Web Série criada por JOÃO CARVALHO NETTO
Episódio 09
‘‘MACHO MAN” – 01x09
Sinopse do Episódio para Divulgação:
“Sidcley receberá a visita da
sua verdadeira avó, Etelvina, e conta com a ajuda de Lúcio e sua família para
ficar mais ‘macho’. ’’
Participações especiais: Arlete Salles como
Mercedes
Laura Cardoso como
Etelvina
Marcius Melhem como Sidcley
Escrito por: VITOR ABOU
THE FIVE
Episódio 01x09 – MACHO MAN
CENA 01.
STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: Stitches – Shawn Mendes
Visão panorâmica. Favela da Rocinha, com
várias pessoas nas ruas. A CAM mostra várias pessoas fazendo churrasco nas
lajes. Close final na fachada da pequena casa dos Marinhos.
Música
cessa
Corta para:
CENA 02. CASA DOS MARINHOS. DIA.
INT. SALA
Continuação
da cena 06 do episódio 08.
Sidcley apreensivo. Lúcio e suas esposas estão pensativos.
Sidcley - E aí? Vou poder contar
com vocês?
Todos - Sim.
Sidcley - Ah, que bom.
Dilma - Quando a sua avó vem,
Sid?
Sidcley - Ela chega amanhã bem
cedo.
Lúcio
- Então antes de te
ajudarmos vamos terminar de curtir a minha festa?
Sidcley - Bora. Quero dançar muito!
Ana
Júlia - Também.
Lúcio,
suas esposas e Sidcley saem da sala e vão à laje.
Corta
para:
CENA 02. CASA DOS MARINHOS. DIA.
EXT. LAJE
Lúcio,
suas esposas e Sidcley retornam à laje. Mercedes dançando.
Giovana - Meu Deus! A sogrinha
dançando é mais assustador que filme de terror.
Jéssica - Verdade, Giovana. Essa aí
não tem muito bom senso em relação à própria idade.
Todos
dançando, exceto Giovana.
Lúcio - Vem, Gi. Vamos dançar!
Giovana - Eu não, Lúcio. Tô um
pouco enjoada.
Fabíola - Ih, espero que não esteja
grávida.
Giovana - Desejando coisa ruim pra
mi, Fabíola?
Fabíola - Claro que não. Tô
desejando coisa boa: não ter filho.
Jéssica - Se você engravidar,
Giovana, tu vai sair de casa. Não temos dinheiro nem pra gente. Imagina pra
cuidar de uma criança.
Dilma - Tenho que concordar com o
que a Jéssica disse, infelizmente.
Lúcio - Parem com isso. Vamos
curtir a festa.
Todos
voltam a dançar. Giovana permanece sentada.
Corta
para:
ALGUMAS
HORAS DEPOIS...
CENA 03. CASA DOS MARINHOS. COMEÇO
DE NOITE. INT. SALA.
Mercedes,
Lúcio, as cinco esposas e Sidcley estão na sala. Sidcley está sentado em uma
cadeira de plástico, e mexe em seu celular.
Dilma - Sid, você não queria a
ajuda da gente? O que tanto mexe nesse telefone?
Sidcley - Eu to conversando com meu
bofe.
Fabíola - E...
Sidcley - E nada. Só tô lembrando
pra ele que ele não pode aparecer lá na padaria amanhã.
Giovana - Essa sua vó vai ficar até
quando?
Sidcley - Só amanhã. Ela tem um
exame aqui perto e vem me visitar.
Jéssica - Ah, vou comprar alguma
coisa. Não tô a fim de ficar ajudando você não, bicha.
Sidcley - Tá, vai e não volta,
recalcada.
Jéssica
sai da casa.
Mercedes - Então, ser, o que você
quer da nossa ajuda?
Sidcley - Por que me chama de
‘‘ser’’?
Mercedes - Não sei se é pra chamar
de querido ou querida. Essa dúvida é fatal.
Sidcley - Chame como quiser. Mas,
enfim, eu preciso parecer mais macho.
Lúcio - Ih, vai ser difícil.
Sidcley - Sem gracinhas, por favor.
Eu quero primeiro saber como eu posso me vestir.
Fabíola - Esconde essas suas roupas
rosas e coloca umas regatas, umas correntes, boné virado pra trás,...
Sidcley - Aí eu vou parecer um
favelado.
Ana
Júlia - E você é o que?
Giovana - Gay, né?
Todos
riem.
Sidcley - Com essas correntes e
boné ela vai achar que eu sou funkeiro.
Fabíola - O que ela prefere: funkeiro
ou gay?
