Capítulo 02
Baseada na novela de Gilberto Braga
CENA 01. BARONESA GLAM. FRENTE. EXTERIOR.
NOITE
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR.
JULIANA E AMANDA SE ENCARAM.
AMANDA – (Furiosa) Fala, Juliana! O que
você veio fazer aqui?
JULIANA – Eu vim ver a minha filha,
Amanda.
AMANDA OLHA PARA OS LADOS. PUXA JULIANA PELO BRAÇO
ATÉ OUTRO PONTO, MAIS AFASTADO DA PORTA PRINCIPAL.
JULIANA – Me solta! Tá ficando louca?
AMANDA – Louca eu ficaria se deixasse
você fazer isso. Escuta, agora não é a hora. Eu nem sabia que você tinha saído
daquela cadeia.
JULIANA – (Ironiza) Pra você ver que as
coisas mudam rápido na nossa vida
AMANDA – Porque você não me ligou? Eu
tinha ido te buscar.
JULIANA – Você nunca nem apareceu lá
esses anos todos pra saber se eu tava viva ou morta!
AMANDA – É diferente. Eu nunca fui,
porque aquilo não é ambiente pra ninguém ir visitar quando está entediado.
(Rápida) Escuta, vai pra casa, amanhã nós conversamos. Eu deixo meu número com
você e você me liga a hora que quiser. Nós nos encontramos e discutimos isso
tudo, ok?
JULIANA ENCARA AMANDA.
JULIANA – Eu quero falar com a Mariana.
AMANDA – (Impaciente) Agora não,
criatura! (Se controla) Por favor, minha irmã. Amanhã nós conversamos. Você
precisa de dinheiro? Deve estar precisando. Faz assim./
JULIANA – (Corta) Eu não quero, Amanda.
Eu não vim atrás do seu dinheiro. Eu vim ver a minha filha. Falar com ela. Eu
quero saber o porquê ela nunca foi me visitar na cadeia.
AMANDA OLHA EM VOLTA. NERVOSA.
AMANDA – Pelo amor de Deus, Juliana,
não fala isso pra ninguém! Você tá proibida de comentar isso com qualquer
pessoa. Tá me entendendo?
JULIANA COMEÇA A RIR.
JULIANA – Essa é boa. Você me proibir de
alguma coisa. Amanda, o que é que tá acontecendo? A Mariana sabe quem eu sou
né? Ela sabe da minha história, não sabe?
AMANDA – Juliana... Amanhã. Você tá
hospedada aonde? Eu não posso te levar porque é noite de inauguração, mas eu
peço pro meu motorista te levar, sem problemas. Só não comenta nada com ele.
Digo que é uma amiga, uma conhecida.
JULIANA ANALISA AMANDA. BALANÇA A CABEÇA
POSITIVAMENTE.
JULIANA – Você não mudou nada, Amanda.
Meu Deus! Como eu pude pensar por algum momento que você ia me abrir os braços
e me colocar de novo na sua vida?
AMANDA – Juliana. Não é hora pra
dramatizações.
AMANDA PEGA UM CARTÃO, ENTREGA.
AMANDA – Aqui estão os meus números. Me
liga amanhã e nós resolvemos isso tudo, com calma, ok?
JULIANA PEGA O CARTÃO, LÊ.
JULIANA – (Sorri) Amanda Pratini.
Empresária. (Encara) Importante hein!
AMANDA IMPACIENTE, RESPIRA FUNDO.
AMANDA – Nós temos um acordo?
JULIANA PENSATIVA. BALANÇA A CABEÇA.
JULIANA – Amanhã eu dou um jeito de te ligar
e nós conversamos pessoalmente. Sem enrolação dessa vez.
AMANDA – (Concorda) Agora, por favor,
vá embora. Eu te peço.
JULIANA ENCARA AMANDA COM UM SEMBLANTE
DECEPCIONADO. BIBI, APARECE, EM SEGUNDO PLANO, SE APROXIMANDO DAS DUAS.
BIBI – Amanda? O que é que cê tá
fazendo aqui fora, amiga?
BIBI SE APROXIMA. AMANDA E JULIANA ENCARAM. AMANDA
LÍVIDA.
CORTA PARA:
CENA 02.
MANSÃO FAMÍLIA PRATINI. SUÍTE MARIANA. INTERIOR. NOITE
AMBIENTE ILUMINADO, BRANCO E CLEAN. APARELHAGEM
MODERNA. PAPEL DE PAREDE COM LUZES DE NEON NA PAREDE DA CABECEIRA DA CAMA.
ESPELHOS DISPOSTOS NO AMBIENTE. MARIANA SAI DO BANHEIRO COM UMA BLUSA PRETA E
SAIA DOURADA EM PAETÊS. LOGO ATRÁS, LEILA NUM VESTIDO VERMELHO, MODERNO, DECOTE
FARTO.
LEILA – Será que
não vai dar B.O, Mari?
