quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Capítulo 4: Amores Desmedidos

CENA 01/COPACABANA/QUIOSQUE-INT/DIA.
Continuação imediata da ultima cena do capítulo anterior. Tereza e Henri se beijando.
TEREZA – Não... A gente não pode.
HENRI – Por que não?
TEREZA – Somos primos, Henri, nada vai mudar isso.
HENRI – Isso ta ultrapassado, tem muitos primos por aí que se amam, constituem uma família, não importa o grau de parentesco, o que vale é o amor.
TEREZA – Eu não nego que sinto algo por você Henri, mas... Eu não posso.
Ela se levanta, pede um táxi, entra e vai embora.
    CENA 02/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Beatriz a ler uma revista. Antonio desce as escadas. Tereza entra, meio desnorteada, ela quase “tromba” com o pai.
ANTONIO – O que foi, Tereza? Ta tudo bem com você?
TEREZA – Ta... Quer dizer... Ta, mas vai ficar melhor.
Tereza sobe as escadas.
ANTONIO – Vai entender essa menina.
BEATRIZ – Coisas de Tereza, eu desisto de entender.
CENA 03/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE TEREZA-INT/DIA.
Tereza se deita a cama, ela chora e fica pensativa.
ABRE FLASH BACK: Capítulo 03 – cena final .
TEREZA – Aquele beijo não podia ter acontecido. Não podia.
    CENA 04/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Beatriz abre a porta, Beth entra.
BETH – Minha irmã, você não sabe quem me telefonou de Lisboa dizendo que esta voltando ao Brasil.
BEATRIZ – Quem?
BETH – Nossa mãe.
BEATRIZ – Ah não Beth, você vai dar um jeito de essa infeliz ficar bem quietinha lá onde ela ta.
BETH – Como se alguém conseguisse parar a mamãe.
BEATRIZ – Se caso a nossa mãe voltar ao Brasil ela vai ficar na sua casa, ouviu bem? (t) E quando ela volta?
CORTA PARA:
    CENA 05/AEROPORTO/DESEMBARQUE-INT/DIA.
Dentre as varias famílias e seus parentes se cumprimentando, vemos Valkiria, empurrando o carrinho de bagagens, toda altiva com seus óculos escuros.
BETH – (off) Beatriz, a nossa mãe já esta no Brasil.
CORTA PARA:
    CENA 06/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Cont. da cena 04. Beatriz, surpresa, a fitar Beth.
BEATRIZ – Como assim ela já esta no Brasil?! Ela avisa assim, sem mais nem menos?
BETH – Eu também fiquei surpresa, queria ter me preparado, preparado minha casa, enfim.
BEATRIZ – Eu não acredito! Mais essa agora...
BETH – Por que você não gosta da nossa mãe?
BEATRIZ – Isso só desrespeita a mim e a ela.
BETH – Nossa ok então.
BEATRIZ – Ah, antes que eu me esqueça, eu vou dar um jantar aqui em minha casa semana que vem.
BETH – Qual motivo?
BEATRIZ – Nem eu sei, só sei que o Antonio quer fazer uma revelação que desrespeito a Tereza e o Henri.
    CENA 07/MANSÃO DE MARCOS/SALA-INT/DIA.
Marcos termina de organizar seus papeis em sua pasta. Cássia entra.
CÁSSIA – Marcos, eu acabei de falar com a nossa filha, ela esta planejando voltar em breve.
MARCOS – E esse breve é quando, Cássia? Eu não agüento mais mandar dinheiro pra Laila.
CÁSSIA – Ela disse que já concluiu o curso que ela queria fazer na Alemanha e que, no máximo em 5 dias, ela esta no Brasil.
MARCOS – Ótimo! Você vai ter que me ajudar a juntar a Laila e o Henri, afinal ele é o preferido do Antonio e, como dizem por ai, vai ser o sucessor do mesmo na Vidal.
CÁSSIA – (tensa) Pode deixar, eu vou ajudar você.
    CENA 08/EMPRESA VIDAL/RECEPÇAO-INT/DIA.
Olga, Nathalia e Tabata em seus devidos computadores. Navarro entra.
NAVARRO – Bom dia, meninas... O Antonio já chegou?
TABATA – Ainda não, Doutor Navarro.
NAVARRO – E o Marcos?
OLGA – Já esta na sala dele.
NATHALIA – E ta com a “macaca” hoje.
NAVARRO – (irônico) Que novidade...
Navarro entra na sala de Marcos.
CORTA PARA:
CENA 09/EMPRESA VIDAL/SALA DE MARCOS-INT/DIA.
Atenção edição: ligar juntamente com a cena anterior. Marcos a assinar alguns papéis. Navarro entra.
