Cena 01.
Mansão Trajano/ Sala de Estar/ Int./ Dia.
Close em
Meg e Vitória sentadas no sofá conversando. Em seguida, close em Tia Pombinha no
alto da escada, ouvindo a conversa.
Meg – Mas matar o
Antero? Ele é seu braço direito.
Vitória – Eu não
confio no Antero. Não quero mais ele como meu assistente nos crimes.
Meg – Eu acho
essa sua atitude radical e precipitada.
Vitória – Ele sabe
demais. E agora com a Regininha fora do jogo, a última peça a deixar o
tabuleiro vai ser o Antero. Eu preciso acabar com ele. Aí sim serei feliz.
Meg – E você
pretende mata-lo quando?
Vitória – Hoje! É
hoje que eu pego aquele desgraçado.
Close no olhar
de Vitória. Close no olhar de surpresa de Tia Pombinha.
Vitória – Conhece
aquela linha de trem do Largo da Mata?
Meg – Aquela lá
no cafundó do Judas?
Vitória – Lá mesmo.
Será hoje, as 11 da noite. É esse horário que o trem de carga passa por lá, ou
seja, será hoje que nosso amigo sofrerá um acidente.
Vitória
começa a rir diabolicamente. E Tia Pombinha, do alto da escada volta assustada
para seu quarto.
Corta para:
Cena 02.
Casa de Edu/ Int./ Sala/ Dia.
Edu e César
estão jogando vídeo game, quando Lucído entra em casa cabisbaixo.
Edu – Vô, o que
aconteceu?
César – É alguma
coisa com essa Helena?
Lucído se
senta no sofá, ao lado dos dois.
César – Acertei né?
É por causa dessa tal Helena que você está assim né?
Lucído – Eu descobri
quem é a Helena.
Edu – Diz pra
gente vô, fala de uma vez quem é a Helena.
Lucído – A Tamara é
a Helena.
Edu e César
ficam chocados.
Edu – A Tamara da
livraria?
Lucído – Exatamente.
Edu – Piranha.
Lucído – Não é nada
disso que você tá pensando. A Tamara é minha filha. Minha filha perdida.
César
(chocado) – Você teve uma filha fora do casamento?
Lucído – A sua mãe
sempre soube e sempre aceitou. Nós vivemos por muitos anos um casamento de
aparências.
César fica
chocado.
Edu – Vô, você
tem certeza do que está falando?
Lucído – Eu tenho e
agora vou explicar tudo isso a vocês, tudo mesmo.
O áudio é
cortado e Lucído continuar a falar sobre a história da paternidade.
Corta para:
Cena 03. Bar
Chegaí/ Salão Principal/ Int./ Dia.
Sem
movimento algum, Zé Diogo está debruçado no balcão, desanimado. Ondina chega
por trás dele e fica ao seu lado.
Ondina – Tá
desanimado meu velho.
Zé Diogo – Ah, Ondina,
olha isso aqui? Dias e dias que o bar
está assim, com um movimento muito fraco. Nem sei o que farei.
Ondina – Faça outro
show. Um show famoso. Zeca Pagodinho, Alexandre Pires ou Raça Negra, sei lá,
mas vamos tentar alguma coisa.
Zé Diogo – O dinheiro
que a gente tem, mal dá pra pagar as contas do fim do mês. Se o movimento não
reerguer em duas semanas, fecharemos as portas.
Ondina fica
assustada e Zé Diogo muito triste.
Corta para:
Cena 04.
Cruzeiro Municipal/ Int./ Dia- Noite
(Música
“Uma História de Amor” – Fanzine). Transposição do dia para a noite com as
imagens do Cruzeiro.
Corta para:
Cena 05.
Mansão Amadeu/ Sala de Jantar/ Int./ Noite.
Milena está
decorando a mesa de jantar, quando Teresa entra.
Teresa – Dona
Milena, pode deixar que eu arrumo isso.
Milena – De jeito
nenhum, hoje é uma noite mais que especial e eu quero arrumar a mesa do meu
jeito. Usarei os talheres de prata que foram na Família Real Portuguesa e as
toalhas de tecido belga. Aliás, você está preparando o salmão ao molho de
maracujá?
Teresa – Sim
senhora. E de sobremesa pudim de leite condensado.