MARIANA – Relaxa,
Leila. Eu sei o que eu tô fazendo. Ninguém vai barrar na porta, eu sou filha do
dono. Fora que vai ter tanta gente que a dona Amanda não vai nem me ver lá
dentro. (Animada) Vamos curtir até amanhecer!
LEILA – Ai, ai,
ai!
MARIANA RI. FAZ POUCO CASO DE LEILA.
CORTA
RAPIDAMENTE PARA:
CENA 03.
MANSÃO FAMÍLIA PRATINI. CORREDOR/ SALA. INTERIOR. NOITE
MARIANA E LEILA SAEM DA SUÍTE DE MARIANA, E
OLHAM PELO CORREDOR. LEILA FAZENDO FRENTE. MARIANA ATRÁS.
CORTA PARA
A SALA: UM SUJEITO FRANZINO, COM ROUPA DE MORDOMO. ORGANIZA UM JARRO
COM FLORES. LEILA DESPONTA NA ESCADA.
MORDOMO – Dona
Leila?
LEILA – Oi,
Wilson. Eu dei uma passadinha pra ver como estava a Mariana depois do castigo e
já tô indo.
WILSON –
(Desconfiado) E a dona Mariana? Lá em cima?
LEILA – Sim. Na
suíte. Tá deprimida, tadinha da minha amiga. Queria tanto ir na inauguração.
WILSON –
Infelizmente, ordens da dona Amanda. Não posso descumprir.
LEILA – Claro.
Tá certíssimo! Bom, Wilson. Já vou. Boa noite.
WILSON – Boa
noite, dona Leila. Boa festa pra senhora.
LEILA SORRI E SAI. WILSON FAZ UMA HORINHA ALI E
SAI PARA O INTERIOR DA MANSÃO. MARIANA DESPONTA NA ESCADA. OLHA EM VOLTA, SAI
NA PONTA DOS PÉS. CONSEGUIU SAIR.
CORTA PARA:
CENA 04.
MANSÃO FAMÍLIA PRATINI. PÁTIO. EXTERIOR. NOITE
LEILA DENTRO DO CARRO. MARIANA ENTRA, BATENDO A
PORTA.
LEILA – Pensei
que o cão de guarda da dona Amanda ia embaçar.
MARIANA – Nada.
Aquilo ali rosna, mas só dá a patinha. (Faz sinal) Vai, Leila! Toca esse carro!
LEILA LIGA O CARRO. MARIANA SORRIDENTE.
MARIANA – A noite
tá só começando!
CLOSES ALTERNADOS. MARIANA SORRIDENTE.
CORTA PARA:
CENA 05. BARONESA GLAM. FRENTE.
EXTERIOR. NOITE
Continuação cena 01/ Cap. 02.
AMANDA SORRI. DISFARÇA.
AMANDA – Uma conhecida, mas já
estávamos nos despedindo. (Olha Juliana) Foi um prazer te rever, viu!
AMANDA VAI PUXAR BIBI, QUE INSISTE.
BIBI – (Analisando de cima à baixo)
Nunca te vi antes. Qual o seu nome?
JULIANA – Juliana.
AMANDA – (Puxando Bibi) Vamos!
BIBI ANALISA JULIANA E VAI COM AMANDA. JULIANA AS
VENDO EM SEGUNDO PLANO.
BIBI – Que coisa estranha. Eu nunca
vi aquela mulher com cheiro de Zona Leste. Quem é ela, amiga?
AMANDA – (Irritada) Ai, você tá com
problema de surdez, Bibi?! Uma conhecida!
BIBI – Juliana de que?
AMANDA – Da Silva. Agora vamos.
BIBI PARA E OLHA PARA AMANDA.
BIBI – Mas “Silva” é o seu sobrenome.
AMANDA ENGOLE SECO. AS DUAS SE OLHANDO.DE OUTRO
PONTO, JULIANA VAI SE AFASTANDO. BOATE CONTINUA AGITADA. MÚSICA TECHNO VINDO
DO INTERIOR, ABAFADA. A FRENTE AINDA CHEIA DE PESSOAS, ALGUMAS RECLAMAM,
OUTRAS JÁ VÃO ENTRANDO. SEGURANÇA FORTE.
JULIANA OLHANDO À TUDO. ELA COM O OLHAR, DESFOCA PARA UM PONTO. DE UM CARRO
DESCE MARIANA E LEILA. AS DUAS JOVENS VÃO SE ENCAMINHANDO PARA A ENTRADA.
JULIANA OBSERVA AS DUAS.
SLOW-MOTION: JULIANA
COM OS OLHOS MAREJADOS. DE SEU PV: MARIANA NA ENTRADA DA BOATE. JULIANA
VAI DAR UM PASSO EM SUA DIREÇÃO, MAS RECUA. UMA LÁGRIMA CAI, ROLANDO EM SEU
ROSTO.
CORTA PARA:
CENA 06.
