sexta-feira, 31 de julho de 2015

CAPÍTULO 003 - Perigosa Tentação


CAPÍTULO 003


CENA 1/ MANSÃO DE CAROLINA/ NOITE/ INT./ SALA DE ESTAR.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior; Carolina assustada. Seus olhos começam a encherem de lágrimas. O corpo a parte estirado no chão/
CAROLINA      - (chorando) Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo!
Carolina, rapidamente, pega o celular em sua bolsa, e disca.
CAROLINA      - (tel./ assustada) Alô?! Polícia... Polícia! Por favor, eu vou passar o endereço, mas, por favor, me salva! Aconteceu um assassinato na minha casa! Carolina... Carolina Pasteur! Venham o mais rápido possível, pelo amor de Deus! Eu estou desesperada!
Foca no rosto de desespero de Carolina/
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CENA 2/ APTO. DE MAYA/ NOITE/ INT./ QUARTO DE MAYA.
Quarto pequeno, mas confortável. Uma cama boxe no meio dele, um imenso guarda-roupa, e uma TV na parede.
Maya entra no quarto, e se joga na cama. Cansada, ela aos poucos vai tirando seus sapatos/
MAYA     - Meu Deus... Que dia mais cansativo. Os meus pés já estão doendo.
Maya pega o controle, que está em cima de sua cama, e liga a TV.
A TV começa a mostrar imagens da mansão de Carolina. Maya se assusta/
MAYA     - (cont./ espantada) Como? Mataram um homem na casa da minha irmã! Gente! Não é possível! Eu vou ir para lá agora!
Maya veste rapidamente os seus sapatos, pega a sua bolsa e sai correndo do quarto/
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CENA 3/ MANSÃO DE CAROLINA/ NOITE/ EXT./ FACHADA.
Vários fotógrafos, peritos e policiais no local. O corpo de Olavo ainda na casa. Carolina chora e observa todo movimento de entra e sai de sua casa. Vizinhos na rua. Maya para sua 4x4 preta, e corre em direção à irmã/
MAYA     - (assustada) Pelo amor de Deus! Me conta o que aconteceu, Carolina!
CAROLINA - (chorando) Eu não sei! Eu não sei! Eu o encontrei estirado na sala da minha casa... Eu não estava presente no momento do crime... Eu estava cuidando do papai! Algo me diz que essa morte era pra mim, Maya... Pra mim!
MAYA     - (segurando Carolina) Carolina... Fica calma! Primeiramente é o que eu estou lhe pedindo... Você precisa ficar calma! Só assim eu vou conseguir resolver essa história! Você vai para o meu apartamento... Depois você vai depor, por mais que não saiba de nada, vai ir até a delegacia e dizer onde você estava no momento do crime!
Maya deixa Carolina, e segue em direção à porta da casa. Um policial parado na porta/
MAYA     - (ao policial) Olá... Eu sou a delegada Maya Pasteur, que por coincidência ou não, é a dona dessa casa!
POLICIAL - (a Maya) Dra. Maya, como à senhora deve saber, a situação está bem crítica para o lado da sua irmã. A morte desse homem pode acarretar um processo nas costas de sua irmã, o que pode fazer com que ela seja presa! Nós encontramos uma faca dentro da residência, e isso pode auxiliar a vermos as impressões digitais da pessoa que realizou as facadas!
MAYA     - Sim... O senhor tem toda razão! Pelo crime ter acontecido na casa dela, os indícios apontam que ela é a culpada do crime, mas isso vai se reverter... A Carolina estava na casa dos meus pais quando aconteceram as facadas! Amanhã ela irá comigo até a delegacia, e prestará o seu depoimento!
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CENA 4/ APTO. DE MAYA/ NOITE/ INT./ QUARTO DE MAYA.
Maya e Carolina entram no cômodo. Carolina se deita na cama. Maya fica sentada.
MAYA     - Durma bem! Amanhã teremos que ir bem cedo até a delegacia!
CAROLINA - Não há como dormir bem, Maya. Uma pessoa entrou na minha casa, matou um homem inocente, que sequer tenha feito algo, porque disso eu tenho certeza, e eu dormir bem? Uma tarefa difícil!
