Na boate
Gaiola das Panteras, Jenny continua a conversa com a mulher, que finalmente
revela seu nome: Bárbara.
– Vai
logo, Bárbara! Eu quero saber tudo sobre o passado da Hanna.
– Ih...
Não sei se eu posso abrir pra tu! – diz Bárbara, insegura.
– Te dou
cinco minutos pra começar a falar. Ou eu tiro o dinheiro da mesa, e saio daqui
agora mesmo.
– Pera
aí, pô! Vamos ver o que eu sei
sobre a Hanna... Ela é macaca velha, tá ligada? Não tem ninguém mais
esperta que aquela lá!
–
Querida, eu me recuso a ficar aqui ouvindo coisa que eu já sei. Bora,
Bárbara! Diz algo que preste.
– Vamos
lá... A coroa já foi casada com um velhote aí, um ricaço, dono de terra,
produtor de café... Um tal de Ernesto, sacou? Ele era podre de
rico!
– E o que
aconteceu com ele?
– Cumpriu
o papel que cabia a ele na peça da vida! Desencarnou, morreu.
– E cê acha que a Hanna pode ter dado
cabo nele?
– Que
nada, garota! Morreu de velho, já tava fazendo hora extra por
aqui.
–
E ela ficou com a herança dele?
– Claro
que sim. O velho era safo, não tinha ninguém. Adorava uma novinha! Se
encantou pela Aninha do Bordel e levou pra virar princesa. Sabe que ele
teve sorte? Se tivesse pegado uma mais ambiciosa tinha morrido antes da
hora!
– E
como você pode ter tanta certeza assim que ela não tem envolvimento com a morte
dele?
– Eu sei
das coisas, pô! Ela ficou um bom tempo cuidando do coroa,
até banho ela dava. Ingrata ela não era.
–
Entendi... Mas me diz uma coisa: Cadê essa grana toda que esse velho
deixou? – pergunta Jenny, curiosa.
– O que
a Hanna tinha de inteligente ela tinha de idiota, sabe? Burra mesmo!
Quando o velho passou dessa pra melhor e foi morar com o capiroto, ela
ficou livre, leve e solta. Na pista! Gastava com festa, bebida, tudo. Mas a
perdição dela foram os jogos... Ela perdeu a grana toda em casinos fora
de Pitenópolis! Aquela idiota. Agora tá aí, pobre
de marré em marré... Muito burra.
– Eu
imagino. Mas não é só isso, né?
– Claro
que não. A melhor parte tá por vir. Aquela que se diz toda santinha,
a diferentona, na verdade fez uma coisa muito terrível no passado.
Até apagar o velho não teria sido tão ruim!
– Pode
falar.
– Hanna
voltou a ser quenga! Aninha do Bordel tava de volta na pista. Ela tinha
muitos clientes... E foi então que ela engravidou de um deles. Eu não sei
se foi por amor ou indiferença, mas a Hanna abandonou o moleque. Quer
dizer... Abandonou uma ova! Aquela ordinária vendeu o próprio filho. Isso
não tem perdão não!
– Eu sou
mesmo uma gênia! Continua.
– Não tem
o que continuar, sabe? É só disso que eu sei.
–
Só?
– Pô,
quase fiz um livro! Mas se tu quiser saber mais, eu posso indicar uma
pessoa pra tu falar.
–
Quem?
– Cacau
Rala Peito. A quenga e dançarina mais antiga da Gaiola! Se tem mais caroço
nesse angu, é ela quem vai te ajudar a achar.
–
E onde eu posso encontrar ela?
– No
cemitério. A Hanna matou ela! – brinca Bárbara.
– Por
todas as galinhas pretas do universo! Isso é sério?
– Claro
que não. Disse isso pra te zuar. A Cacau aparece de noite. Se tu
chegar aqui lá pelas sete, tu dá de cara com ela. Boa sorte na tua
empreitada, garota! Agora eu tenho que ir. Tchau.
Bárbara
sai, mas Jenny continua ali, pensativa, e fala para si mesma:
– Hanna,
Hanna... Te prepara!
***
Regina
chega à delegacia de Pitenópolis. A mãe de Regina é logo direcionada para a
sala de Sabrina.
– Regina!
A que devo a honra da sua visita? – pergunta a delegada Sabrina.
– Honra?
