Cena 1. Ext. Casa de Rodrigo. Frente. Tarde.
CAM
mostra a grande casa de Rodrigo. Branca, de dois andares, com uma fonte de água
na frente. Rodrigo chega com Caio no carro e coloca-o na garagem. Os dois saem
e entram na casa.
Cena 2. Int. Casa de Rodrigo. Sala. Tarde.
Tamara:
Demoraram
pra chegar da academia, filhos. O que aconteceu?
Rodrigo:
Bem,
não é da academia que a gente tá chegando. Na verdade, a gente tava na casa do
seu Aristeu. Ele passou mal e a gente teve que ficar lá até a mulher dele, a
Dona Olga, voltar.
Caio:
É,
e esse tempão que a gente ficou lá foi só tédio.
Rodrigo:
Cala
a boca, molecote!
Tamara:
Mas
o seu Aristeu já tá bem?
Rodrigo:
Quando
a gente saiu, ele já tava melhor.
Tamara:
Ah,
que bom então.
Caio:
Agora,
se me dão licença, vou tomar um bom banho.
Rodrigo:
Tudo
bem, senhor Napoleão Bonaparte.
Rodrigo
ri. Caio sobe as escadas e vai para o banheiro. Celso, o pai de Rodrigo e Caio,
chega.
Celso:
Olá,
família!
Rodrigo:
Oi,
pai.
Tamara
(levantando-se): Oi, amor (beija Celso).
Rodrigo:
E
aí, pai. Cê tava onde?
Celso:
Conversando com a diretora da escola do Caio. Esse menino tá precisando tirar
boas notas, senão fica de castigo.
Rodrigo:
Falando
no Napoleão Bonaparte, deixa eu subir e ver o que ele tá aprontando. Falou,
pai!
Rodrigo
sobe as escadas.
Celso:
Que
história é essa de Napoleão Bonaparte?
Tamara:
Depois
eu te conto. Agora senta aqui no sofá.
Celso
senta e beija Tamara.
Cena
3. Ext. Academia Friedrich. Frente. Tarde.
Raul e Marília saem da Academia e
sentam-se num banco que havia ali na frente.
Raul:
Nunca
fui com a cara desse Rodrigo.
Marília:
Muito
menos eu. Sempre o seu Aristeu deu mais importância pra ele e deixou a gente em
segundo plano. Eu não aguento mais essa rejeição. Eu preciso fazer alguma coisa
pra ser notada nessa academia.
Raul:
Em
que você tá pensando?
Marília:
Não
sei, mas eu juro que eu ainda vou me vingar do Rodrigo. Você me ajuda?
Raul: É lógico. O
Rodrigo não é melhor que ninguém. A gente vai acabar com esse paulista
engomadinho!
Cena 4. Ext. Pontos do Rio de Janeiro.
Tarde/Noite
(Sonoplastia:
Bailando – Enrique Iglesias ft. Luan Santana)
Anoitece
no Rio de Janeiro. As pessoas entram em suas casas. Carros andam pelas ruas.
CAM
mostra uma sorveteria, onde estão Gi, Batera e Letícia.
(Sonoplastia:
Fade Out – Bailando)
Cena
5. Int. Sorveteria. Interior. Noite.
Gi, Batera e Letícia tomam
sorvetes.
Gi:
Valeu,
Batera, por chamar a gente pra tomar sorvete. Tá vendo, Letícia, eu sou chique.
Agora tem até gente me chamando pra sair.
Letícia:
Cê
não acha que tá se achando demais, não, Gi?
Gi:
Ih,
como diz a música: “Deus me proteja da sua inveja”!
Letícia:
Que
mané inveja, Gi. O Batera também me chamou pra tomar sorvete, tá, querida?
Batera:
Gente,
vamo parar de briga.
Gi: Diz isso
pra essa invejosa aí.
Letícia: Invejosa é
a senhora sua mãe.
Gi: Não fala
da minha mãe não, senão eu rodo a baiana com você, hein?
Letícia e
Gi começam a brigar. Elas jogam sorvete uma no rosto da outra. Batera tenta
contê-las, mas sem sucesso. O rapaz acaba até com a cara suja de sorvete
também.
Cena
5. Ext. Rio de Janeiro. Rua. Noite.
Bilu e Tetéia andam pela rua. Bilu
carrega as coisas de Tetéia.
Tetéia:
Eu
arrasei no foxtrote, né Bilu?
