CENA
01. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. INT. NOITE.
Continuação
do capítulo anterior. Tânia fica surpresa ao rever Cláudia. Lázaro e Cláudia se
dirigem à mesa.
CLÁUDIA; - Que restaurante lindo, querido!
LÁZARO: - Sabia que você iria gostar. É o
melhor da cidade.
O
cheff do restaurante vai pessoalmente à mesa recepcionar Lázaro e Cláudia. Do
outro lado, Tânia não consegue tirar os olhos deles.
ALBERTO: - O que foi Tânia? Parece que viu
algo estranho... Não consegue desviar o olhar...
TÂNIA: - Não é nada não... Acho que talvez
tenha chegado alguém importante.
ALBERTO: - Como assim?
TÂNIA: - O próprio cheff foi recepcioná-los
na mesa, assim como fez conosco.
ALBERTO (vira para trás): - É mesmo. Mas eu
não os conheço... Você sabe quem são?
TÂNIA: - Não, também não faço a mínima
ideia...
Alberto
continua o seu jantar. Tânia fica a observar Cláudia, um pouco incrédula.
CENA
02. BOUTIQUE POEME. EXT. NOITE.
Tomás,
Leandro e Vera conversam, enquanto Patrícia consola Cristina, que chora.
VERA: - Ela estava do mesmo jeito daquela
noite da inauguração da Cia de Navegação... Eu sabia que não daria boa coisa.
LEANDRO: - Mas ela também bebeu?
VERA: - Não bebeu porque eu não deixei... E
foi numa dessas intromissões que ela acabou derrubando os arranjos com as velas
e causando essa desgraça toda... Eu estou arrasada!
Vera
começa a chorar. Leandro a consola.
TOMÁS: - Eu não sei mais o que fazer com a
Cristina.
LEANDRO: - Acho que você sabe sim meu caro...
O melhor que se há de fazer é interná-la.
TOMÁS:- Interná-la? Mas a Cristina não é
louca!
VERA: - Mas vai ficar e acabar deixando todos
nós loucos como ela!
Tomás
fica pensativo.
CENA
03. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Helena,
Petrônio e Samantha assistem TV, quando de repente, a porta da casa se abre.
SAMANTHA (assustada): - Ai Meu Deus! Quem
está entrando aqui?
De repente, Matheus chega de
surpresa em casa, acompanhado de Alice.
PETRÔNIO (surpreso): - Matheus!
HELENA: - O que você está fazendo aqui?!
MATHEUS: - Eu voltei mamãe. Voltei para
sempre e também para acertar uns assuntos com a senhora.
Matheus
e Helena se encaram.
CENA
04. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. INT. NOITE.
Cláudia
e Lázaro conversam. De longe, Tânia continua a observá-los. De repente, Cláudia
se levanta da mesa e vai em direção ao banheiro. Tânia fica atenta.
TÂNIA: - Querido, vou ao toalete. Com
licença.
ALBERTO: - Claro, fique a vontade.
Tânia se levanta e vai ao
banheiro também.
CENA
05. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Todos
ficam surpresos com a chegada de Matheus.
SAMANTHA: - Mas você não estava em Londres?
MATHEUS: - Estava Samantha. Mas eu voltei
porque eu precisava resolver uns assuntos muito importantes para mim.
HELENA: - Não há nada mais importante para
você do que a sua educação, meu filho! Você não poderia abandonar a faculdade
assim e vir embora!
MATHEUS: - Quem não poderia fazer o que fez
foi a senhora, mamãe!
PETRÔNIO: - O que está acontecendo aqui?
Vocês se viram agora e já estão discutindo?
HELENA: - Para o senhor ver, papai, como ele
é ingrato! E ainda por cima, traz essa ladra para dentro da minha casa!
ALICE: - Eu não sou ladra!
MATHEUS: - A Alice não é ladra e essa casa é
minha também e portanto, eu posso trazer quem eu quiser!
HELENA: - Veja meu filho no que você se
transformou depois que se envolveu com essa gente... Num garoto irresponsável,
mal educado...