Não sei que honra poderia me trazer aqui, doutora... Pra falar a verdade, eu
faço isso com dor no coração. – responde Regina.
– Eu
entendo seu lado. Mas não respondeu minha pergunta.
– Vim ver
o Jorge. Trouxe um biscoito de polvilho que ele adorava.
– Não sei
se é correto, Regina.
–
Sabrina, eu agradeço tudo que você tem feito pela minha
família... Mas, sinceramente, eu não vou me sentir bem deixando o
homem que viveu uma vida comigo aí, largado. Apesar de tudo que ele fez,
eu tenho uma coisa chamada consciência.
– Não é
como se eu pudesse te impedir... Mas toma cuidado, tá legal?
–
Tomarei.
As
duas seguem até a sala de visitas. Após alguns segundos, Sabrina entra com
Jorge. Um policial fica ali com os dois e Sabrina sai. Jorge fica
surpreso com a visita da ex-mulher.
– Eu
tive saudades. – fala Jorge.
– E eu
tive raiva. De você. Das coisas que você fez. De quem você se
tornou. – conta Regina, irritada.
– Eu já
pedi desculpas, Regina.
– Foi
como colocar durex numa rachadura. Não serviu!
– Regina,
eu mudei. Eu entendo se você não acreditar em mim, mas eu mudei.
–
Mudou de novo? Não é nenhuma surpresa o que eu vou dizer, mas eu não
acredito.
– Então
veio pra que? Pra me humilhar?
– Eu não
sou como você, Jorge. Não sou! Eu vim pra olhar na sua cara e tentar ver se
ainda tem qualquer coisa do homem com quem eu casei... Mas não sei, acho que
estou perdendo meu tempo.
– Sou eu,
Regina! Sou eu. O seu Jorge. O Jorge de sempre. Esse tempo na cadeia me mudou,
me fez dar valor a você e à nossa filha.
Regina se
levanta, segurando as lágrimas.
– Passe
bem, Jorge. E faça bom proveito dos biscoitos que eu te trouxe. São
importados. Os seus favoritos.
Regina
joga o saco de biscoito na mesa, sai da sala chorando. Rapidamente, Jorge é
retirado dali. No corredor, Regina encontra Sabrina.
– Ele
disse que mudou, não disse? – pergunta a delegada.
– Sim.
Eu sei que você não vai gostar disso, mas... Ele me
pareceu sincero!
– Eles
sempre parecem. Regina, toma cuidado, ouviu? Não se esqueça das coisas que
ele já aprontou. – recomenda Sabrina.
Regina
sorri. A delegada continua olhando para ela, porém a empresária logo sai da
delegacia.
***
Após
caminhar um pouco e sem o conhecimento de Tito, Josefina entra em uma clínica
no centro de Pitenópolis. Ela vai até a recepção, conversa um pouco com a
atendente, e senta no banco de espera. Após alguns segundos, um médico
aparece.
–
Josefina? – chama o médico.
– Eu
mesma, doutor! Aqui! – fala a costureira, levantando sua mão.
– Podemos
entrar.
Josefina
segue o médico. Eles entram em uma sala. Lá, ela tira sua blusa, porém está bem
tímida, e depois retira seu sutiã.
– Tô tensa,
sabe? Me sinto desconfortável.
– Esse
exame é muito importante, dona Josefina. Por receio, tabus, muitas
mulheres deixam de fazê-lo e comprometem a própria saúde.
– É. Tem
razão.
Eles
sorriem. Josefina começa a fazer o exame. Ela é colocada em pé, próxima ao
equipamento. Seus seios são comprimidos pelo aparelho. Josefina sente
desconforto, porém, o médico logo libera para ela colocar a blusa novamente. O
médico com uma expressão tensa entra na sala novamente.
– Dona
Josefina, a senhora vai ter que refazer o exame.
– Eu? Mas
por que?
– Prefiro
dizer qualquer coisa depois que tiver certeza. Podemos refazer?
– Se o
senhor disse, tá dito, né? E o resultado sai quando?
– Em dois
dias, no máximo.
Com um
pequeno sorriso e com desconforto, ela tira sua blusa novamente e refaz o
exame.
***
Em sua
casa, Aurora vai até o quarto de Leia. A mãe de Guilherme descobre que Leia
levou a carta feita por Guilherme para Jonas, na cadeia.
