domingo, 13 de março de 2016

Episódio 9: The Five

Web Série criada por JOÃO CARVALHO NETTO

Episódio  09
‘‘MACHO MAN” – 01x09

Sinopse do Episódio para Divulgação:
Sidcley receberá a visita da sua verdadeira avó, Etelvina, e conta com a ajuda de Lúcio e sua família para ficar mais ‘macho’. ’’
Participações especiais: Arlete Salles como Mercedes
Laura Cardoso como Etelvina                                                                 
Marcius Melhem como Sidcley
Escrito por: VITOR ABOU


THE FIVE
Episódio 01x09 – MACHO MAN

CENA 01. STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: Stitches – Shawn Mendes
Visão panorâmica. Favela da Rocinha, com várias pessoas nas ruas. A CAM mostra várias pessoas fazendo churrasco nas lajes. Close final na fachada da pequena casa dos Marinhos.
Música cessa
Corta para:
CENA 02. CASA DOS MARINHOS. DIA. INT. SALA
Continuação da cena 06 do episódio 08.
Sidcley apreensivo. Lúcio e suas esposas estão pensativos.
Sidcley  - E aí? Vou poder contar com vocês?
Todos    - Sim.
Sidcley  - Ah, que bom.
Dilma    - Quando a sua avó vem, Sid?
Sidcley  - Ela chega amanhã bem cedo.
Lúcio    - Então antes de te ajudarmos vamos terminar de curtir a minha festa?
Sidcley  - Bora. Quero dançar muito!
Ana Júlia - Também.
Lúcio, suas esposas e Sidcley saem da sala e vão à laje.
Corta para:
CENA 02. CASA DOS MARINHOS. DIA. EXT. LAJE
Lúcio, suas esposas e Sidcley retornam à laje. Mercedes dançando.
Giovana  - Meu Deus! A sogrinha dançando é mais assustador que filme de terror.
Jéssica  - Verdade, Giovana. Essa aí não tem muito bom senso em relação à própria idade.
Todos dançando, exceto Giovana.
Lúcio    - Vem, Gi. Vamos dançar!
Giovana  - Eu não, Lúcio. Tô um pouco enjoada.
Fabíola  - Ih, espero que não esteja grávida.
Giovana  - Desejando coisa ruim pra mi, Fabíola?
Fabíola  - Claro que não. Tô desejando coisa boa: não ter filho.
Jéssica  - Se você engravidar, Giovana, tu vai sair de casa. Não temos dinheiro nem pra gente. Imagina pra cuidar de uma criança.
Dilma    - Tenho que concordar com o que a Jéssica disse, infelizmente.
Lúcio    - Parem com isso. Vamos curtir a festa.
Todos voltam a dançar. Giovana permanece sentada.
Corta para:
ALGUMAS HORAS DEPOIS...
CENA 03. CASA DOS MARINHOS. COMEÇO DE NOITE. INT. SALA.
Mercedes, Lúcio, as cinco esposas e Sidcley estão na sala. Sidcley está sentado em uma cadeira de plástico, e mexe em seu celular.
Dilma    - Sid, você não queria a ajuda da gente? O que tanto mexe nesse telefone?
Sidcley  - Eu to conversando com meu bofe.
Fabíola  - E...
Sidcley  - E nada. Só tô lembrando pra ele que ele não pode aparecer lá na padaria amanhã.
Giovana  - Essa sua vó vai ficar até quando?
Sidcley  - Só amanhã. Ela tem um exame aqui perto e vem me visitar.
Jéssica  - Ah, vou comprar alguma coisa. Não tô a fim de ficar ajudando você não, bicha.
Sidcley  - Tá, vai e não volta, recalcada.
Jéssica sai da casa.
Mercedes - Então, ser, o que você quer da nossa ajuda?
Sidcley  - Por que me chama de ‘‘ser’’?
Mercedes - Não sei se é pra chamar de querido ou querida. Essa dúvida é fatal.
Sidcley  - Chame como quiser. Mas, enfim, eu preciso parecer mais macho.
Lúcio    - Ih, vai ser difícil.
Sidcley  - Sem gracinhas, por favor. Eu quero primeiro saber como eu posso me vestir.
Fabíola  - Esconde essas suas roupas rosas e coloca umas regatas, umas correntes, boné virado pra trás,...
Sidcley  - Aí eu vou parecer um favelado.
Ana Júlia - E você é o que?
Giovana  - Gay, né?
Todos riem.
Sidcley  - Com essas correntes e boné ela vai achar que eu sou funkeiro.