APARTAMENTO DE ALBERICO. SALA. INTERIOR. NOITE
ABRE NA FAMÍLIA REUNIDA. JAMIL ENTREGA UMA
ENTRADA PARA CARMINHA E OUTRAS DUAS PARA UMA MULHER MAIS VELHA, ESTATURA BAIXA,
CABELOS LONGOS, ONDULADOS E LOUROS, NUM VESTIDO ESTAMPADO, FLORIDO, MEIO BREGA,
E OUTRO PARA UMA GAROTA ALTA, MAGRA, BONITA E COM VESTIDO AZUL, SIMPLES, MAS
BONITO, DE BALADA.
JAMIL – Ó, deu
um trabalhão, mas taí as entradas pra Baronesa.
FÁTIMA ENTRA.
FÁTIMA – Não acho
bom a Vitória ir nesses lugares à noite. Acho perigoso.
GAROTA – Poxa,
tia!
CARMINHA – A
Vitória vai comigo, mãe. Eu fico de olho. Deixa ela ir. Tá na hora de se
divertir.
VITÓRIA – Eu faço
a vida trabalhar naquela academia. Poxa, essa vai ser a festa do ano, tia!
VITÓRIA PERTO DA MÃE, AGRADANDO. FÁTIMA RI.
CONSENTE. VITÓRIA FAZ FESTA.
FÁTIMA – Tá. Mas
não voltem muito tarde! Amanhã é dia de São Pega aqui para as duas. Quem curte
ressaca é rico, pobre chega da noitada e já pega no batente!
CARMINHA – (Ri)
Exagerada!
CARMINHA DÁ UM BEIJO NA MÃE.
JAMIL – E você,
Guida? Animada?
GUIDA – (Tom)
Animada, meu filho? Eu vou é botar pra lacrar naquele lugar! Vou contar pra
vocês, comprei até calcinha nova!
FÁTIMA – (Sinal
da cruz) Valha-me!
GUIDA RI. OS OUTROS TAMBÉM.
GUIDA – Ué, dona
Fátima! Comigo é sem estresse! Chora na minha cilindrada, querida. Quanto maior
é a cilindrada, maior é a explosão da queima do motor, meu amor!
JAMIL – Tá,
minha irmã. Menos! Bem menos! Não faz eu me arrepender!
GUIDA FAZ CARA FEIA PARA JAMIL E ARRUMA O
CABELO.
CARMINHA – E o
papai, mãe?
FÁTIMA – Tá lá no
quarto. Ainda não superou a tragédia da tarde.
VITÓRIA – Quando é
que o seu Alberico vai aprender a segurar esse dinheiro e não jogar ele nas
pistas de cavalo, hein?
FÁTIMA – Não sei,
minha filha. Não sei...
CLOSES ALTERNADOS. EM FÁTIMA, DESANIMADA.
CORTA PARA:
CENA 07.
APARTAMENTO DE ALBERICO. QUARTO DO CASAL. INTERIOR. NOITE
ALBERICO DEITADO NA CAMA. AO TELEFONE.
ALBERICO – (Tel.)
É, minha filha. Mas é a vida. Uma hora a sorte vira e o seu pai velho de guerra
ganha naqueles cavalinhos. O que eu não posso é desistir. (Pausa) Ué, minha
filha. Se eu não jogar, eu não vou ganhar nunca, Áurea! Não posso parar!
EM ALBERICO.
CORTA PARA:
CENA 08.
APARTAMENTO DE ÁUREA. SUÍTE CASAL. INTERIOR. NOITE
UMA SUÍTE CLASSE MÉDIA, MAS BEM CAPRICHADA E
DECORADA. NA CAMA, DEITADA, ESTÁ UMA MULHER ALTA, CABELOS CURTOS, CHANNEL. AO
TELEFONE.
ÁUREA – (Tel.)
Ai, papai, só o senhor mesmo pra me distrair. Morro de saudades da Inês.
(Pausa) Ela deve voltar na semana que vem. Ela e o Raulzinho estão no Algarve,
vão dar uma passadinha em Lisboa e depois retornam. Fazer o que né, foi escolha
dela ficar noiva de médico ambicioso. Doutorado em Portugal. (Orgulhosa) Ela
vai ter mais sorte que eu. Minha filha vai ser o meu tesourou, papai.
NESSE MOMENTO, SAI DO BANHEIRO DA SUÍTE, UM
HOMEM, ESTATURA MÉDIA, CABELOS GRISALHOS E OLHOS CLAROS. ARRUMA A GOLA DA
CAMISA PÓLO. ÁUREA ESTRANHA.
ÁUREA – (Tel.)
Papai, agora vou desligar aqui. Beijo.
ÁUREA DESLIGA O TELEFONE E ENCARA.
ÁUREA – Onde
você pensa que vai há essa hora, Edgar?
EDGAR – Vou
trabalhar, Áurea! Onde mais eu iria?
ÁUREA –
(Desconfiada) A essa hora? O escritório nem abre essa hora, Edgar.
EDGAR – O
escritório é meu, Áurea. Tenho muito trabalho acumulado. Eu vou indo, porque
tenho muito trabalho pra fazer!
ÁUREA – Edgar!
EDGAR SAI BATENDO A PORTA. ÁUREA CHATEADA, BATE
A MÃO NA CAMA.
