segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Episódio 2: Crazy for life

Cena 1. Ext. Casa de Rodrigo. Frente. Tarde.
     CAM mostra a grande casa de Rodrigo. Branca, de dois andares, com uma fonte de água na frente. Rodrigo chega com Caio no carro e coloca-o na garagem. Os dois saem e entram na casa.
Cena 2. Int. Casa de Rodrigo. Sala. Tarde.
     Tamara, a mãe de Rodrigo e Caio, assiste à TV. Rodrigo e Caio entram.
Tamara: Demoraram pra chegar da academia, filhos. O que aconteceu?
Rodrigo: Bem, não é da academia que a gente tá chegando. Na verdade, a gente tava na casa do seu Aristeu. Ele passou mal e a gente teve que ficar lá até a mulher dele, a Dona Olga, voltar.
Caio: É, e esse tempão que a gente ficou lá foi só tédio.
Rodrigo: Cala a boca, molecote!
Tamara: Mas o seu Aristeu já tá bem?
Rodrigo: Quando a gente saiu, ele já tava melhor.
Tamara: Ah, que bom então.
Caio: Agora, se me dão licença, vou tomar um bom banho.
Rodrigo: Tudo bem, senhor Napoleão Bonaparte.
     Rodrigo ri. Caio sobe as escadas e vai para o banheiro. Celso, o pai de Rodrigo e Caio, chega.
Celso: Olá, família!
Rodrigo: Oi, pai.
Tamara (levantando-se): Oi, amor (beija Celso).
Rodrigo: E aí, pai. Cê tava onde?
Celso: Conversando com a diretora da escola do Caio. Esse menino tá precisando tirar boas notas, senão fica de castigo.
Rodrigo: Falando no Napoleão Bonaparte, deixa eu subir e ver o que ele tá aprontando. Falou, pai!
     Rodrigo sobe as escadas.
Celso: Que história é essa de Napoleão Bonaparte?
Tamara: Depois eu te conto. Agora senta aqui no sofá.
     Celso senta e beija Tamara.
Cena 3. Ext. Academia Friedrich. Frente. Tarde.
     Raul e Marília saem da Academia e sentam-se num banco que havia ali na frente.
Raul: Nunca fui com a cara desse Rodrigo.
Marília: Muito menos eu. Sempre o seu Aristeu deu mais importância pra ele e deixou a gente em segundo plano. Eu não aguento mais essa rejeição. Eu preciso fazer alguma coisa pra ser notada nessa academia.
Raul: Em que você tá pensando?
Marília: Não sei, mas eu juro que eu ainda vou me vingar do Rodrigo. Você me ajuda?
Raul: É lógico. O Rodrigo não é melhor que ninguém. A gente vai acabar com esse paulista engomadinho!
Cena 4. Ext. Pontos do Rio de Janeiro. Tarde/Noite
(Sonoplastia: Bailando – Enrique Iglesias ft. Luan Santana)
      Anoitece no Rio de Janeiro. As pessoas entram em suas casas. Carros andam pelas ruas.
     CAM mostra uma sorveteria, onde estão Gi, Batera e Letícia.
(Sonoplastia: Fade Out – Bailando)
Cena 5. Int. Sorveteria. Interior. Noite.
     Gi, Batera e Letícia tomam sorvetes.
Gi: Valeu, Batera, por chamar a gente pra tomar sorvete. Tá vendo, Letícia, eu sou chique. Agora tem até gente me chamando pra sair.
Letícia: Cê não acha que tá se achando demais, não, Gi?
Gi: Ih, como diz a música: “Deus me proteja da sua inveja”!
Letícia: Que mané inveja, Gi. O Batera também me chamou pra tomar sorvete, tá, querida?
Batera: Gente, vamo parar de briga.
Gi: Diz isso pra essa invejosa aí.
Letícia: Invejosa é a senhora sua mãe.
Gi: Não fala da minha mãe não, senão eu rodo a baiana com você, hein?
Letícia e Gi começam a brigar. Elas jogam sorvete uma no rosto da outra. Batera tenta contê-las, mas sem sucesso. O rapaz acaba até com a cara suja de sorvete também.
Cena 5. Ext. Rio de Janeiro. Rua. Noite.
     Bilu e Tetéia andam pela rua. Bilu carrega as coisas de Tetéia.
Tetéia: Eu arrasei no foxtrote, né Bilu?