NAVARRO – Marcos, eu preciso que você quebre um galho pra mim, vou ter que ir lá à mansão mais tarde.
MARCOS – Fazer?
NAVARRO – Redigir o testamento do Antonio.
MARCOS – (interessadíssimo) Testamento?
NAVARRO – Sim. (irônico) Seus olhos até brilham quando eu falo nessa palavra.
MARCOS – (grita) Sai da minha sala agora!
Navarro sai.
MARCOS – Testamento... Quem será que vai ser o sucessor do Antonio?
    CENA 10/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Toca a campainha. Beatriz abre a porta, é Navarro.
NAVARRO – Olá, Beatriz (beija).
BEATRIZ – Se você chegasse uns cinco minutos mais cedo ia encontrar a Beth aqui.
NAVARRO – Já não basta encontrar em casa, tem que ver em todo lugar? Mereço uma folga (risos)
BEATRIZ – Se ela escuta isso te mata! (risos)
NAVARRO – O Antonio esta?
ANTONIO – Estou! Pode entrar, Navarro.
Navarro entra. Beatriz fecha a porta.
BEATRIZ – Qual motivo da visita, Navarro?
ANTONIO – Hoje o Navarro vai redigir meu testamento.
BEATRIZ – (surpresa) Testamento?! Então você já decidiu quem vai ser seu sucessor?
ANTONIO – Já, mas fique tranqüila, vocês vão saber antes mesmo de eu morrer, no jantar que eu mandei você agendar. (T) Vamos Navarro?
NAVARRO – Sim.
Navarro e Antonio vão pro escritório. Beatriz tensa.
         PRIMEIRO INTERVALO COMERCIAL
    CENA 11/MANSÃO VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/DIA.
Navarro e Antonio sentados frente a frente. O advogado abre o notbook.
NAVARRO – Pode começar a falar.
    CENA 12/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Toca a campainha. Beatriz a escutar atrás da porta do escritório.
BEATRIZ – Aff, será que ninguém pode escutar atrás da porta em paz?
Ela vai até a porta, abre, é Valkiria.
VALKIRIA – Olá, minha querida.
BEATRIZ – Você não deveria ter ido direto pra casa da Beth?
Valkiria entra com suas bagagens.
VALKIRIA – Lógico que não, minha filhinha linda, eu vim te ver, afinal faz mais de 10 anos que não te vejo.
BEATRIZ – Pra mim não faz nem uma semana.
VALKIRIA – Você e esse seu desprezo, mas quer saber, to nem aí, você sempre foi meio revoltadinha mesmo, puxou ao seu pai. (t) E o Antonio? Cadê?
BEATRIZ – Ta com o Navarro no escritório, estão redigindo o testamento.
VALKIRIA – Testamento?! Será que eu to entre as beneficiadas?
BEATRIZ – Se tiver, eu faço o Antonio reencarnar pra tirar teu nome do testamento.
CORTA PARA:
CENA 13/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE BEATRIZ-INT/DIA.
Valkiria e Beatriz entram.
BEATRIZ – Aqui nós podemos conversar com mais privacidade.
VALKIRIA – Concordo, mesmo porque a sua sala é muito abafada e eu desacostumei com esse clima quente do Rio de Janeiro, afinal Lisboa é bem friorenta.
BEATRIZ – E por que raios você voltou?
VALKIRIA – Digamos que... Eu tive alguns probleminhas lá.
BEATRIZ – Probleminhas? Desembucha!
VALKIRIA – Eu entrei pra uma “gangue” de traficantes de jóias e a policia começou a “cavucar” nos nossos “esquemas”.
BEATRIZ – Ô sua abestada, você faz merda fora do Brasil e vem se esconder na minha casa?!
VALKIRIA – Ah... Para de ser dramática, Beatriz! (se joga na cama) Como eu te disse, os policiais começaram a nos procurar, mas não chegaram a ninguém e, antes que isso acontecesse, eu vim pro Brasil.
BEATRIZ – Ok, pra esse assunto eu to nem aí, mas você se esqueceu que o Antonio acha que você é rica?
VALKIRIA – Não só o Antonio né, a Tereza, o Navarro, o Henri, até mesmo a sua irmã acha que eu enriqueci me casando com o falecido (com sotaque) português – que Deus o tenha.
BEATRIZ – Então! Como é que você vai continuar mantendo esse seu patrão de vida aqui no Rio?! Eu não vou te sustentar não.
VALKIRIA – Simples, a gente desmente, contamos pra todo mundo que você me da uma boa mesada e fim de papo.