CORTA PARA:
CENA 09.
PRÉDIO DE ÁUREA. EXTERIOR. NOITE
EDGAR SAI, DESARMA O ALARME DO CARRO. UMA BELA
MORENA VEM AO SEU ENCONTRO.
EDGAR –
(Discreto) Entra rápido, se não podem te ver.
A MORENA ENTRA. EDGAR OLHA PARA OS LADOS E
ENTRA TAMBÉM.
NO INTERIOR DO CARRO, EDGAR E A MORENA TROCAM
UM BEIJO.
MORENA – Então,
meu gostoso, pra onde nós vamos?
EDGAR –
Inaugurou uma boate nova aqui em Copa. Bora curtir o que a noite tem de melhor,
minha gostosa!
OS DOIS RIEM. ELE DÁ MAIS UM BEIJO NELA. DÁ A
PARTIDA DO CARRO.
CORTA PARA:
CENA 10. BARONESA GLAM. INTERIOR.
NOITE
PESSOAS AGITANDO NA PISTA DE DANÇA. SONOPLASTIA: “SO FREAKIN TIGHT” – TOUGH LOVE.MARIANA
E LEILA DE MÃOS DADAS, ANDANDO NO MEIO DO POVO. CÂM BUSCA HENRIQUE NO SEGUNDO
PISO. ELE AOS BEIJOS COM UMA LOURAÇA. DANTE ANDANDO POR ALI, ORGANIZA ALGUMAS
COISAS. SEU OLHAR CRUZA COM O DE UM GAROTÃO, JOVEM, MUSCULOSO. ELE ACENA, O
GAROTO SORRI. NA TROCA DE OLHARES DOS DOIS. CORTA PARA MARIANA, QUE PEGA UMA
BEBIDA COLORIDA E VAI COM LEILA PARA A PISTA. AS DUAS DANÇANDO, LOUCAMENTE.
ALGUNS CARAS EM VOLTA. MARIANA DANÇA SENSUALMENTE.
CORTA PARA HENRIQUE, ENTRA NA PISTA E AVISTA MARIANA.
ELE SE APROXIMA.
HENRIQUE – (Tom alto) Mariana!
MARIANA ENCARA HENRIQUE E FAZ CARA DE SURPRESA.
MARIANA – Ai, Henrique! Não conta pra
minha mãe que eu tô aqui!
HENRIQUE – Vocês estão aqui escondidas?
LEILA – Eu não. A minha mãe sabia que
eu vinha. A Mari que veio escondida. Castigo, acredita?!
HENRIQUE – Vindo da Amanda, acredito! Mas
ela já te viu? Se viu, se prepara!
MARIANA – Eu não sei. Onde ela tá?
LEILA – Aliás, ela e a minha mãe. Não
vi nenhuma das duas ainda.
HENRIQUE – A Amanda deu uma saída, foi
resolver uma coisa na portaria. A Bibi deve ter ido atrás. Se cuidem hein!
HENRIQUE PISCA PARA AS GAROTAS QUE SE ENTREOLHAM.
MARIANA – Ai, será que ele vai contar
pra minha mãe?
LEILA – Relaxa, gata. Já que estamos
aqui, bora até o fim! A sua mãe não vai fazer escândalo na noite da inauguração
da boate. Então, só relaxa.
MARIANA – Tem razão.
AS DUAS RIEM. CONTINUAM A DANÇAR. PLANO GERAL DA
BOATE CHEIA.
CORTA PARA:
CENA 11. APARTAMENTO DE JULIANA.
SALA. INTERIOR. NOITE
JULIANA ENTRA CHORANDO NO APARTAMENTO. ELA SE JOGA
NO SOFÁ. PEGA O CARTÃO DE AMANDA E VAI RASGAR, MAS PÁRA. SEGUNDOS. ELA JOGA O
CARTÃO NO CHÃO. EM SUA TRISTEZA.
CORTA PARA:
CENA 12. BARONESA GLAM. INTERIOR.
NOITE
AMANDA ENTRA RAPIDAMENTE. BIBI ATRÁS.
BIBI – (Tom) Amiga! Desculpa! Não
queria duvidar de você, Amanda!
AMANDA PARA E A ENCARA.
AMANDA – Chega! Deu dessa história ok?
Vamos curtir a noite, que é pra isso que nós viemos aqui. Chega!
BIBI CONCORDA. AMANDA VAI DISPERSANDO NA PISTA DE
DANÇA. CÂM EM BIBI, DESCONFIADA. CÂM VAI PARA OUTRO PONTO, PROCURANDO JAMIL E
CARMINHA. OS DOIS DANÇAM SENSUALMENTE. A MÚSICA ACABA E LOGO INICIA O BATIDÃO
DO FUNK. SONOPLASTIA: “NÃO ME DEIXE SOZINHO”
– MC NEGO DO BOREL. O POVO SE AGITA NA PISTA. AS LUZES AZUIS JÁ VÃO MUDANDO
PARA O EFEITO ESPECIAL VERMELHO. BOATE TODA EM TONS VERMELHOS. FUMAÇA COBRINDO
O LOCAL. CARMINHA E JAMIL SE BEIJAM LOUCAMENTE. CÂM BUSCA GUIDA, BEBADA, CHAMA
ATENÇÃO, COM O COPO PRA ALTO E DANÇANDO SENSUALMENTE EM VOLTA DOS HOMENS EM UMA
RODA DE AMIGOS. EM SEGUNDO PLANO, VITÓRIA, SE APROXIMA.
