sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Capítulo 7: Amores Desmedidos

Capítulo 07 –                     AMORES DESMEDIDOS
    CENA 01/COPACABANA/RUA/BECO/INT/DIA.
Continuaçao imediata da ultima cena do capítulo anterior. Antonio a mirar o revolver á Gonzalez.
GONZALEZ – (irônico) Mas o que é isso, Antonio? Vai me matar só porque não cumpri a ordem do poderoso Rei do Tempo?
ANTONIO – Eu fui bem claro que era pra voce zarpar do Rio de Janeiro.
GONZALEZ – Pra que? Eu estou tao bem aqui, não estou incomodando ninguém.
ANTONIO – Voce vivo incomoda-me.
GONZALEZ – E só por isso voce vai me matar? Vai se tornar um criminoso só pelo fato que sua vitima sabe que voce veio do lixão?
ANTONIO – Voce nunca entenderá meus motivos.
GONZALEZ – Talvez o lixão propriamente dito não seja o seu maior medo e sim o que nele esconde.
ANTONIO – Isso não é da tua conta!!!
Antonio vai disparar, porem Gonzalez sai correndo, o Rei do Tempo vai atrás.
CORTA PARA:

    CENA 02/COPACABANA/RUA/INT/DIA.
Ritmo! Gonzalez sai desesperadamente desse beco e, ao cruzar a rua, é atropelado por um carro que vinha em alta velocidade. Antonio, que ainda não saiu do beco, se espanta ao ver a cena. (T) Cam busca: Gonzalez caído ao chão com a cabeça toda sangrando. O motorista figurante desce do carro, desespera-se e liga pra ambulância. (T) Antonio, sem reação, foge dalí.

    CENA 03/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Antonio entra meio espantado. Valkiria desce as escadas.
VALKIRIA – Que cara é essa, Antonio? Parece que viu um fantasma!
ANTONIO – De certa forma eu vi uma pessoa se tornar um.
VALKIRIA – Que?! Se não ta falando coisa com coisa, bafora aqui, me sentir se voce bebeu. (se aproxima dele)
ANTONIO – (grita) Sai de mim, estorvo!
Ele vai pro escritório, Valkiria sem entender nada.
CORTA PARA:

    CENA 04/MANSÃO VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/DIA.
 Antonio entra ainda meio apavorado.
Abre flash back deste capítulo cena 02 (atropelamento)
ANTONIO – Pelo menos agora ele não é mais um problema.
CORTA PARA:

    CENA 05/RIO DE JANEIRO/GERAIS/INT/NOITE.
Takes do Rio Anoitecendo.

CENA 06/MANSÃO VIDAL/QUARTO CASAL-INT/NOITE.
Tereza a fitar Beatriz.
BEATRIZ – Viajar?! Como assim, Tereza?! Agora? Sem mais nem menos?
TEREZA – Não é sem mais nem menos, mãe. Eu tenho meus motivos.
BEATRIZ – Então explicite quais são.
TEREZA – (mente) Ah, sei lá, eu to cansada do Rio, é sempre a mesma coisa, sabe? E outra, eu queria fazer um curso, sei lá...
BEATRIZ – Sair viajando pelo mundo é o melhor curso pra uma bióloga.
TEREZA – Por isso mesmo! Libera a grana.
BEATRIZ – Bom, não é assim, né Tereza. Voce tem que falar com seu pai.
TEREZA – Eu me sinto uma criança quando eu tenho que pedir alguma coisa a voces!
BEATRIZ – Até voce ter sua própria independência financeira voce é uma criança, não importa que voce seja maior de 18, enquanto voce se alimentar da comida de seus pais voce é uma criança!
Tereza sai batendo a porta.

CENA 07/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE TEREZA-INT/NOITE.
Tereza entra furiosa se jogando a cama.
TEREZA – Que saco viu! Desse jeito eu nunca vou conseguir viajar... (t) Ah não ser que eu explicite meus reais motivos a minha mãe.

CENA 08/MANSÃO VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/NOITE.
Antonio a fumar um charuto. Beatriz entra.
BEATRIZ – Voce não saiu desse escritório o dia inteiro... Aconteceu alguma coisa?
ANTONIO – Aconteceu. O Gonzalez ta morto.
BEATRIZ – Como é que é?!

