quinta-feira, 30 de julho de 2015

Capítulo 38: Mar da Vida



CENA 01. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Continuação do capítulo anterior. César anuncia que vai mesmo se casar com Rúbia.

CÉSAR: - A decisão pode parecer um pouco rápida, mas a Rúbia acha melhor assim.
RÚBIA; - É, eu não gostaria de entrar na igreja com a barriga muito grande. Pode até gerar um certo desconforto.
MARINA: - Claro, ainda mais com o vestido de noiva, que geralmente é um pouco quente...
RÚBIA: - Pois então, foi bem nisso que eu pensei, Marina. E também porque eu acho que não há necessidade de jogar a data lá adiante. Eu e o César nos amamos tanto! Será um martírio escolher uma data muito longe.
ALBERTO: - Tem razão, Rúbia. Se os dois se amam e acham a ideia boa, não há porque não aceitar. Então está decidido. O casamento sai daqui a um mês!

     Rúbia vibra. César tenta esconder seu desconforto com a situação.

CENA 02. CASA HENRIQUE. QUARTO. INT. NOITE.

     Silvana caminha de um lado a outro dentro do quarto, pensando no pedido de divórcio de Henrique.

SILVANA (transtornada): - Ele não vai se separar de mim! Ah, mas isso nunca! Nunca!

De repente, ela para, senta-se na cama e começa a chorar, compulsivamente.

CENA 03. APTO VERA. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

     Vera está falando ao telefone, enquanto Leandro e Sabrina estão sentados à mesa, jantando.

VERA (ao telefone): - Que bom querida, nós iremos sim.
(T)
VERA (ao telefone): - Abraço para o Tomás e para a Paty!
(T)
VERA (ao telefone): - Beijos!

Vera desliga o telefone e se reúne a Leandro e Sabrina na mesa.

SABRINA: - Tia Cristina, mamãe?
VERA: - Era sim, minha filha. Ligou para avisar que a Paty já chegou de viagem, ontem à noite e que está tudo bem.
LEANDRO; - Me pareceu que vocês estavam combinando alguma coisa...
VERA: - Estávamos sim. A Cristina nos convidou para um jantar na casa dela. E nós vamos.
SABRINA; - Que bom, faz muito tempo que a gente não se reúne assim.
LEANDRO: - Nossa, você Sabrina gostando das reuniões de família?
SABRINA: - Ah papai... Estou carente de amigos, companhia...
VERA: - Falando em amigos, os meninos não mandaram notícia, o Ricardo, o Matheus?
SABRINA; - O Ricardo até me mandou um e-mail, com fotos da viagem de Nova York. Ele e a irmã dele, a Mônica.
LEANDRO (interessado) – E como eles estão?
VERA: - Devem estar muito bem, Leandro!
LEANDRO: - Foi só uma pergunta Vera...
VERA: - Aham, claro... E o Matheus, filha?
SABRINA; - Matheus eu não sei, mamãe. Desde que ele viajou, não mandou nenhuma notícia, nem ligou, nem nada!...

CENA 04. CASA SÔNIA. QUARTO SONIA. INT. NOITE.

     Adriano e Sonia conversam.

SÔNIA: - O resort está divino, Adriano! É um empreendimento de muito bom gosto e será de grande sucesso, com certeza!
ADRIANO: - Se Deus quiser, será sim, meu amor! Esse será o resort mais caro já feito pelo grupo Guimarães.
SÔNIA; - E o mais bonito que eu conheço!... Superou o resort do Guarujá!
ADRIANO: - E esse resort tem uma importância muito grande, pois foi através dele que nós viemos para Praia Real e você reencontrou as suas raízes.
SONIA: - Tem razão... Só de pensar que eu estou de bem com meus pais e que estou a poucos passos de reconquistar a minha filha, eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo!
ADRIANO: - A ansiedade é grande, não é?
SÔNIA: - Muito! Enorme!... Não vejo a hora de abraçar a Brenda e poder chamá-la de filha... Só espero que ela não se espante com tudo isso. Ela já me conhece, mas não como Sônia e sim, como Lorena, amiga do Carvalho.
ADRIANO: - Carvalho... Ele é um grande amigo seu.
SÔNIA: - Um confidente. É uma pessoa muito especial na minha vida. Desejo toda sorte do mundo para ele.


CENA 05. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. NOITE.

     Virgínia e Carvalho comemoram.

CARVALHO: - Estamos ricos, Virgínia! Ricos!
VIRGÍNIA; - Ai Carvalho, não sei nem o que eu faço agora!
CARVALHO: - Me beija, mulher! Me beija!

Os dois se beijam apaixonados.

VIRGÍNIA: - Vou ligar para a Marina! Ela tem que saber disso!
CARVALHO: - Isso! Liga para ela!

Virgínia pega o telefone e liga para Marina.

VIRGÍNIA; - Alô?! Marina?
(T)
VIRGÍNIA (eufórica): - Minha filha, você nem imagina o que aconteceu!

CENA 06. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Marina está ao telefone com Virgínia.

MARINA (surpresa / animada): - O quê?! Não acredito mamãe!
ALBERTO: - Mas o que aconteceu?
TÂNIA: - Virgínia deve ter conseguido um emprego, só pode...
MARINA (ao telefone): - Mas foi hoje isso?!
ALBERTO: - Fala logo, Marina! O que aconteceu com a sua mãe?
MARINA (ao telefone): - Claro, pode deixar que eu aviso a todos aqui sim!
(T)
MARINA (ao telefone / feliz); - Beijão!

Marina desliga o telefone. Todos estão curiosos em volta.

CÉSAR; - O que aconteceu com a Virgínia, Marina?
MARINA: - Não foi exatamente com a minha mãe, mas com o Carvalho.
TÂNIA; - Carvalho?
RÚBIA; - Com o meu pai?
MARINA; - Isso mesmo.
ALBERTO: - O que aconteceu com ele?
MARINA: - Acertou os seis números da loteria. É o novo milionário do Brasil.

Todos ficam surpresos.

RÚBIA: - O meu pai?! Está rico, é isso?!
MARINA: - Isso mesmo, Rúbia!
RÚBIA: - Ai meu Deus! Que emoção! (abraçando César)
TÂNIA: - Agora sim que a Virgínia não larga esse homem!
ALBERTO: - Esse é um homem de sorte!...
MARINA: - É mesmo papai. Dois milhões de reais.
CÉSAR: - Nossa! É dinheiro pra caramba!
RÚBIA: - Meu pai... Rico! Não posso acreditar!

