quarta-feira, 11 de maio de 2016

Capítulo 17: Amor Bandido

CENA 01/ IGREJA/ INT./ TARDE
Continuação imediata do capítulo anterior. Arlan diante do padre:
PADRE – Arlan Berganttini, você promete, diante  de  Deus e destas testemunhas, receber Aléxya Scarion, como sua legítima esposa para viver com ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto os dois viverem?
Arlan hesita. Há um longo período de silêncio por parte de Arlan. O padre volta a perguntar:
PADRE – Então meu filho, aceita a Aléxya como sua legítima esposa?
O rapaz responde relutante:
ARLAN – Sim... Aceito!
Aléxya sorrir ao ouvir o “sim” do amado e não perde tempo e o beija.

Dois dias depois...
RIO DE JANEIRO - RJ
CENA 02/ CASA RUBINA/ QUARTO/ INT./ DIA
No dia seguinte após Alyne descobrir traição de Arlan para com ela, os noticiários de rádio e televisão e os jornais relatavam com detalhes o casamento dele com Aléxya. Envergonhada a moça não queria sair de casa. Sua mãe entra no quarto e a encontra deitada na cama com os olhos vermelhos de tanto chorar.
RUBINA – Filha...
A moça senta-se na cama. A mãe continua:
RUBINA – Eu sinto muito por você/
Alyne interrompe a mãe e diz:
ALYNE – Mãe, a única coisa que importa é a felicidade do Arlan.
RUBINA – Mas vocês dois iam...
ALYNE – Nosso casamento teria sido um erro. A Aléxya, filha do Magnus chegou na vida dele primeiro. É o obvio... Ele nunca a esqueceu. Desejo o melhor a ambos.
Há um longo momento de silêncio, porém é quebrado por Rubina que diz:
RUBINA – Como pôde deixar que ele fizesse isso...?
Alyne responde e diz:
ALYNE – Mãe, quando você ama um homem de verdade, só quer a felicidade dele. Arlan é o melhor ser humano que já conheci. Quero que seja muito feliz ao lado da Aléxya.
RUBINA – Entendo minha filha. Bom, só queria avisar que já envie mensagens de desculpas a todas as pessoas convidadas para o casamento. E antes que pergunte sobre os presentes, eu os já devolvi.
ALYNE – Obrigado mãe.
As duas se abraçam. Logo em seguida Rubina deixa o quarto. Alyne volta a deitar-se na cama. E mesmo que a garota vinha esperando e, ao mesmo tempo, temendo o telefonema de Arlan, ainda assim, estava completamente desesperada. De repente o telefone toca. Ela atende sem antes ver o número e logo fica abalada pelo som familiar da voz do seu amado.
ARLAN – Alyne... não sei o que dizer.
ALYNE – É verdade não é?
ARLAN – Sim... É verdade...
ALYNE – Então, não há nada a dizer.
ARLAN – Eu só queria explicar como aconteceu. Antes de conhecer você, Aléxya e eu estávamos noivos. E quando tornei a vê-la eu... eu a compreendi que ainda a amava.
ALYNE – Eu entendo, Arlan. E desejo toda felicidade do mundo pra você e para a Aléxya. Sem mais... Adeus.

SÃO PAULO - SP
CENA 03/ MANSÃO SCARION/ JARDIM/ EXT./ DIA
Do outro lado da linha, após ouvir o último adeus de sua amada, Arlan, não contem a emoção e começa a chorar feito uma menino. De longe, Magnus a observar tudo.
MAGNUS – Coitado. Sofrendo pela Alyne. Eu preciso ir falar com ela. – diz pensativo consigo mesmo.

Horas depois...
CENA 04/ CASA RUBINA/ QUARTO/ INT./ NOITE
Rubina diante de Alyne.
RUBINA – Alyne minha filha, há uma ligação na linha.
ALYNE – Não quero falar.
RUBINA – É o pai da noiva... Magnus Scarion.
ALYNEO pai da noiva! O que ele quer comigo? – especulou Alyne consigo mesmo.
Alyne pega o telefone e leva até o ouvido. Uma voz profunda, disse:
MAGNUS – Alyne Sax?
ALYNE – Pois não?
MAGNUS – Acho que nós dois precisamos ter uma conversinha.
Alyne hesitou:
ALYNE – Dr. Magnus não sei o que...
MAGNUS – Acabo de chegar ao Rio. Passarei aí para pegá-la dentro de uma hora.
A linha ficou muda.
Suspense.
ABERTURA DA NOVELA
Alyne pega o telefone e leva até o ouvido. Uma voz profunda, disse:
MAGNUS – Alyne Sax?
ALYNE – Pois não?
MAGNUS – Acho que nós dois precisamos ter uma conversinha.
Alyne hesitou:
ALYNE – Dr. Magnus não sei o que...
MAGNUS – Acabo de chegar ao Rio. Passarei aí para pegá-la dentro de uma hora.
A linha ficou muda.