Bilu:
Foi
sim. E eu acho que...
Tetéia:
Zip!
Só te perguntei se eu arrasei e você já me respondeu. Agora cale-se e guarde
sua fala apenas para quando lhe perguntarem.
Bilu:
Tá
bom.
Tetéia
tropeça em uma pedra.
Tetéia:
Ai,
meu joelho!
Bilu a
levanta. O joelho da menina está ralado. Bilu a coloca próximo ao seu rosto. Os
dois quase se beijam.
(Sonoplastia: The Lazy Song – Bruno Mars)
Bilu
(chegando mais perto): Tetéia, eu...
Tetéia:
Zip,
Bilu. Você nada. Agora me ajuda a andar.
Bilu:
Mas
como eu vou levar suas coisas?
Tetéia:
Se
vira.
Bilu
coloca as coisas de Tetéia debaixo do braço. Tetéia está mancando.
Cena
6. Ext. Pontos do Rio de Janeiro. Noite/Manhã
Amanhece no Rio de Janeiro. Pessoas
nadam no mar e surfam. Outras pessoas fazem caminhada pela praia de Copacabana.
Close
no Colégio Alberto Villani.
(Sonoplastia:
Fade Out – The Lazy Song)
Cena
7. Int. Colégio Alberto Villani. Sala de Aula. Manhã.
O
diretor Rômulo está na frente, falando com os alunos. Cabeção está encostado na
mesa.
Rômulo:
E
é isso, alunos. Nós vamos ter que fazer uma reforma na escola, que vai nos dar
um laboratório de ciências. Por isso, vamos fazer um pequeno recesso nas aulas.
Quando voltarmos às aulas, haverá uma festa à fantasia. É isso. Tenham um bom
dia.
Rômulo
sai. Todos gritam.
Cabeção:
Nada
como um recesso nas aulas. Férias é vida!
Batera:
Oxigênio
também.
Todos
riem.
Cena
8. Int. Oficina. Manhã.
Gago, Nando, Sócrates e Celina
trabalham na oficina.
Gago:
Por
causa de-dessa droga-ga de traba-balho eu tive que fa-fa-fa...
Nando:
Faltar?
Gago:
Fa-fa-falar
pro direto-to-tor que eu tava do-doente.
Sócrates:
Por
quê?
Celina:
Ih,
começou.
Nando
vê Tati saindo da academia de artes. Ela sobe na bicicleta, que está com a
corrente caída.
Tati:
Ai,
droga!
Nando
(indo até ela): Algum problema aí?
Tati:
A
corrente da minha bicicleta caiu.
Nando:
Ah,
mas isso é fácil de consertar. Posso levar pra oficina?
Tati:
Claro.
Nando
leva a bicicleta para a oficina e coloca a corrente no lugar.
Nando:
Pronto.
Tati:
Mas
já?
Nando:
Ah,
era só um ajuste de corrente, coisa rápida.
Tati:
Valeu.
Quanto eu te devo?
Nando:
Não,
não é nada.
Tati:
Eu
insisto em te pagar.
Nando:
Eu
já disse que não precisa.
Tati:
Bom,
então tá, né? Obrigada.
Tati
vai embora. Nando olha para ela.
Celina:
Nando?
Ô, Nando. (gritando) NANDOOOO!!!
Nando:
Que
foi, Celina?
Celina:
Será
que o apaixonadinho pode voltar um pouco pro mundo real? Alô, você recebe pra
isso. A gente não vai fazer tudo isso sozinho. Mão na massa. Quer dizer, na
graxa.
Nando
volta ao trabalho, decepcionado.
Cena
9. Int. Academia Friedrich. Manhã.
O
professor Geraldo está no palco, falando em um microfone.
Geraldo:
Sabe,
gente, é muito gratificante ver todos vocês se esforçando tanto. Eu sei que
vocês amam a arte, assim como eu. E eu tô aqui justamente pra parabenizar todos
vocês pelo esforço e dedicação. Parabéns!
Todos
batem palmas.
Geraldo:
E
eu gostaria de chamar o Bilu pra cantar uma música pra gente.
Bilu:
Precisa
ser eu, professor?
Tetéia:
É
claro que precisa, Bilu. Vai lá. Eu tô te ordenando.
Aluno:
Quem
ordenha é fazendeiro.
Tetéia:
E
quem late atrás de gata é cachorro.
Todos:
UUUUUHHHHHHH.
