terça-feira, 16 de junho de 2015

Capítulo 24: Mar da Vida


CENA 01. APTO ROGÉRIO. INT. NOITE.

     Continuação do capítulo anterior. Felipe vai saindo do apartamento, quando Rogério o segura.

ROGÉRIO: - Espera. Hoje você fica comigo.

Os dois se olham profundamente.

FELIPE: - Me solta Rogério... Hoje eu tive um dia cheio, já consegui o dinheiro que você pediu. Me deixa ir.
ROGÉRIO: - Você está me dispensando? Numa noite tão bonita dessas?...
FELIPE: - Eu não posso ficar. Aconteceu um incêndio no projeto ambiental da empresa, meu primo está péssimo, a família toda está péssima com isso... Não há clima pra nada hoje.
ROGÉRIO: - Mas você não está péssimo... Você mesmo já me disse que nem liga para o seu primo.
FELIPE: - Não ligo mesmo, mas infelizmente, eu faço parte da família e tenho que demonstrar meu apoio a ele. Agora me deixa ir.
ROGÉRIO: - Bebe um vinho antes.
FELIPE: - Ah não, Rogério, vamos parar com esse joguinho tolo...
ROGÉRIO: - Bebe sim. Eu sei que você vai gostar.

Rogério pega duas taças e a garrafa de vinho. Felipe fica esperando. Rogério abre o vinho, e serve as taças, sempre olhando para Felipe de forma maliciosa.

ROGÉRIO(oferecendo a taça para Felipe): - Toma.

Felipe fica a olhar para Rogério por um instante, mas logo aceita a taça.

ROGÉRIO: - Vamos brindar.
FELIPE: - Brindar o quê, Rogério? Não há o que brindar!
ROGÉRIO: - Vamos brindar a nossa união. Ao golpe perfeito que nós damos na empresa do seu tio, aos dólares que eu acabei de ganhar e aos muitos que ainda virão para a minha conta.
FELIPE: - Vai sonhando...
ROGÉRIO: - Ah, esqueci de brindar o principal.
FELIPE: - O que é?
ROGÉRIO: - Ao nosso amor!

Rogério ergue a taça. Felipe, não esboça reação alguma. Rogério pega a mão de Felipe e leva a taça dele ao encontro da sua.

ROGÉRIO: - Você precisa começar a colaborar mais Felipe, nesses momentos alegres que nós temos.
FELIPE: - Só você está sentindo alegria aqui, só você...
ROGÉRIO: - Não me diga agora que você não está mais gostando de ficar perto de mim!
FELIPE: - Eu nunca gostei... Me arrependo até o último fim de cabelo de ter que ficar perto de você.
ROGÉRIO: - Não mente Felipe. No fundo, eu sei que você gosta.
FELIPE: - Deixa de falar bobagens!
ROGÉRIO: - Vou deixar mesmo. Agora eu vou é agir!

Rogério agarra Felipe e o beija fortemente. Felipe tenta se esquivar, resistir, mas não consegue. Os dois vão aos beijos e amassos até o quarto de Rogério.

CENA 02. APTO ROGÉRIO. QUARTO. INT. NOITE.

Felipe e Rogério entram no quarto aos beijos. Os dois caem sobre a cama. Rogério rapidamente tira a camisa. Os dois continuam se beijando calorosamente, cheios de desejo. Porém, Felipe se levanta rapidamente.

FELIPE: - Não, Rogério... Hoje não!
ROGÉRIO: - Ah não Felipe, agora que estava ficando bom!
FELIPE: - Hoje não, não dá mesmo...
ROGÉRIO: - Está querendo fugir de mim de novo? Você sabe que eu não gosto disso... Agora você tem que fazer o que eu mandar, o que eu quiser, senão eu abro a boca e todo mundo fica sabendo de tudo, entendeu?
FELIPE: - Eu entendi! Mas olha só. Hoje eu não estou com cabeça pra isso... Quem sabe outro dia.
ROGÉRIO: - Amanhã.
FELIPE: - Amanhã? Já?
ROGÉRIO: - Amanhã mesmo! Amanhã à noite, aqui no meu apartamento. Só eu e você novamente.
FELIPE: - Tudo bem, agora eu preciso ir.

Felipe sai do quarto rapidamente. Rogério se atira na cama, com um sorriso sacana no rosto.

CENA 03. PRÉDIO DO CENTRO. EXT. NOITE.

Felipe sai do prédio rapidamente.

FELIPE: - Isso não pode continuar assim...

 Felipe arruma a camisa, e vai embora rapidamente.


CENA 04. DUNAS PRAIA REAL. EXT. NOITE.

     Sentado na duna da praia, sozinho, Matheus espera ansioso por Alice, que pouco tempo depois, chega no local.

ALICE: - Matheus!
MATHEUS: - Alice!
    
     Os dois se abraçam fortemente e logo depois se beijam.

MATHEUS: - Pensei que você não viesse.
ALICE: - Eu me atrasei um pouco. Mas eu nunca deixaria de vir aqui te ver.
MATHEUS: - Eu te amo muito!