CENA 09/SHOPPING/PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO-INT/NOITE.
Marlon sentado a uma mesa mexendo em seu celular. Cam busca: Beth e algumas amigas vindo ao longe (todas cheias de compras) Ela avista Marlon e sua expressão que antes era de sorrisinho agora fica séria. Beth pede licença as amigas e vai até ele.
BETH – Será que voce tem um minutinho pra mim?
Marlon encara Beth.
    PRIMEIRO INTERVALO COMERCIAL

CENA 10/MANSÃO VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/NOITE.
Cont da cena 08, na qual Antonio revela a Beatriz que Gonzalez esta morto.
BEATRIZ – Mas... Como foi que ele morreu? E como voce soube?
ANTONIO – De certa forma fui eu que o matei.
BEATRIZ – (apavorada) Voce?!
ANTONIO – Eu tava vindo pra casa e aí eu passei por Copacabana e vi ele saindo de uma lojinha, eu desci do carro e o segui até um beco./
BEATRIZ – (corta) Eae?!
ANTONIO – (corta) Eae que eu saquei o revolver com a intenção de matá-lo!
BEATRIZ – E voce não fez isso, né?!
ANTONIO – Ele saiu correndo, eu fui atrás, mas ele atravessou feito um louco à rua e foi acertado em cheio por um carro em alta velocidade.
BEATRIZ – (aliviada) Ufa! Menos mal...
ANTONIO – Voce ta feliz né. Não vamos ter mais o Gonzalez pra nos perturbar/
BEATRIZ – (corta) Eu não suportaria ter um marido assassino!
ANTONIO – E suportaria ver o meu império desmoronando?
BEATRIZ – (T)  Não. Lógico que não.
Ele se levanta e se aproxima da mesma.
ANTONIO – Então esta foi à melhor solução!
Ele beija Beatriz.

CENA 11/SHOPPING/PRAÇA DE ALIMENTAÇAO-INT/NOITE.
Cont da cena 09. Beth senta-se junto a Marlon.
MARLON – O que eu tenho pra conversar com a senhora?
BETH – Muita coisa. Eu sei coisa que voce acha que eu não sei.
MARLON – Tipo?
BETH – Tipo que voce tem um relacionamento secreto com a minha irmã.
MARLON – Idaí? A senhora não tem como provar.
BETH – Não mesmo, nesse ponto voce esta certo, mas em outro voce esta errado: se eu contar ao Antonio que voce e a Beatriz são amantes, ele vai começar a desconfiar das ausências da mesma e não vai demorar a comprovar que tudo que eu falei é a mais pura verdade.
MARLON – O que a senhora quer de nós?
BETH – Da Beatriz nada de voce tudo!
MARLON – (safado) Ta querendo que eu de um “trato” na senhora? Até que a senhora esta “conservadona”, bora pra um motel que a gente resolve isso/
BETH – (corta) Mais respeito comigo, rapaz!
MARLON – Então qual é a tua?
BETH – Eu quero que voce descubra qual é o grande segredo que o Antonio esconde.
MARLON – E como é que eu vou saber?
BETH – Descubra! Voce é uma das pessoas que a Beatriz mais confia, de pouquinho em pouquinho voce vai descobrir.
MARLON – Mas como se eu nem sei o que é que eu vou realmente procurar?
BETH – Se a tarefa fosse fácil e não pediria a voce. Esse é o nosso trato, voce procura o abstrato e eu me calo. (t) Ah, e mais uma coisa, na conte do nosso pacto a Beatriz!

CENA 12/SHOPPING/ESTACIONAMENTO-INT/NOITE.
Marlon fica a observar o Cristo Redentor dali.
MARLON – (a si) Bom essa proposta é interessante, se a Beth não contar nada não tem o porquê da Beatriz se afastar de mim, “trocando por miúdos” eu não perco o grande amor da minha vida.