Fabíola  - O que ela prefere: funkeiro ou gay?
Sidcley  - Funkeiro, sem dúvidas, migas.
Ana Júlia - Então vamos arrumar isso pra você.  
Mercedes - Você precisa parar de falar com essa voz e usar ‘‘migas’’, ‘‘mona’’, e outras palavras assim.
Sidcley   - Será que eu consigo, mona? Essas palavras não saem do meu vocabulário mais.
Ana Júlia - Um desafio pra começar, Sid. Você não pode falar gírias e palavras gays até terminarmos essa conversa aqui. Tudo bem?
Sidcley  - Claro, bi. Quer dizer: claro!
Fabíola  - É só tirar essas palavras das suas frases.
Giovana  - Tente engrossar a voz. A Dilma sabe falar uma voz bem máscula.
Dilma (com voz grossa)  - E aí, cara? Como vai?
Ana Júlia - Dilma consegue ser mais macho que muito homem. Se cuida, hein, Lúcio! (ri)
Lúcio    - Até parece. Sid, tenta agora você.
Sidcley (com voz grossa)    - E aí, fofa? Tudo bem?
Fabíola  - Fofa? Já errou, Sid.
Sidcley  - Ai, que droga.
Ana Júlia - Tenta falar essa frase agora, mas de forma máscula.
Sidcley (com voz grossa)    - Ai, que droga, cara.
Mercedes - Agora sim. Esse aí eu pegava.
Sidcley  - Mas eu não te pegava.
Mercedes - Até parece. Ninguém resiste à minha sedução.
Sidcley  - Claro, porque todos fogem antes, dona Mercedes.
Mercedes - Ah, sem graça...
Dilma    - O que você vai fazer amanhã com a sua avó, Sid?
Sidcley  - Vamos tomar café juntos, depois vamos fazer um passeio, mas ainda não sei onde levá-la.
Ana Júlia - Por que vocês não vão no Jardim Botânico?
Sidcley  - É caro pra entrar lá.
Giovana  - Tem um parque do lado, né? Parque Lave?
Mercedes - Parque Laje!
Lúcio    - É ótimo lá. Da última vez que fui ainda era gratuito.
Sidcley  - Hum, gostei...
Mercedes - Por que não vamos nós todos?
Lúcio    - Ótima ideia.
Sidcley  - Também gostei. Então, de manhã ela vem pra cá, tomamos café lá em casa, eu mostro pra ela a padaria, e depois nós vamos juntos ao Parque Laje.
Ana Júlia - Então esconde aqueles seus objetos de decoração, como a bandeira gay, aquelas penas de pavão,...
Sidcley  - Ah é, bem lembrado.
Fabíola  - Nós vamos pro Parque Laje de busão?
Lúcio    - Eu acho melhor de busão. Táxi cobra os olhos da cara.
Giovana  - E aquele Uber cobra os olhos da cara e os outros olhos também.
Todos riem.
Sidcley  - Mas eu ainda preciso pedir pro meu bofe fazer uns bolos, pães,...
Fabíola  - Mas e se a sua vó perguntar como você fez, a receita e tal?
Sidcley  - Ah, não tinha pensado nisso. Vou pedir então pra ele me ensinar.
Ana Júlia - E se ela perguntar se você tem namorada?
Sidcley  - Caramba! Também não pensei nisso.
Mercedes - Eu posso fingir ser a sua namorada.
Giovana  - Você disse errado, sogra. Você pode ser a outra vó dele.
Mercedes - Anda aprendendo isso com a Jéssica, Giovana? Já caiu seu forninho? Fica quieta, minha filha!
Sidcley  - Acho que a minha vó vai desconfiar.
Mercedes - Preconceituosa!
Sidcley  - Ela é mesmo, mas não é só por isso. Eu nunca disse que gostava de mulher mais velha. Na verdade, nunca disse que gostava de mulher.
Mercedes - Se ela perguntar você diz que agora anda interessado em mulheres mais velhas. E pode deixar que irei me produzir todinha pra encontrar com ela. (ri)
Sidcley  - Ótima, dona Mercedes. Agora irei te chamar de Meme, tudo bem?
Mercedes - Tudo ótimo, Sidinho.
Ana Júlia - Que apelido horrível, sogra.
Mercedes - Você gostou, Sidinho?
Sidcley  - Amodorei!
Dilma    - Controle-se, Sid! Nenhum macho fala ‘‘amodorei’’!
Giovana  - O que é isso?
Sidcley  - É uma mistura entre ‘‘amo’’ e ‘‘adorei’’.