MATHEUS: - Você não tinha o direito de me
separar da Alice de uma forma assim, tão covarde! Você mamãe, é uma vergonha
para mim. Uma vergonha!
PETRÔNIO: - Matheus, não fale assim com a sua
mãe!
MATHEUS: - Vem Alice, vamos embora!
Matheus
e Alice saem.
HELENA: - Espera Matheus! Você vai me ouvir
agora! Espera!
Matheus
sai sem dar ouvidos à Helena, que fica irritada.
HELENA: - Era só o que me faltava agora! Era
só isso!
Helena
se retira.
PETRÔNIO: - Meu Deus, o que foi isso agora?!
Minha filha e meu neto se degladiando aqui, na minha frente e eu sem poder
fazer nada!
SAMANTHA: - É tão triste ver mãe e filho
brigando desse jeito...
PETRÔNIO: - Que situação...
CENA
06. RESTAURANTE CENTRO DA CIDADE. BANHEIRO. INT. NOITE.
Cláudia
está em frente ao espelho, retocando a maquiagem, quando Tânia entra no local.
Cláudia a vê pelo espelho e vira-se de frente para ela.
CLÁUDIA: - Estou com a leve impressão de que
eu te conheço, mas não lembro de onde.
TÂNIA: - Mas eu me lembro e muito bem de
você, Cláudia.
CLÁUDIA (surpresa): - Margot!
TÂNIA: - Tânia! Meu nome é Tânia!
CLÁUDIA: - Claro que é você, Margot! A vadia
metida a chique! Claro!... Mas você conseguiu se dar bem na vida pelo jeito...
TÂNIA: - Acho que não sou a única aqui...
CLÁUDIA: - Mas eu consegui por amor e não por
interesse.
TÂNIA: - Quem você pensa que é para falar
desse jeito comigo? Agora eu sou uma mulher rica, poderosa!
CLÁUDIA: - Para mim você continua sendo
aquela vadia sem graça!... Me lembro como se fosse hoje... Você perdida de
amores por aquele pé rapado do Heraldo, um pé de cana sem serventia alguma... E
depois me aparece grávida de um empresário. Uma armação e tanto, não é?
TÂNIA: - Você não sabe de nada da minha vida.
E a vadia aqui é você. Largou aquele inútil que vivia no seu pé para fugir pro
Rio de Janeiro.
CLÁUDIA: - Você está querendo se comparar a
mim? Eu não precisei engravidar pra prender homem nenhum! Já você deu o golpe
da barriga pra se dar bem... E o pior é que conseguiu. Coitado do seu
marido.... Iludido até o último fio de cabelo.
TÂNIA: - Eu só não dou nessa sua cara de sem
vergonha...
CLÁUDIA (interrompendo Tânia): - Só não dá em
mim porque sabe que apanha, como daquela vez na praia... Ou você esqueceu da
surra que levou de mim quando tentou pegar o meu cliente?
Tânia encara Cláudia.
CLÁUDIA: - Agora, se você me permite, eu
preciso voltar à mesa. Meu marido está me esperando para continuar o jantar.
TÂNIA: - Você voltou porquê, hein?
CLÁUDIA: - O destino fez isso, o cosmos, sei
lá!... Mas se eu reencontrei você aqui, é porque coisa boa não vem por aí.
TÂNIA: - Ah, mas não vem mesmo.
CLÁUDIA; - E pode escrever que para mim é que
não está vindo.
Cláudia
se retira. Tânia fica pensativa.
CENA
07. HOSPITAL SÃO MARCOS. QUARTO. INT. NOITE.
Matilde
acompanha Joaquim, que está dormindo. Sônia chega no local.
SÔNIA: - Oi mamãe!
MATILDE: - Oi minha filha!
SÔNIA: - E aí, como ele está?
MATILDE: - Está dormindo, mas os médicos
disseram que ele já está bem melhor.
SÔNIA: - Nossa, que bom!... E você mamãe, não
quer descansar um pouco? Eu fico aqui com o papai.
MATILDE: - Não, minha filha. Eu não quero
sair do lado dele agora.
SÔNIA: - Então eu fico aqui com você, te
fazendo companhia.
