segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Capítulo 17: Magia Sensata (RETA FINAL)

Na boate Gaiola das Panteras, Jenny continua a conversa com a mulher, que finalmente revela seu nome: Bárbara.
– Vai logo, Bárbara! Eu quero saber tudo sobre o passado da Hanna.  
– Ih... Não sei se eu posso abrir pra tu! – diz Bárbara, insegura.
– Te dou cinco minutos pra começar a falar. Ou eu tiro o dinheiro da mesa, e saio daqui agora mesmo.
– Pera aí, ! Vamos ver o que eu sei sobre a Hanna... Ela é macaca velha, tá ligada? Não tem ninguém mais esperta que aquela lá!  
– Querida, eu me recuso a ficar aqui ouvindo coisa que eu já sei. Bora, Bárbara! Diz algo que preste.  
– Vamos lá... A coroa já foi casada com um velhote aí, um ricaço, dono de terra, produtor de café... Um tal de Ernesto, sacou? Ele era podre de rico!  
– E o que aconteceu com ele?  
– Cumpriu o papel que cabia a ele na peça da vida!  Desencarnou, morreu.  
– E  acha que a Hanna pode ter dado cabo nele?  
– Que nada, garota! Morreu de velho, já tava fazendo hora extra por aqui.  
– E ela ficou com a herança dele?  
– Claro que sim. O velho era safo, não tinha ninguém. Adorava uma novinha! Se encantou pela Aninha do Bordel e levou pra virar princesa. Sabe que ele teve sorte? Se tivesse pegado uma mais ambiciosa tinha morrido antes da hora!  
– E como você pode ter tanta certeza assim que ela não tem envolvimento com a morte dele?  
– Eu sei das coisas, pô! Ela ficou um bom tempo cuidando do coroa, até banho ela dava. Ingrata ela não era.  
– Entendi... Mas me diz uma coisa: Cadê essa grana toda que esse velho deixou? – pergunta Jenny, curiosa.
– O que a Hanna tinha de inteligente ela tinha de idiota, sabe? Burra mesmo! Quando o velho passou dessa pra melhor e foi morar com o capiroto, ela ficou livre, leve e solta. Na pista! Gastava com festa, bebida, tudo. Mas a perdição dela foram os jogos... Ela perdeu a grana toda em casinos fora de Pitenópolis! Aquela idiota. Agora tá aí, pobre de marré em marré... Muito burra.  
– Eu imagino. Mas não é só isso, né?  
– Claro que não. A melhor parte tá por vir. Aquela que se diz toda santinha, a diferentona, na verdade fez uma coisa muito terrível no passado. Até apagar o velho não teria sido tão ruim!  
– Pode falar.  
– Hanna voltou a ser quenga! Aninha do Bordel tava de volta na pista. Ela tinha muitos clientes... E foi então que ela engravidou de um deles. Eu não sei se foi por amor ou indiferença, mas a Hanna abandonou o moleque. Quer dizer... Abandonou uma ova! Aquela ordinária vendeu o próprio filho. Isso não tem perdão não!  
– Eu sou mesmo uma gênia! Continua.  
– Não tem o que continuar, sabe? É só disso que eu sei.  
– Só?  
– Pô, quase fiz um livro! Mas se tu quiser saber mais, eu posso indicar uma pessoa pra tu falar.  
– Quem?  
– Cacau Rala Peito. A quenga e dançarina mais antiga da Gaiola! Se tem mais caroço nesse angu, é ela quem vai te ajudar a achar.  
– E onde eu posso encontrar ela? 
– No cemitério. A Hanna matou ela! – brinca Bárbara.
– Por todas as galinhas pretas do universo! Isso é sério?  
– Claro que não. Disse isso pra te zuar. A Cacau aparece de noite. Se tu chegar aqui lá pelas sete, tu dá de cara com ela. Boa sorte na tua empreitada, garota! Agora eu tenho que ir. Tchau.
 Bárbara sai, mas Jenny continua ali, pensativa, e fala para si mesma:
– Hanna, Hanna... Te prepara!  

