: - Eu te amo!
BRENDA: - Eu também amo você!

César e Brenda se beijam, enquanto Guto fica totalmente decepcionado.

               FIM DO CAPÍTULO



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