MAYA     - (desconfiada) Tem uma coisa que me intriga muito, sabia?!
CAROLINA - O que?
MAYA     - O que esse homem fazia na sua casa?
CAROLINA - (intrigada) Uma boa pergunta! Olavo era meu amigo, mas é muito intrigante o fato de que ele naquela hora da noite esteja na minha casa! O pior... Como ele conseguiu entrar na minha casa?!
Intrigadas, as duas se encaram/
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CENA 5/ MANSÃO DOS PASTEUR/ NOITE/ INT./ SALA DE ESTAR.
Orlando estava com a TV ligada, mas desliga-a./
ORLANDO  - (raivoso) Isso é um verdadeiro absurdo! Entrar na casa da minha filha para simplesmente matar um homem inocente, e ainda colocar a culpa nela!
Rebecca desce as escadas, e encara Orlando. Ela se assusta/
REBECCA  - Do que você está resmungando aí, Orlando?!
ORLANDO  - Um homem inocente... Mais um homem inocente! E agora, sendo morto na casa de nossa filha!
Rebecca solta uma alta gargalhada, e continua encarando Orlando/
REBECCA  - Nossa filha? Nossa filha? Você muito mais do que eu sabe que a Carolina não é nossa filha! É filha daquela putinha, incompetente que morreu no parto... Aliás, por sua culpa, né? Ou você já havia se esquecido desse detalhe?
ORLANDO  - (com raiva) Olha aqui... Você não ouse... Nunca! Citar isso novamente! Por que se você um dia abrir essa sua boca e falar isso para alguém, quem estará comprando uma grande briga será você! Eu sei muito podre dessa sua vida... Não fui eu! Não fui eu que matei dois inocentes por puro ciúme!
Rebecca vira um tapa na cara de Orlando, que a encara com ódio.
REBECCA  - Acho que você já está se esquecendo, Orlando... Deve estar se esquecendo de que eu tenho o poder de te mandar para o quinto dos infernos! Acho melhor você ficar mais ligado! Vou ir tomar meu banho, que assim eu lucro mais... E quer saber? Eu estou pouco me lixando para a Carolina... Se ela for presa? Se ela for presa deve realmente ter sido aquela vadia que deve ter matado aquele coxinha do Olavo!
TENSÃO!!! Rebecca se assusta. Orlando intrigado/
ORLANDO  - O que? Então você já sabe?
REBECCA  - As notícias correm... Ou você acha que nessa cadeira de rodas você saberá das coisas antes do que eu?! Eu estou aqui de pé... De cabeça erguida!
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CENA 6/ MANSÃO DOS COSTA DUTRA/ NOITE/ INT./ SALA DE ESTAR.
Algumas luzes da sala acesas. Olga, já com camisola, desce as escadas lentamente com uma taça de vinho na mão. Ela vai até o criado-mudo, e pega uma caixinha de música, com uma bailarina, e aperta um botão. A caixinha começa a tocar “Águas de Março” instrumental. Ela se senta no sofá, e escuta. Tadeu desce as escadas em seguida, e se senta ao lado da mãe/
TADEU    - Que coisa linda, mãe!
OLGA     - É sim, meu filho! Essa bailarina... Ela me faz lembrar muito o seu pai! Me faz lembrar de quando ele me deu essa caixinha de música... Nós havíamos acabado de nos conhecer. Quando ele morreu, parece que me deixou um vazio. Eu fiquei sem saber o que fazer... Sem saber para onde ir! De mim só restava tristeza... Talvez porque eu não vivi os anos que eu poderia viver feliz ao lado do seu pai. Por pura perseguição do seu avô! Agora ele está aí, sozinho, mas eu ainda de pé, cuidando dele... Meu filho, o seu avô pode ser tudo, mas sempre foi um bom pai! Eu não posso ser hipócrita e negar tudo isso! Aliás, Tadeu, você sabe muito bem... Hipocrisia nunca está em meu dicionário!
