CENA
01/ SCARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL/ INT./ DIA
Continuação imediata do capítulo anterior. Outra vez a
voz volta a chamar por Arlan. Nisso, ele conclui que é Aléxya. Outra vez ela
volta a chamar pelo noivo:
ALÉXYA – (bate na porta) Arlan! Abre a
porta! Abre amor! Sou eu, o amor da sua vida! Sua pétala de rosa.
Os dois
tomam um susto.
ARLAN – (surpreso) É a Aléxya!
O desespero
toma conta do rapaz.
Rapidamente
os dois vestem suas roupas. Aléxya continua a chamar pelo noivo.
ALÉXYA – Amor, eu sei que você está ai.
Abra já essa porta.
ARLAN – (grita) Calma amor!
Segundos
depois, vestido, Arlan atende a porta. Aléxya entra como um avião e dá de cara
com Karen sentada à mesa com papel e caneta em mãos.
ALÉXYA – Quem é essa?!
Karen
aproxima-se de Aléxya e a cumprimenta como se nada houvesse acontecido.
KAREN – Olá dona Aléxya. Muito prazer,
eu sou a nova secretária do Dr. Arlan. Me chama Karen Ribeiro.
Aléxya fica
com a pulga atrás da orelha:
ALÉXYA – Posso saber o que vocês dois
faziam sozinhos aqui com a porta fechada? Ou melhor, porque a porta estava
fechada com vocês dois sozinhos aqui dentro?
Arlan e
Karen entreolham. O rapaz tenta explicar para a filha de Magnus.
ARLAN – Simples, eu e a Karen, a minha
secretária, bem estávamos/
Karen
interrompe Arlan:
KAREN – Estávamos muito atarefados.
Estudando alguns relatórios da empresa e/
ALÉXYA – E por que a porta fechada?
ARLAN – Não queríamos que ninguém nos
atrapalhasse, porque estamos afundados em coisas pra fazer, como você pode ver,
a mesa está repleta de papeis e documentos que ainda faltam serem analisados.
Por isso decidir fechar a porta com chave.
Aléxya
estuda a situação por rápidos segundos e acaba engolindo toda história.
KAREN – Bom Dr. Arlan, já conclui minha
parte.
ARLAN – Obrigado Karen.
Karen deixa
a sala. Arlan diante de Aléxya.
ARLAN – Vem cá meu docinho. Quero te
encher de beijos.
O rapaz puxa Aléxya pelo braço e a enche de
beijos e abraços.
CENA
02/ GRUPO KUHN/ ESCRITÓRIO ÔNIX/ INT./ TARDE
Egídio
diante de Ônix.
EGÍDIO – Você achou mesmo que compraria o
meu silêncio por esse mísero bolo de dinheiro?
Ônix
permanece em silêncio.
Egídio
arremata:
EGÍDIO – Ninguém compra o meu silêncio
porque ele não está à venda. Eu sou um homem de princípios, Ônix.
ÔNIX – (grita) Eu também sou homem de
princípios Egídio.
Egídio
interrompe o filho de Orlando:
EGÍDIO – Você?! Você não passa apenas de
um mer/
ÔNIX – (grita) Veja bem o que você vai
falar!
Egídio
decide não concluir sua frase. O executivo levanta-se e declara.
EGÍDIO – Não tenho mais nada pra tratar
com você.
Ônix
ameaça:
ÔNIX – Egídio irá de arrepender
profundamente por não ter aceitado minha proposta.
EGÍDIO – É algum tipo de ameaça, Ônix?
ÔNIX – Entenda como quiser. O fato é
que estarei por cima sempre e ganharei essa guerra.
Egídio
trata Ônix com desdém e deixa a sala.
Sozinho, o
filho de Orlando range os dentes. Pega o telefone celular, digita e logo leva
ao ouvido.
Do outro
lado da linha Selim fala:
SELIM – Fala chefia!