MATILDE: - E o Adriano?
SONIA: - Ficou no resort, mas depois ia para
casa. Mas eu avisei ele que passaria a noite aqui no hospital.
MATILDE: - Bom ter você de volta, próxima de
mim.
SôNIA: - Eu também estou gostando, mamãe. E
logo mais o papai também vai estar bem e nós poderemos comemorar. Juntos!
As
duas se abraçam.
CENA
08. CASA BRENDA. QUARTO GUTO. INT. NOITE.
Guto
está em seu quarto, compondo uma serenata para Brenda. Enquanto escreve a letra
numa folha de papel, vai ensaiando os acordes com seu violão. De repente,
Sérgio entra no quarto.
SÉRGIO: - Com licença, posso entrar?
GUTO: - Claro, Sérgio! Entra aí! Só fecha a
porta...
Sérgio
entra e se aproxima de Guto.
SÉRGIO: - O que você está fazendo?
GUTO: - Estou fazendo uma serenata para a
Brenda. Tenho certeza que ela vai gostar.
SÉRGIO: - Serenata é? Nossa... Você pegou
fundo no romantismo, meu caro. Com certeza ela vai adorar. As mulheres adoram
essas coisas.
GUTO: - É desta vez que eu conquisto a Brenda
para sempre!
SÉRGIO: - Deixa eu ver o que você escreveu
aí... Se quiser, posso te dar uma força..
GUTO: - É pra já! Olha aí, vê como ficou...
Guto
mostra a letra para Sérgio. Os dois seguem conversando.
CENA
09. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / AEROPORTO RIO DE JANEIRO. SAGUÃO. INT. DIA.
Imagens
da cidade do Rio de Janeiro ao amanhecer. Corta para o aeroporto. No saguão, Rúbia
e César desembarcam. Ambos estão sérios, expressões fechedas, caminhando
rapidamente.
RÚBIA: - Pra quê tanta pressa assim?
CÉSAR: - Para terminar mais rápido com essa
farsa.
Os dois caminham por entre os
passageiros que também desembarcam.
CENA
10. EMPRESA OCEAN. INT. DIA.
Lázaro
visita as dependências da Ocean, acompanhado de uma pequena comitiva de
diretores e funcionários. Ele passa por diversas salas, escritório e a sala de
máquinas.
CENA
11. OCEAN. SALA LÁZARO. INT. DIA.
Lázaro
se reúne com os diretores.
LÁZARO: - Caros senhores. O que eu vi hoje me
prova que a Ocean tem tudo para ser a líder do mercado de pescados no Brasil e
também na América Latina! Em nenhum outro lugar eu vi tão perfeitas
instalações, equipamentos modernos... Um verdadeiro arsenal de trabalho de
qualidade e eficaz! Tudo o que nós precisamos para seguir adiante. Porque não
viemos para o Brasil para ficar para trás. Queremos o topo e chegaremos ao
topo, com certeza!
Lázaro
é aplaudido calorosamente, enquanto cumprimenta alguns diretores.
CENA
12. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Tãnia
está na sala de estar, sentada no sofá, enquanto Marina e Alberto descem as
escadas, preparados para irem à Best Fish.
ALBERTO (a Marina): - Pegou os documentos que
eu pedi para você?
MARINA: - Peguei sim, papai.
ALBERTO (a Tânia): - Estamos saindo, querida.
TÂNIA: - Bom serviço para vocês.
ALBERTO: - Vai ficar por casa?
TANIA: - Talvez eu vá ao shopping mais tarde,
mas ainda não decidi...
Nesse instante, a porta da sala
se abre. César e Rúbia chegam em casa para surpresa de todos.
ALBERTO (surpreso): - César?!
MARINA: - Mas que surpresa é essa?! Já vieram
embora?!
TÂNIA: - Mas, pensei que vocês não viessem
tão cedo!
CÉSAR: - Bom dia para todos... Pois é mamãe,
eu também tinha essa esperança de não retornar tão cedo, mas houveram acontecimentos
que impediram isso.
ALBERTO: - Como assim, do que você está
falando?