Fabíola  - Não use isso, pelo amor da sua vozinha.
Lúcio    - Onde a gente vai comer amanhã?
Sidcley  - Em algum restaurante.
Mercedes - Mas a gente nem tem dinheiro direito.
Sidcley  - E a grana das quentinhas?
Dilma    - Não ganhamos quase nada com as quentinhas e uma boa parte gastamos na sua padaria, Sid.
Sidcley  - Eu tenho umas economias e tem gente nesse morro me devendo porque pagou fiado. Vou lá cobrar desse pessoal agora.
Fabíola  - Então amanhã a gente se encontra que horas, Sid?
Sidcley  - Umas nove da manhã lá em frente à padaria.
Mercedes - Tá bom, Sidinho. Vai praticando a voz, o comportamento e vê a sua roupa também.
Sidcley  - Claro. Agora eu vou indo porque o meu bofe ainda vai me ensinar a usar aquele rolo pra fazer a massa.
Giovana  - Ah, você só fala besteira.
Fabíola  - Você que imaginou bobagem, Giovana.
Ana Júlia - Até amanhã, Sidcley.
Sidcley  - Até amanhã, amores da minha vida.
Sidcley sai da casa. Mercedes sai da sala.
Lúcio    - Meus amores, quem vai dormir comigo hoje?
Todas    - Eu.
Lúcio    - Opa! Vocês sabem que eu não gosto de fazer tudo junto. Decidam uma ordem que hoje a noite promete. Vou lá pro quarto.
Lúcio sai da sala.
Fabíola  - Eu vou primeiro.
Dilma    - Eu quero ser a primeira.
Ana Júlia - Eu sou a segunda. Aí ele já tá animadinho, mas se a primeira for a Giovana, não serei a segunda.
Giovana  - Eu quero ser a última.
Fabíola  - Por quê?
Giovana  - Porque os últimos serão os melhores.
Fabíola  - O ditado é ‘‘Os últimos serão os primeiros’’.
Giovana  - Ah, deve ser isso mesmo.
Ana Júlia - Fabíola e Dilma, decidam-se. Quem será a primeira?
Dilma    - Eu posso ser a terceira então.
Fabíola  - Ótimo.
Giovana  - A Jéssica não vai participar não?
Ana Júlia - Não, ela não tá aqui agora, que estamos decidindo.
Fabíola  - Até daqui a pouco, flores!
Fabíola sai da sala, empolgada.
Corta para:
CENA 04. STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: Hands to myself – Selena Gomez
Visão panorâmica. Favela da Rocinha, com várias pessoas nas ruas. A CAM mostra várias pessoas saindo para trabalhar. Close final no apartamento de Sidcley, que fica em cima da padaria.
Música cessa
Corta para:
CENA 05. APARTAMENTO DE SIDCLEY. DIA. INT. QUARTO
Sidcley levanta-se da cama. Ele veste um pijama vermelho de bolinhas brancas.
Sidcley (olhando o relógio) - Ih, vovó já deve estar chegando!
Sidcley se veste rapidamente, com uma bermuda larga, uma regata. Ele coloca também um boné de aba reta virado para trás e uma corrente dourada. Sidcley sai do quarto.
Corta para:
CENA 06. APARTAMENTO DE SIDCLEY. DIA. INT. COZINHA.
Sidcley arruma a mesa da cozinha. Ele coloca dois bolos, vários pães, café, suco, manteiga, queijos, e outros frios.
Sidcley  - Acho que aqui já tá tudo pronto!
Sidcley abre a porta da cozinha que leva à saída do apartamento e sai.
Corta para:
CENA 07. FACHADA DA PADARIA DE SIDCLEY. DIA. EXT.
Sidcley está em pé, à espera de sua avó. Um táxi se aproxima dele. Etelvina (idosa, aproximadamente 80 anos, cabelos curtos e grisalhos, óculos escuros, com vestido azul florido e uma bolsa de pano) sai do táxi.
Sidcley (abraçando Etelvina) - Vó! Quanto tempo!
Etelvina - Meu neto, quanto tempo! Você virou do funk agora, é?
Sidcley  - Mais ou menos. Tô curtindo algumas coisas do funk agora, cara.
Etelvina - Cara? Olha o respeito, meu neto!
Sidcley   - Ah, já é natural, vó.
Etelvina - Mas não é o correto gramaticalmente. Essa aqui é a sua padaria?
Sidcley  - Sim, hoje a fechei.
Etelvina - Você não tem funcionários não, meu neto?