CENA 07. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

     Carvalho e Virgínia entram animados, eufóricos no restaurante Maresia, causando surpresa em todos.

MATILDE: - Mas que alegria é essa, Carvalho?
JOAQUIM: - Alegria de gente rica, dona Matilde!
VIRGÍNIA; - O Carvalho acertou os seis números da loteria, dona Matilde!
MATILDE: - Eu não acredito! Mas que maravilha!
ALICE: - Carvalho! Você conseguiu!
CARVALHO: - Consegui sim, Alice! Agora sou um homem rico!

Todos presentes no restaurante aplaudem Carvalho.

CARVALHO: - Para comemorar, uma rodada de cerveja por minha conta!
JOAQUIM: - Já está gastando por conta, é?
CARVALHO: - Seu Joaquim, hoje eu quero mais é comemorar! Agora eu estou rico, seu Joaquim, rico!
JOAQUIM (a Sérgio): - Serve lá, Sérgio, uma rodada pro povão no nome do Carvalho.
SÉRGIO: - É pra já, seu Joaquim!

CENA 08. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / BANCO. INT. DIA.

     Imagens de Praia Real ao amanhecer. Corta para o banco, onde Carvalho e Virgínia acertam o recebimento do prêmio da loteria. O gerente abre uma conta para Carvalho, onde aparecem no saldo os dois milhões de reais. Carvalho e Virgínia vibram.

CENA 09. BEST FISH. SALA ALBERTO. INT. DIA.

     Alberto se reúne com Felipe.

FELIPE: - Então o pai da Rúbia, que digamos, namora a tia Virgínia, está rico, é isso?
ALBERTO: - Isso mesmo, Felipe. Tirou a sorte grande. Acertou os seis números da loteria e agora está milionário.
FELIPE: - Bom, felicidades para eles então!
ALBERTO: - É mesmo. Agora a Virgínia vai estar como ela sempre quis, uma dondoca!
FELIPE: - Ela não muda mais, tio.
ALBERTO: - Sempre do mesmo jeito, perua, mas com um coração enorme... pois bem, eu chamei você aqui para que possamos conversar um pouco sobre uma nova parceria que eu pretendo fazer com empresários espanhóis.
FELIPE: - Empresários espanhóis?
ALBERTO: - Isso mesmo. Eu andei conversando com alguns amigos da Espanha e, já fiz uma sondagem com eles sobre a possibilidade da nossa empresa prestar serviço para eles na Espanha. E pelo o que eu pude perceber, a situação é bem favorável.
FELIPE: - Isso é muito bom, tio.
ALBERTO: - Isso é ótimo, pois será mais um passo da Best Fish na Europa. Nós já trabalhamos com gregos e holandeses. Agora vamos para a outra ponta do mapa.
FELIPE (interessado): - E o senhor já tem alguma ideia do valor desse contrato?
ALBERTO: - Valor exato eu não tenho. Mas eu planejo que esse seja o mais caro de toda história da nossa empresa. Quero que eles invistam muito dinheiro na gente, assim como nós iremos prestar para eles a mais alta qualidade dos nossos serviços de pesca.

Felipe fica muito interessado.



CENA 10. SUPERMERCADO. INT. DIA.

     Clarisse caminha pelos corredores do supermercado, fazendo compras. Ela empurra o seu carrinho, prestando atenção nos produtos nas prateleiras, quando esbarra em Diogo.

CLARISE: - Desculpe, eu não vi... Diogo?!
DIOGO (feliz): - Clarisse!

Os dois trocam olhares.

CENA 11. CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.

     Matilde, Joaquim, Brenda, Alice, Guto e Sérgio estão sentados à mesa do café, quase terminando a refeição.

JOAQUIM: - Quem diria, o Carvalho rico...
MATILDE: - A sorte, Joaquim. Ela sabe quem escolher.
BRENDA: - Um presente para ele, não é mesmo? Esteve sempre precisando de ajuda...
GUTO: - Só espero que ele tenha juízo para não gastar tudo de uma vez!
SÉRGIO: - Ah, mas a Virgínia vai saber ajudá-lo para que isso não aconteça, Guto.
MATILDE: - De onde você conhece essa Virgínia, Sérgio?
SÉRGIO: - De muitos anos, dona Matilde. Somos grandes amigos.

Nesse instante, Rúbia e César entram na sala.

RÚBIA: - Com licença, família!
JOAQUIM (surpreso/feliz): - Rúbia! Você voltou!
MATILDE: - Deus do céu, que surpresa maravilhosa!

Todos ficam surpresos. César e Brenda trocam olhares.

MATILDE (abraçando Rúbia): - Como você está, meu amor?
RÚBIA: - Estou bem, vovó...

Matilde vendo a barriga de Rúbia.

MATILDE: - Mas que coisa linda! Essa barriguinha graciosa!
JOAQUIM: - Gostaria tanto de tocá-la!
RÚBIA; - Infelizmente não vai dar, vovô.
MATILDE; - Mas porque não?
RÚBIA; - Profecia de uma cigana... Outra hora conto para vocês com mais calma.
JOAQUIM: - E você, César, como vai?
CÉSAR: - Tudo bem, seu Joaquim.

César percebe a presença de Sérgio, que fica um pouco sem graça ao vê-lo.

CÉSAR: - Sérgio? Você aqui?
GUTO: - Vocês já se conhecem?
SÉRGIO: - Sim... De muito tempo.

Sérgio cumprimenta César.

ALICE: - O Sérgio é o mais novo funcionário aqui do restaurante. Está nos ajudando e muito.
JOAQIIM: - Já é praticamente da família.
SÉRGIO: - Muito obrigado, seu Joaquim.
MATILDE; - Mas sentem-se! Podem ficar a vontade!

Rúbia e César sentam-se juntos a mesa, junto com todos.

RÚBIA; - E você Brenda, como vai?
BRENDA: - Vou muito bem, Rúbia e você, como foi de viagem?
RÚBIA: - Viagem melhor, impossível! Foi um passeio maravilhoso!
ALICE: - Ai, conta aí! São Paulo é grandona mesmo, como eles mostram na TV?
RÚBIA: - É enorme, Alice! Você não tem noção!

