segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Episódio 2: Vidas Expostas

EPISÓDIO 02
“PAIXÃO”
ESCRITA POR – EVERTON BRANDÃO

CENA 1/APARTAMENTO DE MARTA E ALBERTO/SALA DE ESTAR/INT.TARDE
MARTA – Ora, ora! Mas que surpresa temos aqui, não é mesmo?
MURILO – Uma surpresa horrível! Não adianta você usar essa máscara de mulher certa e dentro da lei, que eu sei que na verdade você é uma assassina. Você anda matando as celebridades, por qual motivo eu não sei, mas é você.
MARTA – Você fala demais meu rapaz, cadê as provas? Isso são apenas palavras ao vento, não vale nada.
MURILO – Provas? Eu te peguei fugindo da polícia, que no caso sou eu, com um carro em alta velocidade, me desacatando. Eu deveria te prender.
MARTA – Viu? Você fala demais! Por que não me deu mandado de prisão na hora? Se você tivesse me dado um mandado de prisão, eu não teria fugido daquele lugar, teria até conversado com você.
MURILO – Não seja falsa, sínica! Você fugiu de lá, pois não queria que ninguém soubesse que você estava lá, pois você matou aquela cantora, como matou aquela outra modelo, você é uma assassina.
MARTA – Primeiramente, eu fugi daquele lugar, pois estava com medo, fiquei completamente apavorada com o crime, com aquele sangue derramando no corpo da moça.
MURILO (ALTO) – Falsa!
MARTA – Abaixa o tom de voz que você está na minha casa. Não está na delegacia ou em uma rua deserta. E me respeita acima de tudo, você não tem prova nenhuma e se quiser me investigar, investigue. Mas não vai conseguir extrair nenhuma prova contra mim, pois eu não matei ninguém.
MURILO – Você ainda não me convenceu. Eu vou descobri tudo, eu vou tira essa sua máscara de boa mulher, você vai ficar exposta para todo o país como uma pilantra barata, uma assassina cruel e calculista, o jogo vai acabar pra você Marta.
MARTA – Agora sim, mostrou que é um policial, investigue, consiga provas contra mim, consiga provas que eu sou uma assassina cruel e calculista da maneira que você fala. Mas tem uma coisa policial Murilo, eu não sou barata, eu sou muito cara, eu custo um valor alto, não pense que vai ser fácil tentar arma contra mim. Como eu disse, eu não matei ninguém, mas já que você quer continuar com esse seu joguinho, vamos em frente, vamos ver quem joga melhor.
MURILO E MARTA TROCAM OLHARES DESAFIADORES. ERICK DESCE AS ESCADAS COM O CD DE MURILO.
ERICK – Aqui Murilo, seu cd!
ERICK ENTREGA O CD A MURILO.
MURILO – Ah, muito obrigado! Eu já vou indo, a gente se vê por aí. Tchau!
ERICK – Tchau!
MURILO VAI EMBORA.
ERICK – Gostou do Murilo, mãe?
MARTA – Simpático o moço. Bem agradável, tivemos uma conversa tranquila.
CORTA PARA/
CENA 2/CASA DE HENRIQUE/SALA DE JANTAR/INT.TARDE
MARINA E HENRIQUE ALMOÇAM.
MARINA – Bom! Você me chamou para esse almoço que está maravilhoso, com certeza você tem algo a me dizer, vamos, o que é?
HENRIQUE – É uma coisa que eu tenho para te dizer faz bastante tempo, é uma coisa séria.
MARINA – Então sem muitos rodeios, fale o que é de uma vez.
HENRIQUE – Está certo. Eu quero que você seja minha namorada, porque eu te amo.
MARINA – Você ficou maluco? Que brincadeira é essa?
HENRIQUE – Não é nenhuma brincadeira Marina, é a verdade, eu estou apaixonado por você, é um amor, uma paixão.
MARINA – Por favor!
HENRIQUE – Eu falo sério, eu sempre fui apaixonado por você minha garota e agora que você está livre daquele babaca do Murilo, eu posso tentar.
MARINA – Você não precisa falar assim do Murilo.
HENRIQUE – Mas ele foi um babaca com você/
MARINA (CORTA) – Isso não vem ao caso, tudo bem você ter uma paixão por mim, agora não podemos ir adiante. Nós nunca falamos diretamente, sempre foi um oi, bom dia, apenas isso. Não sei se daria certo.