CENA 05/ CASA RUBINA/ EXT./ NOITE
Exatamente uma hora depois, uma limusine parou na frente da casa de Alyne. O motorista abriu a porta do carro para a moça. O empresário, Magnus Scarion, estava sentado no banco traseiro.
Quando Alyne entrou no carro, Magnus disse:
MAGNUS – Você é uma moça muito bonita.
ALYNE – Obrigada.
MAGNUS – Não falei apenas no sentido físico, Alyne. Venho acompanhando a maneira como tem enfrentado todo esse caso sórdido. Deve ter sido angustiante para você. Para dizer a verdade, estou revoltado com o Arlan por tê-la tratado de maneira tão vergonhosa. E estou um pouco furioso com a Aléxya por ter se casado com o ele. – mente – De certa forma, sinto-me culpado.
ALYNE – Dr. Magnus, eu conheço o Arlan. Tenho certeza de que ele não teve a intenção de me magoar. O que aconteceu... Simplesmente aconteceu. Só quero o melhor pra ele. Arlan merece, e eu não faria nada para prejudicá-lo.
MAGNUS – É muita generosidade sua Alyne. É mesmo uma jovem extraordinária. 
ALYNE – Sabe, Dr. Magnus, não conheço a sua filha, mas se Arlan a ama é porque ela dever ser muito especial. Espero que os dois sejam felizes. Se me permite.
Alyne e Magnus se despedem. Ela deixa o carro.

No Dia Seguinte...
SÃO PAULO - SP
CENA 06/ GRUPO KUHN/ SALA ÁDONES/ INT./ DIA
Ádones se preocupa com o que lê nos contratos dos fornecedores e descobre que Ônix está roubando a empresa.
ÁDONES – Como o Ônix pode ser capaz de fazer uma coisa dessa meu Deus – diz surpreso em frente ao computador – roubando o próprio pai.

CENA 07/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Monique a trabalhar freneticamente em seu computador. Ádones vem chegando.
ÁDONES – Monique.
MONIQUE – Sim doutor Ádones.
ÁDONES – O Ônix já chegou?
MONIQUE – Ainda não doutor Ádones.
ÁDONES – E o doutor Orlando?
MONIQUE – O doutor Orlando acabou de chegar. Ele está em sua sala.
Ádones faz de entendido e deixa o local.

CENA 08/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ORLANDO/ INT./ DIA
Sentado em sua mesa, Orlando lê o jornal do dia. Porém é interrompido ao ouvir as batidas frenéticas na porta. Ele diz em voz alta:
ORLANDO – Pois não?
ÁDONES – Doutor Orlando, sou eu. Ádones Jasper.
Orlando larga o jornal e diz:
ORLANDO – Entre Ádones. Pode entrar.
O rapaz entra e senta.
Ádones toma a palavra:
ÁDONES – Doutor Ádones eu preciso falar urgente com o senhor.
ORLANDO – Aconteceu alguma coisa meu rapaz?
ÁDONES – Bem Dr. Orlando. O assunto é bastante delicado.
ORLANDO – Isso eu sei.
Ádones inclina-se para Orlando:
ÁDONES – Sabe?
ORLANDO – Sim. Pela expressão assustada de seu rosto.
Ádones toma a palavra:
ÁDONES – Bem Dr. Orlando, espero que esteja preparado para o que irei revelar.
Orlando inclina-se para Ádones:
ORLANDO – Do que se trata?
Ádones procura as palavras adequadas para usar e arremata:
ÁDONES – O Ônix está roubando a empresa.
Orlando toma um choque.
ORLANDO – (surpreso) Está me dizendo que o Ônix... O meu próprio filho está me roubando?!
Ádones confirma:
ÁDONES – Exatamente.
Ádones toma sua pasta, retira dela alguns papéis e os entrega ao dono da empresa e declara:
ÁDONES – Ontem à noite, enquanto verificava os contratos com os fornecedores da empresa, descobrir alguns deles superfaturados, mas ainda estava com dúvida quanto a isso. Já hoje pela manhã comprovei que há um superfaturamento – ele estende os tais papéis para Orlando e diz – Veja.
Surpreso, Orlando analisa os papéis com bastante precisão que comprovam a veracidade do superfaturamento. E tem convicção de que realmente os contratos estão com preços altíssimos.
ORLANDO – Eu não acredito... Só pode ser mentira isso. Um erro seu, talvez/ - diz antes de ser interrompido por Ádones.
ÁDONES – Doutor Orlando eu não cometo erros. Além do mais, eu também pedi que um outro especialista analisa-se. Ele chegou a uma conclusão: Tudo indica que tais contratos são fraudulentos. Isso significa dizer que o Ônix está roubando, ou pelo menos roubou o Grupo Kuhn quando fez estes contratos.
Completamente estarrecido com a revelação, Orlando não acredita que seu próprio filho esteja lhe passando a perna. Ádones declara:
ÁDONES – Você tem que enfrentar a verdade Dr. Orlando. O seu filho é um ladrão.
Orlando estuda a situação por alguns instantes. Logo depois, deixa a sala presidencial sem pronunciar sequer uma única palavra. Ádones vai atrás do mesmo.