Rúbia começa a falar sobre a viagem. Brenda e César cruzam olhares.

CENA 12. LONDRES. APTO MATHEUS. INT. DIA.

     Willian entra no apartamento. Matheus está deitado no sofá.

WILLIAN: - Matheus! Você não está pronto ainda para a aula?
MATHEUS: - Eu não vou à aula, Willian.
WILLIAN: - Como assim, não vai à aula? É claro que você vai ir para a universidade sim! Vamos, pode levantar daí!
MATHEUS (levantando-se): - Eu não vou a lugar algum! Eu vou é embora daqui desse lugar!
WILLIAN: - Deixe de agir como criança, Matheus! Você já foi avisado de que não vai embora daqui. Então trate de colaborar e viver a sua nova vida.
MATHEUS: - Nova vida de animal, preso numa cela, é isso que você quer dizer! Você não pode me prender aqui, Willian!
WILLIAN: - Não só posso, como vou fazer isso se você insistir em não colaborar. Se você não quiser ir para aula, tudo bem, pode ficar aqui. Mas sem comida nem TV, porque eu não vou fazer nada disso para você.
MATHEUS: - O quê?! Você vai me deixar aqui dentro sem comida?!
WILLIAN: - Vou! Qual é o problema? Você não quer colaborar comigo, não quer acatar as minhas ordens!... Arrume-se para ir a aula. Lá pelo menos você poderá fazer as suas refeições, respirar ar puro, ver as pessoas... Mas se não quiser, pode ficar aqui dentro. Para mim é até melhor, porque eu só tranco você aqui e não preciso nem me preocupar.
MATHEUS: - Como você é canalha... Minha mãe vai saber disso.
WILLIAN: - Foi sua própria mãe que me pediu para cuidar de você, então não adianta se queixar para a mamãezinha! Anda logo, senão eu desisto de esperar por você e vou embora!

Matheus, a contragosto, vai para dentro do apartamento se arrumar.

WILLIAN: - Que moleque mimadinho esse!...

CENA 13. CASA TOMÁS. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

     Tomás está saindo de casa para ir trabalhar, quando é chamado por Cristina.

CRISTINA: - Tomás! Espera!
TOMÁS (parando): - o que foi, meu amor?
CRISTINA: - Será que eu poderia falar um minutinho com você?
TOMÁS: - Olha meu amor, eu estou um pouco atrasado para ir pro serviço...
CRISTINA: - É importante, Tomás.
TOMÁS; - Tudo bem.

CENA 14. CASA TOMÁS. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

     Cristina e Tomás conversam.

TOMÁS: - Então, o que você tem para falar comigo?
CRISTINA; - Na verdade, é uma pergunta que eu tenho para fazer para você.
TOMÁS: - Então...
CRISTINA: - Quero que você seja sincero comigo.
TOMÁS; - Claro, meu amor. Pode perguntar.
CRISTINA: - Você acha que eu estou ficando louca?

Tomás se surpreende com a pergunta de Cristina.

CENA 15. SUPERMERCADO. INT. DIA.

     Clarisse e Diogo conversam.

DIOGO: - Quanto tempo, Clarisse... Pensei que nunca mais veria você.
CLARISSE: - É, muito tempo, mesmo.
DIOGO: - Eu tentei ligar para você, mas não conseguia.
CLARISSE: - Meu telefone estragou, fiquei sem contato nenhum.
DIOGO; - E está trabalhando agora?
CLARISSE: - Estou sim, na casa dos patrões do Charles, onde moramos. Sou a nova governanta da casa.
DIOGO; - Nossa, múltiplas responsabilidades então.
CLARISSE: - É, um pouco. Mas estou conseguindo conciliar tudo.
DIOGO: - Você é uma boa profissional. E uma ótima pessoa.

Os dois se olham.

DIOGO: - Eu queria uma oportunidade para poder ficar a sos com você.
CLARISSE: - É arriscado, Diogo. Eu não posso fazer isso, sou uma mulher casada!
DIOGO: - Na praça central, coisa rápida. A gente se encontra lá e depois vamos para um lugar onde a gente possa ficar mais a vontade.
CLARISSE (em dúvida): - Não sei não, Diogo. Se o Charles descobre...
DIOGO: - Ele não precisa saber, Clarisse. Vamos, tente fazer isso, se libertar pelo menos uma vez.
CLARISSE: - Tudo bem, eu vou.

Diogo sorri feliz. Clarisse também.

CENA 16. BEST FISH. SALA FELIPE / MARINA. INT. DIA.

     Felipe entra na sua sala, senta-se. Fica pensativo.

FELIPE; - Contrato com os espanhóis, muito dinheiro para a Best Fish... E mais dinheiro ainda para mim!

Felipe ri, pensando num jeito de desviar dinheiro.

CENA 17. CASA TOMÁS. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

     Tomás conversa com Cristina.

TOMÁS: - Você, ficando louca? De onde você tirou isso, Cristina?
CRISTINA: - Eu fiquei pensando muito nisso, Tomás. A Vera me deu uma sacodida depois da nossa discussão na boutique e... E eu cheguei a essa conclusão, de que eu possa estar ficando louca!
TOMÁS; - Cristina, isso não é verdade! Você não está ficando louca, coisa alguma!... Tire isso da cabeça!
CRISTINA: - Então, o que está acontecendo comigo? Porque eu não consigo controlar os meus impulsos, como vocês falam que já aconteceu várias vezes?...
TOMÁS: - Sabe do que talvez você esteja precisando? É conversar com alguém que entenda desses problemas, dessas dúvidas que você tem.
CRISTINA: - Um médico, é isso?
TOMÁS: - É uma alternativa, meu bem.
CRISTINA: - Eu não queria ir a um médico. Deve haver outras formas de um poder entender o que se passa comigo, sem precisar me tratar com alguém, entende?
TOMAS: - Entendo, Cristina...
CRISTINA: - Eu vou procurar pensar em alguma outra coisa.
TOMÁS: - Faça isso. Mas eu só peço uma coisa para você: tire da cabeça essa história de loucura. Você não está ficando louca. Você não é louca! Entendeu?
CRISTINA: - Entendi. Obrigada por me ouvir.
TOMÁS: - Eu sempre estarei por perto para ouvi-la e apoiá-la, sempre que você precisar.

