CENA
01/ IGREJA/ INT./ TARDE
Continuação imediata do capítulo anterior. Arlan
diante do padre:
PADRE – Arlan Berganttini, você promete, diante de Deus e destas
testemunhas, receber Aléxya Scarion, como sua legítima esposa para viver com
ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento?
Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde,
na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto os dois
viverem?
Arlan hesita. Há um longo período de silêncio por
parte de Arlan. O padre volta a perguntar:
PADRE – Então meu filho, aceita a Aléxya como sua
legítima esposa?
O rapaz responde relutante:
ARLAN – Sim... Aceito!
Aléxya sorrir ao ouvir o “sim” do amado e não perde
tempo e o beija.
Dois
dias depois...
RIO
DE JANEIRO - RJ
CENA
02/ CASA RUBINA/ QUARTO/ INT./ DIA
No dia
seguinte após Alyne descobrir traição de Arlan para com ela, os noticiários de
rádio e televisão e os jornais relatavam com detalhes o casamento dele com
Aléxya. Envergonhada a moça não queria sair de casa. Sua mãe entra no quarto e
a encontra deitada na cama com os olhos vermelhos de tanto chorar.
RUBINA – Filha...
A moça
senta-se na cama. A mãe continua:
RUBINA – Eu sinto muito por você/
Alyne
interrompe a mãe e diz:
ALYNE – Mãe, a única coisa que importa é
a felicidade do Arlan.
RUBINA – Mas vocês dois iam...
ALYNE – Nosso casamento teria sido um
erro. A Aléxya, filha do Magnus chegou na vida dele primeiro. É o obvio... Ele
nunca a esqueceu. Desejo o melhor a ambos.
Há um longo
momento de silêncio, porém é quebrado por Rubina que diz:
RUBINA – Como pôde deixar que ele fizesse
isso...?
Alyne
responde e diz:
ALYNE – Mãe, quando você ama um homem de
verdade, só quer a felicidade dele. Arlan é o melhor ser humano que já conheci.
Quero que seja muito feliz ao lado da Aléxya.
RUBINA – Entendo minha filha. Bom, só
queria avisar que já envie mensagens de desculpas a todas as pessoas convidadas
para o casamento. E antes que pergunte sobre os presentes, eu os já devolvi.
ALYNE – Obrigado mãe.
As duas se
abraçam. Logo em seguida Rubina deixa o quarto. Alyne volta a deitar-se na
cama. E mesmo que a garota vinha esperando e, ao mesmo tempo, temendo o
telefonema de Arlan, ainda assim, estava completamente desesperada. De repente
o telefone toca. Ela atende sem antes ver o número e logo fica abalada pelo som
familiar da voz do seu amado.
ARLAN – Alyne... não sei o que dizer.
ALYNE – É verdade não é?
ARLAN – Sim... É verdade...
ALYNE – Então, não há nada a dizer.
ARLAN – Eu só queria explicar como
aconteceu. Antes de conhecer você, Aléxya e eu estávamos noivos. E quando
tornei a vê-la eu... eu a compreendi que ainda a amava.
ALYNE – Eu entendo, Arlan. E desejo toda
felicidade do mundo pra você e para a Aléxya. Sem mais... Adeus.
SÃO
PAULO - SP
CENA
03/ MANSÃO SCARION/ JARDIM/ EXT./ DIA
Do outro
lado da linha, após ouvir o último adeus de sua amada,
Arlan, não contem a emoção e começa a chorar feito uma menino. De longe, Magnus
a observar tudo.
MAGNUS – Coitado. Sofrendo pela Alyne. Eu
preciso ir falar com ela. – diz pensativo consigo mesmo.
Horas
depois...
CENA 04/ CASA RUBINA/ QUARTO/ INT./
NOITE
Rubina
diante de Alyne.
RUBINA – Alyne minha filha, há uma
ligação na linha.
ALYNE – Não quero falar.
RUBINA – É o pai da noiva... Magnus
Scarion.
ALYNE – O pai da noiva! O que ele quer comigo? – especulou Alyne consigo mesmo.
Alyne pega
o telefone e leva até o ouvido. Uma voz profunda, disse:
MAGNUS – Alyne Sax?
ALYNE – Pois não?
MAGNUS – Acho que nós dois precisamos ter
uma conversinha.
Alyne
hesitou:
ALYNE – Dr. Magnus não sei o que...
MAGNUS – Acabo de chegar ao Rio. Passarei
aí para pegá-la dentro de uma hora.
A linha
ficou muda.
Suspense.
ABERTURA DA NOVELA
Alyne pega
o telefone e leva até o ouvido. Uma voz profunda, disse:
MAGNUS – Alyne Sax?
ALYNE – Pois não?
MAGNUS – Acho que nós dois precisamos ter
uma conversinha.
Alyne
hesitou:
ALYNE – Dr. Magnus não sei o que...