Milena
(inconformada) – O que? Pudim? Olha pra mim e veja se tenho cara de
que como pudim? Pode voltar aquela cozinha e me preparar um manjar de
framboesa, caso contrário, te transformarei numa Vitela.
Teresa olha
espantada.
Milena – Vitela sim.
Você não sabe o que é, mas ficaria ótima com algumas folhas de rúcula.
Teresa – Então a
senhora quer um manjar de framboesa?
Milena – Isso, e
troca o açúcar por adoçante de frutas naturais.
Teresa – Sim
senhora.
Teresa sai
e Milena continua arrumando os detalhes para o jantar.
Corta para:
Cena 06.
Casa de Fernanda/ Cozinha/ Int./ Noite.
Miguel está
sentado à mesa, enquanto Eva cozinha.
Eva – Vou fazer
uma carne seca com abóbora que é de comer rezando.
Miguel – Nossa, eu
adoro. Vejo que minha noiva é realmente prendada.
Eva – Você ainda
não viu nada meu amor.
Miguel – Como é que
pode existir uma pessoa tão especial, tão linda e tão prendada assim?
Eva – Eu só sou o
reflexo do que você me faz sentir. Todo esse amor, toda essa felicidade tem
nome: É Miguel!
Miguel se
levanta e beija Eva. Nesse instante Fernanda entra com uma garrafa de vinho na
mão.
Fernanda
(feliz) – Isso que é amor. O resto realmente é mentira. Trouxe até um
vinho chileno pra gente comemorar esse noivado, e claro, a gravidez da minha
sobrinha.
Miguel – Eu vou
querer Dona Fernanda.
Fernanda – Dona é a
senhora sua avó. Eu sou apenas Fernanda.
Miguel – Perdão.
Como você queira, Fernanda.
Eva – Eu não
posso tomar bebida alcoólica.
Fernanda – Pra você eu
fiz um suco de laranja, natural e fresquinho.
Eva – Vê se não é
a melhor tia do mundo?
Miguel – A família
de vocês é linda.
Fernanda
pega duas taças e coloca vinho. Nesse instante a campainha toca.
Fernanda – Eu atendo.
Deve ser a Ondina.
Fernanda
entrega uma taça de vinho a Miguel e sai com a outra.
Eva – Prova aqui
amor pra ver se está bom de tempero.
Miguel vai
provar a comida.
Corta para:
SALA.
Fernanda
abre a porta e fica paralisada.
Fernanda
(surpresa) – Você?
Corta para:
Cena 07.
Mansão Amadeu/ Quarto de Vitória/ Int./ Noite.
Vitória
está deitada na cama, ao lado de uma pistola.
Vitória
(pra si) – Chegou o momento.
Vitória
pega o celular e disca.
Vitória (ao
cel.) – Alô, Antero? (PAUSA) Decidi pagar o preço que você quer. Iremos
transar como você tanto sonhou. (PAUSA) Você acha que eu estaria brincando com
algo assim? Jamais querido. Vou te confessar, eu até sinto uma forte atração
por você, só nunca dei o braço a torcer. (PAUSA) Me espera na porta da sua
casa, às 10 da noite em ponto. Iremos no meu carro. E o local foi escolhido a
dedo. Prepare-se para a maior farra da sua vida. Beijos (PAUSA) às 10 da noite.
Isso. Tchau.
Vitória
desliga o celular e começa a rir diabolicamente. Alguém bate a porta e Vitória
esconde a arma atrás do travesseiro.
Vitória
(tom alto) – Pode entrar!
Milena
entra no quarto.
Vitória – O que foi?
Milena – Vim buscar
minha sogrinha para jantarmos.
Vitória – Aposto que
colocou veneno no tempero. Quer me ver comendo grama pela raiz né?
Milena – Eu não sou
uma assassina. Gostar de você, eu não gosto. Mas sou civilizada, sou estudada e
posso manter a finése quando necessário.
Vitória – Tão estudada,
tão fina e tão chifruda. Até na lua de mel foi traída.
Milena – Fui muito
traída mesmo. Fui traída na mesma intensidade em que amei. Mas sabe o que é
pior pra mim sogrinha? O pior é não ter amado nunca. Por que, eu sei que o
Miguel me ama. O que ele sentiu por essas mulheres, foi desejo, instinto
masculino ou até paixão, mas comigo foi diferente. Comigo ele teve o verdadeiro
amor. Ele pode ter se deitado com dezenas de mulheres, mas é pro meu lado que
ele volta sempre, ele me ama. E como ele, eu também o amo. Mas o que dói, é
saber que você é tão seca por dentro, que nunca amou e nunca foi amada, por
ninguém. É triste e solitário esse seu caminho.