     Os dois se beijam novamente, apaixonadamente.

CENA 05. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

     César, sentado em sua escrivaninha, analisa alguns papéis do projeto ambiental enquanto Rúbia, sentada na cama, olha os catálogos das lojas de enxoval.

RÚBIA: - Olha César, eu gostei dessa loja aqui. Tem bastante coisas legais.
CÉSAR (analisando os documentos): - Que bom, Rúbia.
RÚBIA: - Mas tem essa daqui também! Lindas essas roupas! Olha só, César! (mostrando para ele)
CÉSAR (analisando os documentos): - São lindas mesmo.
RÚBIA: - Você nem olhou!
CÉSAR: - Desculpa, Rúbia, mas é que eu agora não estou com cabeça para isso. Estou aqui analisando uns documentos do projeto ambiental, coisa importante.
RÚBIA: - Você está querendo dizer que as roupas do seu filho são menos importantes do que o projeto ambiental que está virado em cinzas é isso?
CÉSAR: - Não quis dizer isso...
RÚBIA: - Mas disse! Você está se importando mais por um monte de escombros do que com seu filho, césar!
CÉSAR: - Não faça drama não, Rúbia, por favor! Você está exagerando!
RÚBIA: - Eu estou exagerando? Eu já te mostrei várias coisas aqui, de roupas, peças lindas e você nem sequer deu o trabalho de olhar!
CÉSAR: - Acontece que eu estava tentando organizar as coisas do meu trabalho!
RÚBIA: - Viu?! Novamente você está dizendo que o seu trabalho é mais importante do que o seu filho!
CÉSAR: - Você está sendo egoísta, sabia? Não percebe que o meu trabalho é que vai dar o sustendo para o nosso filho?
RÚBIA: - Que trabalho, César! Você é rico! Rico! Não precisa trabalhar pra nada! Seu pai te sustenta, banca tudo para você, inclusive faz um novo projeto ambiental pra você! Quantos você quiser!
CÉSAR: - Mas eu não sou assim, Rúbia. Eu não sou dessas pessoas que vivem nas costas dos pais e com certeza meu filho também não será como eu. Ele vai aprender a correr atrás daquilo que ele quer, sem ficar dependendo de alguém para bancar.
RÚBIA: - O quê? Meu filho trabalhando, tendo uma família rica como essa? Só você mesmo com esse sonho... Parece a Brenda, com esses pensamentos utópicos, ridículos como ela!
CÉSAR (irritado): - Ridícula é você, que fica aí sem fazer nada, pensando besteira, achando que vive num mar de rosas, dentro do seu mundinho medíocre, idiota, vazio e egoísta! Ridícula é você!

Rúbia fica totalmente surpresa com os dizeres de César, que se demonstrou visivelmente irritado. César vai até a janela para tomar um ar, esfriar a cabeça. Fica um silêncio no quarto.

CENA 06. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.

Alberto e Tânia estão deitados na cama, quando ouvem a discussão de César e Rúbia.

TÂNIA: - Você ouviu isso?
ALBERTO (lendo um livro): - Ouvi sim.
TÂNIA: - Eles estão discutindo!
ALBERTO: - Coisas de casal, meu bem.
TÂNIA: - Não, querido, nem todos os casais discutem. Nós nunca discutimos.
ALBERTO: - É verdade.
TÂNIA: - Mas é a primeira vez que eu vejo o César gritar assim... Acho que foi sério.
ALBERTO: - Eles vão se acertar. Eles se amam.

CENA 07. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

     Rúbia, sentada na cama, começa a chorar. César, na janela, sente-se arrependido por ter gritado com ela. Ele se aproxima de Rúbia, senta-se na cama e segura sua mão.

CÉSAR: - Não chore Rúbia.
RÚBIA: - Como você quer que eu não chore, depois disso que você me disse... Eu nunca esperei isso de você, nunca.
CÉSAR: - Eu sei, eu perdi a cabeça... É muita coisa que está acontecendo. Você sabe que o projeto ambiental é importante pra mim, como eu gosto daquilo e que agora está tudo acabado. Eu estou tentando me recuperar disso tudo, tentando buscar um jeito de voltar tudo ao normal, está sendo difícil. É claro, é lógico que eu me importo com meu filho e ele sempre vai ser importante na minha vida. Assim como você. Mas no momento, isso pode ficar um pouco de lado, dar um tempo até as coisas se acalmarem, entende?
RÚBIA: - Tudo bem, eu sei... Desculpa também por ter dito aquelas coisas. Mas é que não queria deixar tudo pra depois. Eu gostaria muito de poder comprar as coisas do meu filho, curtir isso tudo, sabe? Ainda mais depois do susto que eu levei, que eu quase o perdi.
CÉSAR: - Que nós quase o perdemos.

     Os dois se olham carinhosamente e se Os dois se beijam.