TADEU    - Eu sei muito bem, mãe! Eu entendo tudo o que você sente... Às vezes eu me sinto assim... Me sinto preso! Sei lá... É algo complicado, mamãe. Nós nos sentimos como se estivéssemos com os pés cravados em terra, e quando algo concreto aparecesse em nossas vidas, nós teríamos que nos levantar, ou teríamos nossos pés arrancados! É muito complicado o que a gente vive... É muito complicado o que a gente sente!
Tadeu e Olga se abraçam. Ambos emocionados/
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CENA 7/ STOCK-SHOTS/ NOITE-DIA.
Sonoplastia – RESPOSTA AO TEMPO – Nana Caymmi.
Imagens aéreas do amanhecer na capital do Rio de Janeiro.
CENA 8/ DELEGACIA/ DIA/ INT./ SALA DO DELEGADO.
O delegado sentado em sua mesa olhando alguns papéis. Maya e Carolina aparecem na porta. Ele sinaliza para elas entrarem. As duas ficam de frente ao delegado/
MAYA     - Eu preferi que o senhor colhesse o depoimento da Carolina, Dr. Carlos. Seria muito complicado, talvez por nosso parentesco, tirar algo da boca dela... Eu sei que seria!
CARLOS   - A senhora tem toda razão... É melhor que uma pessoa de fora tente entender a situação. Talvez algo que poderá ser dito aqui possa ser muito útil, e ela poderia vetar isso de você.
MAYA     - Agora deixe-me ir... Tenho que resolver algumas coisinhas, e logo depois volto até aqui para buscar a minha irmã... Com licença!
Maya sai da sala. Carolina se senta a frente do delegado/
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CENA 9/ MANSÃO DOS PASTEUR/ DIA/ INT/ QUARTO DE REBECCA.
Rebecca, ainda com camisola, acorda, e fica sentada na cama. Ela começa a se lembrar/
“Um homem ABRE a porta, e Rebecca ENTRA na sala (escura e sombria) com cofres, que mais parecem gavetas.
HOMEM      - Na segunda gaveta, senhora. Olha, pode ficar tranquila, os cofres são medidas bem seguras para que não haja nenhuma invasão tecnológica!
REBECCA    - Por favor, agora eu prefiro que o senhor se retire! O que tem nesse cofre é muito mais valioso do que você imagina.
O homem sai da sala, e fecha-a. Um enorme ECO no momento em que a porta se fecha. Rebecca localiza a sequência 1408. O cofre se abre. Vários bolos de dinheiro. Os olhos de Rebecca brilhando, refletindo todo dinheiro. Ela pega um bolo de dinheiro nas mãos, e o aperta fundo/
REBECCA    - (sussurrando/ emocionada) EU ESTOU AINDA MAIS RICA!
A câmera se aproxima no olhar doentio de Rebecca/”
REBECCA    - (sussurrando) Eu preciso dar um jeito de derrubar aquela desgraçada da Carolina de vez... Eu não posso deixar que tudo o que eu fiz no passado venha à tona. Estou fazendo o possível para que não rolem ainda mais cabeças!
Rebecca se levanta, e segue em direção ao banheiro que se situa no quarto. Minutos depois, ela sai já vestida com um vestido vermelho, e pega seu celular no criado-mudo ao lado da cama/
FOCA apenas nos LÁBIOS de Rebecca.
REBECCA    - (tel.) Alô?! Eu quero te ver... Eu preciso me encontrar com você! Já faz mais de dez anos que estou no Brasil, e ainda não consegui falar contigo! Por favor, me encontre daqui a pouco, sem falta, na Biblioteca Municipal! Precisamos conversar!
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CENA 10/ CARRO DE MAYA/ DIA/ INT.
Rebecca dirige a caminhonete. Carolina, em silêncio, sentada no banco ao lado/
MAYA       - Está tudo bem?
CAROLINA   - E como poderia estar Maya? Eu sou uma médica, deveria estar firme, mas eu não consigo tirar da minha cabeça a imagem daquele homem estirado no chão da minha casa!
MAYA       - Entendo! Agora... Vamos para casa, lá você descansa e aí a gente conversa melhor... Está bem?
CAROLINA   - Está bem!
O carro segue. Imagem aérea do carro seguindo/
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CENA 11/ BIBLIOTECA/ DIA/ INT.
