segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Episódio 7: Geração Teen 2

“PAU QUE NASCE TORTO NUNCA SE INDIREITA!”

CENA 01. MANSÃO DOS CASTELAMARY. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Continuação imediata da última cena do episódio anterior;
Alba ainda no telefone. A empregada interrompe, entrando na sala, pela porta da frente. Ela se assusta e desliga na hora.
Alba     - Eu já não te disse pra avisar quando fosse aparecer, praga?! O que você quer?
Empregada - Me desculpa, mas é porque tem uma visita esperando pela senhora. Ele disse que se chama Afonso e é seu amigo.
Alba     - Será que é o Afonsinho?!
Alba se levanta e vai em direção a varanda.
CORTA PARA:
CENA 02. MANSÃO DOS CASTELAMARY. DIA. EXT. VARANDA.
Alba se alegra ao ver Afonso, e o abraça fortemente.
Alba     - Quanto tempo, meu amigo! Pensei que você estivesse fora do país. E como está Samantha?!
Afonso   - Está bem, mas eu quero saber de você. Tá jovem, bem disposta. O que faz pra nunca envelhecer?!
Alba     - Plástica, querido. Muita plástica! Como dizia Gabriel, minha cara já pode ser confundida com uma carteirinha de identidade.
Os dois riem. Eles entram em casa.
CORTA PARA:
CENA 03. APTO DE GABRIEL. DIA. INT. COZINHA.
Gabriel e Melissa, ainda com roupa de pijama, tomam um café da manhã, sentados à mesa.
Melissa  - Gabriel...
Gabriel  - Sim...
Melissa  - Eu posso te fazer uma pergunta?!
Gabriel  - Claro!
Melissa  - Eu queria saber do seu pai... Vejo você comentar sobre a Alba, sobre o seu irmão, mas nunca sobre o seu pai!
Gabriel fica em silêncio, espantado. Melissa o encara.
Gabriel  - Meu pai está morto, Melissa, como você deve ter percebido. Eu era muito novo, mas o que eu sei é que foi tudo em um acidente de carro. Eu me sentia muito sozinho sem a presença dele. O meu irmão ocupava esse lugar de pai no meu coração.
Melissa  - Você parece nunca ter superado a morte do seu irmão, né?!
Gabriel  - Nunca superei, Melissa. Não tem como superar a morte de um cara que foi um pai pra mim.
Gabriel começa a chorar. Melissa acaricia seu rosto.
Melissa  - E você estava junto com ele no dia em que tudo aconteceu?
Gabriel  - Não... Só sei que a minha mãe sempre disse que tinha sido ela, que foi por engano, que foi por causa de um assalto. Eu nunca acreditei!
Melissa  - Como assim? Nunca acreditou, como?!
Gabriel  - Eu ainda acho que alguém matou, meu irmão. Ela não quer admitir, mas o peso da morte do meu irmão ela não carrega nas costas!
CORTA PARA:
CENA 04. CASA DE INÊS. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Glauce sentada no sofá acariciando a foto de Melissa. Inês vê a cena.
Inês     - O que ta fazendo?
Glauce   - Vendo a foto de quando Melissa era pequena. Eu sinto muita falta dessa época.
Inês     - Eu acho que já ta mais do que na hora de você ir atrás da sua sobrinha. Glauce, você não pode fazer isso com ela!
Glauce   - Você tem razão. Eu pedi o Esqueleto pra ir até a minha antiga casa, mas me parece que ela foi vendida. Eu não consegui mais contato com ela.
Inês     - Por que você não vai no hospital?! Você tem amigos lá, e eles podem ver na ficha dela, o endereço que ela está morando.
Glauce   - (feliz) Inês, você é uma gênia!
Inês     - Mas faça isso logo... Aproveita que o dia ainda está aí. Anda, não perca tempo!
Glauce   - (se levantando) Eu só vou ir até o meu quarto e correr pro hospital.
Glauce sai do cômodo. FOCA em Inês, apreensiva.
CORTA PARA:
CENA 05. SANATÓRIO. DIA. INT. QUARTO ISOLADO.
Marcelo (jovem de aproximadamente vinte anos, olhos negros, corpo escultural, cabeça raspada, e uma roupa toda branca) chora sentado em sua cama. O local é totalmente isolado. Apenas com uma cama branca, sem janelas.
Marcelo  - Minha irmã... Eu quero a minha irmã!
Marcelo se levanta, e vê um gancho para toalhas na porta, ele puxa o colchão e tira uma corda dali. Ele vai se aproximando. Ao amarrar a corda no pescoço, abrem a porta, arremessando-o longe.
Médico   - Marcelo... O que é isso?! O que ta acontecendo, pelo amor de Deus?!
Marcelo  - Eu não quero mais viver... Eu não quero mais viver! A minha irmã está morta? É verdade?

