CENA 01/INT./MANSÃO TRINDADE/SALA DE JANTAR/NOITE
Maria Fernanda, Ingrid e Lucas sentados à mesa, do lado direito.
O advogado na cabeceira. Os empregados observam, de pé.
ADVOGADO – A leitura do testamento já
irá começar. Todos de acordo?
INGRID – Sim, pode começar.
ADVOGADO – Eu, Otávio Ramos Trindade,
descrevo abaixo minha vontade para a divisão de meus patrimônios. Para Ingrid,
minha esposa e companheira por toda a vida deixo minha chácara no Espírito
Santo e 20% das ações da Empresa Trindade.
Para meu motorista, Adamastor, deixo minhas roupas e um dos meus carros,
que pode ser vendido pelo valor que o mesmo desejar. Para cada uma das
empregadas, independentemente de suas funções, deixo 20 mil reais em dinheiro.
Para Lucas, meu querido neto, deixo 30% das ações da empresa. E, finalmente,
para Maria Fernanda, minha filha única, deixo a mansão, onde vivemos durante
toda a vida, e 50% das ações de minha empresa, tornando-a, assim, acionista
majoritária da Trindade Joias. Estes são meus requisitos para a divisão de
bens.
MARIA FERNANDA (sussurra) – Bingo!
O advogado começa a arrumar suas coisas.
MOTORISTA – Um carrinho, um carrinho!
INGRID – Estranho...
ADVOGADO – Algum problema, senhora?
INGRID – Não, nada. É só que não
parece o meu marido nesse documento. Ele não faria uma divisão tão desigual
assim.
MARIA FERNANDA – Ah,
mamãe... contente-se com o que ele deixou para você. Com licença, eu vou à
empresa fazer o anúncio aos funcionários. A Trindade vai brilhar!
Maria Fernanda pega sua bolsa, arruma o cabelo e sai.
ADVOGADO – Bom, se não há mais dúvidas,
eu também já vou indo. Boa noite pra vocês!
LUCAS – Boa noite, doutor.
O advogado sai. Ingrid pensativa.
LUCAS – O que aconteceu, vó?
INGRID – Estranho o Otávio deixar a
maior parte das ações para a Maria Fernanda. Ele sabe que ela é irresponsável.
LUCAS – Talvez ele queria tentar
fazer a minha mãe aprender a administrar bem o dinheiro, as ações, tudo. Mas
que é estranho, é.
Os dois ficam pensativos.
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CENA 02/INT./CASA DE WALKIRIA/SALA/NOITE
A campainha toca. Walkiria atende. Társis, ensopado.
WALKIRIA – Társis?
TÁRSIS – Eu posso entrar?
WALKIRIA – Claro, entra aí. Mas o que
aconteceu? Por que você tá assim?
Társis entra.
WALKIRIA – Por que essa mala?
TÁRSIS – Minha mãe me expulsou de
casa.
WALKIRIA – Oi? É sério isso? Meu Deus!
Mas por que ela fez isso? Társis, o que você andou aprontando?
TÁRSIS – Nada, Walkiria, nada. Eu só
falei umas verdades pra ela, sobre um neguinho que tá morando lá em casa. Daí
ela me botou pra fora de casa, não se preocupou nem em me dar um guarda-chuva.
WALKIRIA – Neguinho? De quem você tá
falando?
TÁRSIS – É um cara que a Nínive tá
apaixonada. Um pretinho, pobre, da favela. A mãe dele partiu dessa pra melhor e
agora ele foi morar lá em casa. Pode isso?
WALKIRIA – Ué, qual o problema?
TÁRSIS – Será que você não vê,
Walkiria? Preto e branco não se mistura, um é diferente do outro. Mas eu não
quero ouvir mimimi nem discutir agora. Eu posso tomar um banho?
WALKIRIA – Claro... eu vou pegar uma
toalha pra você.
Társis vai ao banheiro. Walkiria sobe as escadas.
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CENA 03/INT./CASA DE ROSICLER/SALA DE JANTAR/NOITE
Rosicler põe os talheres ao lado dos pratos.
ROSICLER (grita) – A comida
tá na mesa!
Nínive e Danilo descem.
NÍNIVE – Huumm, o cheirinho tá bom...
Cadê o Társis? Ele vai perder esse banquete?
ROSICLER – Eu expulsei aquele cretino
de casa.
NÍNIVE – Expulsou como?
ROSICLER – Expulsando, oras. Ele teve a
coragem de destilar o veneno preconceituoso dele na minha frente.
DANILO – Foi por minha causa, né?
ROSICLER – Não, Danilo. Foi por causa
do próprio Társis, que te desrespeitou só por causa da sua cor.
NÍNIVE – Eu não acredito! Eu não
acredito que o Társis foi capaz disso. Mas pelo menos ele teve o que merece.