Raul:
Ai,
meu pâncreas. Doeu até em mim.
Geraldo:
Vamo
parar? Vem Bilu.
Bilu
sobe no palco, tímido e começa a cantar “Eduardo e Mônica”.
Bilu
(canta olhando para Tetéia): Quem um dia irá dizer que não
existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que existe razão?
Cena
10. Int. Casa de Celso e Tamara. Quarto de Rodrigo. Manhã.
Rodrigo
está deitado na cama, pesquisando sobre esquizofrenia. Ele acredita que possui
algum problema mental, pois vê frequentemente um homem de capa branca.
RODRIGO: Será? Será
que eu tô louco? E se eu não tiver? Por que será que esse cara vive me
perseguindo? E quem é ele? Ah, eu não suporto mais tanta dúvida assim. Já é
demais. Eu acho que eu vou atrás desse cara. Eu preciso saber quem é ele e por
que ele me persegue tanto assim.
Rodrigo
suspira. O rapaz levanta-se e olha-se no espelho.
RODRIGO: O que será
que eu tenho pra ele viver me perseguindo?
Ouve-se a
voz de Tamara.
TAMARA
(off.): Rodrigo, você ainda não tomou banho
RODRIGO:
Já
vou, mãe!
Rodrigo
tira a camisa. CAM mostra as costas dele e foca em uma pinta em forma de número
3.
Cena
11. Int. Casa de Aristeu. Sala. Manhã.
(Sonoplastia: Terror Requiem For Dream)
Aristeu
anda rumo à porta, quando, de repente, sente uma dor e põe a mão no peito. O
homem cai e tenta pegar o telefone, mas não consegue se levantar. Aristeu fica
desacordado.
Cena
12. Int. Casa de Tamara e Celso. Banheiro. Manhã.
Rodrigo toma banho. Pela janela do
banheiro, o mesmo homem de capa branca o observa. O homem vê a pinta em forma
de número 3 nas costas de Rodrigo.
Rodrigo
termina o banho e sai do box para pegar a toalha. O homem sai correndo dali.
Rodrigo se enrola com a toalha e vai para o quarto.
Cena
13. Ext. Rio de Janeiro. Rua. Manhã.
(Sonoplastia:
Terror Requiem for Dream)
Rodrigo sai
andando pela rua, com as mãos nos bolsos do casaco, procurando o homem de capa
branca. Ele olha para todos os lugares; árvores, muros, debaixo de pontes,
atrás de latões de lixo. O rapaz não encontra ninguém. O homem de capa branca
corre de um lado para o outro da rua, entrando em uma esquina, mas Rodrigo não
o vê.
Rodrigo
continua procurando por todos os lugares.
RODRIGO: Cadê esse
cara? Ele tem que aparecer.
Rodrigo
procura mais ainda.
RODRIGO
(grita): Aparece, seu desgraçado! Aparece! Você não adorava aparecer
quando ninguém te chamava? Agora eu tô te chamando. Vem! Aparece!
Todos
que passam pela rua olham para Rodrigo.
RODRIGO: Tão
olhando o quê? Nunca viram ninguém falando sozinho? Hein? Vão procurar o que
fazer!
Rodrigo
vê o homem de capa branca observando-o.
RODRIGO: Ah, tomou
coragem, é? Então agora eu te pego, seu mascarado do inferno!
Rodrigo
sai correndo atrás do homem de capa branca.
Ele passa correndo em frente à
oficina onde estão trabalhando Celina, Nando, Sócrates e Gago.
CELINA: Ih, esse
cara aí parece que não bate bem da cabeça.
SÓCRATES: Por quê?
CELINA: Ah, não
começa, né, Sócrates?
NANDO: É, ele tá
andando que nem um louco. Quem será esse mascarado de quem ele tá falando?
GAGO: Co-co-coisa
de louco. Mas vamo voltar ao tra-trabalho que a gente ga-ganha mais.
CELINA: Falou e
disse, Gago.
Celina,
Gago, Nando e Sócrates voltam a trabalhar no conserto de uma bicicleta. Rodrigo
continua andando pela rua gritando.
RODRIGO: Cadê você,
seu desgraçado?
Nesse
momento, ouve-se a buzina de um carro. Rodrigo vira-se para trás e o carro o
atropela.
#FIM DO SEGUNDO CAPÍTULO
OS CRÉDITOS SOBEM AO SOM DE:
“TERROR REQUIEM FOR DREAM”

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