***
Regina chega à delegacia de Pitenópolis. A mãe de Regina é logo direcionada para a sala de Sabrina.
– Regina! A que devo a honra da sua visita? – pergunta a delegada Sabrina.  
– Honra? Não sei que honra poderia me trazer aqui, doutora... Pra falar a verdade, eu faço isso com dor no coração. – responde Regina.
– Eu entendo seu lado. Mas não respondeu minha pergunta.  
– Vim ver o Jorge. Trouxe um biscoito de polvilho que ele adorava.  
– Não sei se é correto, Regina.
– Sabrina, eu agradeço tudo que você tem feito pela minha família... Mas, sinceramente, eu não vou me sentir bem deixando o homem que viveu uma vida comigo aí, largado. Apesar de tudo que ele fez, eu tenho uma coisa chamada consciência.  
– Não é como se eu pudesse te impedir... Mas toma cuidado, tá legal? 
– Tomarei.  
 As duas seguem até a sala de visitas. Após alguns segundos, Sabrina entra com Jorge. Um policial fica ali com os dois e Sabrina sai.  Jorge fica surpreso com a visita da ex-mulher.
– Eu tive saudades.  – fala Jorge.
– E eu tive raiva. De você. Das coisas que você fez. De quem você se tornou.  – conta Regina, irritada.
– Eu já pedi desculpas, Regina.
– Foi como colocar durex numa rachadura. Não serviu!  
– Regina, eu mudei. Eu entendo se você não acreditar em mim, mas eu mudei.  
– Mudou de novo? Não é nenhuma surpresa o que eu vou dizer, mas eu não acredito.  
– Então veio pra que? Pra me humilhar?  
– Eu não sou como você, Jorge. Não sou! Eu vim pra olhar na sua cara e tentar ver se ainda tem qualquer coisa do homem com quem eu casei... Mas não sei, acho que estou perdendo meu tempo.
– Sou eu, Regina! Sou eu. O seu Jorge. O Jorge de sempre. Esse tempo na cadeia me mudou, me fez dar valor a você e à nossa filha.   
Regina se levanta, segurando as lágrimas.  
– Passe bem, Jorge. E faça bom proveito dos biscoitos que eu te trouxe. São importados. Os seus favoritos.  
Regina joga o saco de biscoito na mesa, sai da sala chorando. Rapidamente, Jorge é retirado dali. No corredor, Regina encontra Sabrina.
– Ele disse que mudou, não disse? – pergunta a delegada.
– Sim. Eu sei que você não vai gostar disso, mas... Ele me pareceu sincero!  
– Eles sempre parecem. Regina, toma cuidado, ouviu? Não se esqueça das coisas que ele já aprontou.  – recomenda Sabrina.
Regina sorri. A delegada continua olhando para ela, porém a empresária logo sai da delegacia.

***
Após caminhar um pouco e sem o conhecimento de Tito, Josefina entra em uma clínica no centro de Pitenópolis. Ela vai até a recepção, conversa um pouco com a atendente, e senta no banco de espera. Após alguns segundos, um médico aparece.  
– Josefina? – chama o médico.
– Eu mesma, doutor! Aqui! – fala a costureira, levantando sua mão.
– Podemos entrar.  
Josefina segue o médico. Eles entram em uma sala. Lá, ela tira sua blusa, porém está bem tímida, e depois retira seu sutiã.
– Tô tensa, sabe? Me sinto desconfortável.  
– Esse exame é muito importante, dona Josefina. Por receio, tabus, muitas mulheres deixam de fazê-lo e comprometem a própria saúde.  
– É. Tem razão.  
Eles sorriem. Josefina começa a fazer o exame. Ela é colocada em pé, próxima ao equipamento. Seus seios são comprimidos pelo aparelho. Josefina sente desconforto, porém, o médico logo libera para ela colocar a blusa novamente. O médico com uma expressão tensa entra na sala novamente.  
– Dona Josefina, a senhora vai ter que refazer o exame.  
– Eu? Mas por que?  
– Prefiro dizer qualquer coisa depois que tiver certeza. Podemos refazer?  
– Se o senhor disse, tá dito, né? E o resultado sai quando?  
– Em dois dias, no máximo.  
Com um pequeno sorriso e com desconforto, ela tira sua blusa novamente e refaz o exame.

