Com o disparo, Max olha para trás
e vê o atirador rapidamente, com um casaco e capaz, no final da rua, porém ele
corre para não ser percebido por outras pessoas. Na pensão, todos se desesperam
e se assustam. Assustada, Hanna Curie grita:
– Abaixa, gente!
Alguns hóspedes ficam abaixados,
porém logo se levantam ao verem Max caído no meio da rua e com muito sangue
saindo da suas costas.
– Vou ligar para o hospital! –
fala Cléo, pegando seu celular.
Com medo, Mary e Jenny saem
correndo para a casa delas. Vários hóspedes tentam ajudar Max a se levantar,
porém a ambulância logo chega, levando Max e Carmen, que o acompanha, para o
hospital de Pitenópolis. De longe, Sofia fica observando a situação. Quando a
ambulância sai da rua, alguns entram para seus quartos. Sofia fica pensativa e
Álvaro questiona:
– Sofia, você quer ir ao hospital?
– Por mais que eu tenha namorado
ele, não quero vê-lo hoje. Ele quer destruir a minha vida.
– Tudo bem.
Álvaro e Sofia entram na pensão.
***
No pequeno hospital de
Pitenópolis, Max e Carmen são recebidos pelo doutor Júlio, que logo leva Max
para a emergência. Avaliando rapidamente o caso, o doutor Júlio afirma:
– Bem, a bala entrou pelas costas
e saiu pela barriga, mas, por sorte, não rompeu nada e não causou grandes
estragos, somente uma perda de sangue, por isso teremos que fazer uma doação de
sangue.
– Eu posso doar. – sugere Carmen,
preocupada com Max.
– Bem, qual é o seu tipo
sanguíneo, Max? – pergunta o médico.
– O meu tipo é O negativo.
– Então, você só pode receber
doações de pessoas com o mesmo tipo sanguíneo: O-.
– O meu não é O-. Aqui no hospital
não tem sangue de doações não, doutor? – pergunta Carmen.
– Não. Precisamos ver se tem
alguém que possa fazer essa doação, mas essa pessoa tem que estar descansada,
alimentada, não pode ser grávida, criança, usar drogas injetáveis,...
– A Sofia. – fala Max, em tom
baixo.
– O que tem ela, Max? – pergunta
Carmen.
– O tipo sanguíneo dela é O-.
– Então ela pode nos ajudar,
doutor? – questiona Carmen a Júlio.
– Desde que ela tenha esses
requisitos que eu falei, pode sim.
– Pede pra ela, Carmen.
– Por que eu? Ela nos odeia.
– Ela tem um coração bom, Carmen.
Eu preciso desse sangue.
– Mas dela você não vai receber
nada.
– Você quer que eu morra?
– Claro que não.
– Então peça a ela para doar.
– Tá. Vou pedir.
Carmen sai do hospital e o doutor
Júlio faz um curativo em Max.
***
Na noite escura da cidade, Carmen
caminha em direção à pensão de Hanna Curie. Logo quando chega, abre a porta e
atrai olhares de vários hóspedes, como Sofia, que fica surpresa.
– Sai daqui, sua bandidinha. –
grita Hanna, tentando expulsar a jovem.
– Por favor, eu prometo que
deixarei vocês em paz. Eu só quero pedir uma coisa.
– O que você quer, querida? –
pergunta Cléo.
– Eu quero saber se você, Sofia,
poderia ajudar o Max. – fala Carmen, olhando para Sofia, que fica desconfiada.
– Ajudar como? – pergunta Sofia.
– Doar sangue para ele. Ele perdeu
muito sangue com o tiro e precisa de uma doação urgente.
– Mas por que logo eu?
– Ele me disse que o seu tipo
sanguíneo é igual ao dele, O-, que só permite doação de pessoas também O-.
– Sai daqui, garota. Vocês ficavam
atormentando a vida da Sofia e agora querem ajudinha?! – dispara um hóspede.
– Sofia, por favor, ajuda o Max.
Ele pode morrer se não receber o sangue logo.
– Eu vou ao hospital. Quero ver
isso com o doutor. – responde Sofia, segurando a mão de Álvaro.
– Tudo bem.
Carmen sai da pensão e fica do
lado de fora esperando Sofia sair.
– Eu vou com você, Sofia. – fala
Álvaro.
Chegando após um dia cansativo de
trabalho na Leite de Porca, Marcos oferece ajuda:
– Quer que eu vá com vocês,
Álvaro?
– Não precisa, mas obrigado,
Marcos.
– Tomem cuidado com esses dois,
hein?! – aconselha Hanna Curie.
– Claro. – respondem Álvaro e
Sofia, saindo da pensão.
Com a saída de Álvaro e Sofia,
todos vão aos seus quartos. Deitado na sua cama, Álvaro pensa em Ângela e em
como conquistá-la.