CENA 13/MANSÃO VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/NOITE.
Antonio sentado a sua poltrona. Tereza a sua frente.
ANTONIO – Viajar Tereza?! Mas é lógico que não!
TEREZA – Por que não?!
ANTONIO – Porque eu quero que voce esteja no jantar da minha grande revelação.
TEREZA – E pra que eu tenho que esperar?! Me adianta essa revelação!
ANTONIO – (grita) Não! Essa revelação é de extrema importância, ela vai mudar os rumos da sua vida, da do Henri, da sua mãe, de toda a nossa família, então ela tem que ser comunicada para todos!
TEREZA – Eu não quero que mude os rumos da minha vida, eu quero fazer os rumos da mesma, quero viajar, conhecer laboratórios, quero me aperfeiçoar como bióloga.
ANTONIO – Voce vai entender quando o dia do jantar chegar! E se acalme, porque eu preciso de voce aqui nesse dia.

    CENA 14/AP DE VINICIUS/QUARTO-INT/NOITE.
Vinicius esta a dormir. Cam busca seu rosto e CORTA PRA UM FLASH BACK/SONHO:
ABRE FLASH BACK NÃO GRAVADO:

    CENA 15/PALACIO/PÁTIO-INT/NOITE.
Vemos uma multidão ao redor de um palanque onde uma possível bruxa esta sendo queimada. A multidão incontrolavelmente feliz, elas gritam saudações a Rainha e a Corte. Cam busca: a Rainha (não mostrar seu rosto) e apenas uma sonoplastia com sua risada maléfica. Cam mostra o Servo que é Vinicius (atualidade) em OUTRA VIDA. Ele esta apavorado vendo a bruxa ser queimada. Cam busca: o fogo se alastrando pela roupa da bruxa, ela fixa o olhar no Servo e diz:
BRUXA – Eu te amarei para sempre...
Mostrar o rosto da Bruxa que é Tabata ( a secretaria da Empresa Vidal na atualidade)
SERVO – (grita) Naaaaaaaaao!
FECHA FLASH BACK NÃO GRAVADO.
CORTA PARA:

    CENA 16/AP DE VINICIUS/QUARTO-INT/NOITE.
Vinicius que antes estará dormindo acorda com o grito do Servo (que é ele mesmo) no sonho. Ele salta afobado.
VINICIUS – (grita) Droga! De novo esse sonho. Pelo menos agora eu consegui ver a Bruxa que eu coloquei no palanque pra ser queimada. (t) Eu nunca vou conseguir esquecer o rosto dela, nunca. (t) Mas e a Rainha? Quem será a Rainha?!

CENA 17/MANSÃO DE NAVARRO/QUARTO DE HENRI-INT/NOITE.
Henri diante de seu notbook a olhar fotos de Tereza.
HENRI – Eu nunca vou conseguir te esquecer... Nunca!

    CENA 18/RIO DE JANEIRO/GERAIS/INT/DIA.
Amanhece...
CORTA PARA:

    CENA 19/MANSÃO DE NAVARRO/SALA-INT/DIA.
Vinicius a esperar sentado a poltrona. Henri desce as escadas.
HENRI – Eae irmão...
Vinicius se levanta e cumprimenta Henri.
VINICIUS – Tudo certo?
HENRI – Tudo... E voce?
VINICIUS – É, mais ou menos, eu voltei a ter aqueles sonhos, mas... Não é sobre isso que eu vim falar com voce.
HENRI – Pode falar...
VINICIUS – Eu prefiro ir em outro lugar. Bora tomar uma água no quiosque da praia?
CORTA PARA:

    CENA 20/COPACABANA/QUIOSQUE-INT/DIA.
Vinicius e Henri comem alguma coisa e tomam uma água.
HENRI – Mas porque voce quer falar com a Tabata?
VINICIUS – Eu diretamente não né, é a Érica que quer. Segundo a Érica, a Tabata é uma secretaria experimente e poderia fornecer indicações de emprego pra ela.
HENRI – Ah sim, claro... Ok, eu falo com a Tabata e peço pra ela marcar um café entre as duas.
CORTA PARA:

    CENA 21/AP DE VINICIUS/SALA-INT/DIA.
Érica a comer um pão com manteiga. Vinicius entra.
ÉRICA – A coisa aqui ta feia hein, nem manteiga tinha, eu tive que comprar.
VINICIUS – Eu não costumo comer em casa. (t) Eu falei com o Henri sobre a tal Tabata.
ÉRICA – (interessadíssima) Falou?! Eae?
VINICIUS – Ele disse que vai pedir para ela entrar em contato com voce.
ÉRICA – Ótimo!
CORTA PARA:

    CENA 22/EMPRESA VIDAL/ANTE SALA-INT/DIA.
Olga e Nathalia em seus devidos computadores. Tabata e Henri a conversar em outro plano de filmagem.
TABATA – Claro que eu poderia fornecer algumas indicações a essa tal, como é mesmo o nome dela?
HENRI – Érica.
TABATA – Isso! Afinal ta muito difícil de arrumar emprego né, até mesmo aqui no Rio.
HENRI – Sim... O Vinicius me passou o numero dela, voces podem marcar um café, sei lá.
TABATA – Claro, assim fica mais fácil (pega o cel)
HENRI – (pega o cel e ve o numero) É 992/
CORTA PARA:

    CENA 23/AP DE VINICIUS/SALA-INT/DIA.
Vinicius e Érica a tomar café. O cel dela sobre a mesa. Ele começa a tocar e vemos no visor: numero restrito.
ÉRICA – Numero restrito... Será que já é a Tabata fazendo comunicação?
VINICIUS – Deve ser...
ÉRICA – Gente, adorei esse Henri, ele é muito prestativo.
Érica atende.
ÉRICA – (ao cel) Oi? Quem fala?
TABATA – (off) Oi, aqui é a Tabata, o Henri disse que voce queria algumas indicações de emprego...
ÉRICA – (ao cel) Ah, oi Tabata! Então, a empresa que eu trabalhava faliu e agora eu to desempregada, já procurei em tudo quanto é lugar e nada!
TABATA – (off) Ta difícil mesmo, mas eu posso te ajudar. Quer me encontrar depois das seis horas no Café Copacabana?
ÉRICA – (ao cel) Hoje?! (t) Ok. Pode ser.
TABATA – (off) Ta! Então a gente se encontra lá.
ÉRICA – Eu vou de cachicol vermelho pra voce ter uma referencia de quem sou.
TABATA – (off) Ok. Eu vou estar com uma bolsa azul marinho. A gente se encontra lá!

    CENA 24/FAVELA/PÉ DO MORRO/INT/DIA.
Érica e outras pessoas descem da circular. Um homem (bem mal apresentado) esta a espera de Érica. Ela vai até ele.
ÉRICA – Trouxe o que eu te pedi?
HOMEM – Primeiro a grana.
Érica entrega o dinheiro, ele passa um pacote de crack pra ela.

CENA 25/CAFÉ COPACABANA/MESA DE TABATA-INT/NOITE.
Uma certa movimentação (não muito grande) no café. Tabata entra se acomoda em uma mesa e faz um pedido (T) Érica entra e fica a procurar uma bolsa azul, ela vai até Tabata.
ÉRICA – Tabata?
TABATA – Érica!
ÉRICA – Sim.
TABATA – Senta querida...
Érica se senta.
TABATA – E então... Como é que eu posso te ajudar?
ÉRICA – A gente sabe que nesse Brasil conta muito o quem indica, né.
TABATA – Sim, nem fale, principalmente quando se fala de um bom salário.
ÉRICA – Então! E eu não fiz uma faculdade não lá muito boa, a minha mãe não tinha grana pra me dar um bom estudo, mas enfim... O fato é que o mercado de trabalho esta muito concorrido e os contratantes estão escolhendo sempre os melhores.
TABATA – E de certa forma eles não estao errados.
ÉRICA – Não mesmo, mas se eu for seguir essa lógica eu vou morrer de fome, bem como a minha mãe que recebe uma aposentadoria mísera.
TABATA – Sim... Bom, eu saí de um escritório de advocacia pra ir trabalhar na Vidal, e eu acho que lá é interessante pra voce, não é um salário gigantesco, mas eu vivia bem. Eu vou te recomendar a eles, claro que possivelmente eles já arrumaram alguém para ocupar meu lugar, mas voce pode ser estagiaria.
ÉRICA – Já é alguma coisa...
TABATA – Sim. (t) Me dê um minutinho, vou retocar a maquiagem.
ÉRICA – Claro, enquanto isso vou fazendo meu pedido.
TABATA – Isso.
Tabata se retira, Érica fixa os olhos na bolsa da mesma que esta pendurada numa parte da cadeira. Érica então pega sua bolsa e tira um pacote de crack e, disfarçadamente coloca na bolsa da rival. Ela olha pra cam e da um sorrisinho maléfico.


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