***
Em sua casa, Aurora vai até o quarto de Leia. A mãe de Guilherme descobre que Leia levou a carta feita por Guilherme para Jonas, na cadeia.
– Leia, por que você não me falou que tinha levado uma carta do Guilherme pro bandido do Jonas? – pergunta Aurora, irritada.
– Como você ficou sabendo disso?
– Não interessa, Leia. Eu só quero saber por que você fez isso.
– O seu filho tá sofrendo porque o pai tá na cadeia e você não liga pra isso. Você o manda ignorar e esquecer o pai, mas ele não consegue.
– E por que você não me consultou?
– Pra você falar pra eu não fazer isso ou jogar a carta no lixo?
– Ah, Leia, não venha com essa.
– Eu só quis fazer algo pro bem do Gui.
– Mas eu sou a mãe do Guilherme. Eu sei o que é o melhor pra ele.
– Desculpa a sinceridade, Aurora, mas você não sabe. Você sabe o que é bom pra você e pro Pedro.
– Leia, não vou discutir com você mais.
– Tá, mas antes que você me expulse, eu vou sair daqui ainda hoje.
– Tudo bem.
Leia sai da casa.

*** 
A praça de Pitenópolis continua lotada. Várias pessoas estão na praça, andando pra lá e pra cá. Entre elas, estão Olga, Pietro e Mary, entrando numa tenda, onde são realizados os testes para o filme. Lá estão Kika e Clovis, sentados numa cadeira.  
– Vieram pro teste? – pergunta Clóvis
– É o que diz a placa, então não faz sentido a gente ter entrado aqui pra vender maçã. – responde Mary, irônica.
– Mary, contenha-se! – fala Olga, assustada.
– Deixa a garota. A lógica dela tá certa. Então, quem começa? – diz e pergunta o diretor Clóvis.
– Primeiro as divas. – responde Mary Leh.
Olga e Pietro se afastam. Clóvis e os outros produtores do filme, incluindo Kika, observam Mary. A irmã de Jenny tira da bolsa uma caveira. 
– Shakespeare? – pergunta Clóvis.
– Não, é de um indigente. Eu e a Jenny tiramos de dentro da cova.  
– Cruzes! – comenta o diretor.
– Não, as Cruzes a gente não tirou. Posso começar?  
– Como quiser.  
– Se essa caveira existe, por que existe? Porque eu e a Jenny roubamos de dentro do caixão. Por que roubamos? Porque quisemos! Oh, Deus, oh, divindades supremas, me ajudem a conseguir esse papel. – atua Mary, começando a incorporar – Kumba! Kumba! Sarará!  
– Essa garota tá com a pomba gira no corpo? – pergunta Kika Postrad, totalmente assustada.
– É minha atuação, gostaria muito se ninguém interrompesse. – pede Mary, que volta a incorporar, deixando todos muito assustados.

***
Em frente à faculdade de pedagogia de Bulires, Augusto ainda espera Ângela. Ele observa vários candidatos saindo do prédio, porém nada de encontrar Ângela. Minutos depois, ela aparece na fachada, alegrando o noivo, que pergunta, em tom de brincadeira:
– Cadê minha estudiosa predileta?  
– Tem outra? – pergunta Ângela, rindo.
– Talvez...  
– Bobo! Mas e aí, vamos?  
– Claro. Foi bem na prova?  
– Eu espero. Resultado ainda vai sair.  
Eles se beijam e entram em um táxi para voltarem a Pitenópolis.