***
Na casa de Aurora e Jonas, ela
continua assustada com o barulho do tiro. Leia já está dormindo em seu quarto,
assim como Guilherme. Aurora estranha o sumiço do marido, que demora para
voltar de uma saída com os amigos. Esperando o marido por alguns minutos,
Aurora liga a televisão. Logo após, Jonas chega à casa, visivelmente bêbado e
alterado.
– Aurora, vamos pro quarto porque
hoje é dia! – grita o marido de Aurora.
– Está tudo bem, Jonas?
– Tudo ótimo. Vem, gostosa. – fala
Jonas, com sua voz diferente, e agarrando a esposa.
– Para com isso, Jonas.
– Eu sei que você gosta.
Aurora continua resistindo. Para
fugir dos agarramentos do marido bêbado, ela pega um vaso e o quebra na cabeça
de Jonas. Depois, ela o coloca no sofá e vai para seu quarto, onde dorme.
***
Chegando ao hospital com Carmen,
Álvaro e Sofia são recebidos pelo doutor Júlio, que explica o caso de Max:
– Bem, o Max teve um tanto de
sorte porque a bala não causou danos aos órgãos internos dele, porém ele perdeu
uma grande quantidade de sangue e por isso, precisamos de uma doação o mais
rápido possível. A senhora irá doar? – pergunta o doutor para Sofia.
– Sim. – responde Sofia, decidida.
Álvaro apoia a decisão da amada e
a abraça.
– Obrigada, Sofia. – agradece
Carmen.
– Muito obrigado. Você vai salvar
a minha vida. – fala Max.
Sofia é logo encaminhada para uma
sala especial.
***
No porão da mansão dos Albuquerque, Regina está sozinha e
bate suas pernas. Jorge vai ao cômodo apertado, sozinho, segurando uma arma.
– O que foi, sua vadia? – pergunta
Jorge, gritando.
Regina tenta responder, porém está
com uma fita em sua boca.
– Fala, sua cretina. – grita
Jorge, mesmo sabendo que ele não consegue falar com a fita – Já que você não
quer falar nada, eu vou embora. E outra coisa: se não me der a sua parte da
empresa, vai ficar aqui por mais um bons dias.
Jorge sai do porão, porém Regina
continua lá, chorando e faminta.
***
No seu quarto da pensão, Marcos
fica preocupado com o irmão Fabrício, que não chega, nem avisa nada. Marcos
pensa um pouco, pega seu celular e utiliza um aplicativo para rastrear o
celular do irmão. Depois de uma breve pesquisa, o funcionário da Leite de Porca
descobre que o irmão está na casa de Jorge Albuquerque. Desconfiado, Marcos liga
para Fabrício, porém ele não atende várias vezes. Um pouco antes de dormir,
Marcos recebe uma mensagem no seu celular, de Fabrício, dizendo que chegará
logo. Ao ler a mensagem, Marcos dorme mais tranquilo. Uma hora depois, Fabrício
chega ao seu quarto, com um casaco e capuz.
***
O sol do dia seguinte chega
radiante e rapidamente. Logo que acorda, Ângela vai à sala da casa de Olga e
Pietro e encontra Gustavo acordado.
– Bom dia, Gustavo.
– Bom dia, Ângela.
– Gustavo, você pode ir comigo à
mansão do meu pai?
– O que você quer fazer lá,
Ângela?
– Eu sinto que minha mãe está lá.
– Então eu vou sim.
Gustavo e Ângela colocam um sapato
e logo saem da casa. Chegando à mansão Albuquerque, os portões são abertos e
eles entram na casa, para surpresa de Jorge, que está na sala.
– Voltou, Ângela? Agora trouxe
Gustavo, seu super herói?! – debocha Jorge.
– Não vou nem responder. Eu vou
procurar minha mãe de novo, como falei que ia fazer.
– Fique à vontade. – responde
Jorge.
Gustavo e Ângela vasculham a casa,
porém não encontram Regina.
– Ainda acha que a cadela da sua
mãe está aqui, Ângela? – pergunta Jorge, provocando.
– Não tenho nenhuma cadela, mas se
está falando da minha mãe, eu sempre vou achar que ela está aqui.
– Então está achando errado.
– E você com isso?
– Olha o respeito, garota!
– Eu sinto é nojo de você. – fala
Ângela, cuspindo na cara de Jorge.
– Eu só não te mato porque não
quero ir em cana agora.
– Agora né?! Porque você sabe que
vai em cana um dia.
– Já que vocês não acharam a
Regina, podem ir.
– Sim. Vamos, Gustavo. – fala
Ângela, saindo da mansão, junto com Gustavo.
***
Após a visita inesperada de Ângela
e Gustavo, Jorge sai da mansão e vai em direção à loja da Vinhos Albuquerque.
Chegando lá para ver como estão as vendas na época próxima ao Natal, ele
encontra Leia e comenta:
– Parabéns! As vendas estão indo
muito bem. Pelo menos alguém para me dar orgulho, diferente da minha filha
Ângela, que só me irrita.
– Como assim? Só te irrita? Eu não
vou com a cara dela.
