Depois que
Mônica despediu-se de dona Josefa, caiu no choro.
- Calma,
Mônica.
- Eu gosto
tanto da dona Josefa. – disse enxugando as lágrimas. – e também, não gosto de
despedidas. – pensou em dona Josefa e voltou a chorar. – sabe o que é mais triste,
Bigode?
- Que você
sentirá falta dela, mas estarei aqui. Pode contar comigo. – disse abraçando-a.
- Obrigada. –
disse enxugando novamente a face. – mas agora quem contara as fofocas daqui? –
abriu um berreiro.
- Você e as
fofocas!
- Eu não sou
fofoqueira... apenas gosto de está bem informada. – tirou as mãos de Fabrício
de sua cintura e foi em direção ao balcão.
Em cima, na
sala de Marlon, a entrevista da moça apenas começara.
- Então, como
é seu nome?
- Me chamo
Madalena.
Pronto, mais
uma estava em suas mãos. Logo que ela entrou, reconheceu-a .
- Está
desempregada?
- Estou,
senhor.
Na recepção, o
carteiro aparecera e trouxera uma correspondência para Mônica. Era uma certa,
que não possuía o nome do remetente.
- Não tem
nome. Dever ser do meu admirador. – abriu a carta. Estava trêmula. Retirou o
papel e leu. Quando terminou de ler, estava muito emocionada. Vendo todo o
entusiasmo da colega de trabalho, Fabrício dirigiu-se até o balcão.
- O que foi,
Mônica.
- Recebi essa
carta.
- E o que está
escrito?
Mônica pegou o
papel e leu em voz alta:
- “ Não sei
como explicar o que sinto dentro desse meu coração. Todas as noites, sonho com
o seu belo sorriso e com o seu jeito extrovertido de ser. Não consigo mais
viver longe de ti. Quero ter você ao meu lado. Quero que eu seja o seu cobertor
nas noites frias e o seu acompanhante na banheira nos dias quentes. Tenho medo
que você não corresponda a esse belo sentimento, que é o amor. Por meio dessa
carta, que lhe fazer um convite. Hoje a noite te espero no restaurante La
plaza, às 20:30hs. Espero que pense no meu convite com carinho e pense na
pergunta que irei fazer: “ Quer namorar comigo?”. Quero que você traga essa
resposta hoje a noite. Um grande beijo nessa sua boca macia. Assinado: o
apaixonado pela mulher mais linda do mundo.” Não é linda a carta.
- É sim. E
você vai a esse encontro?
- Lógico.
Quero conhecer o meu príncipe encantado. Agora tenho que ligar pra Marlete pra
contar tudo.
A entrevista
continuava:
- Por que você
quer esse emprego?
- Porque eu
estou passando fome. Não tenho como pagar o aluguel. Faz três meses que não
trabalho. Peço o que comer nas minha vizinhas. A dona da casa não aguenta mais.
Disse que se eu não conseguisse arranjar um emprego, me colocava pra fora.
- Entendi. O
emprego é seu.
- Obrigada,
senhor...
- Senhor
Marlon. – disse enfatizando o seu nome.
- Quando
começo a trabalhar?
- Agora mesmo.
Pode se retirar.
Ela saiu e
Marlon sorria feliz da vida. Saiu e depois de alguns minutos regressou:
- Eita, como o
patrãozinho tá apressado. O que será que tinha naquela caixa? – disse com o
cotovelo no balcão.
Com o rosto
desforrado, disse:
- Gilda, diga
a Madalena que quando terminar o expediente, venha até minha sala.
- Sim, senhor.
Marlon colocou
a caixa no chão. Sentou-se em sua cadeira e espero que a moça chegasse.
Depois de
instantes a porta abriu-se.
- Já estou
indo embora, senhor.
- Pode ir,
Gilda. Até amanhã.
- Até amanhã,
senhor.
Todos os
empregados estavam indo embora. E depois de instantes, novamente a porta
abriu-se. Agora era ela.
- O senhor me
chamou ?
- Sim. Todos
já saíram?
- Acho que sim, senhor.
- Traga-me um
café.
- Está certo.
– saiu contrariada e caminhou resmungando. – Não sou paga pra servir a ele e
sim pra varrer.
Aquele dia
estava perfeito. Todos os empregados já tinham saído, de acordo com Madalena.
Solange fora pra casa mais cedo. Está tudo em ordem.
Madalena entrou com o café na mão. Entregou-o
ao patrão. Ele colocou-o na mesa e foi em direção a porta. Trancou-a. Pegou a
xícara e despejou o líquido no chão.
- O que o
senhor está fazendo?
- Você logo
verá. Me diga uma coisa, Madalena. Você não me reconhece?
Ela olhou bem
para a face. Pensara uns minutos e logo recordara.
- Ah. É você,
Marlon. Como não percebi logo. Se soubesse quem você era, nunca tinha vindo
aqui.
- Que bom que
me reconheceu.
Ela correu
para a porta. Marlon conseguiu alcança-la antes que fugisse.
- Venha aqui!
– tinha ódio em suas palavras.
Com uma das
mãos, ele segurou-a. Com a outra, abriu a caixa. Retirou umas flores.
- Está vendo
essas flores?
- Claro, não
sou cega. – disse tentando escapar.
- Olhe como
fala.
Ele jogou as
flores em cima do café derramado e disse:
- Que pena que
não guardei aquelas flores que ti dei e você me fez engolir.
- Você tá
louco.
- Claro que
não. Apenas quero vingança.
Marlon
pisoteou as flores e pegou-as. Colocou as flores na boca de Madalena. Estava
difícil de entrar. Ele pisou no pé da moça, que quando gritou de dor abriu a
boca. Ele enfiou várias. E fechou a boca, forçando.
- Que pena que
não encontrei lama. Olha como sou bom com você.
Ela estava
chorando.
- Não chore.
Elas estão gostosas? Devem estar com gosto de café. – soltou uma gargalhada.
Jogou-a no
chão.
- Como fui
idiota ao me apaixonar por você. Hoje e te agradeço por não me querer. Olha que
lixo você se tornou.
Ela não parava
de chorar. Marlon foi em sua gaveta. Pegou um envelope e jogou na cara da pobre
mulher.
- Aqui está o
seu pagamento. Não quero que volte aqui. Não pense em me denunciar para a
polícia, porque eu tenho dinheiro para pagar a fiança e quando eu sair, acabo
com você. Se contar para alguém, se considere morta.
Aproximou-se
de sua face e disse:
- Você vai
contar para alguém o que ocorreu nessa sala?
Com os olhos
cabisbaixo respondeu as pratos:
- Não.
Ela saiu
correndo e ele foi atrás. Ela correu os degraus rapidamente. Ele também. Quando
faltava trinta e cinco degraus, ele gritou:
- Não volte
mais aqui!
Quando
faltavam dez degraus, viu que Madalena estava parada. Infelizmente ela estava
enganada. Todos funcionários não tinham saído, só alguns. Na porta do Jornal,
estavam Mônica, Fabrício, Solange que tinha acabado de chegar, Gilda que estava
conversando com Solange e Douglas, o revisor do jornal.
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