***
Após sair da casa de Aurora, Leia entra na delegacia de Pitenópolis e fala com um policial, que está em um balcão:
– Jorge Albuquerque. Eu preciso falar com ele!  
– Horário de visitas já passou, minha senhora.  
– Não pra quem tem dinheiro.  
Os dois sorriem. Leia coloca algumas notas de dinheiro em cima do balcão. Ele vai discretamente à sala de visitas e ela o segue. Enquanto isso, em sua cela, Jorge abre o pacote de biscoitos dado por Regina, e alguns presos o observam.
– Não adianta nem ficarem de olho que isso não é pro bico de vocês, ouviram? Bando de suburbano. Isso aqui é importado! Minha esposa quem trouxe. Pra mim! Só pra mim! – fala Jorge para os outros presos.
O policial aparece e fala para Jorge: 
– Visita pra tu, companheiro.  
– Ouviram? Visita! Alguém que veio me trazer mais coisa boa. Morram de inveja, favelados! – diz Jorge, deixando os outros presos irritados.
O policial abre a cela para Jorge e os dois saem. Jorge deixa o pacote de biscoitos em cima de sua cama, um dos presos vai até lá e começa a repartir com os outros.  Na sala de visitas, Leia está sentada em uma cadeira, e Jorge entra.
– Ah... Você? – pergunta Jorge, surpreso ao ver Leia.
– Não parece feliz em me ver.  
– Eu tô, eu tô. Trouxe alguma coisa? 
– Me trouxe.  
Leia se aproxima de Jorge. Os dois trocam um beijo caloroso e logo se afastam.
– Eu não tenho onde ficar. Vou sair da casa da Aurora ainda hoje. Discuti sério com ela. – conta Leia.
– Isso não é problema. Eu vou te passar o endereço de uma casa em Ravione... Quando eu sair desse esgoto eu vou pra lá.  
– E como você pretende fazer isso?  
– Eu sempre dou meu jeito, Leia. Dessa vez não vai ser diferente. Só preciso que você faça tudo conforme eu vou te dizer. Ok?  
– Fechado.  
Eles continuam a conversa, sem que o policial que está no lado de fora ouça, já que ele está distraído.

***
Na loja da ‘‘Vinhos Albuquerque’’, Gustavo está arrumando algumas garrafas na estante. Ao terminar, ele vai à porta de entrada da loja e fica observando Mary, que sai da tenda para continuar sua encenação, que mais parecia uma incorporação.
– Minha nossa senhora da galinha preta, me ajuda a passar nesse teste! Por favor, nunca te pedi nada. Saravá! – grita a irmã de Jenny.
Gustavo dá uma risada. Leia entra na loja com um olhar amargo.
– Boa tarde, Leia.  
– Não pra mim.  
– Aconteceu alguma coisa?  
– Nada da sua conta. Eu vim aqui pra pedir minha demissão.  
– Nossa, Leia. Sinto muito.
– Você ouviu? Tô me demitindo, saindo fora. Tô dando é graças!  
– Já que é assim, então tudo bem. Só que primeiro você tem que passar no escritório da empresa. Tudo bem? 
– Fazer o que, né? Até nunca mais. – despede-se Mary, irritada.
Gustavo fica assustado com o comportamento dela e volta  a observar Mary, que dessa vez pula em volta de uma garrafa de vodka.  

***
No escritório da ‘‘Vinhos Albuquerque’’, Álvaro mexe nas contas da empresa, em seu computador, até que Leia entra.
– Boa tarde, Leia! – diz Álvaro, com bom humor.
– Lá vamos nós, de novo...  
– Como?  
– Nada não, querido. Eu preciso tratar de um assunto de extrema importância com você, Álvaro.  
– Sobre o que seria?  
– Sobre a minha demissão.  
– Demissão? Tá acontecendo algum problema?  
– Não. São motivos pessoais que me levam a tomar essa escolha.  
– Nesse caso, boa sorte na sua carreira profissional, Leia. Eu vou arrumar os documentos aqui, você espera?  
– Espero, sim.  
Regina entra na sala de Álvaro, e pergunta, assustada:
– Leia?  
– Oi, dona Regina. O Álvaro está arrumando os documentos da minha demissão.  
– Você não precisa fazer isso. – fala Regina.
– Eu quero.  
– Pronto, Leia. Você só precisa passar no RH da empresa pra assinar os papéis, ok?  
– Claro. Até mais. – responde Leia, saindo da sala.
– Tem coelho nesse mato. – diz Regina.
– Como assim? 
– Ela pedir a demissão dela... Não sei. Tem dedo do Jorge nessa história.  
– Você acha que... A Leia e o Jorge?  
– Não duvido. Mas vamos mudar de assunto, não?  
– Claro. E dona Regina, já que ela se demitiu, podemos promover o Augusto. O Pedro já tinha falado que na vinícola ele estava muito bem
– Olha! É uma ótima ideia. Não é só porque ele é meu genro, mas ele é uma pessoa ótima. 
– Verdade. O garoto tem juízo. – fala Álvaro, rindo.