Vitória
(ressentida) – Acabou com o seu discurso politicamente correto?
Milena – Eu só vim
aqui te chamar pra jantar, porque eu tenho um anúncio a fazer e que te deixaria
muito feliz.
Vitória – Vindo de
você? Nada me deixaria feliz.
Milena – Será? Eu no
seu lugar, desceria as escadas e iria jantar comigo.
Vitória – Por que
você não fala de uma vez? Assim me poupa o tempo de ficar na sua desagradável
companhia.
Milena – Tem razão,
eu vou contar... Eu tô grávida. Tô grávida do Miguel.
Vitória
fica chocada.
Vitória – Quer dizer
que/
Milena
(corta) – Quer dizer que nosso império está a salvo.
Vitória
(feliz) – Mas isso é bom demais. Nem acredito que em breve serei uma das
mulheres mais ricas da região.
Milena – Agora vou
contar a novidade para a Eneida, você a viu?
Vitória – No meu
bolso é que não está.
Milena sai
pisando duro.
Vitória – Então quer
dizer que a minha galinha dos ovos dourados está a caminho? Agora sim, agora eu
gostei!
Vitória
pega sua pistola atrás do travesseiro e começa a alisá-la.
Corta para:
Cena 08.
Casa de Fernanda/ SALA/ Int./ Noite.
Fernanda está
parada de frente para César com uma taça de vinho em mãos.
César – Não vai me
convidar para entrar?
Fernanda – Você já me
causou problemas demais César. Por favor, vá embora e me deixa aqui com minha
família.
César – Você quer
que eu vá embora da sua casa, ou da sua vida?
Fernanda – Não
dificulta as coisas César, você sabe do que a Julieta é capaz.
César – É por medo
de uma retaliação da Julieta que você está querendo que eu suma?
Fernanda – Eu tenho
amor a minha família, tenho amor a minha vida. A sua esposa é louca, aliás, ela
está é certa. Imagina só, ela pegou a gente se beijando. Imagina que dor. Além
do mais, ela disse que me fez um mal grande no passado. Eu juro que tenho medo.
César – Eu vim aqui
te dizer que vou me separar da Julieta, que quero ficar com você, só com você.
Fernanda – Calma, não
se precipite.
César – Hoje eu vou
anunciar a Julieta, a minha decisão. Quero poder ficar com você o quanto antes
minha morena.
Fernanda – Posso te
confessar uma coisa?
César – O que você
quiser.
Fernanda
(feliz) – Eu amei essa sua decisão.
Fernanda
pula nos braços de César e lhe dá um beijo avassalador.
(Música
“Dona” – Roupa Nova).
Corta para:
Cena 09. Mansão
Trajano/ Sala de Estar/ Int./ Noite.
Tia
Pombinha, Mafalda, Meg, Téo e Álvaro conversam.
Téo – Você está
com um ar de angústia Meg, o que aconteceu?
Meg
(disfarçando) – Nada. É que hoje a tarde eu assisti a um filme bem
melancólico.
Tia
Pombinha – E nesse filme tinha algo sobre morte?
Meg – Ah, tia,
tinha sim.
Mafalda – Enfim
encontramos um pouco de humildade em você Meg Trajano. Achei que seria
eternamente um iceberg.
Meg – Isso é um
elogio ou uma crítica?
Mafalda – Depende do
seu entendimento.
Tia
Pombinha – Eu preciso sair.
Téo – E vai onde
Dona Pombinha?
Tia
Pombinha – E desde quando eu preciso dar explicações da minha
vida para o “filho” da Mafalda?
Mafalda – Enquanto
você estiver dormindo sob o meu teto e comendo da minha comida, você vai ter
que dar explicações dos seus passos até para a Marinês. Entendeu dona Maria
Pombalina Trajano de Morais?
Tia
Pombinha – Claro...
Meg – Mas então,
vai fazer o que Tia Pombinha?
Tia
Pombinha – Vou tomar a fresca com uma amiga, a Isaurinha. Assim
a gente aproveita e bate um pouco de língua.