Bilu: Foi sim. E eu acho que...
Tetéia: Zip! Só te perguntei se eu arrasei e você já me respondeu. Agora cale-se e guarde sua fala apenas para quando lhe perguntarem.
Bilu: Tá bom.
     Tetéia tropeça em uma pedra.
Tetéia: Ai, meu joelho!
Bilu a levanta. O joelho da menina está ralado. Bilu a coloca próximo ao seu rosto. Os dois quase se beijam.
(Sonoplastia: The Lazy Song – Bruno Mars)
Bilu (chegando mais perto): Tetéia, eu...
Tetéia: Zip, Bilu. Você nada. Agora me ajuda a andar.
Bilu: Mas como eu vou levar suas coisas?
Tetéia: Se vira.
     Bilu coloca as coisas de Tetéia debaixo do braço. Tetéia está mancando.
Cena 6. Ext. Pontos do Rio de Janeiro. Noite/Manhã
     Amanhece no Rio de Janeiro. Pessoas nadam no mar e surfam. Outras pessoas fazem caminhada pela praia de Copacabana.
     Close no Colégio Alberto Villani.
     (Sonoplastia: Fade Out – The Lazy Song)
Cena 7. Int. Colégio Alberto Villani. Sala de Aula. Manhã.
     O diretor Rômulo está na frente, falando com os alunos. Cabeção está encostado na mesa.
Rômulo: E é isso, alunos. Nós vamos ter que fazer uma reforma na escola, que vai nos dar um laboratório de ciências. Por isso, vamos fazer um pequeno recesso nas aulas. Quando voltarmos às aulas, haverá uma festa à fantasia. É isso. Tenham um bom dia.
     Rômulo sai. Todos gritam.
Cabeção: Nada como um recesso nas aulas. Férias é vida!
Batera: Oxigênio também.
     Todos riem.
Cena 8. Int. Oficina. Manhã.
     Gago, Nando, Sócrates e Celina trabalham na oficina.
Gago: Por causa de-dessa droga-ga de traba-balho eu tive que fa-fa-fa...
Nando: Faltar?
Gago: Fa-fa-falar pro direto-to-tor que eu tava do-doente.
Sócrates: Por quê?
Celina: Ih, começou.
     Nando vê Tati saindo da academia de artes. Ela sobe na bicicleta, que está com a corrente caída.
Tati: Ai, droga!
Nando (indo até ela): Algum problema aí?
Tati: A corrente da minha bicicleta caiu.
Nando: Ah, mas isso é fácil de consertar. Posso levar pra oficina?
Tati: Claro.
     Nando leva a bicicleta para a oficina e coloca a corrente no lugar.
Nando: Pronto.
Tati: Mas já?
Nando: Ah, era só um ajuste de corrente, coisa rápida.
Tati: Valeu. Quanto eu te devo?
Nando: Não, não é nada.
Tati: Eu insisto em te pagar.
Nando: Eu já disse que não precisa.
Tati: Bom, então tá, né? Obrigada.
     Tati vai embora. Nando olha para ela.
Celina: Nando? Ô, Nando. (gritando) NANDOOOO!!!
Nando: Que foi, Celina?
Celina: Será que o apaixonadinho pode voltar um pouco pro mundo real? Alô, você recebe pra isso. A gente não vai fazer tudo isso sozinho. Mão na massa. Quer dizer, na graxa.
     Nando volta ao trabalho, decepcionado.
Cena 9. Int. Academia Friedrich. Manhã.
     O professor Geraldo está no palco, falando em um microfone.
Geraldo: Sabe, gente, é muito gratificante ver todos vocês se esforçando tanto. Eu sei que vocês amam a arte, assim como eu. E eu tô aqui justamente pra parabenizar todos vocês pelo esforço e dedicação. Parabéns!
     Todos batem palmas.
Geraldo: E eu gostaria de chamar o Bilu pra cantar uma música pra gente.
Bilu: Precisa ser eu, professor?
Tetéia: É claro que precisa, Bilu. Vai lá. Eu tô te ordenando.
Aluno: Quem ordenha é fazendeiro.
Tetéia: E quem late atrás de gata é cachorro.
Todos: UUUUUHHHHHHH.
Raul: Ai, meu pâncreas. Doeu até em mim.
Geraldo: Vamo parar? Vem Bilu.
     Bilu sobe no palco, tímido e começa a cantar “Eduardo e Mônica”.