CÉSAR: - Eu não tenho como me ausentar agora daqui, por causa desses problemas todo com o projeto ambiental. Por conta disso, por que você não convida a Brenda para ir com você?
RÚBIA: - A Brenda?
CÉSAR: - É, a Brenda. É sua irmã e com certeza irá te ajudar nessa viagem para comprar as roupas, tudo do enxoval.
RÚBIA: - Talvez... Mas acho que não vai dar. A Brenda ajuda meus avós no restaurante. Ela faria falta lá.
CÉSAR: - É mesmo, que pena...
RÚBIA: - Já sei! Vou falar com a Patrícia! Tenho certeza de que ela vai gostar!
CÉSAR: - Isso! Você fala com ela e vão as duas para São Paulo.
RÚBIA: - Vai ser muito bom!

     Os dois se abraçam felizes.

CENA 08. DUNAS PRAIA REAL. EXT. NOITE.

     Alice e Matheus estão sentados na duna, de frente para o mar, contemplando o céu estrelado e a linda lua que ilumina Praia Real.

ALICE: - Isso tudo é muito lindo.
MATHEUS: - só não é mais lindo do que você.

Os dois se olham carinhosamente. Alice abre um sorriso singelo, doce. Aos poucos, seus rostos vão se aproximando e os dois se beijam. Matheus e Alice se beijam apaixonadamente à luz do ar. Matheus deita a moça sobre as areias.

MATHEUS: - Você é muito especial.
ALICE: - Eu te amo, Matheus! Amo muito!
MATHEUS: - O que eu sinto por você é um amor e um carinho muito forte. Maior que o céu, bem mais que o infinito.
ALICE: - E eu estou preparada para receber todo esse amor e esse carinho que você tem para me dar.

Aos poucos, seus corpos se aproximam. Matheus, vagarosamente abre cada botão do vestido de Alice, que aos poucos, retira a camisa de Matheus. Os dois trocam carícias e beijos apaixonados. Matheus e Alice fazem amor sob o brilho cintilante das estrelas, nas duas da praia.

CENA 09. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Helena desce as escadas para sala, e encontra Petrônio e Samantha, abraçados no sofá, olhando um filme.

HELENA: - Papai você viu o Matheus?
PETRÔNIO: - Não vi não, minha filha. Você viu Samantha?
SAMANTHA: - Vi, mas faz um tempo já... Ele estava saindo.
HELENA: - E por acaso ele disse onde ia?
SAMANTHA: - Falou que ia dar uma volta com o pessoal.
HELENA: - Eu detesto quando ele sai e não me avisa.
PETRÔNIO: - Relaxa Helena, ele é um garoto responsável. E está na idade de sair mesmo.
HELENA: - Mas ele pode pelo menos avisar aonde vai, com quem vai...
PETRÔNIO: - Não se preocupe, ele saiu com os amigos dele, daqui a pouco ele está de volta. Não quer ficar aqui e ver um filme conosco?
HELENA: - Não, obrigada. Vou pro meu quarto. Boa noite.
SAMANTHA: - Boa noite!

     Helena vai para o seu quarto, enquanto Petrônio e Samantha continuam assistindo o filme, abraçadinhos.

CENA 10. PETRÓPOLIS. SALÃO DE JANTAR. INT. NOITE.

     Vera e Leandro terminam de jantar no restaurante do hotel.

LEANDRO: - Estava maravilhoso.
VERA; - Estava mesmo! Uma delícia.
LEANDRO: - Então, meu amor, está gostando do nosso passeio?
VERA: - Eu estou adorando, Leandro! Nem quando fomos à Paris eu me senti assim, tão feliz como agora.
LEANDRO: - Que bom que você está gostando. Ah, amanhã pela manhã nós vamos para o haras.
VERA: - Claro! Preciso treinar a minha equitação.
LEANDRO: - E eu quero domar um cavalo bem xucro!
VERA: - Você? Domando cavalo? (risos)
LEANDRO: - Por que não? Eu tenho experiência!
VERA: - Experiência da onde? Da fazenda do seu avo que você não vai desde quando tinha 15 anos? (risos) É capaz do cavalo domar você!
LEANDRO: - Ei, não é assim não!

     Os dois seguem conversando. Ao fundo, sentada sozinha em uma mesa, Mônica observa tudo.

CENA 11. CASA ALBERTO. QUARTO ALBERTO. INT. NOITE.

     Alberto continua lendo seu filho, mas percebe que Tânia está um pouco inquieta, sempre observando o telefone.

ALBERTO: - Aconteceu alguma coisa, querida?
TÂNIA: - Comigo?
ALBERTO: - Sim, com você. Estou tentando ler, mas não consigo. Percebo que você está inquieta, a todo minuto fica cuidando o telefone...
TÂNIA: - Eu?!
ALBERTO: - Sim, Tânia, você.
TÂNIA: - Não é nada não, querido... Eu só estou preocupada com esse negócio do projeto ambiental. Que tristeza...
ALBERTO: - Mas não há motivos para se preocupar, tudo vai ficar bem.
TÂNIA: - Assim espero...