     Tomás beija Cristina.

TOMÁS: - Agora eu preciso ir. Nos falamos mais tarde.
CRISTINA: - Bom trabalho.

     Tomás sai. Cristina fica pensativa.

CENA 18. LONDRES. UNIVERSIDADE. CAMPUS.EXT. DIA.

     Matheus conversa com Natanael no pátio da universidade.

NATANAEL: - Então quer dizer que você vai ficar aqui em Londres até terminar o seu curso, é isso?
MATHEUS: - Exatamente, mas isso não era o combinado entre eu e a minha mãe! Eu ficaria aqui por uns dias e depois voltaria para casa, mas pelo visto, ela conseguiu o que ela queria.
NATANAEL: - Te afastar da sua namorada.
MATHEUS: - E ainda colocou o Willian na minha cola. Não posso fazer nada que ele está sempre por perto.
NATANAEL: - Não brinca, cara!
MATHEUS: - Claro... Olha ele passando lá adiante.

Natanael olha. Willian passa ao longe, observando os dois.

MATHEUS: - Não falei?... Estou me sentindo um prisioneiro aqui.
NATANAEL: - Fica frio, cara. Logo logo você acha um jeito de falar com a sua mina lá do Brasil.
MATHEUS: - Vai ser difícil, mas eu não vou desistir, cara. Não vou.

CENA 19.  CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.

     Rúbia fala sobre a viagem para o pessoal.

MATILDE: - Então a cigana falou isso é?
ALICE: - Que coisa sinistra, Rúbia!
RÚBIA: - Muito sinistra. Mas eu resolvi acreditar! Vai que ela esteja certa sobre o futuro do meu filho?
GUTO: - Mas nem o César pode ver ou tocar a barriga?
RÚBIA; - Ninguém além de mim.
JOAQUIM: - Então nós só vamos poder tocar a criança quando ela nascer!
SÉRGIO: - E vocês já sabem o sexo do bebê?
RÚBIA: - Ainda não. Quero que seja surpresa. Vou saber só dia do parto.
JOAQUIM: - Mas com certeza será um menino!
MATILDE: - Ah não Joaquim. Está mais para menina...
GUTO: - Você está tão calado, César. Parece preocupado com alguma coisa...
CÉSAR: - Não estou preocupado com nada não... Está tudo tranqüilo.
RÚBIA: - Tranqüilo mais ou menos, não é meu bem? Nós já estamos correndo com os detalhes do casamento.
BRENDA: - Já estão organizando o casamento?
RÚBIA: - Sim. Eu e o César decidimos nos casar daqui a um mês. Não é uma maravilha?

Brenda fica chocada. Rúbia demonstra plena felicidade.

MATILDE: - Que notícia ótima, Rúbia!... Mas vai dar tempo de organizar tudo? Olha que casamento dá um trabalho!...
RÚBIA; - Vai sim, vovó. Nós já estamos cuidando de tudo. Vai ser uma cerimônia linda, tenho certeza.
JOAQUIM (se aproximando de César): - Eu não caibo em mim de tanta emoção, rapaz! (abraça César) Obrigado por fazer a minha neta feliz!
CÉSAR (abraçando Joaquim): - Não precisa agradecer, seu Joaquim. Ela merece isso. Vocês merecem essa felicidade toda.
JOAQUIM (vira-se para Brenda): - E espero que tão logo você também, Brenda, nos brinde com uma notícia boa como essa.

Brenda apenas sorri, um pouco sem graça.

BRENDA: - Eu vou lá fora, já volto.

Brenda sai da sala. César fica um pouco cabisbaixo. Guto vai atrás de Brenda. Rúbia percebe a decepção de Brenda e fica com “ar” de superioridade.

CENA 20. CASA BRENDA. EXT. DIA.

     Brenda está escorada no muro, chorando. Guto sai de casa e a vê entristecida. Aos poucos, ele se aproxima dela.

GUTO: - Você está bem?
BRENDA: - Não diga nada, Guto, por favor. Eu quero ficar sozinha.
GUTO: - Mas você...
BRENDA: - Por favor, Guto! Me deixa sozinha?...

Guto se afasta. Brenda fica entristecida, pensativa.

CENA 21. BOUTIQUE POEME. INT. DIA.

     Vera, Cristina e Glória Colombo planejam o coquetel.

VERA (fazendo anotações): - Então Glória, não tem mais nomes para a lista?
GLÓRIA COLOMBO: - Acho que não, Vera... Ah, lembrei! Angelita Machado! Colunista social, famosa lá no Rio.
CRISTINA: - Claro, já vi várias colunas dela nos jornais. Ela cobre vários eventos.
GLÓRIA COLOMBO: - Isso mesmo. Ah, tem também a Paola França, consultora de moda. Ela está viajando agora, mas creio que para o dia do coquetel já esteja aqui no Brasil.
VERA: - Ela foi para onde?
GLÓRIA COLOMBO: - Tóquio. Foi convidada para um evento lá. Mas a gente precisa entrar em contato com ela com bastante antecedência, porque ela é muito requisitada para diversos eventos dentro e fora do país!
VERA: - Claro, nós faremos tudo com antecedência. Cristina, você já viu a respeito das entradas a serem servidas?
CRISTINA: - Eu liguei para alguns buffês e eles me passaram preços muito bons, mas eu queria contratar o Alfredo Troianni. Nós já trocamos figurinhas há tempos, mas nunca conseguimos fazer um evento juntos.
VERA: - Não estou lembrado desse Alfredo Troianni...
CRISTINA: - Foi ele o responsável pelo buffet do casamento da Silvana e do Henrique, lembra?
VERA: - Lembrei sim!... (a Gloria) Silvana e Henrique são amigos nossos.
CRISTINA: - Ele também respondeu pelo buffet da loja da Janete Santos.
GLÓRIA COLOMBO: - Claro! Eu fui no lançamento da loja de Janete Santos, no Rio. E realmente, os canapés eram ótimos!
VERA: - Então está fechado. Pode entrar em contato com o Alfredo e contratá-lo.
GLÓRIA COLOMBO: - Eu estou tão empolgada com esse coquetel, meninas! Aliás, eu já trouxe aqui comigo alguns crookies para que vocês possam dar uma olhada.
VERA: - Ai, eu quero ver sim!