VITÓRIA – Guida. (Tom alto) Guida.
Melhor parar!
GUIDA – (Grita/ Rindo) Para, garota!
Me deixa! Que recalque!
VITÓRIA – Tô falando pro teu bem, amiga.
Tá ficando feio.
GUIDA – (Encara/ Tonta) Quer que eu
desenhe? Me deixa! Ah, quer saber? Hora de closar, quereda!
GUIDA EMPURRA TODOS DA FRENTE E SOBE NO PALCO.
CHAMANDO ATENÇÃO. TODOS OLHANDO, AGITAM, ERGUEM OS BRAÇOS. GUIDA VAI ATÉ O DJ,
BALANÇA LOUCAMENTE. ELA VAI TIRANDO A ALÇA DA BLUSA. CÂM BUSCA JAMIL E
CARMINHA.
CARMINHA – Olha lá! Tem uma mulher
tirando a roupa no palco. Que doida!
JAMIL APURA A VISÃO.
JAMIL – Mas... Aquela é a Guida!
CARMINHA – (Rindo) Então acho bom você
tirar ela de lá antes que o nude dela
seja mais famoso que o do Stênio Garcia!
JAMIL DEIXA CARMINHA NA PISTA E VAI EM DIREÇÃO AO
PALCO. GUIDA TIRA A ROUPA. GALERA AGITADA. SÓ DE SUTIÃ E CALCINHA. JAMIL INVADE
O PALCO.
JAMIL – (Pegando em Guida) Cê tá
louca?!
GUIDA – Me larga, garoto!
JAMIL VAI TIRANDO A IRMÃ DO PALCO. ELA SE RECUSA A
IR. TODOS VAIAM. JAMIL PEGA A IRMÃ, A COLOCA NO COLO E SAI DALI. CARMINHA RI.
VITÓRIA VAI EM DIREÇÃO AO BAR. BRUNO DO OUTRO LADO.
TAMBÉM PEDE UMA BEBIDA. VITÓRIA PEGA UM ENERGÉTICO, OLHA PARA O LADO. SEU OLHAR
CRUZA COM O DE BRUNO. ELE SORRI, PISCA O OLHO. VITÓRIA SORRI, DISCRETA, TÍMIDA.
BRUNO SE APROXIMA.
BRUNO – Prazer, Bruno!
OS DOIS SE OLHAM, NUM MISTO DE FASCINAÇÃO. NELES.SONOPLASTIA
OFF.
CORTA PARA:
CENA 13. RIO DE JANEIRO.
EXTERIOR. NOITE
PLANO GERAL VISTO DO CRISTO. SONOPLASTIA: “WILDEST
DREAMS” – TAYLOR SWIFT. CAM PELOS BAIRROS DA GÁVEA, MOSTRANDO OS PONTOS MAIS CONHECIDOS. ÚLTIMO
TAKE NA FACHADA DA MANSÃO DA FAMÍLIA LINHARES. CASARÃO IMPONENTE, EM CORES
CLARAS. UM GRANDE PORTÃO DE GRADE DE FERRO PRETO NA FRENTE. TRÊS CARROS
IMPORTADOS ESTACIONADOS DENTRO DO PÁTIO. FADE-OUT. SONOPLASTIA OFF.
CORTA PARA:
CENA 14. MANSÃO FAMÍLIA LINHARES.
SALA. INTERIOR. NOITE
FADE-IN. CÂM VISTA DO ALTO, PEGA O AMBIENTE COMPLETO. TUDO
COM ALTO REQUINTE E SOFISTICAÇÃO. SOFÁS CONFORTÁVEIS, AMBIENTE TODO DECORADO
COM ARTIGOS VINTAGE, COM DETALHE PARA UM ABAJUR AO LADO DOS SOFÁS, EM FORMA DE
CAVALO, COM A COPA NO LUGAR DA CABEÇA. NO MEIO, LUSTRES EM ESPIRAL. DA ESCADA,
VEM DESCENDO CELINA. ENTRA PELA PORTA, UM HOMEM ALTO, MAGRO, CABELOS PRETOS,
LEVEMENTE GRISALHOS, ROUPA SOCIAL, PASTA EM MÃOS. LIGAR NO ÁUDIO:
CELINA – Poxa, já não era sem tempo,
hein, Franklin!
FRANKLIN – Boa noite pra você também,
minha querida.
ELA VAI ATÉ ELE. TROCAM UM BEIJO FRIO.
FRANKLIN – Eu achei uma loucura você ter
voltado de Petrópolis assim do nada.