     Alberto volta a ler seu livro enquanto Tânia disfarça seu medo de receber uma nova ligação.

CENA 12. DUNAS PRAIA REAL. EXT. NOITE.

Abraçados um ao outro, deitados sobre a duna de areia, Matheus e Alice estão felizes após a primeira noite de amor dos dois.

MATHEUS: - Você gostou?
ALICE: - Eu gostei.
MATHEUS: - Eu estava nervoso, porque eu queria que fosse muito especial para você. Queria que fosse num lugar bacana, confortável, bonito, pra gente ficar a vontade, pra você se sentir segura e...
ALICE (interrompendo): - Matheus! Eu adorei! Foi lindo, foi fantástico, maravilhoso!... Eu me senti amada plenamente. Ainda mais sob o brilho dela lua linda e das estrelas... Foi uma bênção para o nosso amor. Foi a noite mais incrível da minha vida.
MATHEUS: - Da minha também.

     Os dois se beijam.

ALICE: - Mas agora eu preciso ir, não posso dormir fora de casa.
MATHEUS: - A gente se veste e eu te acompanho até em casa.

     Os dois se arrumam e partem.

CENA 13. CIDAZINHA DO INTERIOR. RODOVIÁRIA. INT. NOITE.

     Em uma rodoviária, de uma cidadezinha do interior do Estado do Rio de Janeiro, um ônibus com destino à Praia Real está prestes a sair. Entre os passageiros, um homem aparentemente bem aprumado, embarca também. Pouco tempo depois, o ônibus parte para o seu destino.




CENA 14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER. / PETRÓPOLIS. HARAS DO HOTEL. EXT. DIA.

     Imagens do dia amanhecendo. Corta para Petrópolis. O sol alto, as pessoas nas ruas. Corta para imagens gerais do haras do hotel onde Vera e Leandro estão hospedados.

VERA: - Leandro, meu bem, você busca o meu cavalo?
LEANDRO: - Claro, busco sim.

     Leandro vai até o estábulo enquanto Vera fica a observar os outros hóspedes no haras.

CENA 15. PETRÓPOLIS. HARAS DO HOTEL. ESTÁBULO. INT. DIA.

     Enquanto Leandro pega os cavalos para sair, Mônica o surpreende por trás, tapando seus olhos com as mãos.

LEANDRO: - Mas o que está acontecendo?... Hum... É você, não é meu amor? Pediu pra mim vir antes até aqui pra gente ficar juntinho, não é? Você é esperta Vera!

     Mônica tira as mãos dos olhos de Leandro, que se vira rapidamente e fica perplexo ao vê-la.

LEANDRO: - Agora eu te pego!... Mônica?!
MÔNICA: - Oi, chefinho!
LEANDRO (surpreso): - O que você está fazendo aqui, mulher?!
MÔNICA: - Ué, vim passear também... que coincidência, não é? Escolhemos o mesmo hotel para ficar!
LEANDRO: - Isso não pode ser verdade!
MÔNICA: - Mas é... Tanto é verdade, que eu estou aqui, sozinha, bonitinha, só para você...

     Mônica se insinua para Leandro, que tenta resistir.

LEANDRO: - Você é muito boa, quero dizer, você é louca, Mônica! Louca!
MÔNICA: - Eu sou louca, é? Então você é o doutor que vai curar a minha loucura... Vem!

     Mônica se abraça em Leandro, que tenta, mesmo querendo, se desvencilhar dela. Os dois até se beijam rapidamente, quando Leandro ouve a voz de Vera lhe chamando, se aproximando do local.

LEANDRO: - A Vera está me chamando, e está cada vez mais perto.
MÔNICA; - Deixa de ser bobo, não tem ninguém te chamando... Estamos só nós dois aqui e os cavalinhos, meu tigrão!

     Os dois continuam aos amassos, quando Leandro escuta Vera lhe chamar ainda mais perto. Rapidamente, Leandro empurra Mônica para dentro do estábulo. A moça cai deitada sobre as palhas e capins. Vera se aproxima de Leandro.

VERA: - Leandro, porque demorou? Estou ansiosa para começar a cavalgar!
LEANDRO: - Eu já estava indo meu bem.
VERA (animada): - Então vamos, vamos logo!

     Leandro e Vera saem. Mônica se levanta e sai do estábulo com a roupa cheia de capins.

MÔNICA: - Leandro, eu ainda te pego...


CENA 16. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. DIA.

     Alice e Brenda conversam.