ÔNIX – Animal o que está esperando pra
sequestrar de uma vez por todas o crápula do Egídio?
SELIM – Ué chefia/
Ônix grita
histericamente:
ÔNIX – Para de me chamar de chefia que
não gosto desse “pronome de tratamento”. Você pode, ou melhor dizendo, você
deve me chame de senhor, de Deus, de Lúcifer, de iluminado, Doutor, do que
quiser, mas para de me chamar de chefia. Eu detesto isso seu animal!
SELIM – Calma Dr. Ônix, não precisa
ficar nervoso.
ÔNIX – Quem aqui está nervoso, animal?!
Escuta aqui Selim, eu te dei uma ordem, tá entendendo? Quando é que você vai
sequestrar de vez o tonto do Egídio? O que está esperando?
SELIM – Estou esperando uma ordem sua,
chefe.
ÔNIX – (grita) Pelo amor de Zeus!
Ônix
respira fundo, tenta acalmar os ânimos.
ÔNIX – Selim me escuta. Sexta agora meu
pai chega de viagem, vai ter um jantar e tudo mais para recepciona-lo. O fato é
que o Egídio estará presente nesse jantar. Seria uma boa oportunidade de
sequestra-lo. Muito movimento, muita gente fresca e mesquinha em um só lugar.
Ambiente perfeito. Será imperceptível o sumiço do crápula.
SELIM – É uma ótima ideia.
ÔNIX – (grita) Claro que é uma ótima
ideia, seu tonto. Agora faz o que mandei.
Ônix
desliga o celular. E fica ali pensativo. Com o ódio corroendo seu coração.
ABERTURA DA NOVELA
CENA
03/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ TARDE
Empolgadíssimo,
Magnus conta à mulher que Arlan ficou feliz com sala presidencial.
MAGNUS
– Você tinha que ver, Máxima, a cara de espanto dele quando disse que aquela
seria sua sala. O Arlan ficou mega feliz. Só faltou pular de tanta euforia.
Máxima
inicia uma discursão:
MÁXIMA – Você não tinha nada em nomear
aquele rapaz como presidente.
MAGNUS – (grita) De novo isso Máxima! É
sempre o mesmo discurso! Você não cansa?
MÁXIMA – (grita) Quer saber? Eu estou
cansada disso tudo. Estou cansada dessa vida, dessa casa, de tudo. Maldita hora
que decidir ficar com você após aquela traição. Melhor seria ter deixado você
praquela sua vagabunda que você tirou do bordel.
MAGNUS – (grita) Máxima já faz 20 anos
que isso aconteceu.
MÁXIMA – Exatamente, Magnus. Vinte anos e
eu ainda não esqueci. Você não faz ideia do ódio que me subiu em mente. Depois
de ter pego vocês dois, com os corpos grudados um à um na cama. Eu nunca irei
esquecer disso. Essa cena nunca irá sair da minha cabeça. Está guardado aqui óh
em minha mente.
Magnus
interrompe Máxima:
MAGNUS – (grita) Máxima! Já colocamos uma
pedra sobre esse assunto! Não vamos mais mexer nisso.
Kadu entra
logo em seguida:
KADU – Desculpa atrapalhar, eu só vim
comunicar a dona Máxima que já estou no aguardo.
MÁXIMA – Tudo bem Kadu. Já estou indo.
Kadu deixa
a sala.
MAGNUS – Pra onde você vai?
MÁXIMA – O que é agora? Vai me impedir de
ir a algum lugar?
Magnus
acena que não.
MÁXIMA – A vida é minha. Faço dela o que
bem entender. Não tenho que dar explicações pra onde vou.
Máxima
deixa a sala. Magnus fica estudando a situação. Ou estaria relembrando a relação amorosa que tivera vinte anos atrás?