HENRIQUE – Você está com alguém no momento? É apaixonada por outro cara?
MARINA – Não, só que... Vamos devagar.
CORTA PARA/
CENA 3/DELEGACIA FEDERAL/CORREDOR/INT.TARDE
MARINA E DANILO CONVERSA ENQUANTO OLHAM O CORREDOR E SELAS.
DANILO – Paixão? Sério mesmo?
MARINA – Exatamente, foi isso que ele disse pra mim. Olha, eu não sei o que fazer em relação a isso.
DANILO – Você não quer investir nele?
MARINA – Não! Ele não faz o meu tipo.
DANILO – Eu o achei fofo em dizer, em declara para você essa paixão.
MARINA – Mas ele sabe que não vai acontecer nada.
CORTA PARA/
CENA 4/DELEGACIA FEDERAL/SALA DO DELEGADO/INT.TARDE
MURILO, DANILO E MARINA CONVERSA COM O ATOR MARCELO OLIVEIRA. – AO SOM DE INSTRUMENTAL (SUSPENSE).
MURILO – Qual é a denúncia que você tem pra fazer?
MARCELO – Eu estou muito assustado com isso, com essa onda de assassinatos que andam acontecendo com os artistas. E as duas que morreram foram minhas amigas.
MURILO – Curioso! Prossiga!
MARCELO – Hoje de manhã recebi um telefone muito estranho, eu perguntava quem era, mas ninguém respondia, eu fiquei assustado. Logo mais à tarde, meio-dia mais ou menos, eu recebi um bilhete.
MARINA – O bilhete está aí com você?
MARCELO – Sim!
MARCELO ENTREGA O BILHETE A MURILO.
MARCELO – No bilhete, diz claramente essas três siglas, antecedida pela palavra “you” do inglês. As siglas são A.P.V.
DANILO – Você tem alguma ideia do que significa?
MARCELO – Não, eu só sei que estou com medo, muito apavorado.
MURILO – Você não sabe, mas eu sei. Isso significa “A Próxima Vitima.”. Você está na mira do assassino, você é a próxima vitima. Danilo anotou tudo?
DANILO – Sim, Muriro!
MURILO – A polícia aqui vai te acompanhar Marcelo até a sua casa, amanhã vamos pegar essa assassina.
MARINA – Como sabe que é uma assassina?
MURILO – Tenho minhas suspeitas.
CORTA PARA/
CENA 5/MANSÃO DE SÉRGIO/QUARTO DE SÉRGIO/INT.TARDE
SÉRGIO E HELENA DEITADOS NA CAMA SE BEIJAM.
SÉRGIO – Mal posso espera para o dia do nosso casamento. Mas enquanto ele não chega vamos adiantar a lua de mel, Helena estou louco para sentir o gosto do teu corpo, das tuas partes.
HELENA – Nem pensar Sérgio.
HELENA SE LEVANTA DA CAMA.
HELENA – Você sabe que eu sou virgem e quero manter essa minha virgindade até o dia do meu casamento, aí depois eu serei sua, você sabe que eu gosto de manter essa minha pureza, porque depois do nosso casamento eu serei toda sua você vai ter meu gosto todos os dias.
SÉRGIO – Eu te amo, minha pequena.
HELENA – Bom, amanhã eu vou ter que ir ao shopping escolher o vestido de noiva, vou junto com a Marina.
CORTA PARA/
CENA 6/APARTAMENTO DE MARTA E ALBERTO/SALA DE JANTAR/INT.NOITE
MARTA E ALBERTO JANTAM.
ALBERTO – HUMMM... Esse vinho é de uma ótima qualidade.
MARTA – Qualquer coisa que tenha álcool no meio é de ótima qualidade pra você, Alberto.
ALBERTO – Não precisa ser grossa.
MARTA – Querido, eu não fui grossa, eu falei a verdade. Um viciado em álcool é o que você é. Ultimamente as pessoas tem uma mania de não aceitar a verdade de fato, elas acham que é grosseria, mas sempre é a verdade. Eu fui até legal, mandei uma ironia pra você.
ALBERTO – Cadê o Erick?