Sidcley - Funkeiro, sem dúvidas,
migas.
Ana
Júlia - Então vamos
arrumar isso pra você.
Mercedes - Você precisa parar de
falar com essa voz e usar ‘‘migas’’, ‘‘mona’’, e outras palavras assim.
Sidcley - Será que eu consigo,
mona? Essas palavras não saem do meu vocabulário mais.
Ana
Júlia - Um desafio pra
começar, Sid. Você não pode falar gírias e palavras gays até terminarmos essa
conversa aqui. Tudo bem?
Sidcley - Claro, bi. Quer dizer:
claro!
Fabíola - É só tirar essas palavras
das suas frases.
Giovana - Tente engrossar a voz. A
Dilma sabe falar uma voz bem máscula.
Dilma
(com voz grossa) - E aí, cara? Como vai?
Ana
Júlia - Dilma consegue ser
mais macho que muito homem. Se cuida, hein, Lúcio! (ri)
Lúcio - Até parece. Sid, tenta
agora você.
Sidcley
(com voz grossa) - E aí, fofa? Tudo bem?
Fabíola - Fofa? Já errou, Sid.
Sidcley - Ai, que droga.
Ana
Júlia - Tenta falar essa
frase agora, mas de forma máscula.
Sidcley
(com voz grossa) - Ai, que droga, cara.
Mercedes - Agora sim. Esse aí eu
pegava.
Sidcley - Mas eu não te pegava.
Mercedes - Até parece. Ninguém
resiste à minha sedução.
Sidcley - Claro, porque todos fogem
antes, dona Mercedes.
Mercedes - Ah, sem graça...
Dilma - O que você vai fazer
amanhã com a sua avó, Sid?
Sidcley - Vamos tomar café juntos,
depois vamos fazer um passeio, mas ainda não sei onde levá-la.
Ana
Júlia - Por que vocês não
vão no Jardim Botânico?
Sidcley - É caro pra entrar lá.
Giovana - Tem um parque do lado,
né? Parque Lave?
Mercedes
- Parque Laje!
Lúcio - É ótimo lá. Da última vez
que fui ainda era gratuito.
Sidcley - Hum, gostei...
Mercedes - Por que não vamos nós
todos?
Lúcio - Ótima ideia.
Sidcley - Também gostei. Então, de
manhã ela vem pra cá, tomamos café lá em casa, eu mostro pra ela a padaria, e
depois nós vamos juntos ao Parque Laje.
Ana
Júlia - Então esconde
aqueles seus objetos de decoração, como a bandeira gay, aquelas penas de
pavão,...
Sidcley - Ah é, bem lembrado.
Fabíola - Nós vamos pro Parque Laje
de busão?
Lúcio - Eu acho melhor de busão.
Táxi cobra os olhos da cara.
Giovana - E aquele Uber cobra os
olhos da cara e os outros olhos também.
Todos
riem.
Sidcley - Mas eu ainda preciso
pedir pro meu bofe fazer uns bolos, pães,...
Fabíola - Mas e se a sua vó
perguntar como você fez, a receita e tal?
Sidcley - Ah, não tinha pensado
nisso. Vou pedir então pra ele me ensinar.
Ana
Júlia - E se ela perguntar
se você tem namorada?
Sidcley - Caramba! Também não
pensei nisso.
Mercedes - Eu posso fingir ser a sua
namorada.
Giovana - Você disse errado, sogra.
Você pode ser a outra vó dele.
Mercedes - Anda aprendendo isso com
a Jéssica, Giovana? Já caiu seu forninho? Fica quieta, minha filha!
Sidcley - Acho que a minha vó vai
desconfiar.
Mercedes - Preconceituosa!
Sidcley - Ela é mesmo, mas não é só
por isso. Eu nunca disse que gostava de mulher mais velha. Na verdade, nunca
disse que gostava de mulher.
Mercedes - Se ela perguntar você diz
que agora anda interessado em mulheres mais velhas. E pode deixar que irei me
produzir todinha pra encontrar com ela. (ri)
Sidcley - Ótima, dona Mercedes.
Agora irei te chamar de Meme, tudo bem?
Mercedes - Tudo ótimo, Sidinho.
Ana
Júlia - Que apelido
horrível, sogra.
Mercedes - Você gostou, Sidinho?
Sidcley - Amodorei!
Dilma - Controle-se, Sid! Nenhum
macho fala ‘‘amodorei’’!
Giovana - O que é isso?
Sidcley - É uma mistura entre
‘‘amo’’ e ‘‘adorei’’.
Fabíola - Não use isso, pelo amor
da sua vozinha.