DANILO – É sempre assim. Sempre tem
alguém que acha que eu sou diferente. Eu tô sendo um peso pra vocês, né? Amanhã
mesmo eu vou embora.
ROSICLER – Não, não, não. Você não é um
peso, de modo nenhum. Pelo contrário! Você trouxe alegria pra cá. Eu já tava
enjoada de só ver Társis, Nínive, Társis, Nínive, pra lá e pra cá.
NÍNIVE – Mãe!
ROSICLER – Brincadeirinha! Bom, o que
importa é que o Danilo vai ficar aqui, ouviu bem?
DANILO – Sim, senhora. Poxa, vocês
tão sendo muito acolhedoras. Valeu mesmo!
NÍNIVE – Nada a ver, Danilo. A gente
só tá fazendo o que qualquer um faria.
ROSICLER – Qualquer um exceto o Társis
e a corja do racismo que ainda vive no Brasil. Como será que em pleno século
XXI ainda existe gente assim?
NÍNIVE – Pois é... mas deixa de
conversa, eu quero logo provar esse jantar.
Todos sentam-se à mesa.
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CENA 04/INT./EMPRESA TRINDADE/SAGUÃO/NOITE
Maria Fernanda entra. Os funcionários a observam.
MARIA FERNANDA – Hello,
people! Eu dei uma passadinha rápida só pra avisar que moi, Maria Fernanda
Trindade, sou a nova dona dessa empresa. O testamento do meu falecido pai, que
Deus o tenha, diz que eu tenho 50% das ações, ou seja, sou acionista
majoritária e tenho direito a tudo dentro disso aqui. Bom, eu não tenho mais
nada a dizer, então bye, bye! Ah, e não se esqueçam que amanhã eu vou fazer uma
vistoria e tudo tem que estar um brinco.
Maria Fernanda sai.
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CENA 05/INT./CASA DE ARTURO/QUARTO NENÊ/NOITE
Nenê deitada na cama lendo uma revista. Entra Arturo.
ARTURO – Nenê, minha filha, tem
visita pra você.
NENÊ – Visita? A essa hora?
Entra Greg.
GREG – Oi, amor.
NENÊ (fria) – Oi,
Gregório. O que você quer?
GREG – Nossa, o que foi que eu fiz
pra você me tratar desse jeito?
Os dois olham para Arturo.
ARTURO – Eu tô estorvando? Não, podem
continuar, eu não tô nem ligando pra vocês. Podem deitar, rolar, fazer filho,
tá liberado. Nem tô vendo.
NENÊ – Vamo pra sala, Greg?
Greg assente. Os dois saem.
ARTURO – Ih, mas logo agora que a
conversa tava começando a ficar interessante.
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CENA 06/INT./CASA DE ARTURO/SALA/NOITE
Nenê e Greg sentam-se no sofá.
NENÊ – O que você tem pra falar?
Arturo ouve a conversa por trás da parede.
GREG – Eu só vim te dar um oi, quem
sabe até mais.
NENÊ – Sai pra lá, Greg. Eu sei
muito bem que você tá me fazendo de corna. Pensa que eu não sou esperta? Essa sua
pose de santinho não me engana não, viu jaguatirica?
GREG – Eu? Te traindo? Nunca
pensei, Nenê. Eu nunca faria isso. De onde você tirou essa ideia?
NENÊ – Então onde foi que você
passou a noite ontem?
GREG – Eu já te falei no telefone.
Eu tava dormindo, em casa, mas a bateria do meu celular acabou. Você não tá
desconfiando de mim, né?
NENÊ – Olha aqui, presta bem
atenção. Se eu souber que você anda pulando a cerca eu corto a sua berimbela.
GREG – Pode ficar tranquila. E
então, vamos ao que interessa?
(Sonoplastia:
Muito Gelo e Pouco Whisky – Márcia Fellipe)
Greg começa a beijar Nenê.
NENÊ – Ui, Greg. Assim eu não
consigo ficar brava.
GREG – Esse é o espírito da coisa,
minha nenezinha. Quer chupeta? Quer mamadeira?
NENÊ – Quer mamadela! Quer mamadela!
Arturo entra e pigarreia.
ARTURO – Aqui não, hein? Vão pro
quarto!
Greg leva Nenê no colo para o quarto.
ARTURO – Essa juventude de hoje só
pensa em sexo e Masterchef. No meu tempo não era assim...
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CENA 07/EXT./STOCK SHOTS/RIO DE JANEIRO/NOITE-DIA
Amanhece. Dia ensolarado.
(Music
Fade) Corta para:
CENA 08/INT./RODOVIÁRIA/DIA
Madalena espera alguém prontamente. Um ônibus chega.
MADALENA – É ela!
Do ônibus descem várias pessoas, até que, por fim, desce
Angélica (12 anos, cabelos compridos e ondulados, carregando uma mochila).