     Vera e Cristina se aproximam de Glória, que mostra alguns desenhos dos figurinos para elas.

CENA 22. SHOPPING. INT. DIA.

     Sabrina e Patrícia conversam enquanto passeiam pelo shopping.

SABRINA; - E então Paty, vocês chegaram a ir em alguma balada lá em Sampa?
PATRÍCIA: - Mas é claro que sim, Sabrina! Mas olha só, é segredo, né?... Como a Rúbia está grávida, ela não pode ir em baladas assim, mas nós fomos... Então ninguém pode saber!
SABRINA; - Minha boca é um túmulo! Mas agora conta, como foi?
PATRÍCIA: - Muito bom! Você não tem noção de como nós nos divertimos em São Paulo!... Eu acabei encontrando um antigo amigo meu, o Cadu. Ele agora é médico, trabalha numa clínica lá... Enfim, ele nos levou à diversas baladas, lugares totalmente diferentes, sabe?
SABRINA: - Só imagino, prima... Eu ultimamente tenho ficado bastante tempo em casa, sem companhia para sair.
PATRÍCIA; - Mas os meninos não estão aí?
SABRINA; - O Ricardo viajou com a irmã dele para Nova York, o Matheus foi para Londres e nunca mais deu notícias. Fiquei sem meus parceiros... Eu até saí com algumas meninas da facul, mas não é a mesma coisa.
PATRÍCIA: - Sei como é. Mas qualquer hora a gente marca para sair juntas, numa balada bem bacana.
SABRINA; - Vai ser ótimo, com certeza!
PATRÍCIA: - Agora vamos tomar um lanche, porque a minha barriga não para de roncar!

As duas riem, enquanto continuam o passeio.

CENA 23. CASA BRENDA. SALA. INT. DIA.

     Rúbia e César recebem os cumprimentos de Matilde e Joaquim.

MATILDE: - Eu desejo toda a felicidade do mundo para vocês dois! Que Deus ilumine essa união e essa criança que está para vir!
JOAQUIM: - Faço minhas as palavras de sua avó, Rúbia.
RÚBIA; - Vovô, vovó, eu fico muito feliz por poder contar com o carinho de vocês...
CÉSAR; - Eu também, dona Matilde, seu Joaquim, me sinto muito feliz.
RÚBIA: - Mas agora nós precisamos ir.
JOAQUIM: - Já?
RÚBIA; - Sim vovô. Eu pretendo visitar o papai ainda hoje.
MATILDE: - Seu pai agora está rico, Rúbia!
RÚBIA: - Pois é, vovó! Eu fiquei tão feliz por ele!
ALICE: - Engraçado... era você mesma que não gostava dele.
RÚBIA: - Mas eu mudei, Alice. A gravidez me fez perceber o quanto é importante a gente amar as pessoas próximas da gente.

Alice faz cara desconfiada.

RÚBIA; - Vamos César?
CÉSAR: - Vamos sim, Rúbia.
RÚBIA; - E a Brenda? Sal, não voltou mais...

Nesse instante, Guto entra na sala.

MATILDE: - Guto, você viu a Brenda?
GUTO: - Ela foi dar uma volta, dona Matilde. Disse que estava com dor de cabeça, mas que logo estará de volta.
JOAQUIM: - Ela anda um pouco estranha ultimamente.
MATILDE: - Deve ser coisa da idade, só pode...
RÚBIA; - Bom, mesmo assim, deixem o nosso abraço para ela.
JOAQUIM: - Claro, será dado.

César e Rúbia se despedem de todos e saem.

CENA 24. CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.

     Brenda caminha pelo calçadão, pensativa. Senta-se em um banco e lamenta.

BRENDA: - Eles vão se casar...

CENA 25. CASA VIRGÍNIA. INT. DIA.

     Carvalho abraça fortemente Rúbia.

CARVALHO: - Minha, quanta saudade, meu amor! Meu tesouro!
RÚBIA; - Também senti muita saudade sua, papai.
VIRGÍNIA (desconfiada): - Sentiu é?
RÚBIA; - Senti sim, Virgínia. Meu pai é uma pessoa muito especial para mim.
VIRGÍNIA; - Se é tão especial assim, porque você nunca veio visitá-lo aqui?
RÚBIA; - Ah, são muitos compromissos...
CARVALHO: - E você César, como vai?
CÉSAR: - Muito bem, Carvalho. Aliás, gostaria de felicitá-lo pelo prêmio!
CARVALHO: - Muito obrigado!... Agora, que eu sou um homem rico, poderei realizar todos os meus planos. Quero dizer, meus e da minha amada, Virgínia!
RÚBIA; - Ah, já tem planos para Virgínia é? E para a sua filhinha querida? Para o seu netinho? Não pensou em nada não?
CARVALHO: - Claro que pensei, minha querida! Você e o meu netinho estão sempre no meu coração!

Virgínia fica toda desconfiada com o carinho de Rúbia com Carvalho. César se aproxima de Virgínia, enquanto Carvalho paparica Rúbia.

CÉSAR: - Como vai, Virgínia?
VIRGÍNIA: - Agora está tudo bem, querido... Conseguimos tirar o pé da lama com essa bolada da loteria. Finalmente vou conseguir retomar a minha vida de alta sociedade.
CÉSAR: - Elegante desse jeito, você retoma sua vida rapidinho.
VIRGÍNIA; - Obrigado, César. Você sempre carinhoso e gentil. Como seu pai. Aliás, como ele está?
CÉSAR; - Está bem. Empolgado com os planos da Best Fish, contratos milionários...
VIRGÍNIA: - Falando em contratos, eu gostaria de pedir uma coisa para você. Fica de olho na sua irmã por mim, por favor. Ela anda muito preocupada, desconfiada com o Felipe. Tenho medo que ela acabe se prejudicando por causa disso.
CÉSAR: - Eu também tenho, Virgínia. A Marina tem tido uma certa obsessão em tentar desmascarar o Felipe de algo, mas não há o que desmascarar. O Felipe nunca fez nada!
VIRGÍNIA: - Mas a sua irmã insiste... Cuida dela para mim?
CÉSAR: - Pode deixar que eu cuido sim.
CARVALHO: - Ei César! Esse casamento sai ou não sai? Agora que eu tenho dinheiro, quero uma mega festa para a minha filha!
CÉSAR: - Sai sim, Carvalho.
RÚBIA: - Daqui a um mês, papai.
VIRGÍNIA: - Um mês? Nossa, não é muito rápido não?
RÚBIA; - Nós achamos uma data ótima. Eu não quero entrar na igreja com um barrigão.
VIRGÍNIA: - Bom, sendo assim, eu vou ter que encomendar um belo vestido para a cerimônia.
CARVALHO: - E eu um bom terno! Afinal, agora eu tenho dinheiro, não é?
VIRGÍNIA: - Mas esse homem só fala nisso agora, vocês acreditam?
RÚBIA: - Eu acredito!
CARVALHO: - Mas eu estou feliz! Feliz feito pinto no lixo!