– Leia,
por que você não me falou que tinha levado uma carta do Guilherme pro bandido
do Jonas? – pergunta Aurora, irritada.
– Como
você ficou sabendo disso?
– Não
interessa, Leia. Eu só quero saber por que você fez isso.
– O seu
filho tá sofrendo porque o pai tá na cadeia e você não liga pra isso. Você o
manda ignorar e esquecer o pai, mas ele não consegue.
– E por
que você não me consultou?
– Pra
você falar pra eu não fazer isso ou jogar a carta no lixo?
– Ah,
Leia, não venha com essa.
– Eu só
quis fazer algo pro bem do Gui.
– Mas eu
sou a mãe do Guilherme. Eu sei o que é o melhor pra ele.
–
Desculpa a sinceridade, Aurora, mas você não sabe. Você sabe o que é bom pra
você e pro Pedro.
– Leia,
não vou discutir com você mais.
– Tá, mas
antes que você me expulse, eu vou sair daqui ainda hoje.
– Tudo
bem.
Leia sai
da casa.
***
A praça
de Pitenópolis continua lotada. Várias pessoas estão na praça, andando pra
lá e pra cá. Entre elas, estão Olga, Pietro e Mary, entrando numa tenda,
onde são realizados os testes para o filme. Lá estão Kika e Clovis,
sentados numa cadeira.
– Vieram
pro teste? – pergunta Clóvis
– É o que
diz a placa, então não faz sentido a gente ter entrado aqui pra vender
maçã. – responde Mary, irônica.
– Mary,
contenha-se! – fala Olga, assustada.
– Deixa a
garota. A lógica dela tá certa. Então, quem começa? – diz e pergunta o
diretor Clóvis.
–
Primeiro as divas. – responde Mary Leh.
Olga e
Pietro se afastam. Clóvis e os outros produtores do filme, incluindo Kika,
observam Mary. A irmã de Jenny tira da bolsa uma caveira.
– Shakespeare? –
pergunta Clóvis.
– Não,
é de um indigente. Eu e a Jenny tiramos de dentro
da cova.
–
Cruzes! – comenta o diretor.
– Não, as
Cruzes a gente não tirou. Posso começar?
– Como
quiser.
– Se essa
caveira existe, por que existe? Porque eu e a Jenny roubamos de dentro do
caixão. Por que roubamos? Porque quisemos! Oh, Deus, oh, divindades supremas,
me ajudem a conseguir esse papel. – atua Mary, começando a incorporar –
Kumba! Kumba! Sarará!
– Essa
garota tá com a pomba gira no corpo? – pergunta Kika Postrad, totalmente
assustada.
– É minha
atuação, gostaria muito se ninguém interrompesse. – pede
Mary, que volta a incorporar, deixando todos muito assustados.
***
Em frente
à faculdade de pedagogia de Bulires, Augusto ainda espera Ângela. Ele observa
vários candidatos saindo do prédio, porém nada de encontrar Ângela. Minutos
depois, ela aparece na fachada, alegrando o noivo, que pergunta, em tom de
brincadeira:
– Cadê
minha estudiosa predileta?
–
Tem outra? – pergunta Ângela, rindo.
–
Talvez...
–
Bobo! Mas e aí, vamos?
– Claro.
Foi bem na prova?
– Eu
espero. Resultado ainda vai sair.
Eles se
beijam e entram em um táxi para voltarem a Pitenópolis.
***
Após sair
da casa de Aurora, Leia entra na delegacia de Pitenópolis e fala com um
policial, que está em um balcão:
– Jorge
Albuquerque. Eu preciso falar com ele!
– Horário
de visitas já passou, minha senhora.
– Não pra
quem tem dinheiro.
Os dois
sorriem. Leia coloca algumas notas de dinheiro em cima do balcão. Ele vai
discretamente à sala de visitas e ela o segue. Enquanto isso, em sua cela,
Jorge abre o pacote de biscoitos dado por Regina, e alguns presos o observam.
– Não
adianta nem ficarem de olho que isso não é pro bico de vocês, ouviram? Bando de
suburbano. Isso aqui é importado! Minha esposa quem trouxe. Pra mim! Só
pra mim! – fala Jorge para os outros presos.
O
policial aparece e fala para Jorge:
–
Visita pra tu, companheiro.
–
Ouviram? Visita! Alguém que veio me trazer mais coisa boa. Morram de
inveja, favelados! – diz Jorge, deixando os outros presos irritados.