Sidcley  - Eu tive que dispensar por causa da crise. Eu que faço tudo agora, vó. Você quer conhecer lá?
Etelvina - Eu não. Quero conhecer a sua casa.
Sidcley  - Vamos lá, então.
Sidcley e Etelvina entram em uma porta ao lado da padaria.
Corta para:
CENA 08. APARTAMENTO DE SIDCLEY. DIA. INT. COZINHA.
Sidcley e Etelvina entram na cozinha.
Etelvina - Bem simples essa sua casa.
Sidcley  - É sim, vó. Eu não gosto de muitas coisas na casa.
Etelvina (aponta para uma escultura de dois homens se beijando)   - E essa pouca vergonha aqui? Isso é um absurdo! Deus não criou dois homens/
Sidcley  - A minha namorada que trouxe, mãe. Ela foi criada por dois homens e um amigo nosso fez para ela.
Etelvina - Namorada? Qual é o nome dela?
Sidcley  - Mercedes.
Etelvina - Como ela é? Quantos anos ela tem? Ela tem filhos? É rica?
Sidcley  - Ela vai passear com a gente.
Etelvina - Pra onde?
Sidcley  - Para o Parque Laje. Ela vai com o filho e as esposas dele.
Etelvina - Esposas? Poligamia é crime! Ele é um árabe?! 
Sidcley  - Fique calma, vó. A senhora vai gostar deles todos.
Etelvina - Espero. Estou morrendo de fome.
Sidcley  - Preparei várias coisas deliciosas pra gente comer.
Sidcley e Etelvina sentam-se à mesa. Ela prova os bolos, pães e outras coisas.
Etelvina - Tudo está uma delícia, meu neto.
Sidcley  - Obrigado, vó. Agora vamos passear? 
Etelvina - Claro.
Sidcley e Etelvina saem do apartamento.
Corta para:
CENA 09. FACHADA DA CASA DOS MARINHO. DIA. EXT.
Sidcley e Etelvina chegam. Lúcio, Mercedes e suas esposas já estão lá.
Lúcio    - Olá. Eu sou Lúcio, filho da Mercedes.
Etelvina - Prazer conhecer vocês.
Mercedes - Olá. Eu sou Mercedes, a namorada do Sidinho.
Etelvina - Ah, então é você. Eu esperava alguém mais jovem, mas tudo bem...
Sidcley  - Vamos passear então?!
Jéssica  - Não estava a fim não, mas como eu não quero gastar meu dinheiro pra comer, tô indo!
Etelvina - Nós vamos de carro?
Sidcley  - Não, vamos pegar o busão lá em baixo, pô.
Etelvina - Fala direito, Sidcley! Busão, pô... Isso não é o linguajar correto.
Sicley   - Pô, vó! Que saco!
Mercedes - Vamos descer pra pegar o busão!
Sidcley, Etelvina, Mercedes, Lúcio e as cinco esposas descem a ladeira da rua.
Corta para:
CENA 10. STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: If I were a boy - Beyoncé
Flashes. Sidcley, Etelvina, Mercedes, Lúcio e as cinco esposas passeando pelo Rio de Janeiro. Eles visitam o Parque Laje e almoçam em um restaurante.
Música cessa
Corta para:
CENA 11. FACHADA DA CASA DOS MARINHO. NOITE. EXT.
Sidcley, Etelvina, Mercedes, Lúcio e suas esposas voltam à fachada da casa.
Etelvina - Foi ótimo conhecer e passear com vocês. Agora tenho que ir. Meu táxi chegou.
Sidcley  - Que bom que gostou, vó!
Mercedes - Foi um prazer te conhecer, dona Vivi!
Lúcio    - Até a próxima, dona Etelvina.
Etelvina entra no táxi.
Etelvina - Tchau! Sid, agora pode voltar pra padaria pra ficar com seu homem! Beijo.
O carro acelera. Todos riem.
Mercedes - Como ela sabia?
Sidcley  - Também queria saber, mas agora eu quero mesmo é dançar.
Giovana  - Também quero.
Jéssica  - Vai ter a inauguração de um baile aqui perto.
Ana Júlia - É o Baile de Favela, se não me engano.
Sidcley  - Esse mesmo. Bora!
Sidcley, Mercedes, Lúcio e as esposas caminham em direção ao baile.
Corta para:
CENA 12. FACHADA DO BAILE. NOITE. EXT.
Sidcley, Mercedes, Lúcio e as esposas chegam à fachada do baile.
Jéssica  - Hoje a noite promete!
Close final na fachada do baile.

FIM DO EPISÓDIO

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