     Todos riem.

CENA 26. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Imagens de Praia Real ao anoitecer. Corta para a fachada da casa de Alberto, já à noite. César e Rúbia chegam em casa e encontram Tânia na sala.

TÂNIA: - Passearam bastante então?
RÚBIA: - Fizemos um bom programa, digamos assim. Visitamos meus avós, meu pai...
CÉSAR: - E já avisamos do casamento.
RÚBIA: - Ficaram todos muito contentes! Quero dizer, menos a Brenda, né?...

Rúbia encara César, que disfarça.

TÂNIA: - Mas por que a sua irmã não gostou desse grande acontecimento que será o casamento de vocês?
RÚBIA: - Ela sempre teve uma pontinha de inveja de mim. Não sei porquê...
CÉSAR: - Eu vou subir, tomar um banho e sair novamente.
TÂNIA; - Sair novamente meu filho?
RÚBIA: - Sim, ele vai se encontrar com o Fredy e a Lílian. Avisar do casamento também.
CÉSAR: - Mas eu não demoro mamãe.

César sai. Rúbia fica na sala com Tânia. Rúbia senta-se no sofá. Tânia a encara. Rúbia percebe.

RÚBIA: - O que foi Tânia? Está me olhando tanto... Não vai roubar minha beleza!
TÂNIA; - Eu estou tentando decifrar o que se passa nessa sua cabeça malandra...
RÚBIA: - Não estou entendo...
TÂNIA: - Você pensa que me engana com essa história de gravidez, de não poder tocar na barriga nem ver... Isso é história pra boi dormir, menina!
RÚBIA: - Não duvide da sabedoria cigana, Tânia! Elas são poderosas!
TÂNIA: - Poderoso vai ser o seu tombo quando essa sua farsa chegar ao fim, sua insolente.
RÚBIA: - Não há farsa nenhuma. Eu estou gravidíssima e você vai ter que me aturar por muito tempo. Eu e meu filho, seu netinho, aqui, nesta casa, comendo na sua mesa, ou melhor, na nossa mesa, até porque, se eu moro aqui, a casa também é minha.
TÂNIA: - Pode ir parando por aí! Essa casa não é e nunca será sua!
RÚBIA: - Veremos... Depois do casamento a gente volta a conversar sobre esse assunto... Vou até a cozinha, pegar uma fruta... esse passeio me deixou com uma fominha... E agora que eu estou grávida, preciso me alimentar bem, não é? Com licença, sogrinha.

Rúbia vira as costas à Tânia e sai. Tânia fica irada com as provocações de Rúbia, mas se contém.

CENA 27. APTO FELIPE. SALA. INT. NOITE.

     Felipe está sentado à mesa, analisando diversos documentos.

FELIPE: - Esse contrato precisa ser muito bem feito... Essa será a grande chance de encher a minha conta bancária. Mas essa transação vai ser mais complicada...

Felipe para as suas análises, levanta-se. Caminha pensativo, pelo apartamento.

FELIPE: - Pensa Felipe, pensa... Quem poderá ajudar você numa hora dessas...

Felipe para de repente. Lembra-se de uma drag queen que ele conheceu numa boate GLS.

CENA 28. FLASHBACK. BOATE GLS. INT. NOITE.

Felipe conversa com a drag queen.

DRAG QUEEN: - Veio por diversão?
FELIPE: - Eu vim para tentar relaxar um pouco de um dia de
trabalho estressante.
DRAG QUEEN: - E está conseguindo?
FELIPE: - Se você parar de me interrogar talvez eu consiga.

Fica um silêncio por um instante.

DRAG QUEEN: - Desculpa. Não quis atrapalhar. Só perguntei
porque eu também tive um dia de trabalho totalmente
estressante.
FELIPE: - Você trabalha?
DRAG QUEEN: - Claro. Você acha que eu vivo disso?
FELIPE: - Sei lá... Vocês se vestem feito palhaços... Deve
ter alguém que paga para isso.
DRAG QUEEN: - Eu me visto porque gosto disso. É uma diversão,
minha válvula de escape...
FELIPE: - E trabalha aonde?
DRAG QUEEN: - Sou gerente de um banco.

CENA 29. VOLTA AOS DIAS ATUAIS. APTO FELIPE. INT. NOITE.

     Felipe se anima.

FELIPE: - A drag queen bancária!... Agora sim eu posso armar o meu plano.

     Felipe fica pensativo.

CENA 30. CASA TOMÁS. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

     Vera e Leandro chegam na casa de Tomás. Cristina os recepciona.

CRISTINA: - Que bom que vieram!
LEANDRO – Trouxe um vinho daqueles! (entregando a Cristina)
VERA: - Se ele não trouxesse esse vinho, iria ter um surto!
CRISTINA: - Tomás vai adorar, Leandro! Obrigada!

Vera e Leandro entram na sala. Tomás chega.

TOMÁS; - Boa noite!
LEANDRO: - Fala camarada!
VERA: - Boa noite Tomás!
TOMÁS: - Onde está a Sabrina? Não veio?
VERA: - Sabrina saiu com a Patrícia, foram ao shopping. Sabrina me avisou que elas viriam juntas.
CRISTINA: - Ah, então já devem estar chegando... (a Tomás) Querido, Leandro trouxe vinho. (entregando a Tomás)
TOMÁS: - Nossa! Esse vinho é muito bom!
LEANDRO: - Eu disse que ele era daqueles! Serve aí!
TOMÁS: - É pra já!