– Por vários motivos. Já percebi
que podemos ser bons aliados.
– Aliados?
– Sim. Te espero para um jantar
hoje na minha casa para falarmos disso.
– Mas... – tenta falar Leia.
– Até mais. – diz Jorge, saindo da
loja.
***
Em casa sozinhos, Olga e Pietro
conversam, após tomarem café da manhã:
– Precisamos arrumar um
dinheirinho extra, Olga. – fala Pietro.
– Também acho. Eu preciso fazer
compras. Minhas roupas estão todas velhas.
– Você não tem nenhuma ideia não?
– Já sei. Que tal se vendermos
umas roupas da Regina e da Ângela sem elas saberem?!
– Ótima ideia. Elas têm muitas
roupas.
– Pois é. E muitas dessas roupas
elas nem devem usar tanto e são bem caras.
– Você vai vender onde?
– Estava pensando em Bulires. Se
vendermos aqui, elas podem ficar sabendo.3
– Excelente, Olga.
Os dois ouvem a voz de Gustavo,
que abre a porta da casa, e trocam de assunto.
***
Na
pensão, Hanna Curie e Cléo continuam atendendo várias pessoas, com suas falsas
previsões. Após sair da mansão de Jorge, Ângela vai direto à pensão, e Hanna a
cumprimenta:
– Ângela Albuquerque! Que chique receber você aqui hoje.
– Oi. Quanto que é?
– Para você, é de graça. – responde Cléo.
– De graça, Cléo? – resmunga Hanna, em voz baixa.
– Fica quieta, Hanna.
– Então, Ângela, pelas cartas, você está próxima de uma
pessoa que não te merece tanto assim.
– Como assim? – pergunta Ângela.
– Essa pessoa é interesseira, mas estou vendo que você vai
também se aproximar mais de uma pessoa muito especial.
– E a minha mãe? Ela sumiu e eu ainda acho que ela está na
casa do meu pai, mas já fui lá duas vezes e não a achei.
– Insista no seu pai. Ele sabe de mais coisas do que ele
fala.
– Obrigada. – agradece Ângela, saindo da pensão.
***
Sentadas na sala de casa, Mary Leh
e Jenny Franc pensam em propostas para o fim da concorrência com Hanna e Cléo.
– Por que a gente não espalha para
as pessoas que as previsões delas são falsas, Mary? – sugere Jenny.
– Esse pessoal não vai acreditar
na gente, Jenny. Temos que pensar em outra coisa.
– Podemos pegar um podre do
passado da Hanna. Existem vários...
– Sim, mas isso vai demorar.
Precisamos de algo imediato, irmã.
– Você tem alguma sugestão, Mary?
– E se a gente fizer umas
promoções nas previsões?! As pessoas vão procurar a gente por um preço melhor.
– Ah não, Mary. Eu me recuso a
participar disso. Daqui a pouco você vai querer Black Friday também,
irmãzinha?!
– Jenny, você é muito caôzeira.
Essa ideia é ótima.
– Enquanto você faz isso, Mary, eu
vou pesquisando uns podres da Hanna.
– Ok, então. – responde Mary, que
prepara umas placas sobre as promoções.
***
No quarto da pensão, Marcos está
acordado e Fabrício logo acorda.
– Bom dia, Fabrício. Não adianta
fugir agora. O que você estava fazendo na casa do Jorge Albuquerque ontem à
noite, após o tiro?
– Que tiro, Marcos?
– Não se faça de sonso, Fabrício.
– Eu não fiquei sabendo de tiro
nenhum e outra coisa: para de se meter na vida dos outros. – responde Fabrício,
que entra no banheiro.
Após a resposta grosseira do
irmão, Marcos vai à Leite de Porca.
***
Com Ângela fora de casa e Gustavo,
que está na loja da Vinhos Albuquerque, também, Olga vai ao quarto de Regina e
Ângela e pega algumas roupas delas, e as coloca em uma bolsa. Após pegar uma
boa quantidade de roupas, Olga entram em um ônibus para Bulires, onde pretende
vender as roupas.
***
Na vinícola Albuquerque, Pedro observa
o trabalho de Jonas, que está esquisito. O marido de Aurora não faz nada
durante uma hora e Pedro chama a atenção dele:
– Jonas, por que você está aqui
sem fazer nada?
– Cuida da tua vida, Pedro. Vai
arrumar uma mulher, seu frangote.
– Jonas, por favor me respeite.
Jonas dá um soco no rosto de
Pedro, porém cai no chão e machuca seu joelho, com uma tampa de garrafa de
cerveja. Mesmo irritado com Jonas, Pedro o libera para ir ao hospital.
***
Já no hospital de Pitenópolis,
após a transfusão ter dado muito certo, Max está num quarto e vê, pela janela, Jonas
passando. Max fica tenso e reconhece Jonas como o atirador da noite anterior,
já que o namorado de Carmen olhou para trás logo que tomou o tiro, antes do
criminoso correr.
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