MARINA: - Rúbia, a sua barriga...
TÂNIA: - Está menor... O que está
acontecendo?
CÉSAR: - Vocês saberão de tudo agora.
Alberto,
Marina e Tânia se olham surpresos. Rúbia fica calada, apreensiva.
CENA
13. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. INT. DIA.
No
consultório, Dra. Marília abre a porta da sala. Entram Tomás e Cristina.
DRA. MARÍLIA: - Bom dia, Cristina. Seja
bem-vinda.
Cristina
está calada. Mal esboça um sorriso.
TOMÁS (conduzindo Cristina): - Venha meu
amor, vamos sentar.
Tomás
e Cristina sentam-se.
DRA. MARÍLIA: - Fico feliz em conhecê-la,
Cristina. Sou a dra. Marília e estou aqui para ajudá-la no que você precisar.
Mas para que o nosso relacionamento dê certo, eu também vou precisar da sua
ajuda.
Cristina
encara Marília.
DRA. MARÍLIA: - Posso contar com você?
Aos
poucos, Cristina começa a abrir um sorriso, ainda um pouco tímida. Dra. Marília
olha para Tomás, que está esperançoso.
CENA
14. HOSPITAL SÃO MARCOS. QUARTO. INT. DIA.
Matilde
e Sônia estão no quarto, sentadas no sofá, quando Joaquim se acorda. As duas
percebem e se aproximam da cama onde ele está deitado.
MATILDE: - Estamos aqui, querido!
JOAQUIM (um pouco cansado): - Onde eu estou?
SÔNIA: - Você está no hospital, papai.
Estamos cuidando de você.
MATILDE: - Como você está, meu amor?
JOAQUIM: - Estou bem... Quero ir embora
daqui.
SÔNIA: - Ainda vai demorar um pouquinho para
o senhor ir embora, papai...
JOAQUIM: - E o restaurante? Como estão as
coisas lá? É preciso tomar conta do restaurante!
MATILDE: - A Brenda, o Guto, o Sérgio... Eles
estão tomando conta do restaurante. Fique tranquilo, meu amor. Está tudo sob
controle.
SÔNIA: - Eu vou avisar o médico que ele
acordou.
MATILDE: - Faça isso sim, minha filha.
Sônia
sai do quarto, enquanto Matilde faz carinho em Joaquim.
CENA
15. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Todos
na sala ficam ansiosos. Alberto se manifesta.
ALBERTO: - Mas que história é essa? Vocês
podem explicar, por favor?
RÚBIA: - Não há história nenhuma, seu
Alberto.
CÉSAR: - Há sim, papai!... Há uma história de
muita mentira, de falsidade, de falta de respeito, lealdade, ingratidão!
MARINA: - Mas do que você está falando, César?
CÉSAR: - Essa história de amor, de casamento,
de filho... Nada disso existiu de verdade.
ALBERTO (surpreso): - Como é que é?
CÉSAR: - Foi tudo uma farsa, uma mentira
papai. Uma armação inventada por esta daí (apontando para Rúbia). Ela armou
tudo, mas infelizmente se deu mal.
MARINA: - Armou tudo o quê?
TÂNIA: - Como assim, tudo o quê, Marina? Está
na cara dela que ela inventou a gravidez!
ALBERTO: - Isso é verdade, Rúbia?
RÚBIA; - Seu Alberto, eu...
CÉSAR (interrompendo Rúbia): - Fala a
verdade, Rúbia! Não minta mais uma vez!
Alberto, Tânia, Marina e César
encaram Rúbia.
CENA
16. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. INT. DIA.
Charles
e Clarisse escutam os gritos vindos da casa de Alberto.
CLARISSE: - O que está acontecendo lá?
CHALRES: - Não sei, mas parece discussão
séria.
CLARISSE: - Parece a voz do César. Será que ele
chegou?
CHARLES: - Assim? De supresa?...
Os
dois ficam atentos.
CENA
17. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
César
pressiona Rúbia.
CÉSAR: - Vamos! Fala logo que você inventou
toda essa mentira pra se dar bem! Anda, fala!