MARTA – Ele foi viajar até o Rio Grande do Sul, teve que ir para fazer umas pesquisas para o trabalho da faculdade. Viu Alberto, até o seu filho é útil, menos você.
ALBERTO – Você tem a incrível capacidade de ser desagradável em qualquer momento.
MARTA – Grosseira e desagradável... Eu tô adorando os nomes que você está encontrando para substituir por verdade. Posso ser até tudo isso que você me acusa, mas tudo o que eu falo em relação á você, essa nossa vida que você leva, vai levando por mais de quinze anos, porque antes desses anos, era maravilhoso, você era outra pessoa, não conhecia essa maldita bebida.
ALBERTO – O que você pensa em Marta? Deixa-me em paz. O álcool me deixa melhor.
MARTA – Te deixa louco, te deixa chato, insuportável.
ALBERTO – O que é que você pretende com isso?
MARTA – Olha, eu vou dormir, para ter que continuar olhando para sua cara é melhor dormir.
MARTA SE LEVANTA E VAI CAMINHANDO ATÉ A SALA.
ALBERTO – É assim que você lida com os problemas? Fugindo sempre, que nem uma cachorra medrosa.
MARTA VOLTA A SALA DE JANTAR.
MARTA – Não sou eu que corro dos problemas, quem corre dos problemas aqui é você, se unindo com essa bebida que só acaba com o resto de homem que sobrou de você.
ALBERTO (ALTO) – Cala a boca!
MARTA (ALTO) – Quem vai cala a boca aqui é você, eu sustento essa casa, sustento a comida dessa casa e sustento até o seu álcool, seu inútil e que fique bem claro pra você, não tá satisfeito, sai! Porque meu amor, eu não vou sair desse apartamento.
CORTA PARA/
CENA 7/ATELIÊ/INT.DIA
HELENA SE OLHA NO ESPELHO COM O VESTIDO DE NOIVA E MARINA A ADMIRA.
HELENA - Você achou o vestido bonito?
MARINA - Realmente ele é lindo. Sonho em um dia entra na igreja com um desses, acho que toda mulher sonha isso.
HELENA - Mas dificilmente você vai realizar esse tipo de sonho, não é mesmo?
MARINA - Como é que é?
HELENA - Ué, todo mundo sabe/
MARINA(CORTA) - Sabe o que garota?
CORTA PARA/
CENA 8/DELEGACIA FEDERAL/SALA DO DELEGADO/INT.DIA
MURILO E SÉRGIO CONVERSAM.
SÉRGIO – Então um artista que você deduz ser a próxima vítima dessa série de assassinatos, veio prestar uma denuncia?
MURILO – Exatamente isso! Ele se sentiu ameaçado, com um telefonema e com um bilhete.
SÉRGIO – Muito importante isso. Precisamos pegar logo esse assassino.
MURILO – Sérgio, eu tenho quase a certeza absoluta que esse assassino é assassina, uma mulher.
SÉRGIO – E quem seria essa mulher?
MURILO – Uma tal de Marta, já iremos descobri.
O CELULAR DE MURILO VIBRA. ELE VÊ E É UMA MENSAGEM ANÔNIMA.
MURILO – Que estranho. “Pare imediatamente de entra no meu caminho Murilo ou sofrerá consequências graves e matarei todos que você ama.”
MURILO FICA SURPRESO.
SÉRGIO – Identifica essa mensagem, o mais rápido possível.
MURILO – Pode deixar.
MURILO COMEÇA A PERCEBER QUE O CELULAR COMEÇA A APAGAR TUDO.
SÉRGIO – O que foi que aconteceu?
MURILO – O meu celular apagou completamente.
SÉRGIO (ALTO) – Droga!
CORTA PARA/
CENA 9/ATELIÊ/INT.DIA
HELENA E MARINA CONTINUAM DISCUTINDO.
HELENA – Sabe que você não tem competência pra segura homem, ter um relacionamento estável.
MARINA – Aonde que você tirou isso?
HELENA – Você reflete isso querida. Você não consegue.
MARINA – Eu não lhe dei o direito para você opinar sobre os meus relacionamentos, sobre a minha vida.
HELENA – Tá, tudo bem! Você está certa, mas eu acho que você deveria arranjar um e para com ele, não que você seja rodada, mas por que será que você não para com nenhum homem?