MAGNUS – Acabo de chegar ao Rio. Passarei
aí para pegá-la dentro de uma hora.
A linha
ficou muda.
CENA
05/ CASA RUBINA/ EXT./ NOITE
Exatamente
uma hora depois, uma limusine parou na frente da casa de Alyne. O motorista
abriu a porta do carro para a moça. O empresário, Magnus Scarion, estava
sentado no banco traseiro.
Quando
Alyne entrou no carro, Magnus disse:
MAGNUS – Você é uma moça muito bonita.
ALYNE – Obrigada.
MAGNUS – Não falei apenas no sentido
físico, Alyne. Venho acompanhando a maneira como tem enfrentado todo esse caso
sórdido. Deve ter sido angustiante para você. Para dizer a verdade, estou
revoltado com o Arlan por tê-la tratado de maneira tão vergonhosa. E estou um
pouco furioso com a Aléxya por ter se casado com o ele. – mente – De certa
forma, sinto-me culpado.
ALYNE – Dr. Magnus, eu conheço o Arlan.
Tenho certeza de que ele não teve a intenção de me magoar. O que aconteceu...
Simplesmente aconteceu. Só quero o melhor pra ele. Arlan merece, e eu não faria
nada para prejudicá-lo.
MAGNUS – É muita generosidade sua Alyne.
É mesmo uma jovem extraordinária.
ALYNE – Sabe, Dr. Magnus, não conheço a
sua filha, mas se Arlan a ama é porque ela dever ser muito especial. Espero que
os dois sejam felizes. Se me permite.
Alyne e
Magnus se despedem. Ela deixa o carro.
No
Dia Seguinte...
SÃO PAULO - SP
CENA
06/ GRUPO KUHN/ SALA ÁDONES/ INT./ DIA
Ádones se
preocupa com o que lê nos contratos dos fornecedores e descobre que Ônix está
roubando a empresa.
ÁDONES – Como o Ônix pode ser capaz de
fazer uma coisa dessa meu Deus – diz surpreso em frente ao computador –
roubando o próprio pai.
CENA
07/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Monique a
trabalhar freneticamente em seu computador. Ádones vem chegando.
ÁDONES – Monique.
MONIQUE – Sim doutor Ádones.
ÁDONES – O Ônix já chegou?
MONIQUE – Ainda não doutor Ádones.
ÁDONES – E o doutor Orlando?
MONIQUE – O doutor Orlando acabou de
chegar. Ele está em sua sala.
Ádones faz
de entendido e deixa o local.
CENA
08/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ORLANDO/ INT./ DIA
Sentado em
sua mesa, Orlando lê o jornal do dia. Porém é interrompido ao ouvir as batidas
frenéticas na porta. Ele diz em voz alta:
ORLANDO – Pois não?
ÁDONES – Doutor Orlando, sou eu. Ádones
Jasper.
Orlando
larga o jornal e diz:
ORLANDO – Entre Ádones. Pode entrar.
O rapaz
entra e senta.
Ádones toma
a palavra:
ÁDONES – Doutor Ádones eu preciso falar
urgente com o senhor.
ORLANDO – Aconteceu alguma coisa meu
rapaz?
ÁDONES – Bem Dr. Orlando. O assunto é
bastante delicado.
ORLANDO – Isso eu sei.
Ádones
inclina-se para Orlando:
ÁDONES – Sabe?
ORLANDO – Sim. Pela expressão assustada de
seu rosto.
Ádones toma
a palavra:
ÁDONES – Bem Dr. Orlando, espero que
esteja preparado para o que irei revelar.
Orlando
inclina-se para Ádones:
ORLANDO – Do que se trata?
Ádones
procura as palavras adequadas para usar e arremata:
ÁDONES – O Ônix está roubando a empresa.
Orlando
toma um choque.
ORLANDO – (surpreso) Está me dizendo que o
Ônix... O meu próprio filho está me roubando?!
Ádones
confirma:
ÁDONES – Exatamente.
Ádones toma
sua pasta, retira dela alguns papéis e os entrega ao dono da empresa e declara:
ÁDONES – Ontem à noite, enquanto
verificava os contratos com os fornecedores da empresa, descobrir alguns deles
superfaturados, mas ainda estava com dúvida quanto a isso. Já hoje pela manhã
comprovei que há um superfaturamento – ele estende os tais papéis para Orlando
e diz – Veja.
Surpreso,
Orlando analisa os papéis com bastante precisão que comprovam a veracidade do
superfaturamento. E tem convicção de que realmente os contratos estão com
preços altíssimos.
ORLANDO – Eu não acredito... Só pode ser
mentira isso. Um erro seu, talvez/ - diz antes de ser interrompido por Ádones.