BEATRIZ – Se você contar vão perguntar o motivo de eu te ajudar financeiramente.
VALKIRIA – A gente diz que é muito amor, vão engolir, (irônica) amor de mãe e filha é muito grande.
BEATRIZ – Lógico, aí o Antonio vai te perguntar: por que a Beth não te ajuda também?
VALKIRIA – Aí você diz assim: “é porque a Beth não esconde um grande segredo, segredo este que só minha mamãe sabe” (risos).
    CENA 14/RIO DE JANEIRO/GERAIS/INT/NOITE.
Anoitece...
    CENA 15/BARZINHO/MESA DE HENRI-INT/NOITE.
Henri e Vinicius a tomar um chope. Obs.: Vinicius é o melhor amigo de Henri.
VINICIUS – Como é que é, Henri?! Você beijou tua prima?
HENRI – Beijei, foi mais forte que eu Vinicius, eu não sei explicar.
VINICIUS – Você nunca me contou que estava afim dela.
HENRI – Nem eu sabia disso, mas eu já desconfiava que pudesse dar nisso, nós sempre tivemos uma cumplicidade muito grande quando pequenos, a gente se preocupava muito um com o outro, mas não era preocupação de primo não, era algo diferente, dava pra ver no olhar dela.
VINICIUS – Tenso hein, mesmo porque vocês são primos e isso que é o grande “x” da questão.
HENRI – Eu to nem aí pra laço de sangue, eu quero mais é viver intensamente.
VINICIUS – E ela? Será que é isso que ela quer?
         SEGUNDO INTERVALO COMERCIAL.
CENA 16/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE TEREZA-INT/NOITE.
Tereza, deitada a cama, a mexer no celular. Logo no seu visor aparece o nome Henri. Ela atende a chamada.
TEREZA – (ao cel.) Oi Henri.
HENRI – (off) Eu acho que a gente precisava marcar uma hora pra conversar, explicitar os nossos sentimentos e decidir como vai ser nossas vidas a partir de agora.
TEREZA – (ao cel.) Será mesmo que nós devemos revelar esses sentimentos um ao outro? Será que aquele beijo não foi uma coisa de instante, de fraqueza?
HENRI – (off) O que você acha?
TEREZA – (ao cel.) Acho que devemos esquecer qualquer tipo de sentimento que relacione eu a você.
HENRI – (off) E não se entregar ao amor verdadeiro? Acha que nós merecemos isso?
TEREZA – (ao cel.) Não sei se merecemos, mas é o melhor a se fazer. Boa noite, Henri.
HENRI – (off) Não desliga... /
Tereza desliga a chamada e posteriormente o celular. Ela então começa a chorar.
CORTA PARA:
    CENA 17/MANSÃO DE NAVARRO/SALA-INT/NOITE.
Henri desliga o celular, ele meio melancólico. Cam abre: Beth, ao longe, escutando tudo.
BETH – “E não se entregar ao amor verdadeiro? Acha que nós merecemos isso?” Parece até que você tirou essa frase de uma peça teatral de Sheakspeare. (t) Posso saber quem é a moça que conquistou o coração de meu filho?
Henri tenso.
CENA 18/MANSÃO VIDAL/COZINHA-INT/NOITE.
Valkiria a pegar um copo d’ água. Tereza entra e surpreende.
TEREZA – Vó? O que a senhora esta fazendo aqui? Desde quando voltou de Lisboa?
VALKIRIA – Desde hoje, minha querida. Sentiu saudade?
TEREZA – Lógico.
Tereza abraça Valkiria.
VALKIRIA – Ah, e só uma coisa, não me chama de “avó” não, me envelhece muito e, cá entre nós, eu estou inteirona ainda (risos).
TEREZA – (risos) Sim.
VALKIRIA – Que foi, minha querida? Parece que ta meio tristonha.
TEREZA – Nada, coisas da vida. Vai passar.
VALKIRIA – Se precisar conversar eu estou aqui, ta? Não dizem por aí que as avós são as segundas mães?
TEREZA – Sim...
VALKIRIA – Então!
Valkiria abraça Tereza.
TEREZA – Eu não quero que a minha pergunta soe como indelicada, mas... Por que a senhora voltou ao Brasil?
Valkiria tensa.
CENA 19/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE BEATRIZ-INT/NOITE.
Beatriz abre sua gaveta e pega o anel que Marcos lhe deu. Ela abre a caixinha e fica a observar o belíssimo topázio.
BEATRIZ – É inegável dizer que o Marcos tem muito bom gosto. (experimenta o anel)
Antonio entra.
ANTONIO – Que anel é esse, Beatriz? Quem te deu?
Beatriz surpresa. Closes.



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