CELINA – Como assim, do nada? Você não
vê a gravidade da situação?
FRANKLIN SE JOGA NO SOFÁ. CELINA DE PÉ, O
ENCARANDO.
CELINA – Pra você não é nada demais o
seu filho mais velho, o seu sucessor nos negócios, querer desistir de tudo o
que nós construímos pra ele e virar hippie de praia?!
FRANKLIN – Você tem o dom de dramatizar
tudo, criatura!
CELINA IMPACIENTE.
FRANKLIN – O Cadú vai voltar da Europa
sem terminar os estudos? Paciência, Celina! Nós não podemos obrigar ele a
permanecer exilado no exterior. Quanto à largar a carreira, fica tranquila. Vai
ser até bom ele voltar para o Brasil.
CELINA – Bom? (Ri) Bom pra quem?
FRANKLIN – Aqui nós vamos poder controlar
a situação. O Cadú não vai querer bater de frente comigo. Eu vou colocar ele no
escritório e atolar ele de trabalho. Ele não vai ter tempo de pensar nessas
bobagens de largar tudo. Se é essa a sua preocupação, pode dormir tranquila,
Celina.
CELINA – Pra você é muito fácil falar.
Você só fala!
CELINA VAI EM DIREÇÃO À COPA PEGAR UM DRINK.
FRANKLIN – (Tom) Mas você quer que eu
faça mais o que, cacete?
CELINA – (Tom alto) Não usa esse tom e
nem essas palavras comigo!
FRANKLIN IMPACIENTE, LEVANTA-SE.
CELINA – Se você garante que vai
obrigar o nosso filho a continuar. /.
FRANKLIN – (Por cima) Quando eu faltei
com a minha palavra?
CELINA – (Amargurada) Nossa... Tantas
vezes que eu até perdi as contas. Principalmente comigo.
FRANKLIN E CELINA SE ENCARAM. TEMPO.
FRANKLIN – Vou tirar essa ideia absurda
da cabeça dele, já disse.
CELINA – Chegando aqui, eu vou logo
tratar de arrumar uma mulher pra ele. Uma boa mulher de família tradicional. É
disso que o Cadú precisa.
FRANKLIN – De uma mulher assim como você?
Igual eu precisei um dia? Uma mulher rica, de família quatrocentona e disposta
a casar com um homem de classe baixa, como você?!
OS DOIS SE OLHAM. FRANKLIN ANALISA CELINA. AMBOS
AMARGOS, ELA COM OLHAR TRISTE.
FRANKLIN – O Carlos Eduardo não é um
homem como eu. E provavelmente ele não merece uma mulher como você.
CELINA CONCORDA. SORRI, AMARGURADA. FRANKLIN
ASSENTE E VAI SUBINDO AS ESCADAS. CELINA DEIXA CAIR UMA LÁGRIMA. SECA
RAPIDAMENTE.
CELINA – Se todas as mulheres fossem
iguais à mim... Como eu te amei, Franklin...
DEIXA O COPO SOBRE A BANCADA. CELINA ENTRISTECIDA.
CORTA PARA:
CENA 15. BARONESA GLAM. INTERIOR.
NOITE
BALADA AGITADA. MÚSICA ELETRÔNICA AO FUNDO. VITÓRIA
E BRUNO ENCOSTADOS NO BAR, OLHAM AS PESSOAS NA PISTA DE DANÇA.
VITÓRIA – Eu pensei que você fosse só
mais um boyzinho sem sal, igual a maioria. Você é bem diferente do que eu
pensava.
BRUNO – Eu posso te mostrar que sal é
o que não me falta.
BRUNO VAI PARA A FRENTE DE VITÓRIA A PRENSANDO
CONTRA O BALCÃO. ROSTOS PRÓXIMOS.
VITÓRIA – Então me mostra.
BRUNO SORRI E SE APROXIMA RÁPIDO. OS DOIS EM UM
BEIJO QUENTE, FORTE. SONOPLASTIA: “DON´T YOU
WORRY CHILD” – BETH. BRUNO SEGURA VITÓRIA PELOS CABELOS E VAI DESLIZANDO PARA O
SEU PESCOÇO. ELA DE OLHOS FECHADOS, DELIRA DE PRAZER. BRUNO SEGURA OS SEUS
SEIOS, ELA COLOCA A MÃO POR CIMA, EVITANDO. ELE A OLHA. OS DOIS SORRIEM. ELA
ACENA COM A CABEÇA PARA OUTRO PONTO. BRUNO RI. OS DOIS VÃO SAINDO DALI DE MÃOS
DADAS.
CORTA PARA:
CENA 16. MOTEL. SUÍTE MASTER.
INTERIOR. NOITE
ABRE EM PLANO FECHADO. SONOPLASTIA CONTÍNUA.
UMA SUÍTE DE LUXO DE UM MOTEL. BRUNO DE CUECA, DEITADO SOBRE A CAMA REDONDA.