Bilu (canta olhando para Tetéia): Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que existe razão?
Cena 10. Int. Casa de Celso e Tamara. Quarto de Rodrigo. Manhã.
Rodrigo está deitado na cama, pesquisando sobre esquizofrenia. Ele acredita que possui algum problema mental, pois vê frequentemente um homem de capa branca.
RODRIGO: Será? Será que eu tô louco? E se eu não tiver? Por que será que esse cara vive me perseguindo? E quem é ele? Ah, eu não suporto mais tanta dúvida assim. Já é demais. Eu acho que eu vou atrás desse cara. Eu preciso saber quem é ele e por que ele me persegue tanto assim.
Rodrigo suspira. O rapaz levanta-se e olha-se no espelho.
RODRIGO: O que será que eu tenho pra ele viver me perseguindo?
Ouve-se a voz de Tamara.
TAMARA (off.): Rodrigo, você ainda não tomou banho
RODRIGO: Já vou, mãe!
Rodrigo tira a camisa. CAM mostra as costas dele e foca em uma pinta em forma de número 3.
Cena 11. Int. Casa de Aristeu. Sala. Manhã.
     (Sonoplastia: Terror Requiem For Dream)
Aristeu anda rumo à porta, quando, de repente, sente uma dor e põe a mão no peito. O homem cai e tenta pegar o telefone, mas não consegue se levantar. Aristeu fica desacordado.
Cena 12. Int. Casa de Tamara e Celso. Banheiro. Manhã.
     Rodrigo toma banho. Pela janela do banheiro, o mesmo homem de capa branca o observa. O homem vê a pinta em forma de número 3 nas costas de Rodrigo.
     Rodrigo termina o banho e sai do box para pegar a toalha. O homem sai correndo dali. Rodrigo se enrola com a toalha e vai para o quarto.
Cena 13. Ext. Rio de Janeiro. Rua. Manhã.
     (Sonoplastia: Terror Requiem for Dream)
Rodrigo sai andando pela rua, com as mãos nos bolsos do casaco, procurando o homem de capa branca. Ele olha para todos os lugares; árvores, muros, debaixo de pontes, atrás de latões de lixo. O rapaz não encontra ninguém. O homem de capa branca corre de um lado para o outro da rua, entrando em uma esquina, mas Rodrigo não o vê.
     Rodrigo continua procurando por todos os lugares.
RODRIGO: Cadê esse cara? Ele tem que aparecer.
     Rodrigo procura mais ainda.
RODRIGO (grita): Aparece, seu desgraçado! Aparece! Você não adorava aparecer quando ninguém te chamava? Agora eu tô te chamando. Vem! Aparece!
     Todos que passam pela rua olham para Rodrigo.
RODRIGO: Tão olhando o quê? Nunca viram ninguém falando sozinho? Hein? Vão procurar o que fazer!
     Rodrigo vê o homem de capa branca observando-o.
RODRIGO: Ah, tomou coragem, é? Então agora eu te pego, seu mascarado do inferno!
     Rodrigo sai correndo atrás do homem de capa branca.
     Ele passa correndo em frente à oficina onde estão trabalhando Celina, Nando, Sócrates e Gago.
CELINA: Ih, esse cara aí parece que não bate bem da cabeça.
SÓCRATES: Por quê?
CELINA: Ah, não começa, né, Sócrates?
NANDO: É, ele tá andando que nem um louco. Quem será esse mascarado de quem ele tá falando?
GAGO: Co-co-coisa de louco. Mas vamo voltar ao tra-trabalho que a gente ga-ganha mais.
CELINA: Falou e disse, Gago.
     Celina, Gago, Nando e Sócrates voltam a trabalhar no conserto de uma bicicleta. Rodrigo continua andando pela rua gritando.
RODRIGO: Cadê você, seu desgraçado?
     Nesse momento, ouve-se a buzina de um carro. Rodrigo vira-se para trás e o carro o atropela.





#FIM DO SEGUNDO CAPÍTULO

OS CRÉDITOS SOBEM AO SOM DE:
“TERROR REQUIEM FOR DREAM”

    

    




     

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