CENA
04/ MANSÃO SCARION/ QUARTO ALÉXYA/ INT./ NOITE
Aléxya
aparenta estar pensativa e isso chama a atenção de Samya. O que leva a mesma a
perguntar:
SAMYA – Aléxya, você está ai? Aconteceu
alguma coisa?
Ela não
responde Samya insiste:
SAMYA – Aléxya!
Silêncio.
SAMYA – (grita) Aléxya, você está ai?
Com o
grito, a consciência da filha de Máxima é despertada:
ALÉXYA – O que foi?
SAMYA – Bem que percebi. Você não estava
prestando atenção no que estava falando. Me conta, vai. Andou acontecendo
alguma coisa e você não quer me contar?
Aléxya
responde um tanto relutante:
ALÉXYA – É o Arlan, Sam.
SAMYA – O que foi que ele aprontou?
ALÉXYA – Nada. Quer dizer, tudo. Eu não
sei. Hoje à tarde, depois da universidade fui até o prédio da Scarion Mil, pra
fazer uma visita surpresa ao Arlan.
SAMYA – Até aí, tudo bem... Continua...
ALÉXYA – Ai acabei pegando ele na sala
com a secretária dele.
SAMYA – Como é? Quer dizer que você pegou o Arlan com outra
mulher na sala presidencial?
Aléxya faz
sinal que sim.
ALÉXYA – Sim! Mas eles não estavam fazendo
nada demais. O que mais me chamou a atenção foi pelo fato da porta estar
fechada com chave.
SAMYA – Vai ver que eles queria
privacidade pra trabalhar juntos, ou coisa do tipo.
ALÉXYA – Foi exatamente isso que me
disseram.
SAMYA – Ai amiga você está criando
expectativas demais de encontrar o Arlan te traindo e ainda mais com uma
secretaria.
ALÉXYA – Só que ela não é uma secretaria.
Ela é bonita, sensual, atraente, toda elegante, toda trabalhada no look.
SAMYA – Aléxya, me escuta, o Arlan é
completamente apaixonado por você. Acha mesmo que ele iria te trair com uma
secretária em pleno local de trabalho dele?
ALÉXYA – É, você está coberta de
razão... Estou criando expectativas
demais quanto a isso... Vou deixa o detetive fazer o trabalho dele...
CENA
05/ MANSÃO KUNH / SALA / INT./ NOITE
Após longo dia de trabalho, Ônix volta para
casa e é recebido pela emprega, Simone.
SIMONE – Boa noite, Dr. Ônix. Já voltou
do trabalho?
ÔNIX – (grita) Mas que pergunta é essa agora?
Não está me vendo aqui, criatura?
SIMONE – Desculpas.
ÔNIX – Olha Simone, não venha com
pedidos de desculpas essas horas da noite. Pelo amor de Zeus.
SIMONE – Tudo bem, Dr. Ônix.
Ônix toma a
palavra:
ÔNIX – Alguém me ligou?
SIMONE – Ligou sim, hoje cedo.
ÔNIX – Quem criatura?
SIMONE – O seu pai. O doutor Orlando.
ÔNIX – (surpreso) O papai me ligou?!
Simone
acena que sim.
ÔNIX – E o que ele queria?
Simone fixa
seus olhos em Ônix.
Silêncio.
CENA
06/ BAR DO WALCYR/ INT./ NOITE
Música: Sissi – Alexandre Pires
O Bar do
Walcyr é o point de advogados, médicos, e todos os outros tipos de executivos
se encontram após um longo dia de trabalho. É de se admirar o bar lotado de
executivos. Eis que Reginária entra em cena sensualizando, chamando atenção
geral de todos.
WALCYR – Dona Reginária! São horas de se
apresentar ao trabalho?
A piriguete
entrega um papel para o dono do bar e diz:
REGINÁRIA – Aqui o atestado médico.
Rotavirus até ontem.
WALCYR – Sei! Sei! Enxaqueca numa semana,
dengue na outra, rotavirus na outra. Pra mim admira que a senhora esteja tão
assim, tão bem de saúde não é? A senhora quase que um milagre da medicina.