CENA 09/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Orlando diante de Monique.
ORLANDO – Monique, o Ônix já chegou?
MONIQUE – Já sim. Está em uma reunião com um novo fornecedor da empresa.
ORLANDO – Com um novo fornecedor? Eu não acredito... Não pode ser – diz antes de deixar o local como se um raio.
Ádones segue o mesmo.

CENA 10/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Ônix diante de um novo fornecedor a fechar “negócios”:
ÔNIX – Vou lhe dar um número de uma conta para você fazer o depósito. Na minha conta particular. O depósito tem que ser feito em dinheiro vivo. Ficamos assim?
FORNECEDOR – Sim senhor doutor Ônix. – diz o fornecedor.
ÔNIX – Ótimo!
Há um aperto de mãos entre os executivos. De repente, Orlando “arromba” a porta e entra em cena, dando de cara com Ônix e o fornecedor. Ádones entra logo em seguida.
ORLANDO – Ônix!
Ônix toma um susto e diz:
ÔNIX – Pai?! – surpreso.
Suspense.

CENA 11/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Orlando e Ádones diante de Ônix e o fornecedor:
ÔNIX – Pai?! O que aconteceu? Porque entrou assim desse jeito?
ORLANDO – Ônix, me responda uma coisa, o que você e esse fornecedor faziam aqui?
O vilão se faz de desentendido:
ÔNIX – Com assim pai? Estávamos apenas conversando sobre negócios – mente.
O empresário não engole a desculpa do filho. Ele se vira para o fornecedor e pergunta.
ORLANDO – Você vai me dizer por bem ou por mal. - com autoridade – O que estavam fazendo aqui?
Apreensível, o fornecedor cede:
FORNECEDOR – Eu fiz apenas o que o doutor Ônix pediu.
ÔNIX – Hipócrita! – grita.
ORLANDO – Cala a boca Ônix! – grita.
Ônix se cala.
Orlando diante do fornecedor:
ORLANDO – Pelo amor de Deus, me responda com toda sinceridade desse mundo. Por tudo que é mais sagrado. – diz em rápidas pausas – Você e o meu filho, Ônix, estavam fechando um contrato de fornecimento, não é verdade?
Há um longo momento de silêncio. O fornecedor faz um gesto com a boca de quem vai responde, mas é interrompido por Ônix.
ÔNIX – Pai... Pai – grita.
ORLANDO – Eu já mandei você calar a boca, Ônix! – grita – Então – se vira para o fornecedor – você e o Ônix estavam fechando um contrato de fornecimento não é verdade? Responda! – grita.
O fornecedor acena que sim. Orlando diz:
ORLANDO – Eu exijo ver esse contrato.
ÔNIX – Pai não é necessário. Além do mais o fornecedor já está atrasado, não é verdade?
ORLANDO – Cala-te a boca! – grita.
Ônix se cala. O fornecedor entrega relutante o novo contrato de fornecimento a Orlando. O empresário estuda o contrato por um bom tempo até chega à conclusão de que, realmente, Ônix está roubando a empresa.
ORLANDO – Mas esse contrato é fraudulento! – arremata surpreso.
ÔNIX – Não papai, o senhor está redondamente enganado. O que está acontecendo é que/
ORLANDO – Não insulte minha inteligência Ônix. – grita exaltado – Eu sei perfeitamente que você está me passando a perna. O Ádones me contou tudo. – declara.
ÔNIX – O Ádones?! – diz surpreso.
Ádones que assistia a tudo diz:
ÁDONES – Exatamente, Ônix. Eu analisei todos os contratos dos fornecedores da empresa que encontrei em sua mesa e cheguei à conclusão de que todos foram superfaturados se comparados a outros. A festa acabou pra você Ônix! – arremata.
Com tudo isso, Ônix “surta” e começa a gritar freneticamente:
ÔNIX – Chega! Chega! Chega! – a cada “chega” percebe-se seu ódio aumentar gradativamente – Chega! Chega! Chega!
O vilão se prontifica diante o pai e arremata com a maior cara de pau:
ÔNIX – É verdade! – dispara.
Suspense.
FIM DO CAPÍTULO



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