Médico   - (abaixando) Fica tranquilo, está tudo sob controle. A sua irmã está bem! Não faça isso com a sua vida, isso não vai curar nenhum problema que você estiver vivendo, Marcelo.
Marcelo  - Eu quero morrer! Eu quero morrer!
Médico   - Você não vai morrer... Você vai viver, vai ser feliz nessa vida, Marcelo. Eu não vou deixar você morrer!
Marcelo se levanta e encara o médico, que abre os braços. Marcelo o abraça.
CORTA PARA:
CENA 06. CASA DE AMÉLIA. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Amélia (cabelos pretos, curtos, olhos pretos, roupa simples) sentada em frente ao sofá. Um imenso barulho de guitarra é escutado.
Amélia   - Mas que merda é essa? Dá pra parar com isso, Pietra?! Anda... Você vai ficar atrasada pra escola.
Para o som. Pietra (cabelos ruivos, olhos castanhos, roupa punk) pega a mochila e já vai saindo.
Amélia   - Ué, não vai se despedir da sua mãe?
Pietra manda beijo para Amélia, e sai.
CORTA PARA:
CENA 07. ESCOLA. DIA. INT. SALA DE AULA.
Todos na sala de aula. Pietra, com um chiclete na boca, entra na sala, sem bater, e se senta. O professor olha para ela.
Professor - Muito prazer... Qual é o seu nome?!
Pietra   - Meu nome? (olha para trás, fingindo não ser com ela) Ah é comigo... Prazer, Pietra!
Os meninos ficam olhando-a com desejo. Um deles a cutuca.
Menino   - Humm... Você é muito linda, sabia?!
Pietra   - Não adianta querer ficar me cantando, ok?! Não gosto de meninos...
Todos começam a rir, e debochar.
Pietra   - Gosto de homens!
Todos fica chocados. O professor ri.
Professor - Já fui com a sua cara!
CORTE IMEDIATO – Bate o sinal. Todos saem correndo. O professor se aproxima de Pietra, que guarda o seu material.
Professor - Gostei de você, sabia?! Será que você não se interessaria em sair comigo?
Pietra   - (ri) Eu não posso...
Professor - Por quê? O que te impede? Se for pelo fato de eu ser professor, esqueça isso.../
Pietra   - (no ouvido dele) É que eu sou hermafrodita! Tenho bilauzinho, sabe?! Às vezes exerço esse meu lado macho, aí eu me Piter, e eu não sei quando ele pode aparecer!
O professor fica assustado.
Pietra   - Agora eu posso ir? Eu quero muito mijar!
Pietra sai da sala de aula. O professor indignado.
CORTA PARA:
CENA 08. STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT.
MÚSICA: Epitáfio – Titãs
LEGENDA: Nove meses depois...
O tempo passando no Rio de Janeiro. Os carros se movimentando.
CORTA PARA:
CENA 09. MANSÃO DOS CASTELAMARY. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Alba sentada no sofá tomando um chá. A campainha toca. Ela se levanta e vai até a porta. Um homem velho e desconhecido entra e já vai sentando sem seu sofá.
Alba     - (nervosa) Que história é essa de já ir entrando na minha casa?
Homem    - Vim dizer que ta tudo pronto, chefia. A menina que você mandou matar estará mortinha... Em breve! Demoramos porque a gente queria ter um bom plano. Dessa vez ela num escapa!
CORTA PARA:
CENA 09. ESCOLA. DIA. EXT. FACHADA.
MÚSICA: Posso ser – Lexa.
Clara (cabelos loiros, olhos azuis, um belo par de cochas, vestida com um lindo uniforme) desce deslumbrante do carro, com cara de esnobe. Várias pessoas entrando no colégio.
Clara olhando para a escola.
Clara    - Então é nessa porcaria que eu vou ter que estudar?! Era só o que me faltava....
CORTA PARA:
CENA 10. SANATÓRIO. DIA. INT. SALA DA DIRETORIA.
Marcelo, comportado, sentado a frente do médico-chefe, com um sorriso no rosto.
Marcelo  - Eu to muito feliz, doutor. Já não via a hora de sair desse hospício... Literalmente!
Doutor   - Você teve uma evolução tremenda, Marcelo. Me surpreendeu! Mas não pense que vai se ver longe de mim, hein?! Você precisa vir até aqui uma vez por mês, ok?
Marcelo  - Pode deixar... Bom doutor, eu já não quero mais ficar hora nenhuma aqui. Posso ir?
Doutor   - Claro. Você já ta de alta, Marcelo.
Marcelo  - Obrigado!
Os dois se cumprimentam com as mãos. FOCA em Marcelo, emocionado.








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