O
policial abre a cela para Jorge e os dois saem. Jorge deixa o pacote de
biscoitos em cima de sua cama, um dos presos vai até lá e começa a repartir com
os outros. Na sala de visitas, Leia está sentada em uma cadeira, e
Jorge entra.
– Ah...
Você? – pergunta Jorge, surpreso ao ver Leia.
– Não
parece feliz em me ver.
–
Eu tô, eu tô. Trouxe alguma coisa?
– Me
trouxe.
Leia se
aproxima de Jorge. Os dois trocam um beijo caloroso e logo se afastam.
– Eu não
tenho onde ficar. Vou sair da casa da Aurora ainda hoje. Discuti sério com ela.
– conta Leia.
– Isso
não é problema. Eu vou te passar o endereço de uma casa em Ravione...
Quando eu sair desse esgoto eu vou pra lá.
– E
como você pretende fazer isso?
– Eu
sempre dou meu jeito, Leia. Dessa vez não vai ser diferente. Só preciso
que você faça tudo conforme eu vou te dizer. Ok?
–
Fechado.
Eles
continuam a conversa, sem que o policial que está no lado de fora ouça, já
que ele está distraído.
***
Na loja
da ‘‘Vinhos Albuquerque’’, Gustavo está arrumando algumas garrafas na
estante. Ao terminar, ele vai à porta de entrada da loja e fica observando
Mary, que sai da tenda para continuar sua encenação, que mais parecia uma
incorporação.
– Minha
nossa senhora da galinha preta, me ajuda a passar nesse teste! Por favor,
nunca te pedi nada. Saravá! – grita a irmã de Jenny.
Gustavo
dá uma risada. Leia entra na loja com um olhar amargo.
– Boa
tarde, Leia.
– Não pra
mim.
–
Aconteceu alguma coisa?
– Nada
da sua conta. Eu vim aqui pra pedir minha demissão.
– Nossa,
Leia. Sinto muito.
– Você
ouviu? Tô me demitindo, saindo fora. Tô dando é
graças!
– Já que
é assim, então tudo bem. Só que primeiro você tem que passar no escritório
da empresa. Tudo bem?
– Fazer o
que, né? Até nunca mais. – despede-se Mary, irritada.
Gustavo
fica assustado com o comportamento dela e volta a observar Mary, que
dessa vez pula em volta de uma garrafa de vodka.
***
No
escritório da ‘‘Vinhos Albuquerque’’, Álvaro mexe nas contas da empresa, em seu
computador, até que Leia entra.
– Boa
tarde, Leia! – diz Álvaro, com bom humor.
– Lá vamos
nós, de novo...
–
Como?
– Nada
não, querido. Eu preciso tratar de um assunto de extrema importância com você,
Álvaro.
– Sobre
o que seria?
– Sobre a
minha demissão.
–
Demissão? Tá acontecendo algum problema?
– Não.
São motivos pessoais que me levam a tomar essa escolha.
– Nesse
caso, boa sorte na sua carreira profissional, Leia. Eu vou arrumar os
documentos aqui, você espera?
– Espero,
sim.
Regina
entra na sala de Álvaro, e pergunta, assustada:
–
Leia?
– Oi, dona
Regina. O Álvaro está arrumando os documentos da minha
demissão.
– Você
não precisa fazer isso. – fala Regina.
– Eu
quero.
–
Pronto, Leia. Você só precisa passar no RH da empresa pra assinar os
papéis, ok?
– Claro.
Até mais. – responde Leia, saindo da sala.
– Tem
coelho nesse mato. – diz Regina.
–
Como assim?
– Ela
pedir a demissão dela... Não sei. Tem dedo do Jorge nessa história.
– Você
acha que... A Leia e o Jorge?
– Não
duvido. Mas vamos mudar de assunto, não?
– Claro. E
dona Regina, já que ela se demitiu, podemos promover o Augusto. O Pedro já
tinha falado que na vinícola ele estava muito bem
–
Olha! É uma ótima ideia. Não é só porque ele é meu genro, mas ele é uma
pessoa ótima.
– Verdade.
O garoto tem juízo. – fala Álvaro, rindo.