MADALENA – Angélica!
ANGÉLICA – Tia Madá!
Angélica corre ao abraço de Madalena, que beija sua testa.
MADALENA – Como é que você tá, meu
amor? Fez boa viagem?
ANGÉLICA – Tô ótima, tia. A viagem foi
cansativa, mas até que enfim eu cheguei.
MADALENA – Como você cresceu! Já é uma
mocinha! Mas tá tão magrinha...
ANGÉLICA – Nada a ver, tia. Deus me
livre de ser gorda, rechonchuda. Assim eu não consigo nenhum dos gatinhos da
escola, né?
MADALENA – Astuta como sempre, hein
safadinha?
Madalena dá um tapinha nas costas de Angélica.
ANGÉLICA – Vamos logo pra sua casa? Eu
tô morrendo de fome! Ah, e eu preciso te contar tudo de São Paulo.
MADALENA – Pode ficar tranquila que a
gente vai ter tempo pra botar todo esse papo em dia!
Madalena e Angélica saem.
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CENA 09/INT./CASA DE MADALENA/SALA/DIA
Angélica se joga no sofá. Madalena prepara um lanche.
ANGÉLICA – Ai, que cansaço!
MADALENA – Eu te falei pra me deixar
trazer aquela mochila com chumbo, mas você não me ouviu...
ANGÉLICA – Credo, tia. Sermão logo no
dia que eu chego.
MADALENA – Mas que eu disse, eu disse.
Vem comer! Aproveita pra me contar tudo. Como tá o meu irmão?
Angélica se dirige a mesa e come um pedaço de bolo.
ANGÉLICA (boca cheia) – Tá
parecendo uma censura. Desde que eu apareci com um namorado, só fica dizendo
que eu não posso isso, não posso aquilo.
MADALENA – Namorado? Você tem idade pra
isso, garota?
Angélica toma um gole de suco.
ANGÉLICA – Eu sou jovem, não sou besta.
Aprende comigo tia.
MADALENA – Essas crianças de hoje em
dia... me conta mais, como você tá na escola?
ANGÉLICA – Agora que eu tô de férias,
fiquei de boa, mas durante o ano letivo eu tava mal na fita, viu?
MADALENA – Ah, então é por isso que o
seu pai me mandou uns livros pra você estudar pelo correio.
ANGÉLICA – Como é que é? Livros?
Estudar? Nas férias? Nada disso!
MADALENA – Nem vem, Angélica. Você tem
que estudar, menina. Nem parece que quer ser advogada.
ANGÉLICA – E pra ser advogada precisa
estudar? Claro que não! Minha mãe vive dizendo que advogado só fala o que os
clientes mandam, em troca de uma bolada.
Madalena ri. Angélica continua a comer.
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CENA 10/INT./MANSÃO TRINDADE/SALA/DIA
Lucas e Ingrid sentados no sofá.
LUCAS – E se o advogado foi
comprado?
INGRID – Pelo Otávio? Duvido muito,
ele não era desses.
LUCAS – O vovô nunca faria isso
mesmo. Eu tô falando da minha mãe. Ela é capaz de tudo!
INGRID – Verdade. Essa é uma hipótese
pra lá de esclarecedora! A Maria Fernanda nunca se contentaria em receber
pouco.
LUCAS – Exatamente. Então, supondo
que o testamento foi forjado por ela, chegamos em duas opções. Ou ela redigiu
um novo testamento, ou pagou o advogado pra fazer isso.
INGRID – O que é mais provável é que
ela mesma tenha feito. Maria Fernanda não trabalha, não faz nada... de onde ela
conseguiria dinheiro pra pagar o advogado? Se fosse isso, ela teria pedido
dinheiro para mim.
LUCAS – Faz sentido! Então foi ela
mesma que falsificou o testamento do vovô.
INGRID – Calma, meu neto. Pode ser
que o Otávio tenha realmente deixado os patrimônios distribuídos daquela
maneira. Como você falou, isso poderia ser um aprendizado.
LUCAS – Então ficamos na mesma.
INGRID – Isso é o de menos. Nós
também somos acionistas majoritários da empresa. O que me interessa nesse
momento é descobrir o assassino do meu marido.
Nesse momento, Maria Fernanda entra na sala e escuta a conversa
atrás da parede.
LUCAS – O que você falou? Nós somos
acionistas majoritários? Mas eu só tenho 30% das ações, e você 20%.
INGRID – E se nós formos sócios? Juntando
nossas ações, igualaremos às dela. Cada um de nós terá 50% das ações.
LUCAS – Eu não tinha pensado nisso.
Mas é verdade, nós podemos competir com ela e mandar na empresa também.
INGRID – Exatamente. É bom você ficar
mais esperto para as coisas, hein?
LUCAS – Será que a minha sócia pode
me dar um abraço?