ÁDONES – Doutor Orlando eu não cometo
erros. Além do mais, eu também pedi que um outro especialista analisa-se. Ele
chegou a uma conclusão: Tudo indica que tais contratos são fraudulentos. Isso
significa dizer que o Ônix está roubando, ou pelo menos roubou o Grupo Kuhn
quando fez estes contratos.
Completamente
estarrecido com a revelação, Orlando não acredita que seu próprio filho esteja
lhe passando a perna. Ádones declara:
ÁDONES – Você tem que enfrentar a verdade
Dr. Orlando. O seu filho é um ladrão.
Orlando
estuda a situação por alguns instantes. Logo depois, deixa a sala presidencial
sem pronunciar sequer uma única palavra. Ádones vai atrás do mesmo.
CENA
09/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Orlando
diante de Monique.
ORLANDO – Monique, o Ônix já chegou?
MONIQUE – Já sim. Está em uma reunião com
um novo fornecedor da empresa.
ORLANDO – Com um novo fornecedor? Eu não
acredito... Não pode ser – diz antes de deixar o local como se um raio.
Ádones
segue o mesmo.
CENA
10/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Ônix diante
de um novo fornecedor a fechar “negócios”:
ÔNIX – Vou lhe dar um número de uma
conta para você fazer o depósito. Na minha conta particular. O depósito tem que
ser feito em dinheiro vivo. Ficamos assim?
FORNECEDOR – Sim senhor doutor Ônix. –
diz o fornecedor.
ÔNIX – Ótimo!
Há um
aperto de mãos entre os executivos. De repente, Orlando “arromba” a porta e
entra em cena, dando de cara com Ônix e o fornecedor. Ádones entra logo em
seguida.
ORLANDO – Ônix!
Ônix toma
um susto e diz:
ÔNIX – Pai?! – surpreso.
Suspense.
CENA
11/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Orlando e
Ádones diante de Ônix e o fornecedor:
ÔNIX – Pai?! O que aconteceu? Porque
entrou assim desse jeito?
ORLANDO – Ônix, me responda uma coisa, o
que você e esse fornecedor faziam aqui?
O vilão se
faz de desentendido:
ÔNIX – Com assim pai? Estávamos apenas
conversando sobre negócios – mente.
O
empresário não engole a desculpa do filho. Ele se vira para o fornecedor e
pergunta.
ORLANDO – Você vai me dizer por bem ou por
mal. - com autoridade – O que estavam fazendo aqui?
Apreensível,
o fornecedor cede:
FORNECEDOR – Eu fiz apenas o que o doutor
Ônix pediu.
ÔNIX – Hipócrita! – grita.
ORLANDO – Cala a boca Ônix! – grita.
Ônix se
cala.
Orlando
diante do fornecedor:
ORLANDO – Pelo amor de Deus, me responda
com toda sinceridade desse mundo. Por tudo que é mais sagrado. – diz em rápidas
pausas – Você e o meu filho, Ônix, estavam fechando um contrato de
fornecimento, não é verdade?
Há um longo
momento de silêncio. O fornecedor faz um gesto com a boca de quem vai responde,
mas é interrompido por Ônix.
ÔNIX – Pai... Pai – grita.
ORLANDO – Eu já mandei você calar a boca,
Ônix! – grita – Então – se vira para o fornecedor – você e o Ônix estavam
fechando um contrato de fornecimento não é verdade? Responda! – grita.
O
fornecedor acena que sim. Orlando diz:
ORLANDO – Eu exijo ver esse contrato.
ÔNIX – Pai não é necessário. Além do
mais o fornecedor já está atrasado, não é verdade?
ORLANDO – Cala-te a boca! – grita.
Ônix se
cala. O fornecedor entrega relutante o novo contrato de fornecimento a Orlando.
O empresário estuda o contrato por um bom tempo até chega à conclusão de que,
realmente, Ônix está roubando a empresa.
ORLANDO – Mas esse contrato é fraudulento!
– arremata surpreso.
ÔNIX – Não papai, o senhor está
redondamente enganado. O que está acontecendo é que/
ORLANDO – Não insulte minha inteligência
Ônix. – grita exaltado – Eu sei perfeitamente que você está me passando a
perna. O Ádones me contou tudo. – declara.
ÔNIX – O Ádones?! – diz surpreso.
Ádones que
assistia a tudo diz:
ÁDONES – Exatamente, Ônix. Eu analisei todos
os contratos dos fornecedores da empresa que encontrei em sua mesa e cheguei à
conclusão de que todos foram superfaturados se comparados a outros. A festa
acabou pra você Ônix! – arremata.
Com tudo
isso, Ônix “surta” e começa a gritar freneticamente:
ÔNIX – Chega! Chega! Chega! – a cada
“chega” percebe-se seu ódio aumentar gradativamente – Chega! Chega! Chega!
O vilão se
prontifica diante o pai e arremata com a maior cara de pau:
ÔNIX – É verdade! – dispara.
Suspense.
FIM DO CAPÍTULO
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