***
Na praça
da cidade, a bagunça continua. Há várias pessoas assistindo os testes. O táxi
em que Ângela e Augusto estão estaciona próximo à praça. Ele e ela vão até
Mary, que ensaia com uma caveira na mão.
– Que
bagunça, Mary! Tudo isso pro filme da Kika? – pergunta Augusto,
assustado.
– Aham.
E se tudo der certo eu vou estar no elenco! – responde a
irmã de Jenny.
– Nesse
caso boa sorte. – deseja Ângela.
Andando
rapidamente, Leia esbarra no casal.
– Foi
mal. – fala ela sem olhar para eles.
–
Leia? – pergunta Augusto.
– Eu...
Que bom que encontrei vocês. Eu queria pedir desculpas. Por tudo que eu
fiz.
–
Desculpas?
– É.
Você sabe. Eu tô saindo da cidade.
– Boa
sorte, Leia. Seja lá pra onde você estiver indo. – diz Ângela.
–
Obrigado. Ângela, cuida bem do Augusto. Ele é muito especial. – recomenda
Leia a Ângela.
– Pode
deixar. – responde Ângela, rindo.
– Então...
Acho que é um adeus.
– Acho
que sim. – responde Augusto.
Os três
se abraçam. Leia sai, com os olhos cheios de lágrimas.
– Nunca
vi ela assim. Ela estava estranha. – comenta Augusto.
– Parecia
desorientada. – completa Ângela.
***
Aproveitando
uma saída de Aurora e Guilherme, Leia entra na casa da amiga. Ela arruma a
mala, com suas roupas e sapatos e depois pega outros objetos seus que estão
pela casa. Leia fica muito emocionada, chora, e decide escrever uma carta para
Aurora e Guilherme, que conta: ‘‘Aurora e
Gui, vocês foram a minha família durante muitos anos. Aurora, a gente se
conheceu há muito tempo, lembra? Porém, pelos rumos da vida e do destino, eu
estou saindo de Pitenópolis para recomeçar a minha vida longe do meu passado.
Saibam que eu amo muito vocês e que eu não estou saindo daqui por causa de
vocês. Em breve eu ligo para dar notícias e quem sabe até visito vocês aí?!
Beijos, Leia.’’
Após
chorar bastante, Leia recolhe suas malas e sai da casa.
***
Na tenda
montada na praça de Pitenópolis, Clóvis e Kika conversam. Ao mesmo tempo, Olga
e Pietro, que também já fizeram seus testes, estão sentados ao lado de Mary,
tensos, esperando o resultado.
– E aí?
Decidiram? – pergunta Olga a Clóvis e Kika
– Como
vocês observaram, eu me manti calada durante todos os testes.
Pois então a decisão final é minha. Eu decidi que...
– Que? –
falam juntos Olga, Pietro e Mary.
– Que
vocês estão dentro do projeto. Vocês passaram no teste! – revela Kika,
deixando Pietro, Olga e Pietro muito felizes, que se abraçam e pulam, comemorando.
– Gente,
sem querer sem indelicada agora, mas... A gente vai ficar gravando por um
bom tempo, né? – diz Mary Leh.
–
Sim. – responde Kika.
– Então
como é que a gente vai forrar o bucho? Vamos ter que fazer
quentinha? – pergunta Mary.
– Não se preocupem
com isso. A dona Hanna e a Cléo ficaram encarregadas de fornecer comida
pra equipe durante as filmagens. – conta Clóvis.
– E ainda
teremos o Tito e a Josefina encarregados do cenário. – completa Kika.
– Que
coisa boa. Então tá tudo entre amigos! – festeja Olga, comemorando.
***
Em frente
à pensão de Hanna Curie, um carro preto é estacionado. Max e Carmen descem
dele.
–
Não precisa vir junto! – fala Max.
– E
perder a cara da vaquinha ao te ver? Jamais! – diz Carmen, rindo.
Os dois
entram na pensão. Sofia está sentada no sofá lendo um livro. Carmen aponta uma
arma para Sofia, que se assusta e se prepara para se levantar.
– Calma,
vaquinha. Se mover um músculo eu atiro!
– O que
vocês querem?
Max vai
até ela, coloca um pano em seu rosto e a dopa. Sofia cai no chão.
– Nós... Queremos
você, Sofia. Sua hora chegou! – fala Max, rindo
Carmen também
ri. Max pega Sofia no colo, eles saem da pensão e entram no carro, que dá
partida.
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