BRENDA: - Vi que você acordou bem feliz hoje... Aconteceu alguma coisa? Algum passarinho verde trouxe uma boa notícia que eu ainda não sei? (risos)
ALICE: - O passarinho verde trouxe uma notícia mais do que boa, ótima! Ele disse que eu realmente estou sendo muito amada!
BRENDA: - Nossa! Que amor é esse? Ah, já sei... Matheus anda balançando forte esse seu coração, não é?
ALICE: - Ele é tudo o que eu sempre sonhei pra mim, Brenda. É carinhoso, atencioso, respeitador...
BRENDA: - Fico muito feliz por você.
ALICE: - Ontem, nós passamos a noite juntos.
BRENDA (surpresa): - Como é que é? Eu acho que não ouvi direito.
ALICE: - Ontem, eu e o Matheus passamos a noite juntos, nas dunas.
BRENDA: - Alice!
ALICE: - Nós nos amamos, Brenda... Fizemos amor à luz do luar!
BRENDA: - Meu Deus, eu estou sem palavras!
ALICE: - Foi mágico, foi perfeito... Um sonho real.

     As duas se abraçam.

ALICE: - Foi um passo importante na minha vida, entende?
BRENDA: - Entendo, claro.
ALICE: - E eu me senti totalmente segura, confiante.
BRENDA: - Sim, tem que estar preparada pra isso. E também sentir algo muito forte pela pessoa que está com você.
ALICE: - Eu e o Matheus sentimos isso, um pelo outro.

     Brenda aos poucos vai perdendo o sorriso.

ALICE: - O que foi Brenda?
BRENDA: - Eu vendo e ouvindo vocÊ tão feliz, se acertando com o Matheus, tendo uma noite maravilhosa com ele... E eu ainda nessa incerteza aqui dentro do peito.
ALICE: - Mas você não está feliz com o Guto?
BRENDA: - Estou, claro que estou...
ALICE: - Mas então?
BRENDA: - Sinceramente, na verdade eu não sei se estou feliz com ele. O Guto é um rapaz único, incomparável, amigo, companheiro. Mas, eu ainda não sei se o que eu sinto por ele é mesmo amor, sabe? Amor verdadeiro, puro.
ALICE: - Você ainda sente falta do César, não é?
BRENDA: - Sinto, Alice.
ALICE: - Mas agora não tem mais como voltar, Brenda. Ele está com a Rúbia, vai ser pai do filho dela. E ele mesmo falou para você que o amor de vocês estava se esgotando...
BRENDA: - Ele viu eu e o Guto se beijando, na praia.
ALICE: - Ele está seguindo a vida dele e eu acho que você deve fazer o mesmo. Segue a sua vida, mesmo que isso faça você sofrer, mas por pouco tempo. Você vai ser feliz, Brenda, muito feliz.

     As duas se abraçam novamente.

CENA 17. BEST FISH. SALA ALBERTO. INT. DIA.

     Alberto e Marina estão na sala, conversando, quando Felipe entra no local.

ALBERTO: - Felipe, bom que você chegou. Eu ia mesmo pedir para que você viesse até aqui com os relatórios que eu havia pedido.
MARINA: - Você trouxe os relatórios?
FELIPE: - Trouxe sim, está tudo aqui. Eu estava justamente vindo trazer para o senhor, tio.

     Felipe entrega os relatórios alterados para Alberto e Marina analisarem.

FELIPE: - Como vocês podem ver, estamos indo bem, o contrato rendeu bons frutos.
MARINA: - Realmente os dados estão batendo.
ALBERTO: - Muito bom. Isso é sinal de um bom negócio.
FELIPE: - Com certeza. Modéstia a parte, eu tratei muito bem desse serviço, pois qualquer descuide, seria uma falha gravíssima, colocando em risco as finanças da empresa.
ALBERTO: - E com razão. Esse foi um dos contratos mais bem feitos da nossa empresa. Embora o valor não fosse tão alto, serve como entrada dos nossos serviços nos Estados Unidos e Canadá.
MARINA: - E você pretende expandir para a Europa também, papai?
ALBERTO: - Sim, Marina. Faz tempo já que tive pequenos contatos com empresários ingleses e espanhóis. São dois países possíveis de negociação.
FELIPE: - Mesmo sendo países de litoral, tio? Pois Inglaterra e Espanha têm experiência em navegação, pesca...
ALBERTO: - Mas não têm os nossos serviços e a nossa influência de mercado, Felipe. A Best Fish é um império no seu ramo e todos os países têm interesse em fazer negócio conosco, mas é preciso que nós estudemos quais as vantagens desses negócios, para não perdermos o nosso foco.

CENA 18. CASA SÔNIA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Sônia e Matilde conversam, sentadas no sofá.