ELE SORRI. VITÓRIA EM SUA FRENTE. ELA RETIRA O SUTIÃ, DEIXANDO OS SEIOS À
MOSTRA. ELE OLHA FASCINADO. ELA PEGA SUAS MÃOS E FAZ ELE A TOCAR. ELE FECHA OS
OLHOS. ELA SORRI E SE APROXIMA DELE. OS DOIS SE BEIJAM SUAVEMENTE.
VITÓRIA SOBE EM CIMA DELE, SENTANDO SOBRE SUAS
PARTES ÍNTIMAS. ELA VAI MORDISCANDO O SEU PEITO E INDO PARA A PARTE INFERIOR DO
CORPO. CÂM EM CLOSE NO ROSTO DE BRUNO. ELE DELIRA DE PRAZER.
EFEITO ESMAECENDO ATÉ FADE-OUT. SONOPLASTIA OFF.
CORTA PARA:
CENA 17. MANSÃO PRATINI. SALA DE
REFEIÇÕES. INTERIOR. DIA
FADE-IN. MESA DE CAFÉ DA MANHÃ POSTA COM VARIEDADE. ATRÁS
DA CABECEIRA DA MESA, UMA GRANDE JANELA ENVIDRAÇADA QUE DÁ PARA O JARDIM. À
CABECEIRA ESTÁ DANTE. AO LADO, AMANDA.
DANTE – Que sucesso, Amanda! Que
sucesso!
AMANDA DISTANTE, PENSATIVA. DANTE OLHA PARA ELA.
DANTE – Eu vou vender a Baronesa para
os chineses!
AMANDA – (Distante) Aham. Acho bom,
amor.
DANTE – Acha bom? O que? Eu vender a
boate?
AMANDA – (Desperta) Quê? Vender a
boate? Do que cê tá falando, Dante?
DANTE – Amanda, você foi trocada por
algum alienígena ontem a noite nos escombros daquela boate?
AMANDA – Desculpa, Dante. Desculpa, mas
é que não tô bem hoje.
DANTE – Tô te estranhando. A Amanda
que eu conheço estaria pulando de alegria pela bilheteria e pela casa cheia da
inauguração.
AMANDA – (Sem mostrar entusiasmo) Eu
tô. Claro que eu estou, mas hoje não é o dia.
MARIANA SURGE, ENTRANDO. AMANDA ENCARA.
MARIANA – Bom dia paizinho mais lindo da
Terra.
MARIANA BEIJA DANTE NO ROSTO, QUE SORRI. AMANDA COM
CARA DE POUCOS AMIGOS.
MARIANA – Bom dia pra você também,
Madrasta da Branca de Neve.
AMANDA – A Branca de Neve não costumava
sair escondida do castelo pra curtir festa na vila dos anões.
MARIANA – (Ignora) Não sei do que você
tá falando.
AMANDA JOGA O COPO DE SUCO NO CHÃO, ESTILHAÇANDO. MARIANA
E DANTE GANHARAM SUA ATENÇÃO.
AMANDA – (Tom) Você acha que eu sou
alguma idiota, Mariana?! (Pausa) Agora o castigo dobrou, querida! Me entrega o
celular. Sem conversinha de Whatsapp pra você!
DANTE – Amanda, você não acha que. /
AMANDA – (Corta) A única coisa que eu
acho aqui é que tem alguém sendo passada pra trás e esse alguém sou eu. E eu
não gosto disso. (P/ Mariana) Me entrega o celular!
MARIANA LEVANTA ENCARANDO.
MARIANA – Eu não vou entregar nada e
você não tem o direito de mandar em mim! Você nem minha mãe é! Eu quero logo
fazer meus dezoito anos pra sumir no mundo e ninguém mais ouvir falar de mim!
MARIANA SAI CORRENDO DO LOCAL.
AMANDA – (Berra/ Nervosa) Mariana!
Volta aqui!
DANTE OLHA DESACREDITADO PARA AMANDA.
AMANDA – E você tá me olhando porque
hein! Tá vendo né? Tá vendo no que tá se transformando a sua filha!
DANTE – Realmente. (Pausa) Realmente
eu estou vendo a nossa filha, que nós criamos com amor, se rebelar contra esse
seu comportamento obsessivo, Amanda!
AMANDA – Obsessivo? Ela é minha filha!
DANTE – Mas acho que ela não quer mais
ser. (LEVANTA) Nem eu sei se quero continuar brincando de bonecas nesse seu
teatro de família feliz.
AMANDA EXULTA.
DANTE – (SAINDO) Com licença.
DANTE SAI. AMANDA BUFA DE RAIVA.
CORTA PARA:
CENA 18. MANSÃO FAMÍLIA PRATINI.
SAUNA. INTERIOR. DIA
AMANDA E BIBI SENTADAS, DE TOALHA, NA SAUNA NO
EXTERIOR DA MANSÃO. AMANDA DE OLHOS FECHADOS. SONOPLASTIA OFF.
BIBI – Amanda, fala a verdade. Você e
essa Juliana tem o mesmo sobrenome, “da Silva”, vai me dizer qual a ligação que
vocês tem em comum, ou eu vou ter que investigar?