Mafalda – Essa é a
sua especialidade né Pombalina?
Tia
Pombinha – Um dia você ainda vai me agradecer Mafalda, ah se
vai.
Todos
continuam conversando, exceto Álvaro, que permanece apático.
Corta para:
Cena 10.
Mansão Amadeu/ Sala de Jantar/ Int./ Noite.
Apenas
Milena está sentada a mesa, sozinha. Com uma cara muito emburrada. Teresa
adentra ao local.
Teresa – Com licença,
posso servir o jantar?
Milena – Pode sim.
Teresa – Devo chamar
dona Vitória e senhorita Eneida?
Milena – Vitória não
desce e Eneida não se encontra em casa.
Teresa – E doutor
Miguel?
Milena – Deve estar
curtindo a vida por aí. Já havia me esquecido dos jantares, aniversários,
madrugadas e outras datas que passei sozinha. Deus e eu. O Miguel tá curtindo a
juventude, não sei se está certo ou errado. Mas pode trazer aquela comida, hoje
eu vou me entupir de comida.
Corta para:
Teresa já
servindo o jantar e Milena comendo com esganação, feito uma morta de fome.
Milena – Trás mais
salmão, trás mais salada e arroz. Vou transformar minha tristeza em uns quilos
a mais. Vou transformar meu choro em suco e toma-lo como se o mundo estivesse
acabando. Pode trazer.
Teresa fica
espantada, mas sai em direção a cozinha.
Corta para:
Cena 11.
Casa de Fernanda/ Cozinha/ Int./ Noite.
Fernanda,
Eva e Miguel estão terminando de jantar.
Miguel – Nossa, mas
essa abóbora com carne seca estava divina mesmo.
Fernanda – Eva é uma
ótima cozinheira. Você vai se dar muito bem casando com ela.
Miguel
retira uma caixinha do bolso.
Miguel (a
Fernanda) – É por isso que estou aqui hoje Fernanda, vim pedir a
mão da sua sobrinha, que você tanto ama, e que eu também amo, em casamento. Será
que posso tentar fazer a Eva e o nosso filho feliz?
Eva fica
emocionada e Fernanda muito feliz.
Fernanda – Eu nem sei
o que dizer, mas por mim pode, é claro!
Miguel – Eva, você
aceita casar-se comigo?
Eva
(emocionada/ feliz) – Não há nada e nem ninguém que eu ame mais neste
mundo. É claro que eu aceito.
Miguel abre
a caixinha, pega o anel e coloca no dedo anelar da mão direita de Eva.
Miguel – Essa é
aprova de que meu amor por você só aumenta.
Eva olha o
anel feliz.
Eva – Que o
dourado desse anel, reflita a felicidade, o amor e companheirismo que nós
teremos um com o outro.
Eva e
Miguel se levantam e se beijam com ternura.
Corta para:
Cena 12.
Rua/ Ext./ Noite.
Fluxo
normal de carros pelo local, ao longe, vemos Tia Pombinha, fazendo sinal e em
seguida, entrando em um táxi.
Corta para:
Cena 13.
Táxi/ Int./ Noite.
Tia
Pombinha – Me leve para a linha de trem, na saída da cidade,
pode ser?
Taxista – Mas lá é
muito deserto e perigoso, a senhora tem certeza que deseja ir para lá?
Tia
Pombinha – Por favor, eu preciso ir para lá. É questão de vida
ou morte.
O taxista
dá uma arrancada com o carro e sai. Close na cara de preocupação de Tia
Pombinha.
Corta para:
Cena 14.
Casa de Edu/ Quarto de Julieta/ Int./ Noite.
César está
retirando suas roupas e colocando em malas, até que Julieta entra no quarto com
cara de estranhamento.
Julieta – O que é
isso?
César – Eu tô indo
embora dessa casa Julieta. Não durmo uma única noite sequer aqui.
Julieta – Tudo por
causa daquela piranha, não é?
César – Tudo porque
não te amo mais. Aliás, eu nunca te amei. Chega de viver essa mentira, chega
Julieta.
Julieta se
ajoelha aos pés de César.
Julieta – Não, por
favor, não! Eu te amo César. Não sei viver sem você.