MARINA: - Calma César!
CÉSAR: - Não me peça calma, Marina, depois de
tudo o que eu descobri sobre ela... A barriga de grávida que ela tinha, era
falsa... Ela de fato, uma vez esteve grávida, mas perdeu o bebê. Pra não deixar
a boa vida, arrumou uma barriga falsa para enganar a todo mundo.
ALBERTO (chocado): - Não posso acreditar
nisso...
CÉSAR: - E tem mais papai. Há algum tempo, eu
havia emprestado uma grande quantia de dinheiro para ela, para ajudar nas
despesas de saúde do seu Joaquim quando ele precisou. E sabem o que ela fez com
o dinheiro? Comprou o carro no qual ela estava quando sofreu o acidente.
MARINA: - Não posso acreditar nisso!
TÂNIA: - Mas é muita cara de pau!
ALBERTO: - Isso é verdade, Rúbia?
RÚBIA: - Eu posso explicar tudo, seu Alberto!
Eu juro!
TÂNIA: - Não tem explicação! Essa daí quis
dar o golpe da barriga e se deu mal! É uma sem vergonha isso sim!
CÉSAR: - A verdade é que eu nunca fui
apaixonado pela Rúbia. Eu estava comprometido a me casar com ela por respeito à
família dela e ao bebê que ela esperava. Mas eu sempre amei a Brenda.
MARINA: - A outra irmã?
CÉSAR: - A Brenda sim é o amor da minha vida
e é com ela que eu desejo ficar... A partir de agora, o meu casamento com a
Rúbia acabou!
César sai de casa apressado.
Rúbia fica totalmente sem reação diante de Alberto, Tânia e Marina.
CENA
18. APTO MÔNICA. SALA. INT. DIA.
Matheus
e Alice conversam com Sabrina e Ricardo.
SABRINA: - Nossa Matheus, que história
chocante é essa?!
RICARDO: - Que a dona Helena era louca eu já
desconfiava, mas não sabia que era tanto assim!
SABRINA: - Ricardo! É a mãe dele!
RICARDO: - Foi mal aí, Matheus. Saiu sem
querer...
MATHEUS: - Não esquenta não, Ricardo... Às
vezes me passa pela cabeça essa hipótese de insanidade da minha mãe. Ela não
admite o meu amor pela Alice.
ALICE: - Ela está sempre procurando algo para
fazer a gente se separar... Ela não aceita mesmo o nosso amor.
SABRINA: - Isso é uma pena mesmo, muito ruim.
RICARDO: - Mas e agora que você voltou, vai
fazer o quê?
MATHEUS: - Agora é recomeçar uma nova vida,
ao lado da minha amada...
SABRINA: - Você vai sair de casa?
MATHEUS: - Estou disposto a isso sim,
Sabrina. Morar junto com a minha mãe não tem mais como.
ALICE: - Você pode ficar lá em casa, Matheus.
Eu converso com a dona Matilde, com o seu Joaquim. Com certeza eles não se
importarão...
MATHEUS: - Obrigado pelo apoio, meu amor. Mas
eu ainda quero falar com o meu pai sobre isso. Eu ainda nem vi ele desde que eu
cheguei.
RICARDO: - Ah seu pai com certeza vai te
ajudar bastante.
MATHEUS: - Vai sim. Ele sempre me apoia. Ele
e vocês, meus grandes amigos.
CENA
19. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Todos
ficam chocados com as revelações sobre Rúbia.
ALBERTO: - Então tudo isso foi uma grande
mentira?... O casamento, a vida nova... Meu neto! Uma mentira!
RÚBIA: - Seu Alberto, eu posso explicar!
ALBERTO: - Como você pode ser tão fria? Tão
insensível? Você brincou com meus sentimentos e jogou fora toda a consideração
que eu tinha por você, menina!... Não posso acreditar que isso esteja
acontecendo.
Alberto vai subindo as escadas.
MARINA; - Tudo ilusão... Eu estou
decepcionada com você, Rúbia... Papai, espera, eu vou subir com você.
Alberto e Marina, decepcionados,
sobem as escadas. Tânia e Rúbia ficam a sós.