MATILDE: - Que bela casa, Sônia!
SÔNIA: - É alugada. O meu companheiro, Adriano, alugou para nós, durante o tempo em que ficaremos por aqui.
MATILDE: - Companheiro?
SÔNIA: - Sim, mamãe. Nós não somos casados. Somos, digamos, namorados...
MATILDE: - Entendi... Mas você disse que ficarão durante um tempo. Vocês pretender ir embora?
SÔNIA: - Sim. O Adriano é o dono do novo resort que está sendo construído aqui em Praia Real e ele preferiu vir morar aqui durante o tempo das obras.
MATILDE: - Por isso você retornou.
SÔNIA: - Coisas do destino.
MATILDE: - E quando ficam prontas as obras?
SÔNIA: - Elas já estão bem adiantadas...
MATILDE: - Mas você não pode ir embora sem antes acertar essa história toda!
SÔNIA: - Eu sei, mamãe.
MATILDE: - Esse seu companheiro, namorado, sabe disso tudo?
SÔNIA: - Não. Eu não contei pra ele.
MATILDE: - Sônia! Ele deve saber!
SÔNIA: - Eu sei, mamãe, mas eu não tive coragem... Ele não sabe que tenho família, não sabe da minha filha, nada.
MATILDE: - Você ocultou a sua história para ele!
SÔNIA: - Eu tive medo de que ele quisesse buscar tudo, trazer à tona a minha história para conhecer, entender e aí complicaria demais, entende?
MATILDE: - Sim, eu entendo... embora eu não concorde! E o Henrique?
SÔNIA: - Eu já falei com ele algumas vezes. O Adriano o considera um amigo, e agora também parceiro de negócios. A convivência entre nós será inevitável.
MATILDE: - Ele também já esteve no restaurante, perguntou por você, enfim...
SÔNIA: - Ele quer saber da filha que ele não conhece.
MATILDE: - E você acha que deve contar?
SÔNIA: - Não sei, mamãe... Num primeiro momento, quando ele perguntou, eu não disse nada. Fiquei com magoada pelo fato dele me abandonar e não dar notícias, sabe?... Mas depois, eu fiquei pensando muito na situação dele, de sempre querer ser pai, de ter um filho e saber que esse filho existe, que está aí... Mas eu não posso falar ainda. Primeiro eu tenho que resolver a minha situação com a minha filha.
MATILDE: - É verdade. Você deve se acertar primeiro. Não apenas com a Brenda, mas com a Rúbia também.
SÔNIA: - Além disso, preciso encarar meu pai novamente.
MATILDE: - Seria uma boa se nós conseguíssemos nos reunir, eu, você, seu pai e o Henrique. E colocar tudo em pratos limpos primeiro. Depois sim, falaríamos com as meninas.
SÔNIA: - você acha isso possível?
MATILDE: - Não custa tentar. E enquanto isso, você deve conservar com seu namorado para que ele não se sinta excluído da sua vida...
SÔNIA: - Nossa, meu Deus, quanta coisa!
MATILDE: - É a vida, minha filha... Como o mar, às vezes sereno, às vezes agitado...

CENA 19. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. DIA.
    
     O quiosque está bem movimentado. No estande onde Virgínia vendia os cosméticos, uma enorme fila se concentra. Virgínia e Carvalho, sentados em uma mesa, devolvem o dinheiro para as clientes.

VIRGÍNIA (à cliente): - Aqui está o seu dinheiro, obrigada e desculpe o transtorno.
CARVALHO (à cliente): - Aqui está o seu dinheiro, obrigado e desculpe o transtorno.
VIRGÍNIA (cochichando com Carvalho): - Meu Deus do céu, não termina nunca essa fila!
CARVALHO: - Pelo visto, a única coisa certa de que vai terminar aqui é o dinheiro...

     Os dois seguem devolvendo o dinheiro para as clientes.

CENA 20. CASA TOMÁS. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Rúbia e Patrícia conversam na sala.

PATRÍCIA: - Que bom que você veio, Rúbia. Fiquei contente!
RÚBIA: - Precisava sair um pouco, respirar... As coisas lá em casa não andam bem, sabia?
PATRÍCIA: - Fiquei sabendo, meu pai me falou sobre o incêndio. Nossa, que coisa horrível, não é?
RÚBIA; - Foi mesmo... E o pior é que o César agora é 24h aquele projeto ambiental, nem dá bola para mim e pro filho dele.
PATRÍCIA: - Ah, também não exagera, né Rúbia? Você sabe muito bem que ele adorava o trabalho dele. E que com certeza, ele gosta sim muito do filho.
RÚBIA: - Eu sei disso... Nós até discutimos feio sobre isso, ontem.
PATRÍCIA: - Não me diga!
RÚBIA: - Ele ficou super irritado, chegou a gritar comigo e tudo!...
PATRÍCIA: - Mas o que você fez para ele ficar desse jeito? É até difícil imaginar o César gritando e irritado!
RÚBIA: - Pois é, mas ele ficou... tudo sabe por quê?
PATRÍCIA: - Não sei, mas estou super curiosa pra saber.
RÚBIA: - Tudo porque eu chamei a Brenda de ridícula.
PATRÍCIA: - Não posso acreditar!
RÚBIA: - Pois é... ele ainda sente alguma coisa por ela. Ai que ódio!
PATRÍCIA: - Mas pelo menos vocês vão ter a viagem para São Paulo, assim você faz ele esquecer ela de vez.
RÚBIA: - Aí é que você se engana. Com a droga do incêndio, ele não quer se ausentar para saber o resultado da perícia... com isso, nós não vamos viajar juntos.
PATRÍCIA: - Que maré baixa pra você, hein amiga!
RÚBIA: - Mas ele me deu uma idéia boa e é por isso que eu estou aqui.
PATRÍCIA: - E o que ele te disse?
RÚBIA: - Ele sugeriu que eu convidasse a Brenda para ir comigo à São Paulo. Lógico que eu não aceitei, mas aí eu tive a idéia de te convidar para ir comigo. Você é a minha melhor amiga e tenho certeza que será uma companhia muito agradável pra mim. Então, o que você me diz, aceita ir comigo pra São Paulo?
PATRÍCIA: - E você ainda pergunta? É claro que eu vou com você, Rúbia!

