Enquanto
Marlon pensava e refletia sobre tudo que acontecera, Maurício ia caminhando até
sua casa. Depois de vários minutos refletindo, resolveu ligar para um táxi. O
taxista buzinou e Marlon saiu. Aquelas portas que acabara de fechar, seria
abertas apenas para seus shows, que seriam em breve.
- Me leve até
a rua dos Morros. – ordenou limpando o rosto.
Passaram por
diversas ruas, até chegar no destino desejado. Assim que o carro parou, ele
entregou o dinheiro da corrida. Fechou a porta e foi atravessando a rua. Pegou
as chaves no seu bolso e abriu a porta do seu carro. Entrou. Inseriu a chave na
ignição. Antes de girar a chave, olhou aquela casa humilde. Poucos minutos
passaram-se e saia uma velha. Ele deduziu que fosse a mãe de Maurício. A feição
da velha era de preocupação. Maurício saíra de casa apenas para ir à mercearia
e até agora não chegara. Ela entrou com sua saia longa e uma camisa xadrez.
Menos de cinco minutos ela saíra novamente. Seus olhos estavam carregados de
desespero. Seus tamancos era o único barulho que aquela rua ouvia no momento.
Depois de
minutos, a velha ficara atónita. Via na esquina a silhueta de um homem. Aquela
sombra aproximava-se. Agora ela reconhecera o filho. Abriu um largo sorriso,
mas perdera quando ele se aproximou. Ela agora via o sangue na face do filho.
Chorava loucamente.
Marlon não
acabou de ver aquela cena comovente. Ligou o carro e foi para casa. Estava
satisfeito. Mais uma atração tinha encerrado. Com um sorriso na face ele falava
consigo mesmo.
- Agora só
faltam quatro! Espero que aquele detetive seja mais ágil. Quanto prazer tenho
quanto aqueles imundos imploram. Mais toda vez que acabo com um, vem uma sombra
em meio peito. Não sei o que é. Deixo a minha vida nas mãos do destino.
Marlon ligou o
som. Colocara no rádio. Procurava um que lhe agradasse. Finalmente achou.
Estava tocando uma música internacional, quando tocara a música do plantão. O
locutor começou a falar. Informava aos ouvintes, que o taxista acabara de
assaltar mais um de seus passageiros.
- Estou
cansado de notícias. – disse trocando a estação.
No momento que
ele olhou distraidamente para o som, o carro passou em cima de um buraco.
Marlon ficou assustado. Afinal de contas, aquele buraco poderia ser um
caminhão, um animal ou qualquer outra coisa.
Depois de
metros percorridos, ele percebeu que o pneu estava furado. Não podia parar,
afinal de contas estava próximo a sua casa. Diminuiu a velocidade e seguiu em
frente.
Finalmente
chegou em casa. Solange estava na mesa, escrevendo uma reportagem.
- Oi, amor.
- Oi, paixão.
Faz tempo que lhe espero pra gente jantar.
- Tive um dia
lotado e estou esgotado.
- O que foi
que aconteceu para que você atrasasse?
- Tive que
resolver uns probleminhas por aí. E de quebra, o pneu furou. – ele olhou e viu
um monte de papel no lixeiro. - Sobre o que você está escrevendo?
- Sobre o
taxista assaltante...
- Ah! Eu vinha
escutando na rádio. Estavam tão esgotado de notícias, que acabei desligando.
Solange
levantou-se e foi beijar a nuca de Marlon. Disse beijando-o.
- Você deve
está muito cansado. Precisa de bom banho.
- Só vou se
você tomar junto comigo.
- Então vamos.
Eles foram ao
banheiro. Despiram-se. Durante alguns minutos, a água estava lavando a alma dos
apaixonados e sendo testemunha de um prazer que levavam a outro mundo, onde os
dois corpos se fundiam em uma única alma.
Eles saíram
aos beijos e Marlon disse:
- Quero que
você fique bem linda para mim.
- Onde nós
vamos?
- Vamos ao
restaurante e lá lhe farei uma surpresa.
- Conta!
- Não posso
contar. Seu contar estraga a surpresa. – seus lábios foram de encontro com os
delas.
Os dois foram
se arrumar. Marlon foi o primeiro a se vestir. Desceu e foi esperar na sala.
Minutos corriam e Marlon gritou:
- Está pronta
meu amor?
- Falta só eu
colocar os brincos, paixão.
Finalmente
Solange estava pronta. Descia irradiante pela escada.
- Nossa como
você está linda, amor. – disse indo em direção da escada.
- Obrigada,
paixão. São seus olhos.
Com um beijo,
Solange terminou de descer os degraus.
- Vamos? –
disse estendendo os braços.
- Vamos.
Marlon
lembrou-se que o pneu estava furado e foi ligar para um táxi.
Parecia que
toda a cidade estava andando de táxi, pois não atendia.
- Chama, chama
e ninguém atende.
- Você não
sabe o número de nenhuma outra companhia, paixão?
- Sei não,
amor. O que nos resta é esperar um táxi passar aqui em frente.
Foram em
direção da porta. Marlon fechou-a.
- Não sei
porque esse carro foi furar o pneu justamente hoje.
- Estou tão
curiosa para saber qual é essa surpresa.
- Calma, amor.
Você logo saberá.
Nesse instante
um táxi aproximava. Marlon ergueu a mão e pediu que parasse. O carro encostou.
Marlon abriu a porta e ela entrou. Em seguida ele. O taxista olhou pelo
retrovisor, para saber quem eram os seus passageiros.
Marlon e
Solange estavam colocando os cintos de segurança, quando o motorista perguntou:
- Aonde
desejam ir?
- Vamos para o
restaurante La Italianita.
- Ok.
Eles estavam
muito felizes. Os beijos tinham gosto de mel. Parecia cena de novela.
Conversavam sobre o Jornal, as novidades que ocorreram no dia de cada um.
Marlon estava
meio cismado com o taxista. Ele não parava de olhar para eles. Durante a rua
Sodi, Marlon encarava-o. O silêncio reinava dentro do automóvel. Solange não
estava gostando do jeito que Marlon estava encarando o motorista e nem do
motorista que estava olhando insistentemente para trás, através do retrovisor.
Marlon olhara
fixamente para o rosto do homem. Logo, em sua mente, passaram-se cenas do
ocorrido de anos passados. Ele disse em seu pensamento:
- Não pode
ser! Será que é ele mesmo? – enquanto o flash do pensamento acendera, o sorriso
estava estampado na face.
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