TÂNIA: - Isso tudo que o César falou aqui,
não é surpresa para mim.
RÚBIA: - Você sempre duvidou de mim, não é
mesmo?
TÂNIA; - Desde a primeira vez que eu te vi.
Você nunca me enganou e eu sabia que mais cedo ou mais tarde, a sua máscara
cairia. Tanto é que caiu hoje, na minha frente.
RÚBIA: - Não tem máscara nenhuma. Foi tudo um
mal entendido...
TÂNIA: - Não diga nada não, Rúbia. Não quero
ouvir nenhuma palavra que venha dessa sua boca suja! Sua vadia!
RÚBIA: - Você não pode falar assim comigo!
TÂNIA: - Ah, não posso? Então não vou mais
falar. Vou agir.
Tânia dá um tapa na cara de
Rúbia, que cai sobre o sofá.
RÚBIA: - O que você está pensando que é para
bater no meu rosto, sua cobra peçonhenta?!
TÂNIA: - Cala a boca! Eu falei que não quero
ouvir nenhuma palavra sua! Vagabunda! Piranha de esquina!
Tânia parte para cima de Rúbia,
dando tapas na cara dela. Rúbia tenta se defender, mas não consegue. Tânia
esbofeteia Rúbia, que cai no chão.
RÚBIA (gritando): - Para! Chega! Para de me
bater!
TÂNIA: - Cala a boca sua ordinária! Vadia! Eu
falei para não brincar comigo, não bancar a esperta!... Agora você está tendo o
que merece, sua cadela!
Tânia dá mais uns tapas na cara
de Rúbia. Nesse instante, Charles e Clarisse entram na sala e ficam chocados.
CLARISSE: - Meu Deus do céu! O que é isso?!
CHARLES: - Dona Tânia não faça isso!
TÂNIA: - Não se aproximem! Ninguém se mete!
Isso aqui é um pequeno acerto de contas!
Tânia pega Rúbia pelos cabelos e
vai levando ela até a porta da casa. Clarisse e Charles acompanham apreensivos.
CENA
20. CASA ALBERTO. EXT. DIA.
Tânia
sai de casa segurando Rúbia pelos cabelos. Charles e Clarisse acompanham. Tânia
empurra Rúbia, que cai no chão, com o rosto todo machucado dos tapas que levou
e a roupa um pouco rasgada.
TÂNIA: - Eu não quero ver a tua cara de
vagabunda aqui, nunca mais, está ouvindo?! Você está sendo expulsa dessa casa,
dessa família! Não quero ver você nunca mais! Sua cadela, vadia!
Tânia vai entrando para dentro de
casa, mas retorna.
TÂNIA (encarando Charles e Clarisse): - Eu
não quero ver nenhum de vocês ajudando essa sem vergonha! Estão me ouvindo?
Clarisse e Charles ficam calados,
consentindo com as ordens. Tânia entra para dentro de casa. Clarisse e Charles
observam Rúbia com piedade. Ela se levanta aos poucos, cansada, machucada e
chorando. Ela caminha desnorteada, indo em direção à rua.
CENA
21. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. SALA DRA. MARILIA. INT. DIA.
Dra.
Marília conversa com Cristina e Tomás.
DRA MARÍLIA: - Bem Tomás, pelo o que você
relatou, não há como não confirmar o diagnóstico de transtorno bipolar de
humor. A Cristina é uma mulher que sofre dessa doença e que precisa ser tratada
com muita dedicação.
CRISTINA: - Mas como eu posso estar doente,
doutora, se eu não sinto nada?
DRA MARÍLIA: - O transtorno bipolar de humor
é uma doença psicológica, Cristina. Você não percebe que está doença, que
alterna o seu humor, o seu comportamento... Funciona como uma montanha-russa.
Você pode estar bem, feliz e de uma hora para outra, ficar extremamente
irritada, hostil ou até entristecida, deprimida.
CRISTINA: - Isso é horrível!
TOMÁS: - Por isso que é precisamos seguir a
risca tudo aquilo que a doutora nos disser, nos receitar.
