quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Capítulo 17: Escrúpulos

Enquanto Marlon pensava e refletia sobre tudo que acontecera, Maurício ia caminhando até sua casa. Depois de vários minutos refletindo, resolveu ligar para um táxi. O taxista buzinou e Marlon saiu. Aquelas portas que acabara de fechar, seria abertas apenas para seus shows, que seriam em breve.
- Me leve até a rua dos Morros. – ordenou limpando o rosto.
Passaram por diversas ruas, até chegar no destino desejado. Assim que o carro parou, ele entregou o dinheiro da corrida. Fechou a porta e foi atravessando a rua. Pegou as chaves no seu bolso e abriu a porta do seu carro. Entrou. Inseriu a chave na ignição. Antes de girar a chave, olhou aquela casa humilde. Poucos minutos passaram-se e saia uma velha. Ele deduziu que fosse a mãe de Maurício. A feição da velha era de preocupação. Maurício saíra de casa apenas para ir à mercearia e até agora não chegara. Ela entrou com sua saia longa e uma camisa xadrez. Menos de cinco minutos ela saíra novamente. Seus olhos estavam carregados de desespero. Seus tamancos era o único barulho que aquela rua ouvia no momento.
Depois de minutos, a velha ficara atónita. Via na esquina a silhueta de um homem. Aquela sombra aproximava-se. Agora ela reconhecera o filho. Abriu um largo sorriso, mas perdera quando ele se aproximou. Ela agora via o sangue na face do filho. Chorava loucamente.
Marlon não acabou de ver aquela cena comovente. Ligou o carro e foi para casa. Estava satisfeito. Mais uma atração tinha encerrado. Com um sorriso na face ele falava consigo mesmo.
- Agora só faltam quatro! Espero que aquele detetive seja mais ágil. Quanto prazer tenho quanto aqueles imundos imploram. Mais toda vez que acabo com um, vem uma sombra em meio peito. Não sei o que é. Deixo a minha vida nas mãos do destino.
Marlon ligou o som. Colocara no rádio. Procurava um que lhe agradasse. Finalmente achou. Estava tocando uma música internacional, quando tocara a música do plantão. O locutor começou a falar. Informava aos ouvintes, que o taxista acabara de assaltar mais um de seus passageiros.
- Estou cansado de notícias. – disse trocando a estação.
No momento que ele olhou distraidamente para o som, o carro passou em cima de um buraco. Marlon ficou assustado. Afinal de contas, aquele buraco poderia ser um caminhão, um animal ou qualquer outra coisa.
Depois de metros percorridos, ele percebeu que o pneu estava furado. Não podia parar, afinal de contas estava próximo a sua casa. Diminuiu a velocidade e seguiu em frente.
Finalmente chegou em casa. Solange estava na mesa, escrevendo uma reportagem.
- Oi, amor.
- Oi, paixão. Faz tempo que lhe espero pra gente jantar.
- Tive um dia lotado e estou esgotado.
- O que foi que aconteceu para que você atrasasse?
- Tive que resolver uns probleminhas por aí. E de quebra, o pneu furou. – ele olhou e viu um monte de papel no lixeiro. - Sobre o que você está escrevendo?
- Sobre o taxista assaltante...
- Ah! Eu vinha escutando na rádio. Estavam tão esgotado de notícias, que acabei desligando.
Solange levantou-se e foi beijar a nuca de Marlon. Disse beijando-o.
- Você deve está muito cansado. Precisa de bom banho.
- Só vou se você tomar junto comigo.
- Então vamos.
Eles foram ao banheiro. Despiram-se. Durante alguns minutos, a água estava lavando a alma dos apaixonados e sendo testemunha de um prazer que levavam a outro mundo, onde os dois corpos se fundiam em uma única alma.
Eles saíram aos beijos e Marlon disse:
- Quero que você fique bem linda para mim.
- Onde nós vamos?
- Vamos ao restaurante e lá lhe farei uma surpresa.
- Conta!
- Não posso contar. Seu contar estraga a surpresa. – seus lábios foram de encontro com os delas.
Os dois foram se arrumar. Marlon foi o primeiro a se vestir. Desceu e foi esperar na sala. Minutos corriam e Marlon gritou:
- Está pronta meu amor?
- Falta só eu colocar os brincos, paixão.
Finalmente Solange estava pronta. Descia irradiante pela escada.
- Nossa como você está linda, amor. – disse indo em direção da escada.
- Obrigada, paixão. São seus olhos.
Com um beijo, Solange terminou de descer os degraus.
- Vamos? – disse estendendo os braços.
- Vamos.
Marlon lembrou-se que o pneu estava furado e foi ligar para um táxi.
Parecia que toda a cidade estava andando de táxi, pois não atendia.
- Chama, chama e ninguém atende.
- Você não sabe o número de nenhuma outra companhia, paixão?
- Sei não, amor. O que nos resta é esperar um táxi passar aqui em frente.
Foram em direção da porta. Marlon fechou-a.
- Não sei porque esse carro foi furar o pneu justamente hoje.
- Estou tão curiosa para saber qual é essa surpresa.
- Calma, amor. Você logo saberá.
Nesse instante um táxi aproximava. Marlon ergueu a mão e pediu que parasse. O carro encostou. Marlon abriu a porta e ela entrou. Em seguida ele. O taxista olhou pelo retrovisor, para saber quem eram os seus passageiros.
Marlon e Solange estavam colocando os cintos de segurança, quando o motorista perguntou:
- Aonde desejam ir?
- Vamos para o restaurante La Italianita.
- Ok.
Eles estavam muito felizes. Os beijos tinham gosto de mel. Parecia cena de novela. Conversavam sobre o Jornal, as novidades que ocorreram no dia de cada um.
Marlon estava meio cismado com o taxista. Ele não parava de olhar para eles. Durante a rua Sodi, Marlon encarava-o. O silêncio reinava dentro do automóvel. Solange não estava gostando do jeito que Marlon estava encarando o motorista e nem do motorista que estava olhando insistentemente para trás, através do retrovisor.
Marlon olhara fixamente para o rosto do homem. Logo, em sua mente, passaram-se cenas do ocorrido de anos passados. Ele disse em seu pensamento:
- Não pode ser! Será que é ele mesmo? – enquanto o flash do pensamento acendera, o sorriso estava estampado na face.



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