Grandes estantes, todas lotadas de livros. Rebecca com uma bolsa a tira colo segue olhando para os lados, como se estivesse com medo de uma perseguição. Ela continua seguindo, até que chega perto de uma mesa, e se senta.
PLANO AMERICANO. Um homem segue lentamente. É possível ouvir o barulho de seus passos. Ele se senta a frente de Rebecca.
A CÂMERA FOCA no rosto do homem, que lentamente vai ficando visível. É Herbert.
HERBERT    - O que queria falar comigo?
REBECCA    - Quanto tempo... Quanto tempo, Herbert Costa Lima! Aliás, que facilidade pra mudar de nome, hein? De Stênio, passou a se chamar Herbert!
HERBERT    - Foi questão de sobrevivência, Rebecca. Você sabe das situações que passei, das ameaças que recebi. Eu não poderia continuar com um nome tão manchado graças a você!
REBECCA    - (ri disfarçadamente) As circunstâncias me fizeram tomar as atitudes que tomei no passado, Herbert. Você quase colocou o nosso plano por água abaixo. Eu não poderia deixar você estragar tudo!
HERBERT    - Agora fale... Eu sei que não é por isso que você me chamou até aqui. Tem algo muito mais importante do que falar do passado!
REBECCA    - Eu quero saber como está o meu filho, Herbert!
Herbert ri e encara Rebecca/
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CENA 12/ APTO. DE MAYA/ DIA/ INT/ SALA DE ESTAR.
Carolina e Maya ENTRAM no apartamento. A primeira se joga no sofá. Maya vai até a cozinha, que é conjugada a sala. Ela abre a geladeira, tira uma garrafa com água, e despeja em um copo.
Maya vai até a sala, entrega o copo nas mãos de Carolina, e se senta ao lado da irmã, observando-a e esperando que ela beba a água. Carolina bebe a água, e entrega o copo a Maya.
MAYA       - Quer desabafar?
CAROLINA   - O Olavo já me perseguia há algum tempo, Maya!
MAYA       - Oi?
CAROLINA   - Ele sempre me dizia que iria se separar da mulher dele para viver comigo, Maya. O fato é que nunca levei nada a sério. Eu achava que todas aquelas histórias de que ele queria se casar comigo, não se passassem de brincadeiras. Só Deus sabe o que ele não queria fazer na minha casa, naquela hora da noite!
MAYA       - Você tem razão... Mas você disse isso ao delegado?
CAROLINA   - Sim!
MAYA       - Você sabe que isso pode te complicar ainda mais, né?!
CAROLINA   - Sim, eu sei, mas eu fiz a minha parte!
MAYA       - O delegado me disse que conseguiu contato com a mulher do falecido...
CAROLINA   - Ele já havia comentado sobre ela... O nome dela é./
MAYA       - (corta) Valéria... O nome dela é Valéria! E se prepare, a ira dessa mulher, com certeza, irá se virá toda contra você!
CAROLINA   - O mundo vai cair nas minhas costas, se já não está caindo!
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CENA 13/ BIBLIOTECA/ DIA/ INT.
Os dois se encaram. Rebecca fica em silêncio por segundos/
REBECCA    - Vai me privar dessa informação, Dr. Herbert Costa Lima?
HERBERT    - O seu filho está muito bem... Aliás, muito melhor do que se estivesse com você, Rebecca. Na verdade, ele vem sendo muito bem criado pela esposa traída! Recebeu amor de verdade da mulher que ele pensa ser sua mãe, mas não passa de uma coitada que acabou assumindo o erro da vida de seu finado marido!
REBECCA    - Seria muito difícil eu criar o Tadeu, Herbert...
HERBERT    - (corta) Não precisa ficar dizendo isso toda vez que nos encontramos... Rebecca, o Tadeu já cresceu, está um lindo e forte rapaz, tem a sua vida própria, não depende mais de você!
REBECCA    - Eu sei muito bem disso, Herbert!
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CENA 14/ MANSÃO DOS PASTEUR/ DIA/ INT/ SALA DE ESTAR.