     Tomás pega as taças e prepara para servir o vinho. Cristina senta-se próxima de Vera.

VERA: - E então, qual será o cardápio do jantar?
CRISTINA: - Macarrão a la vovó! Lembra? (risos)
VERA (rindo): - Nossa, o macarrão da vovó! Claro que lembro! É divino!
LEANDRO: - Macarrão da vovó? De onde saiu isso?
VERA: - A nossa avó, por parte de pai, tinha um livro de receitas. E uma dessas receitas era uma macarronada que tinha molho muito especial. Algo de outro mundo!
CRISTINA: - Mas, numa viagem, ela acabou pegando uma chuva muito forte, que molhou toda a bagagem e perdendo o livro, ficando só com a folha dessa receita, que só ela só fazia em ocasiões especiais.
LEANDRO: - E estamos comemorando alguma coisa hoje para que essa receita seja servida?
CRISTINA: - Estamos comemorando a nossa união, a nossa paz, o nosso amor!

     Tomás entrega as taças.

TOMÁS: - Então vamos brindar!

     Os quatro brindam. Nesse instante, Sabrina e Patrícia chegam.

PATRÍCIA: - Chegamos bem na hora!
SABRINA: - Ei, esperem a gente!
VERA: - Venham meninas, vamos brindar novamente!

     Patrícia serve duas taças de vinho, para ela e para Sabrina. Todos brindam novamente.

LEANDRO: - Mas não vá beber, Sabrina, você ainda não pode!
SABRINA: - Claro que posso papai!
LEANDRO: - Claro que não! Você ainda é uma criança!
VERA: - Deixa de ser careta, Leandro... Sabrina já tem vinte anos bem vividos.
SABRINA; - E põe vividos nisso! (risos)
LEANDRO: - Ei! Que história é essa aí?!
TOMÁS: - Como dizem por aí, você precisa rever seus conceitos, camarada!

Todos riem.

CENA 31. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOIT.

     César vai descendo as escadas. Rúbia entra na sala.

RÚBIA: - Já vai saindo, meu amor?
CÉSAR: - Já sim, Rúbia. Não quero chegar muito tarde na casa da Lílian. Tem certeza que não quer ir?
RÚBIA; - Tenho sim. Esse passeio me deixou um pouco cansadinha...

     Os dois se beijam.

RÚBIA: - Não demora, senão eu fico com saudade!
CÉSAR: - Não vou demorar. Prometo.

     César sai. Rúbia sobe as escadas.

CENA 32. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

     Rúbia entra no quarto e fecha a porta, mas a porta não fica bem fechada. Ela nem percebe. Rúbia começa a arrumar a barriga falsa.

RÚBIA: - Isso fica desprendendo toda hora! Ai que saco!

Nesse instante, Clarisse abre a porta. Rúbia baixa o vestido rapidamente, assustada.

RÚBIA: - O que é isso?!
CLARISSE: - Desculpe, Rúbia!
RÚBIA: - Você quer me matar do coração, é? Não sabe que ninguém pode ver a minha barriga?
CLARISSE: - Eu não sabia que tinha gente no quarto, Rúbia. Eu vim organizar aqui, me desculpe!
RÚBIA: - Se não sabe se tem alguém, bate na porta antes de entrar, sua empregadinha insolente. E é dona Rúbia, para você, entendeu?
CLARISSE: - Sim, dona Rúbia.
RÚBIA: - E agora sai! Sai! Não quero saber de ninguém me atrapalhando aqui! Vai embora, Clarisse! Sai!
CLARISSE: - Com licença.

Clarisse sai rapidamente.

RÚBIA: - Essa foi por pouco...

Rúbia sente-se aliviada por conseguir esconder a barriga.

CENA 33. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. NOITE.
    
     Adriano e Sônia conversam com Virgínia e Carvalho.

VIRGÍNIA; - Que bom que vocês vieram!
SÔNIA: - Não poderíamos deixar de vir! O Carvalho me ligou tão eufórico, empolgado!
CARVALHO: - Acontece que nós temos uma coisa muito importante para falar com vocês.
ADRIANO: - Que coisa seria essa?
VIRGÍNIA: - Como agora o Carvalho ganhou na loteria e está rico, milionário, nós podemos finalmente, colocar em prática o nosso projeto.
CARVALHO: - E é aí que vocês dois entram.
SÔNIA: - E que projeto seria esse?
CARVALHO: - Bom, era para ser um projeto bem grandão assim, mas depois nós pensamos um pouquinho e resolvemos reduzí-lo um pouco, mas não fugimos da base.
VIRGÍNIA: - É... Nós pensamos em abrir uma clínica de estética.
SÔNIA: - Que maravilha! Que ideia ótima, Virgínia!
VIRGÍNIA: - Que bom que você gostou!... A ideia era ser um spa, mas acho que uma clínica de estética bem poderosa assim já está de bom tamanho.
ADRIANO: - E onde a gente entra nessa história?
CARVALHO: - Pois então. Nós gostaríamos de propor os serviços da clínica para o resort, como se fosse uma filial, entende?
ADRIANO: - Você deseja um espaço dentro do resort para a clínica de estética, é isso?
CARVALHO: - Isso mesmo. Mas não precisa construir um espaço novo. O resort já foi planejado com uma área dedicada à beleza e estética, não foi?
ADRIANO: - Foi...
CARVALHO: - Pois então. Esse espaço, ao invés de ser uma outra empresa, pode ser da nossa clínica.
SÔNIA; - A ideia não é ruim não, Adriano...
VIRGÍNIA: - A ideia é ótima! E eu tenho ótimos contatos da high socity que com certeza vão adorar o resort, além da clínica, é claro.
CARVALHO: - E então, o que você me diz, Adriano?

Adriano fica pensativo. Carvalho e Virgínia estão ansiosos pela resposta. Sônia também.

SÔNIA: - Fala logo, Adriano! Está nos deixando nervosos já!
ADRIANO: - Tudo bem, negócio fechado!

Todos vibram.