Ingrid abraça Lucas. Maria Fernanda observa.
MARIA FERNANDA (pensa) – Droga!
Como eu fui burra! Eu deveria ter escrito 51% das ações pra mim. Porcaria!
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CENA 11/INT./CASA DE ROSICLER/SALA/DIA
Nínive sentada no sofá lendo. Rosicler desce as escadas,
arrumada.
NÍNIVE – Hum... posso saber aonde
você vai toda chique desse jeito? Já sei, vai encontrar o boy!
ROSICLER – Imagina, querida. Eu vou às
compras. O tal do Greg nunca mais apareceu.
NÍNIVE – Mas como é que foi a noite?
ROSICLER – Como foi? Comeu! Minha
filha, eu nunca pensei que eu ainda tinha capacidade pra um negócio daqueles.
Quando ele tirou a roupa a minha perseguida bateu palmas! Você não faz ideia,
Nínive...
NÍNIVE – Jesus! Lembra da sua idade,
hein? Não é pra se acostumar assim não.
ROSICLER – É como eu sempre digo: eu tô
velha, mas não tô morta. Beijinhos!
NÍNIVE – Tá, boas compras.
Sai Rosicler. Nínive começa a rir. Danilo desce as escadas com
uma maleta nas mãos.
DANILO – Rindo sozinha, Nínive?
NÍNIVE (soluçando) – Minha mãe
é uma piada viva... ai, ai...
DANILO – Pior que é verdade. Lembra
de quando eu cheguei aqui e ela tava nua, só com um lençol enrolado no corpo?
NÍNIVE – Lembro, foi hilário! Mas
aonde é que vai com essa maleta aí?
DANILO – Ué, vou vender balinha. Você
acha que eu vou ficar aqui de boa sem ajudar nas despesas?
NÍNIVE – Nada disso, Danilo. Não se
preocupa! Não precisa disso.
DANILO – Precisa sim. Eu sei que eu
tô dando trabalho pra vocês, eu preciso pagar o que eu tô usando.
Nínive se levanta e puxa Danilo para o sofá. Os dois se olham
fixamente.
(Sonoplastia:
A Thousand Years – Cristina Perri)
NÍNIVE – Você não tem que fazer isso.
DANILO – Nínive, eu...
NÍNIVE – Não fala nada. Só sente.
Close-up nos olhos de Nínive e Danilo.
Os dois se beijam. Danilo deixa a maleta cair e abraça Nínive,
ainda beijando.
(Music
fade) Corta para:
CENA 12/INT./SHOPPING/DIA
Plano
geral. Greg e Nenê caminham de mãos dadas.
GREG – Que bom que você tirou
aquela neura da cabeça, né?
NENÊ – E ai de você se aprontar
alguma dessas comigo, ouviu bem?
GREG – Tá, tudo bem. Vamos tomar um
sorvete ali na praça de alimentação?
NENÊ – Vamos sim, adoro sorvete.
Greg e Nenê se dirigem à praça de alimentação. Rosicler surge e
senta-se em uma das cadeiras. Greg se assusta e dá meia-volta.
GREG – É... pensando bem, vamos
fazer umas compras primeiro.
NENÊ – Que isso, Greg? Viu fantasma
aqui?
GREG (nervoso) – Não... é
só que... eu vou... eu queria comprar um tênis que eu vi naquela loja ali.
Vamos lá primeiro, depois a gente toma o sorvete.
NENÊ – Tá bom então. Estranho...
Greg leva Nenê para a loja, suando frio.
Corta
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CENA 13/INT./MANSÃO TRINDADE/QUARTO FERNANDA/DIA
Maria Fernanda sentada na cama. Ela disca um número no celular.
MARIA FERNANDA (tel.) – Alô? Maximiliano?
Venha aqui em casa urgentemente. É sobre o testamento. (t) Não quero saber o
que você tá fazendo, eu estou mandando que você venha agora. (t) Ok, não se
atrase.
Maria Fernanda desliga.
MATCH
CUT.
O advogado entra.
ADVOGADO – Eu vim o mais rápido que
pude. O que a senhora deseja?
MARIA FERNANDA – Maximiliano,
você lembra que leu o testamento do meu pai, não é?
ADVOGADO – Não tinha como eu esquecer.
Não fazem nem 24 horas.
MARIA FERNANDA – Não me
interrompa. Pois bem, eu tenho uma proposta pra você.
Maria Fernanda tira um revólver da bolsa e aponta para o
advogado.
MARIA FERNANDA – Ou você
alega que leu o testamento de forma errada e que eu tenho 51% das ações, ou era
uma vez um advogado. E aí, o que você escolhe?
PLANO
AMERICANO. Advogado perplexo, tremendo. Maria Fernanda fria, com o revólver
apontado para o peito dele.
FIM DO CAPÍTULO
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