Orlando em silêncio na cadeira de rodas assistindo TV. Maya entra furiosa na mansão. Orlando se assusta/
ORLANDO    - O que foi, Maya? Aconteceu alguma coisa?
MAYA       - (nervosa) Eu quero saber onde está a mamãe!
ORLANDO    - Ela saiu... É algo grave? Eu posso resolver?
MAYA       - Não... Não é algo grave! Eu preciso muito falar com ela... É a respeito da minha irmã!
ORLANDO    - Sente aí... Ela já deve estar chegando!
Maya se senta no sofá. Orlando, intrigado, olhando para ela.
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CENA 15/ STOCK-SHOTS/ DIA-NOITE.
Imagens aéreas da cidade do Rio de Janeiro.
A CÂMERA LEVA até a mansão dos Pasteur;
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CENA 16/ MANSÃO DOS PASTEUR/ NOITE/ INT/ SALA DE ESTAR.
Maya sentada no sofá, com uma afeição de raiva. Rebecca entra na sala de estar.
A CÂMERA FOCA no rosto de Maya com raiva. Rebecca estranha/
REBECCA    - Aconteceu alguma coisa por aqui? A que devo a sua ilustre presença, minha filha?!
MAYA       - Podemos conversar?
REBECCA    - Sim... Claro, aliás, pode começar a falar!
MAYA       - A conversa que quero ter com a senhora é em particular. O meu pai não é obrigado a ouvir isso!
REBECCA    - Então vamos até o meu quarto!
Rebecca e Maya sobem as escadas, respectivamente. Orlando estranha a situação, e fica intrigado/
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CENA 17/ MANSÃO DOS PASTEUR/ NOITE/ INT/ QUARTO DE REBECCA.
Rebecca e Maya entram no quarto. Maya se senta na cama. Rebecca permanece de pé/
REBECCA    - Agora vamos... Diga o que quer dizer! Não há nada que a impeça!
MAYA       - Eu estou completamente indignada com o que a senhora fez com sua própria filha! Mamãe, a senhora simplesmente entregou uma filha para a adoção!
A CÂMERA FOCA em Rebecca assustada com a notícia/
FLASHBACK 1. MANSÃO DOS PASTEUR. INT. QUARTO DE REBECCA.
SOBE A LEGENDA: DOIS DIAS ATRÁS!
Maya entra no quarto de Rebecca, e fica a procurar a mesma/
MAYA       - Mãe? A senhora está aí?
Saindo do quarto, Maya pisa em algo. Ela olha para baixo e vê uma foto de um bebê de aproximadamente poucos meses, e ao virar a foto lê uma dedicatória.
QUERIDA FILHA,
Meu amor por você será sempre imenso, mas foi preciso que você fosse embora dos meus braços para que eu viva minha vida normalmente.
Te amo sempre!
DE: REBECCA
PARA: MIRANDA.
Volta ao tempo normal. Rebecca chorando. Maya encarando-a com raiva/
MAYA       - Agora você vai ficar calada... Fala!
REBECCA    - (chorando) Eu fui obrigada a fazer tudo aquilo, Maya. Você não sabe da metade das coisas que eu já sofri!
MAYA       - Você não podia ter escondido isso da gente... Não poderia ter escondido que tinha uma filha... Que essa Miranda é a sua filha mais velha!
REBECCA    - As últimas notícias que tive da Miranda apontam que ela já havia morrido. Sofri calada, Maya! Não pude revelar isso a ninguém! Me perdoe!
Maya fica pensativa, encara a mãe. Uma lágrima desce de seus olhos, mas ela limpa rapidamente/
MAYA       - Apesar de tudo, você é minha mãe... Eu sempre vou te perdoar!
As duas se abraçam fortemente/
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CENA 18/ IML/ NOITE/ INT.
Local escuro.
PLANO AMERICANO. Uma mulher usando salto anda lentamente. O barulho do salto ecoa.
A CÂMERA SOBE e centraliza no rosto da mulher. Valéria (cabelos castanhos, belo corpo, olhos castanhos, vestido preto grudado ao corpo) vai até um homem. Ela segura um lenço. O local tem várias gavetas.
