segunda-feira, 27 de julho de 2015

Capítulo 04: Prazer, Amém


Sentado no quarto iluminado apenas com a luz do luar, estava Ricardo. As notas iniciais da canção melancólica ao som de um piano deixava o ambiente um pouco triste. Ali naquele quarto [Não me perguntem quando, onde e de quem seria aquela casa], já passando da zero horas, Ricardo pensava e refletia. Ele não se movimentava, seus olhos estavam intactos. Eis que a primeira lágrima cai. L’Absente, a música tristonha que o deixara assim ainda tocava.
- Je suis l’absente, l’insaisissable. Je suis l’absente, l’insupportable. – Padre Ricardo repetia essas palavras incansavelmente – Eu sou a ausente, a inacessível. E sou a ausente, a insuportável. Como se na letra da música, ele jogasse tudo para fora. A cada repetição a música o deixava tonto, a cabeça girava e assim como uma forte luz vindo na direção dos seus olhos, ele apagou.




Ainda naquela mesma madrugada, [apenas de cueca] e no mesmo quarto, Ricardo levantou-se do chão onde estava caído, e desligou o aparelho de som.
- Eu tenho que dá um fim nesta história. – Ele olhava fixamente para a parede [ que não tinha nada nela] de cor branca.  Foi a cama, deitou e dormiu.

Manhã - Igreja - Retiro.
- Nosso pecado, ele une-se a nossa carne.  Como se o pecado ele quisera dizer: Não! Aqui não tem Deus. Mas é ai que ele erra. Sim, sim, eu digo isso por que o mal age assim dessa forma.  – A pregação da manhã prosseguia, mas diante todos aqueles rostos, ele não achava Ana. – Matheus, - Padre Ricardo chamou o menino. – Junto ao ouvido do rapaz, com uma voz melódica e num tom baixo, ele perguntou pela garota.  Matheus apenas respondeu com a cabeça balançando que não. – Preciso falar com você quando acabar essa pregação.
Os olhos de Matheus se arregalaram, tremulo o rapaz saiu de perto do padre. [Puta merda! Porque eles não deixam de coisa logo e partem pro “vamo vê” ali em cima mesmo, hein?].
De fato eles se encontraram, a pregação acabou e logo o Padre chegou.
- Olá meu querido. – O padre chegou bem próximo de Matheus, e logo o garoto se tremeu.
- Olá padre – Matheus fitou o olhar nos olhos de Ricardo. – Em que posso lhe ajudar?
- Preciso de ajuda, meu carro atolou quando eu estava vindo aqui para igreja, ele esta numa casa aqui perto, onde estou hospedado. Me ajuda por favor?
Os dois saíram em caminhada, ao chegar na casa o carro estava realmente atolado, o padre foi logo tirando a camisa [aproveitou a situação da casa ser distante dali] e se jogou em baixo do carro.

- Precisamos logo tentar tirar essa lama debaixo dele...
Os olhos de Matheus não focavam mais nas palavras de Ricardo. Já analisavam com um raio x o corpo estendido no chão, dos pés a cabeça.
- Matheus? – O menino ainda estava encantado com aquele corpo [impressionante de musculoso] e não “ouvia” o que o padre falava. – Matheus! – Exclamou o padre, despertando o menino.
- Ah sim! Sim. – Matheus tirou a camisa e logo se enfiou embaixo do carro, do outro lado. Algumas horas ali se passaram e a tarde já caia.
- Bom... Acho melhor ficarmos por aqui, a noite já vem e estamos uns porcos – Ricardo sorriu. – Vamos ficar aqui nessa casa, onde eu fiquei nesta noite passada. – O padre Ricardo caminhou cerca de 100 metros até a casa e os dois entraram.
Logo Ricardo foi até a mala, e buscou uma toalha.
- Tome, aqui está a toalha e o sabonete você encontrará lá.  – [E quando as coisas não precisam mais esquentar, né, ai saibamos que o padre já se encontrava de cueca. Mas que coisa, ele só vive de cueca!] Se precisar de qualquer coisa, só chamar!
Matheus se dirigiu ao banheiro, eles já não estavam tão absurdamente melados de lama, mas o banho relaxou e deu uma nova vida.
- Seu Ricardo... – [ Olha o perigo!] Matheus o chamou. – Onde que desliga o chuveiro quente?
[HÁ-HÁ-HÁ! Parei.] Logo o Padre chegou ao banheiro. E como já era de se esperar, Matheus estava nu. O padre “secou” com o olhar o garoto da cabeça aos pés.  Ele fechou os olhos, e respirou fundo.
- Aqui – o Padre entrou no box e fechou o registro que ficava muito acima de onde os olhos de Matheus alcançam. O box pequeno, causou a aproximação dos dois.
– Tá quente hoje ne? – Ricardo tentava se controlar, mas era como um vampiro vendo uma veia pulsando no pescoço. Ele ligou o chuveiro, e os dois começaram a se molhar. [Essa cena é quase que indescritível, serio! Saibam que eles se beijaram embaixo do chuveiro. COMEMOREM! O PRIMEIRO BEIJO DELES FINALMENTE ACONTECEU!] aos poucos o ambiente ficava quente de mais, o box transpirava. Ricardo pegou Matheus aos braços, o levou até o quarto  e o jogou na cama. [ enquanto tudo isso acontece, imaginemos uma trilha sonora: Hozier – Take me to the church] Os lençóis brancos envolviam os dois que rolavam numa leveza. Os travesseiros já não estavam mais nos mesmos lugares...
[CHEGA! Os dois rolaram e numa quente noite transaram] – Depois de uma hora de puro prazer e sedução [com direito a TUDO], Matheus e Ricardo foram ao banho, mais uma vez. Porém agora foram com uma seriedade maior. Ao saírem do banho...
- Onde estendo as toalhas?

- Ah! Por favor, queira estender aqui ao lado da casa.
Matheus se dirigiu ao local, estava escuro e havia muito mato. Assim feito, Matheus curioso com o cheiro de podre que vinha ali de trás [imaginemos uma casa com os lados “soltos”, tendo muro distante.] O garoto segue até esse cheiro insuportável, os espinhos por ora machucava e cortava, a terra molhada coçava na pele... Mas ali havia algo inexplicável.
- Um buraco? – Matheus pegou em seu bolso o celular.
- Matheus, achou o varal? – Ricardo gritava ao longe.
O garoto logo voltou a olhar o buraco, acendeu a lanterna e apontou para o buraco.
- ANA! – Exclamou assustado com a imagem que via.

- Matheus? – Ricardo o surpreendeu.


Nenhum comentário:

Postar um comentário