DRA MARÍLIA: - Isso mesmo Tomás. O tratamento
para a doença envolve uma grande parte de cuidados a partir de medicamentos,
chamados estabilizadores de humor, além é claro, do acompanhamento
psiquiátrico.
CRISTINA: - Eu estou disposta a colaborar,
doutora. Não quero ser um problema para a minha família.
TOMÁS: - Você não é um problema, meu amor. Só
está passando por um momento ruim, uma fase. Mas vai ficar tudo bem. Agora nós
vamos conseguir superar todos os obstáculos para ver você feliz novamente.
CENA
22. CIA DE NAVEGAÇÃO. ESCRITÓRIO. INT. DIA.
Henrique
está analisando uns papéis no escritório da Cia de Navegação quando Silvana chega
no local.
SILVANA: - Com licença?
HENRIQUE: - Silvana.
SILVANA: - Posso entrar?
HENRIQUE: - Entra, fica a vontade.
SILVANA: - Espero não estar atrapalhando...
HENRIQUE: - Não está não... Então, o que você
quer?
SILVANA: - Eu quero conversar com você.
HENRIQUE: - Sobre?
SILVANA: - Sobre nós dois.
HENRIQUE: - Sobre nós dois eu já falei para
você que só volto a falar na presença do meu advogado, para resolver as
pendências da separação.
SILVANA: - Você insiste nessa história de
separação, Henrique?
HENRIQUE: - E você insiste em querer remendar
uma história que acabou, Silvana! Não tem mais volta nós dois!
SILVANA: - Não diga isso, Henrique! Não jogue
a toalha assim!
HENRIQUE: - O que eu tinha para dizer para
você eu já disse, Silvana. Agora por favor, queira se retirar. Eu estou
tentando trabalhar.
Silvana, um pouco chateada, vai
saindo da sala.
SILVANA: - Você ainda vai voltar para mim,
Henrique. Você vai ver!
Silvana sai da sala. Henrique
fica pensativo.
CENA
23. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.
O
restaurante está com um grande número de clientes. Guto está um pouco ansioso.
Sérgio se aproxima dele.
SÉRGIO: - E aí rapaz, vai fazer a serenata
para a Brenda ou não?
GUTO: - Claro que vou e vai ser agora.
Guto se aproxima do balcão do
restaurante, onde Brenda está.
GUTO: - Brenda, eu preciso falar uma coisa
para você.
BRENDA: - Falar o que, Guto?
Sérgio alcança o violão para
Guto.
GUTO (falando alto): - Atenção pessoal! Um
minuto da atençao de todos vocês aqui!
Os clientes do restaurante ficam
atentos em Guto.
BRENDA: - Guto, o que você está fazendo?
GUTO: - Espera que você já vai saber...
Nesse
instante, César entra apressado no restaurante.
BRENDA (surpresa): - César!
Guto
vê César e fica um pouco chateado.
CÉSAR: - Brenda! Ainda bem que eu te
encontrei aqui!
César
se aproxima de Brenda.
GUTO: - Ei, César! O que você está fazendo
aqui?
CÉSAR: - Eu precisava vir até aqui para dizer
para você, Brenda, e também para todo mundo aqui presente, que eu te amo!
Brenda
fica surpresa e feliz.
CÉSAR: - Você Brenda me ensinou o que é o
amor de verdade. Você faz o meu coração bater mais forte e eu sei que é você
que eu quero... Ao teu lado, eu me sinto seguro, mais forte, amado de
verdade... Quando eu chego perto de você, sinto o verdadeiro sentido de viver,
de amar, de ser feliz.
BRENDA; - César, que lindo tudo isso! Eu nem
sei o que dizer!
Um
dos clientes do restaurante se manifesta.
CLIENTE: - Beija ele logo!
Todos
os clientes começam a bater palmas e gritar “Beija! Beija!” Brenda e César se
olham profundamente.
CÉSAR: - Eu te amo!
BRENDA: - Eu também amo você!
César e Brenda se beijam,
enquanto Guto fica totalmente decepcionado.
FIM DO CAPÍTULO
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