     As duas se abraçam animadas.

RÚBIA: - Eu sabia que você iria gostar! Vai ser uma viagem fantástica!
PATRÍCIA: - Claro! Vamos fazer muitas compras para o bebê!
RÚBIA: - E para a gente também né?

     As duas riem, felizes.

CENA 21. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / BEST FISH. ESTACIONAMENTO. INT. NOITE.

     Imagens de Praia Real ao anoitecer. Por-do-sol na praia, imagens da cidade à noite. Corta para o estacionamento da Best Fish. Tomás, Alberto, Marina e Felipe se organizam para ir embora.

TOMÁS: - Bem, vou indo lá. Boa noite a todos!
ALBERTO: - Boa noite, Tomás!

Tomás entra em seu carro e vai embora. Marina e Alberto seguem para o carro de Alberto enquanto Felipe vai para outro lado.

MARINA: - Felipe, você não vai com a gente?
FELIPE: - Não, não, eu tenho um compromisso agora.
ALBERTO: - Que compromisso, Felipe? Vai pegar umas gatinhas?
MARINA: - Papai!
FELIPE: - Talvez tio... Mas é que encontrei outro dia uns amigos da faculdade e aí marcamos um encontro num barzinho aqui no centro...
ALBERTO: - Mas entra aí rapaz, a gente te deixa lá.
FELIPE: - Não será preciso, eu pego um táxi aqui mesmo.
ALBERTO: - Deixa de ser bobo Felipe. Entra aí, eu te levo nesse barzinho.

Felipe resolve aceitar a carona de Alberto.





CENA 22. CENTRO DA CIDADE. EXT. NOITE.

O carro de Alberto para em frente a um bar movimentado. Felipe desce do carro. O carro segue e Felipe em seguida, pega um táxi.

CENA 23. CASA PETRÔNIO. QUARTO BENTO. INT. NOITE.

     Bento está deitado em sua cama, apenas de calção, assistindo TV, quando de repente, Helena entra no local, vestindo um robe, visivelmente sensual.

BENTO (surpreso): - Dona Helena? Precisa de mim agora?
HELENA: - Não, Bento, não preciso do seu serviço não... Apenas passeio por aqui para ver como você está?
BENTO: - Como assim? Eu estou bem...
HELENA: - Para ver como você está, como você se sente trabalhando aqui para a minha família, se está satisfeito com as condições de serviço, tratamento, moradia...
BENTO: - Bem, eu não tenho do que reclamar.
HELENA: - Se importa se eu sentar?
BENTO: - Imagina, fique à vontade.
HELENA: - Aí, na sua cama...

     Bento fica surpreso com as atitudes de Helena.

BENTO: - Olha, dona Helena, eu acho melhor...
HELENA (sentando-se aos pés da cama): - Não se preocupe Bento, eu só estou perguntando essas coisas que é para saber se você está se sentindo bem... Se não te falta nada, estrutura, atenção... (alisando o dorso dos pés do rapaz)
BENTO: - Dona Helena, eu acho que...
HELENA: - Como você acha que eu estou, vestida assim? Acha que eu estou bonita?
BENTO: - A senhora está muito linda, com todo respeito.
HELENA: - Não, Bento... Eu não quero respeito algum, não quero formalidades... Pra começar, você não precisa me chamar de senhora.

     Helena se levanta, fica de pé, à frente de Bento, que observa tudo surpreso. Helena abre o robe e retira, revelando estar com uma camisola vermelha, muito sensual e provocante.

HELENA: - E agora Bento, eu continuo bonita?
BENTO: - Dona Helena, por favor...
HELENA: - Responda, Bento! Eu continuo bonita?
BENTO: - Sim, continua.

     Helena se aproxima de Bento e alisa seu corpo.

HELENA: - Você tem um corpo muito bonito, Bento... Eu acho que agora sim, irei precisar do seu serviço.
BENTO: - Dona Helena, por favor! Alguém pode vir aqui e encontrar a senhora assim, eu...
HELENA: - Deixa de ser bobo. Ninguém vai vir aqui, agora. Você devia era aproveitar e saciar o desejo da sua patroa, que está aqui, linda, para você.

     Helena se aproxima de Bento, deita sobre ele na cama, encostando seu corpo no dele. Helena começa a beijar o pescoço de Bento, que resiste.

BENTO (empurrando Helena): - Chega, dona Helena. Por favor, saia daqui.
HELENA: - Mas Bento, nós...
BENTO: - Saia daqui, por favor, dona Helena!