***
Na praça da cidade, a bagunça continua. Há várias pessoas assistindo os testes. O táxi em que Ângela e Augusto estão estaciona próximo à praça. Ele e ela vão até Mary, que ensaia com uma caveira na mão.
– Que bagunça, Mary! Tudo isso pro filme da Kika? – pergunta Augusto, assustado.
– Aham. E se tudo der certo eu vou estar no elenco! – responde a irmã de Jenny.
– Nesse caso boa sorte. – deseja Ângela.
Andando rapidamente, Leia esbarra no casal.
– Foi mal. – fala ela sem olhar para eles.
– Leia? – pergunta Augusto.
– Eu... Que bom que encontrei vocês. Eu queria pedir desculpas. Por tudo que eu fiz.  
– Desculpas?  
– É. Você sabe. Eu tô saindo da cidade.  
– Boa sorte, Leia. Seja lá pra onde você estiver indo. – diz Ângela. 
– Obrigado. Ângela, cuida bem do Augusto. Ele é muito especial. – recomenda Leia a Ângela.
– Pode deixar. – responde Ângela, rindo.
– Então... Acho que é um adeus.  
– Acho que sim. – responde Augusto.
Os três se abraçam. Leia sai, com os olhos cheios de lágrimas.
– Nunca vi ela assim. Ela estava estranha. – comenta Augusto.
– Parecia desorientada. – completa Ângela. 

***
Aproveitando uma saída de Aurora e Guilherme, Leia entra na casa da amiga. Ela arruma a mala, com suas roupas e sapatos e depois pega outros objetos seus que estão pela casa. Leia fica muito emocionada, chora, e decide escrever uma carta para Aurora e Guilherme, que conta: ‘‘Aurora e Gui, vocês foram a minha família durante muitos anos. Aurora, a gente se conheceu há muito tempo, lembra? Porém, pelos rumos da vida e do destino, eu estou saindo de Pitenópolis para recomeçar a minha vida longe do meu passado. Saibam que eu amo muito vocês e que eu não estou saindo daqui por causa de vocês. Em breve eu ligo para dar notícias e quem sabe até visito vocês aí?! Beijos, Leia.’’
Após chorar bastante, Leia recolhe suas malas e sai da casa.

***
Na tenda montada na praça de Pitenópolis, Clóvis e Kika conversam. Ao mesmo tempo, Olga e Pietro, que também já fizeram seus testes, estão sentados ao lado de Mary, tensos, esperando o resultado.
– E aí? Decidiram? – pergunta Olga a Clóvis e Kika
– Como vocês observaram, eu me manti calada durante todos os testes. Pois então a decisão final é minha. Eu decidi que...  
– Que? – falam juntos Olga, Pietro e Mary.
– Que vocês estão dentro do projeto. Vocês passaram no teste! – revela Kika, deixando Pietro, Olga e Pietro muito felizes, que se abraçam e pulam, comemorando. 
– Gente, sem querer sem indelicada agora, mas... A gente vai ficar gravando por um bom tempo, né? – diz Mary Leh.
– Sim. – responde Kika.
– Então como é que a gente vai forrar o bucho? Vamos ter que fazer quentinha? – pergunta Mary.
– Não se preocupem com isso. A dona Hanna e a Cléo ficaram encarregadas de fornecer comida pra equipe durante as filmagens. – conta Clóvis.
– E ainda teremos o Tito e a Josefina encarregados do cenário. – completa Kika.  
– Que coisa boa. Então tá tudo entre amigos! – festeja Olga, comemorando.

***
Em frente à pensão de Hanna Curie, um carro preto é estacionado. Max e Carmen descem dele.
– Não precisa vir junto! – fala Max.
– E perder a cara da vaquinha ao te ver? Jamais! – diz Carmen, rindo.  
Os dois entram na pensão. Sofia está sentada no sofá lendo um livro. Carmen aponta uma arma para Sofia, que se assusta e se prepara para se levantar.
– Calma, vaquinha. Se mover um músculo eu atiro!  
– O que vocês querem?  
Max vai até ela, coloca um pano em seu rosto e a dopa. Sofia cai no chão. 
– Nós... Queremos você, Sofia. Sua hora chegou! – fala Max, rindo
Carmen também ri. Max pega Sofia no colo, eles saem da pensão e entram no carro, que dá partida.  


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