Lúcio - Onde a gente vai comer
amanhã?
Sidcley - Em algum restaurante.
Mercedes - Mas a gente nem tem
dinheiro direito.
Sidcley - E a grana das quentinhas?
Dilma - Não ganhamos quase nada
com as quentinhas e uma boa parte gastamos na sua padaria, Sid.
Sidcley - Eu tenho umas economias e
tem gente nesse morro me devendo porque pagou fiado. Vou lá cobrar desse
pessoal agora.
Fabíola - Então amanhã a gente se
encontra que horas, Sid?
Sidcley - Umas nove da manhã lá em
frente à padaria.
Mercedes - Tá bom, Sidinho. Vai
praticando a voz, o comportamento e vê a sua roupa também.
Sidcley - Claro. Agora eu vou indo
porque o meu bofe ainda vai me ensinar a usar aquele rolo pra fazer a massa.
Giovana - Ah, você só fala
besteira.
Fabíola - Você que imaginou
bobagem, Giovana.
Ana
Júlia - Até amanhã,
Sidcley.
Sidcley - Até amanhã, amores da
minha vida.
Sidcley
sai da casa. Mercedes sai da sala.
Lúcio - Meus amores, quem vai
dormir comigo hoje?
Todas - Eu.
Lúcio - Opa! Vocês sabem que eu
não gosto de fazer tudo junto. Decidam uma ordem que hoje a noite promete. Vou
lá pro quarto.
Lúcio
sai da sala.
Fabíola - Eu vou primeiro.
Dilma - Eu quero ser a primeira.
Ana
Júlia - Eu sou a segunda.
Aí ele já tá animadinho, mas se a primeira for a Giovana, não serei a segunda.
Giovana - Eu quero ser a última.
Fabíola - Por quê?
Giovana - Porque os últimos serão
os melhores.
Fabíola - O ditado é ‘‘Os últimos
serão os primeiros’’.
Giovana - Ah, deve ser isso mesmo.
Ana
Júlia - Fabíola e Dilma,
decidam-se. Quem será a primeira?
Dilma - Eu posso ser a terceira
então.
Fabíola - Ótimo.
Giovana - A Jéssica não vai
participar não?
Ana
Júlia - Não, ela não tá
aqui agora, que estamos decidindo.
Fabíola - Até daqui a pouco,
flores!
Fabíola
sai da sala, empolgada.
Corta
para:
CENA 04.
STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: Hands to myself – Selena Gomez
Visão panorâmica. Favela da Rocinha, com
várias pessoas nas ruas. A CAM mostra várias pessoas saindo para trabalhar. Close
final no apartamento de Sidcley, que fica em cima da padaria.
Música
cessa
Corta para:
CENA 05. APARTAMENTO DE SIDCLEY.
DIA. INT. QUARTO
Sidcley
levanta-se da cama. Ele veste um pijama vermelho de bolinhas brancas.
Sidcley
(olhando o relógio) - Ih, vovó já deve estar
chegando!
Sidcley
se veste rapidamente, com uma bermuda larga, uma regata. Ele coloca também um
boné de aba reta virado para trás e uma corrente dourada. Sidcley sai do
quarto.
Corta
para:
CENA 06. APARTAMENTO DE SIDCLEY.
DIA. INT. COZINHA.
Sidcley
arruma a mesa da cozinha. Ele coloca dois bolos, vários pães, café, suco,
manteiga, queijos, e outros frios.
Sidcley - Acho que aqui já tá tudo
pronto!
Sidcley
abre a porta da cozinha que leva à saída do apartamento e sai.
Corta
para:
CENA
07. FACHADA DA PADARIA DE SIDCLEY. DIA. EXT.
Sidcley
está em pé, à espera de sua avó. Um táxi se aproxima dele. Etelvina (idosa,
aproximadamente 80 anos, cabelos curtos e grisalhos, óculos escuros, com
vestido azul florido e uma bolsa de pano) sai do táxi.
Sidcley
(abraçando Etelvina) - Vó! Quanto tempo!
Etelvina - Meu neto, quanto tempo!
Você virou do funk agora, é?
Sidcley - Mais ou menos. Tô
curtindo algumas coisas do funk agora, cara.
Etelvina - Cara? Olha o respeito,
meu neto!
Sidcley - Ah, já é natural, vó.
Etelvina - Mas não é o correto
gramaticalmente. Essa aqui é a sua padaria?
Sidcley - Sim, hoje a fechei.
Etelvina - Você não tem funcionários
não, meu neto?
Sidcley - Eu tive que dispensar por
causa da crise. Eu que faço tudo agora, vó. Você quer conhecer lá?