     Helena veste seu robe novamente e aos poucos, vai saindo do quarto, sem tirar os olhos de Bento, que encontra-se um tanto apreensivo com a situação.

CENA 24. APTO ROGÉRIO. SALA. INT. NOITE.

     Felipe e Rogério conversam após o jantar.

ROGÉRIO: - Gostou da comida que eu fiz?
FELIPE: - Melhor dizendo da comida que você comprou, não é?
ROGÉRIO; - Como você sabe?
FELIPE: - Você não tem o dom de fazer comida sofisticada assim...
ROGÉRIO: - Tem razão, mas eu tenho o dom de fazer outras coisas... (alisando a perna de Felipe)
FELIPE: - Ei, vá com calma, rapaz... Vamos curtir esse finalzinho de jantar. Ainda tem vinho na sua taça.
ROGÉRIO: - É mesmo, não é? Pra quê pressa se hoje eu terei você só pra mim...
FELIPE: - Isso mesmo. Ultimamente você tem sido muito apressadinho...

     Os dois trocam olhares sacanas.

CENA 25. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. NOITE.

     Após devolver o dinheiro das clientes indenizadas, Virgínia e Carvalho se encontram na pindaíba novamente.

VIRGÍNIA: - Lá se foi a minha chance de ganhar dinheiro. E olha que estava rendendo, viu?
CARVALH: - Ah, mas ainda sobrou uns trocados...
VIRGÍNIA: - Mas de adianta, se a gente não vai ter como faturar em cima? Não posso nem comprar outras mercadorias pra vender...

     De repente, Carvalho avista um papel de propaganda de um cassino próximo ao bairro.

CARVALHO: - Virgínia, olha aqui!
VIRGÍNIA; - O que foi?
CARVALHO: - Cassino Del Rei, venha tentar a sorte. Prêmios milionários...
VIRGÍNIA: - Um cassino... E pelo visto, tem cara de ser clandestino.
CARVALHO: - Acho que foi esse o cassino que eu ouvi uns caras falando no quiosque aqui outro dia.
VIRGÍNIA: - E o que eles falaram?
CARVALHO: - Que o dinheiro lá rola muito fácil. Às vezes nem sorte precisa ter!
VIRGÍNIA: - Ah é mesmo?
CARVALHO: - É mesmo... Só precisa ter um dinheiro pra iniciar as apostas, depois, você ganha dinheiro como água!

     Os dois olham para os trocados que sobraram da devolução do dinheiro das clientes.

VIRGÍNIA: - Você acha que...?
CARVALHO: - Eu acho que nós vamos enriquecer nesse cassino!
VIRGÍNIA: - Mas amanhã mesmo a gente vai lá. Na situação em que eu estou, pior não fico!... Agora eu preciso é ir para casa... Vamos?
CARVALHO: - Vamos sim, minha flor!

     Os dois saem abraçados, num ao outro.


CENA 26. APTO ROGÉRIO. SALA. INT. NOITE.

     Rogério e Felipe conversam.

ROGÉRIO: - Acontece que eu não gosto muito de esperar.
FELIPE: - Mas às vezes é preciso saber esperar para se conseguir o que deseja.
ROGÉRIO: - Mas eu acho que com você, eu já esperei demais.

Rogério se levanta da mesa e vai para cima de Felipe, que permanece sentado. Os dois se beijam. Aos poucos, Felipe, ainda sendo beijado por Rogério, vai se levantando da mesa, mas leva consigo uma faca, sem que Rogério perceba. Os dois seguem aos beijos pela sala, quando de repente, Felipe crava a faca nas costas de Rogério, que cai no chão.

ROGÉRIO: - Filho da mãe! O que você fez?!
FELIPE: - Eu falei que você andava apressado demais...
ROGÉRIO (com dor): - Você me deu uma facada, desgraçado!

Rogério consegue se levantar e parte para cima de Felipe novamente, que com a faca, fere Rogério novamente, mas desta vez no braço. Rogério, dolorido da facada anterior, cai de costas no chão.

FELIPE: - Você ainda me quer para você? Ainda quer o meu dinheiro também?

Felipe, com toda sua frieza, dá a mais uma facada em Rogério, agora no peito.

FELIPE: - Isso é para você aprender a não brincar comigo.

Felipe novamente dá mais uma facada em Rogério.

FELIPE: - Eu não sou brinquedo de ninguém... Ninguém vai me usar, me chantagear como bem entende... Ninguém.

Felipe se ajoelha próximo a Rogério e dá mais três golpes com a faca nele, que acaba morrendo, com sangue se espalhando pelo chão. Não satisfeito, Felipe dispara várias facadas pelo corpo de Rogério, até cansar.
Depois de esfaquear Rogério, Felipe se levanta lentamente, cansado. A faca, pingando sangue, ele atira sobre a mesa. Felipe se senta no sofá e fica a observar com frieza, Rogério, morto no chão.


               FIM DO CAPÍTULO




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