César – Você não
sabe viver sem manipular a vida das pessoas. Tanto fez que separou o Edu e a
Malu, depois amedrontou a Fernanda. Não satisfeita, ficou a todo custo tentando
juntar o Edu com a Tamara. Você é má de natureza.
Julieta se
levanta.
Julieta – Quer ir?
Então vai. Mas daqui você não leva nada. Nenhuma peça de roupa, nenhum sapato,
não leva nada. Você não quer mudar de vida? Então vai ter que comprar um
enxoval novo. Eu quero ver a viuvinha patrocinar esse romance, eu quero ver.
César – Se o
problema são as roupas, fique com todas. Faça a feitiçaria que quiser, mas eu
não volto pra você mais.
Julieta – Você vai se
arrepender destas palavras, seu idiota. Eu ainda tenho um trunfo. Se a Fernanda
tá jogando pesado pra acabar com meu casamento, eu vou dar a cartada final e
acabar com a alegria dela.
César – Como você é
baixa, nojenta, suja.
Julieta – Tomara que
você tenha dinheiro pra comprar roupas novas, caso contrário, vai viver dia e
noite com essa daí. Agora sai da minha casa, sai.
César – É isso
mesmo que vou fazer. Fui!
César sai.
Julieta
(chorando/ Gritando) – Sai daqui! Sai seu demônio.
Corta para:
Cena 15.
Casa de Antero/ Fachada/ Ext./ Noite.
Uma casa
grandiosa, porém muito escura. Sem muro e com muitas imagens de demônios e
morcegos em pedra. Close em Miguel saindo pela porta principal e entrando em um
carro que está parado bem em frente.
Corta para:
Cena 16.
Carro de Vitória/ Int./ Noite.
Vitória
está dirigindo e Antero no banco do carona.
Antero
(saliente) – É hoje que eu chupo essa manga todinha.
Vitória – Ui! Assim
eu passo até mal.
Antero – Passa nada.
Estamos indo direto ao paraíso.
Vitória – Uma viagem
sem volta, sem retorno. Sem desistência.
Antero – Mas eu não
quero voltar. Não quero desistir. Esperei muito por esse momento.
Vitória
sorri e Antero começa a alisá-la.
Corta para:
Cena 17.
Trilho do trem/ Ext./ Noite.
O taxista
deixa Tia Pombinha no local e sai voado. Tia Pombinha então, tira da sua bolsa
uma câmera e a coloca em um ponto fixo. Ela retira a outra e fica em mãos.
Tia
Pombinha (pra si) – É hoje que a sua novela apresenta o capítulo final,
Vitória Lemos de Amadeu.
Corta para:
Cena 18.
Casa de Fernanda/ sala/ Int./ Noite.
Eva está
assistindo Tv, quando Fernanda vem do banheiro, apenas de hobby e com o cabelo
molhado.
Eva – Eba! Agora
é minha vez de tomar um bom banho.
Fernanda – Vá lá
querida. Eu vou ficar aqui e assistir a programação nova do TVN, está
imperdível.
Eva se
levanta do sofá e sai em direção ao banheiro. A campainha toca e Fernanda vai
atender. Julieta entra: com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar,
cabelos desgrenhados e bufando de ódio.
Fernanda – O que você
quer aqui?
Julieta – Você tirou
o meu marido, mas eu tirei a sua felicidade. Já que a guerra começou, se
prepare, pois o que vem agora é chumbo grosso.
Close em
Julieta com ódio.
Corta para:
Cena 20.
Trilho do Trem/ Ext./ Noite.
Tia
Pombinha ouve barulho de carro e se esconde em um matagal próximo. Segundos
depois o carro para em frente aos trilhos e Vitória e Antero descem.
Antero
começa a beijá-la, que faz cara de nojo.
Vitória – Primeiro
vamos tomar um champanhe, pega no porta-malas?
Antero dá
as costas para Vitória, que saca a pistola e lhe dá uma coronhada,
desmaiando-o. Close em Tia Pombinha filmando tudo.
Vitória
arrasta o corpo até o trilho do trem.
Vitória (a
Antero) – Nossa parceria foi boa enquanto durou. Pena você ser tão idiota.
Vitória
então ouve o barulho do trem.
Vitória – Eu desejo
que você queime no inferno.
O trem vem
a todo vapor e passa por cima do corpo de Antero. Close no sangue espirrando
todo em Vitória.
Corta para:
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