AMANDA ABRE
OS OLHOS, ENCARANDO.
AMANDA – Tá louca, Bibi?! Acho que
realmente a champanhe francesa que estão te vendendo é falsificada! Eu e essa
mulher não temos nada em comum. (Pausa) E sinto te informar, para o seu total
desapontamento de investigadora do Assassino do Horóscopo Chinês, “da Silva” é
o sobrenome mais comum no Brasil. Tem mais Da Silva no Brasil que Smith nos
Estados Unidos. Agora dá licença que tenho mais o que fazer.
AMANDA
LEVANTA-SE PARA SAIR, MAS BIBI CONTINUA.
BIBI – Não. Tá na cara que vocês tem
algum parentesco e você tá querendo esconder. Você, a Mariana e essa Juliana são
parecidas fisicamente e./
AMANDA – (Grita/ Corta) Chega! Agora deu!
(Tom mais baixo) Eu não tenho nada a ver com essa mulher que lava o cabelo com
xampu de promoção em supermercado, tá me escutando?
BIBI
BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE.
AMANDA – Eu vou tomar uma ducha que você
já me irritou bastante por hoje e nós vamos pra academia. No caminho não quero
escutar um latido seu, tá me entendendo?
BIBI – Perfeitamente.
AMANDA – (Balança a cabeça positivamente)
Ótimo.
AMANDA VAI
SAIR, MAS VOLTA.
AMANDA – Bibi, se eu fosse você eu parava
de bancar a detetive, porque nesse jogo você pode morrer na sala de jantar com
um castiçal entalado na garganta.
AMANDA
ENCARA. BIBI SORRI AMARELO. AMANDA SAI DA SAUNA.
BIBI – Ah, amiga... Certeza que aí tem.
Vamos ver se você e a perebenta da Vila Cruzeiro não tem nada mesmo em comum.
BIBI SAI
DALI RAPIDAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 19. MANSÃO PRATINI. SUÍTE DE
AMANDA. INTERIOR. DIA
SUÍTE
MASTER. REQUINTE COMO EM TODA A MANSÃO. TONS ROSAS, PAPEL DE PAREDE FINO. BIBI
ENTRA SORRATEIRA NO QUARTO. VAI ATÉ O BANHEIRO DA SUÍTE. OLHA PARA OS LADOS.
BIBI AVERIGUA O AMBIENTE E VAI ATÉ O ESPELHO. PEGA A ESCOVA DE CABELOS DA AMIGA
E RECOLHE ALGUNS FIOS DA MESA. SAI, SEM PERCEBIDA.
CORTA PARA:
CENA 20. MANSÃO PRATINI. CORREDOR.
INTERIOR. DIA
BIBI COM O
CHUMAÇO DE CABELOS NAS MÃOS, SORRI.
BIBI – Agora nós vamos ver se a força
de um DNA falha ou não, amiga!
SORRI
IRÔNICA.
CORTA PARA:
CENA 21. MANSÃO PRATINI. SALA.
INTERIOR. DIA
AMANDA
DESCE AS ESCADAS COM ROUPA DE ACADEMIA. BIBI NA SALA, JÁ PRONTA.
BIBI – Bora?
O CELULAR DE AMANDA TOCA. ELA ATENDE.
AMANDA – (Tel.) Alô? Quem? (Pausa/ Olha
para Bibi) Tá. Já tô indo. Me passa o endereço por mensagem. (Pausa) Até.
AMANDA NERVOSA, DESLIGA O APARELHO. BIBI ENCARA,
DESCONFIADA.
BIBI – Vai aonde?
AMANDA – Vamos ter que adiar a
academia. Eu tenho um compromisso agora. (Sorri amarelo) Coisas da boate.
BIBI DESCONFIADA.
CORTA PARA:
CENA 22. RIO DE JANEIRO.
COPACABANA. BAR. INTERIOR/ EXTERIOR. DIA
EM UM BARZINHO QUALQUER DE COPACABANA, O
CONVERSÍVEL DE AMANDA ESTACIONA EM FRENTE. CÂM VAI BUSCAR JULIANA, SENTADA EM
UMA DAS MESAS. ELA SE LEVANTA QUANDO AMANDA SE APROXIMA.
AS DUAS SE ENCARAM.
JULIANA – Pensei que não viesse.
AMANDA – Eu não falho com a minha
palavra. Nós temos muito o que conversar.
JULIANA CONCORDA. CLOSES ALTERNADOS.
CÂM CORTA PARA O EXTERIOR DO BAR. UM CARRO
PRETO DE LUXO ESTACIONA LOGO ATRÁS DO DE AMANDA. NO INTERIOR, AO VOLANTE: BIBI.
ELA DE ÓCULOS ESCUROS, OLHA FIXAMENTE PARA O INTERIOR DO LOCAL. DO SEU PV:
AMANDA E JULIANA SENTADAS NA MESA.
BIBI – Ah, amiga... Que feio mentir!
CLOSE FINAL EM BIBI.
CORTA PARA:
FIM DO
CAPÍTULO 02.
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