Etelvina - Eu não. Quero conhecer a
sua casa.
Sidcley - Vamos lá, então.
Sidcley
e Etelvina entram em uma porta ao lado da padaria.
Corta
para:
CENA 08. APARTAMENTO DE SIDCLEY.
DIA. INT. COZINHA.
Sidcley
e Etelvina entram na cozinha.
Etelvina - Bem simples essa sua
casa.
Sidcley - É sim, vó. Eu não gosto
de muitas coisas na casa.
Etelvina
(aponta para uma escultura de dois homens
se beijando) - E
essa pouca vergonha aqui? Isso é um absurdo! Deus não criou dois homens/
Sidcley - A minha namorada que
trouxe, mãe. Ela foi criada por dois homens e um amigo nosso fez para ela.
Etelvina - Namorada? Qual é o nome
dela?
Sidcley - Mercedes.
Etelvina - Como ela é? Quantos anos
ela tem? Ela tem filhos? É rica?
Sidcley - Ela vai passear com a
gente.
Etelvina - Pra onde?
Sidcley - Para o Parque Laje. Ela
vai com o filho e as esposas dele.
Etelvina - Esposas? Poligamia é
crime! Ele é um árabe?!
Sidcley - Fique calma, vó. A
senhora vai gostar deles todos.
Etelvina - Espero. Estou morrendo de
fome.
Sidcley - Preparei várias coisas
deliciosas pra gente comer.
Sidcley
e Etelvina sentam-se à mesa. Ela prova os bolos, pães e outras coisas.
Etelvina - Tudo está uma delícia,
meu neto.
Sidcley - Obrigado, vó. Agora vamos
passear?
Etelvina
- Claro.
Sidcley
e Etelvina saem do apartamento.
Corta
para:
CENA 09. FACHADA DA CASA DOS
MARINHO. DIA. EXT.
Sidcley
e Etelvina chegam. Lúcio, Mercedes e suas esposas já estão lá.
Lúcio - Olá. Eu sou Lúcio, filho
da Mercedes.
Etelvina - Prazer conhecer vocês.
Mercedes - Olá. Eu sou Mercedes, a
namorada do Sidinho.
Etelvina - Ah, então é você. Eu
esperava alguém mais jovem, mas tudo bem...
Sidcley - Vamos passear então?!
Jéssica - Não estava a fim não, mas
como eu não quero gastar meu dinheiro pra comer, tô indo!
Etelvina - Nós vamos de carro?
Sidcley - Não, vamos pegar o busão
lá em baixo, pô.
Etelvina - Fala direito, Sidcley!
Busão, pô... Isso não é o linguajar correto.
Sicley - Pô, vó! Que saco!
Mercedes - Vamos descer pra pegar o
busão!
Sidcley,
Etelvina, Mercedes, Lúcio e as cinco esposas descem a ladeira da rua.
Corta
para:
CENA 10.
STOCK-SHOTS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
Música: If I were a boy - Beyoncé
Flashes. Sidcley, Etelvina,
Mercedes, Lúcio e as cinco esposas passeando pelo Rio de Janeiro. Eles visitam
o Parque Laje e almoçam em um restaurante.
Música
cessa
Corta para:
CENA 11. FACHADA DA CASA DOS
MARINHO. NOITE. EXT.
Sidcley,
Etelvina, Mercedes, Lúcio e suas esposas voltam à fachada da casa.
Etelvina - Foi ótimo conhecer e
passear com vocês. Agora tenho que ir. Meu táxi chegou.
Sidcley - Que bom que gostou, vó!
Mercedes - Foi um prazer te
conhecer, dona Vivi!
Lúcio - Até a próxima, dona
Etelvina.
Etelvina
entra no táxi.
Etelvina - Tchau! Sid, agora pode
voltar pra padaria pra ficar com seu homem! Beijo.
O
carro acelera. Todos riem.
Mercedes - Como ela sabia?
Sidcley - Também queria saber, mas
agora eu quero mesmo é dançar.
Giovana - Também quero.
Jéssica - Vai ter a inauguração de
um baile aqui perto.
Ana
Júlia - É o Baile de
Favela, se não me engano.
Sidcley - Esse mesmo. Bora!
Sidcley,
Mercedes, Lúcio e as esposas caminham em direção ao baile.
Corta
para:
CENA 12. FACHADA DO BAILE. NOITE.
EXT.
Sidcley,
Mercedes, Lúcio e as esposas chegam à fachada do baile.
Jéssica - Hoje a noite promete!
Close
final na fachada do baile.
FIM DO EPISÓDIO
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