MARINA – Se eu fosse você eu calava essa boca e parava de me intrometer em assuntos que não fui perguntada.
HELENA – Ai, me desculpa, achei que estávamos entre amigas.
MARINA – Achou errado, não estamos entre amigas, você nunca foi minha amiga.
HELENA – Mas qual amiga você tem? Fica rodeada de macho, é o Murilo, o Danilo e agora que eu fiquei sabendo o Henrique gosta de você, olha, até que vocês poderiam da certo, mas eu lembrei que é você.
MARINA (ALTO) – Cala a boca, Helena! O que é que você sabe sobre a minha vida, sua golpista.
HELENA (ALTO) – Golpista não!
MARINA (ALTO) – Golpista sim, porque pra mim você só está casando com o Sérgio pelo dinheiro dele.
HELENA (ALTO) – E daí? Se eu for? Não é da sua conta.
MARINA(ALTO) – Do mesmo jeito que a minha vida não é da sua conta e você vive dando palpite que eu não pedi. Garota, eu só não te bato aqui por respeito, mas não se intromete mais na minha vida, espero que eu seja bem clara.
CORTA PARA/
CENA 10/DELEGACIA FEDERAL/SALA DE MURILO/INT.TARDE
MARINA E DANILO CONVERSAM.
MARINA – Ridícula, atrevida, chata, insistente.
DANILO – Ela falou isso mesmo?
MARINA – Sim, ela falou Danilo. Intrometeu-se na minha vida, como se a minha vida fosse tema de debate, como se fosse um assunto de novela para se debater em uma mesa de bar. Mas eu não fiquei calada, eu a mandei cuidar da vida dela e chamei ela de golpista, pois é isso que ela é, pelo menos ao meu ponto de vista é exatamente isso.
DANILO – Eu vou ter que concordar com você, esse casamento é uma palhaçada.
MARINA – Ela falou de uma maneira como se conhecesse a minha relação com o Murilo.
DANILO – Como assim?
MARINA – A forma de ela falar é como se ela soubesse da minha relação com o Murilo, tem alguma coisa errada com ela e eu vou descobri.
DANILO – Bom, eu vou ter que ir ali.
MARINA – Tudo bem.
DANILO SAI. MILENA PEGA A FOTO QUE ESTÁ MURILO, QUE ESTAVA NA MESA DE MURILO, VAI ATÉ A GAVETA E VÊ MAIS FOTOS DELES JUNTOS.– AO SOM DE JOANNA (ESTRANHA DEPENDÊNCIA).
MARINA – Murilo me diz, por que você fez isso comigo? Eu te amo tanto, por que acabou com essa nossa realidade de amor? Por que você acabou com a minha alma e meu coração?
MARINA CHORA.
CORTA PARA/
CENA 11/CASA DE HENRIQUE/QUARTO/INT.NOITE
HENRIQUE MEXE NO COMPUTADOR. ENQUANTO HELENA FICA NUA DEITADA NA CAMA.
HELENA – Porque sim. Porque eu gostei.
HENRIQUE – Você sabe que fui eu que pedi e eu te tirei daquela vida e por esse motivo, você teria que fazer os meus desejos.
HELENA – Tá, mas agora estou em outra vida e com planos melhores, agora faço o que eu quero.
HENRIQUE – Não sei que fantasia é essa que você gosta de gravar todas as nossas conversas, nossos encontros.
HELENA – É só pra ficar pra gente. Que depois que eu roubar o Sérgio, vamos fugir e assistimos esses encontros. Agora, para de falar e vem aqui transar comigo que hoje eu tô louca pra ser sua.
HENRIQUE SE LEVANTA DA CADEIRA E VAI ATÉ HELENA. PUXA O SEU CABELO E BEIJA-A. – AO SOM DE ISABELLA TAVIANI (LUXÚRIA).
HELENA – Nossa, eu gosto assim.
HENRIQUE – Eu vou te mostra o que é homem de verdade.
HELENA - Me mostra, acaba comigo, só do jeito que você faz.
OS DOIS SE BEIJAM E DEITAM NA CAMA.

FIM DO EPISÓDIO
ESCRITO POR: EVERTON BRANDÃO
DIREÇAÕ GERAL: JOÃO CARVALHO
PRODUÇÃO: TVN
2016





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