O homem puxa uma gaveta e se vê o corpo de Olavo, já com a boca bem esbranquiçada. Valéria desaba em choro.
VALÉRIA    - (chorando) Sim... É meu marido! Esse homem é meu marido!
CORTE DESCONTÍNUO: Valéria na recepção assinando uns papéis.
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CENA 19/ EMPRESA PASTEUR BRASIL/ NOITE/ INT/ RECEPÇÃO.
Gioconda na recepção. Valéria aparece saindo de um elevador e vai em direção a ela/
VALÉRIA    - Oi!
GIOCONDA   - Será que a senhora poderia voltar amanhã. Já estamos fechando. Só estou eu aqui!
VALÉRIA    - Infelizmente não posso... O que eu quero é simples! Eu sou uma amiga pessoal de Carolina Pasteur, além de ser empresária e querer arrumar uma parceria. Eu preciso muito falar com ela, mas não sei onde ela está. Fiquei sabendo que houve um problema na casa dela, e ela estaria morando com a irmã. Será que a senhora poderia me passar o endereço da casa da irmã dela?
GIOCONDA   - (desconfiada) A senhora é realmente amiga dela?
VALÉRIA    - Sim, claro!
Gioconda pega um papel e começa a anotar o telefone. Valéria observa o local.
Gioconda entrega o papel nas mãos de Valéria/
VALÉRIA    - (com o papel na mão) Muito obrigada... Até mais!
Valéria entra no elevador. Gioconda fica olhando assustada.
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CENA 20/ APTO. DE DEMÉTRIUS/ NOITE/ INT/ SALA DE ESTAR.
Demétrius, sem camisa, estirado no sofá tomando uma cerveja. Ele pega o seu celular e vê o número de Tadeu. Fica pensativo, mas liga/
DEMÉTRIUS  - (tel.) Alô?! Fala garoto! Aqui é o Demétrius... Já se esqueceu? Ah... Que bom! Que tal você vir aqui na minha casa! Anota aí o endereço!
CORTE DESCONTÍNEO: Toca a campainha. Demétrius se levanta e atende a porta. Tadeu, vestido com um terno preto, entra na casa.
DEMÉTRIUS  - Poxa... Que droga, véi! Esqueci de te avisar que era pra vim com uma roupa que fosse mais fácil de tirar!
TADEU      - Ah... Então era pra isso que você tinha me chamado? E eu pensando que você tinha sentido a minha falta!
Demétrius puxa Tadeu. Rola um clima. Os dois se beijam calorosamente.
DEMÉTRIUS  - Eu não consigo te esquecer... Esquecer a tua boca, o teu olhar!
TADEU      - Eu também não!
Os dois se beijam novamente. Demétrius começa a tirar a roupa de Tadeu.
CORTE DESCONTÍNUO: Tadeu e Demétrius deitados na cama. Os dois rindo e respirando ofegante/
TADEU      - Estou com pena de mim mesmo!
DEMÉTRIUS  - Pena de que?!
TADEU      - Imagine se eu tiver que aguentar isso todos os dias! Eu vou morrer!
Os dois começam a rir/
DEMÉTRIUS  - Quer namorar comigo?
TADEU      - O que? Cê tá maluco?
DEMÉTRIUS  - Eu nunca estive tão certo na minha vida!
TADEU      - Se a minha mãe descobre... Estou morto!
DEMÉTRIUS  - Ninguém precisa descobrir!
Tadeu vira para o lado e beija Demétrius/
DEMÉTRIUS  - Não vai me responder?
TADEU      - Eu acho que já te respondi!
Corta para:
CENA 21/ APTO. DE MAYA/ NOITE/ INT/ SALA DE ESTAR.
A campainha toca. Carolina na cozinha vai em direção à sala para atender a porta/
CAROLINA   - Deve ser a Maya!
Carolina atende a porta e dá de cara com Valéria, com um sorriso cínico no rosto.
CAROLINA   - (estranhando) Me desculpe, mas quem é você?
VALÉRIA    - Sou a mulher do homem que você matou!
CAROLINA   - Como?
As duas se encaram. Carolina sem saber o que está acontecendo. Valéria com ódio/


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