REGINÁRIA – Sabe o que é seu Walcyr?
É que eu sou exposta a milhões de micróbios trabalhando no seu bar. Entendeu? É
muita gente, muito entra e sai. Sabe esse povo sem vacina, não dá.
WALCYR – Entendi! Entendi! Agora a
senhora tem que entender uma coisa: Vá lá dentro, ponha o seu uniforme e venha
atender os clientes. Porque senão este micróbio aqui vai acabar com a sua raça.
Reginária
sai. Walcyr admira o rebolado da piriguete. Kadu entra logo em seguida.
WALCYR – E o senhor seu Kadu, cuide em
trocar o seu uniforme e atender os clientes. As cervejas não vão se servir
sozinhas!
KADU – Poxa pai. Acabei de chegar do
trabalho, tô morto. Tenho que acordar cedo amanhã e/
WALCYR – Isso não me interessa! Como meu
filho, você tem que me ajudar no bar. Anda! Rápido! Rápido! Sem perca de tempo!
É como sempre digo: Dinheiro é tempo!
KADU – Não seria o contrário?
WALCYR – (grita) Que seja! Que seja!
Walcyr sai.
Kadu segue até o depósito do bar.
CENA
07/ BAR DO WALCYR/ DEPÓSITO/ INT./ NOITE
Chegando ao
depósito. Kadu começa a retirar o uniforme do trabalho da mansão Scarion,
ficando apenas de cueca. De repente Reginária da de cara com Kadu praticamente
nu.
KADU – Ta olhando o que piriguete? Vai
me dizer que nunca viu um homem sarado de cueca?!
Reginária
não desgruda os olhos do corpo sarado do rapaz. Ele aproxima-se de Reginária e
diz:
KADU – Ta surda?
Ela
“desperta”:
REGINÁRIA – Sai daqui! – e empurra o
rapaz.
Kadu pega
Reginária pelo braço e taca-lhe um beijaço.
CENA
08/ BAR DO WALCYR/ INT./ NOITE
Sentados.
Arlan diante de Ônix.
ARLAN – Então Ônix, por que me chamou
até aqui?
ÔNIX – Arlan, meu querido... Depois que
você começou a trabalhar na empresa do Magnus, foram raras as vezes que nos
encontramos e não tivemos a oportunidades de discutir sobre o golpe na Scarion
Mil. Então o seu querido amigo aqui, resolveu marcar essa, como eu posso dizer?
Essa reuniãozinha para falarmos do tal golpe.
Arlan toma
a palavra:
ARLAN – Entendo.
Arlan dá um
gole em sua cerveja antes de responder:
ARLAN – Ônix, eu ainda não coloquei o
plano em prática. Eu ainda não comecei a desviar a grana. Não criei nem caixa
dois nem nada ainda/
Exaltado,
Ônix interrompe Arlan:
ÔNIX – (exaltado) Como não?! Eu te
ensinei tudo o que você precisa saber. Te ensinei a criar caixa dois e tudo
mais.
ARLAN – Está muito cedo e além do mais/
ÔNIX – (exaltado) Cedo?! Você acha
mesmo que ainda está cedo?! Meu Zeus do céu! Arlan me escuta: Você tem que
colocar em prática o plano o mais rápido possível. Não perde tempo e começa a
desviar a grana do imbecil do Magnus. Quanto antes começarmos a desviar a
grana, melhor!
De repente
Ônix flagra alguém do lado de fora do bar fotografando-o e tira uma conclusão.
O filho de
Orlando levanta a sobrancelha e declara:
ÔNIX – (desconfiado) Mas o que é isso
agora?
ARLAN – O que foi Ônix? Aconteceu alguma
coisa?
ÔNIX – Tem algum maluco lá fora nos
fotografando!
ARLAN – (surpreso) Como é que é?!
Suspense.
CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO
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