CARVALHO: - Você não vai se arrepender da parceria, Adriano.
ADRIANO: - Eu acredito que não, Carvalho. Seremos bons parceiros.
VIRGÍNIA: - Ah, tem mais uma coisa.
SÔNIA: - O que?
VIRGÍNIA; - Eu gostaria de convidar você, Sônia, para me ajudar na administração da clínica.
SÔNIA (surpresa); - Eu?
VIRGÍNIA; - Sim. Você é uma mulher inteligente, de fibra, tem todo o perfil necessário para esse tipo de função. Você aceita?
SÔNIA: - Mas é claro que eu aceito! Adoraria voltar a trabalhar!
CARVALHO: - Agora sim a parceria está completa!
VIRGÍNIA: - Meu amor, pega o champanhe!

Carvalho serve champanhe para todos, que brindam animados.




CENA 34. AVENIDA. CARRO CÉSAR. INT. NOITE.

     César dirige seu carro, andando por uma avenida de Praia Real. Ele para no sinal vermelho. Pega o celular e começa a digitar uma mensagem. O sinal fica verde, mas César nem percebe. Os outros carros que estavam atrás dele começam a buzinar. César termina de escrever a mensagem, enquanto isso, alguns carros passam por ele, os motoristas reclamam. César envia a mensagem e parte com seu carro.

CENA 35. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. NOITE.

     Brenda está pensativa, sentada em sua cama, quando Guto entra no quarto.

GUTO: - Posso entrar?
BRENDA: - Pode.

Guto entra. Senta-se aos pés da cama.

GUTO: - Você está muito triste com o casamento, não é?
BRENDA: - Feliz eu não poderia estar, certamente.
GUTO: - Eu avisei você disso tudo, não avisei?
BRENDA: - Eu sei que você falou Guto, que você avisou... Não preciso de sermão agora, está bem? Eu quero é ficar sozinha, em paz.
GUTO: - Você está querendo é continuar sendo enganada por aquele cafajeste.
BRENDA: - Não fala assim, Guto! Você sabe que eu não gosto!
GUTO: - Eu estou querendo é abrir os seus olhos, Brenda!...
BRENDA: - Eu não preciso de ajuda para enxergar o que se passa na minha vida! Eu sei bem o que está acontecendo e eu vou conseguir passar por isso. Eu vou!... Mas agora eu quero, eu preciso ficar sozinha. Por favor.

Guto levanta-se da cama, olha para Brenda que também o olha. Guto sai do quarto. Brenda fica entristecida. De repente, seu celular sinaliza uma mensagem. Brenda vê a mensagem.

“Oi Brenda. Me encontra no meu apartamento ainda hoje. Preciso muito falar com você. Beijos. César”

Brenda fica pensativa.

CENA 36. CASA PETRÔNIO. QUARTO BENTO. INT. NOITE.

     Bento está assistindo TV, deitado em sua cama, quando alguém bate à porta. Ele vai atender. Abre a porta. Helena entra no quarto.

BENTO (surpreso): - Dona Helena? Precisa de alguma coisa?
HELENA: - Preciso sim. De você, Bento.

     Bento se surpreende. Helena o encara, maliciosa.

CENA 37. CASA HENRIQUE. QUARTO. INT. NOITE.

     Henrique entra no quarto e para. Observa Silvana, escorada na parece, de frente para a janela. Ele deixa sua maleta na poltrona, entra no banheiro. Silvana percebe. Os dois permanecem em silêncio. Henrique sai do banheiro. Silvana continua de frente para a janela. Henrique vai saindo do quarto quando Silvana se vira e o chama.

SILVANA: - Henrique, espera!

Henrique para e volta.

SILVANA: - Vamos conversar.
HENRIQUE: - Se você não for dar as costas para mim como fez da última vez...
SILVANA: - Desculpe... Mas é que você insistiu naquela loucura de divórcio, eu acabei perdendo a cabeça.
HENRIQUE: - Não é loucura, Silvana. Eu estou decidido a me separar de você definitivamente.
SILVANA: - Por que você está fazendo essa tortura comigo? Por quê?
HENRIQUE: - Não há tortura nenhuma!... Tortura seria continuar com esse nosso casamento que já não está bem.
SILVANA: - Mas a gente pode melhorar, meu amor!
HENRIQUE: - Não podemos Silvana. Não podemos.
SILVANA: - Isso certamente é culpa da outra, não é?
HENRIQUE: - Que outra?!... Está vendo? É por isso que a gente não tem mais solução! Você fica inventando essas besteiras aí!
SILVANA (gritando): - Eu sei que você está me traindo, Henrique! Eu sei!
HENRIQUE (gritando): - Eu não tenho ninguém!
SILVANA (gritando): - Fala a verdade, seu sem vergonha! Diz que me traiu, pode dizer! Eu vou descobrir quem é a vagabunda que você anda encontrando à noite ou até de dia quando vai para aquela droga de companhia de navegação!
HENRIQUE (saindo): - Eu desisto!

Henrique vai saindo, quando Silvana o segura pelas costas. Henrique tenta se desvencilhar dela. Silvana rasga toda camisa de Henrique. Ele a empurra e ela cai na cama. Silvana parte para cima de Henrique novamente, dando tapas nele. Um dos tapas, ela acerta o rosto de Henrique. Ele consegue se afastar dela. Silvana está ofegante. Os dois se encaram. Henrique se aproxima do guarda-roupas, pega uma mala e começa a colocar umas peças de roupas dentro. Silvana, olhando tudo, começa a chorar. Henrique não dá bola para ela. Ele termina de arrumar sua mala. Vira-se para Silvana, que o encara.

HENRIQUE: - Eu procuro você outro dia com o meu advogado para falar sobre a nossa separação.

Henrique vai saindo do quarto, mas Silvana se agarra nas pernas dele.

SILVANA (chorando): - por favor, Henrique, não vá embora! Não vá embora!

Henrique consegue se soltar de Silvana e sai.

SILVANA (gritando): - Não me deixa! Não me deixa, Henrique!

Silvana fica caída no chão, chorando compulsivamente.

CENA 38. CASA TOMÁS. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

     Vera, Leandro, Cristina, Tomás, Patrícia e Sabrina conversam após o jantar.

PATRÍCIA: - Sabrina, vamos lá no quarto. Vou te mostrar as fotos da viagem.
SABRINA: - Demoro!

     As duas saem da mesa.

VERA: - E a amiga da Paty, a Rúbia, como está?
CRISTINA: - Está bem. Parece que vai casar logo.
LEANDRO: - Essa tirou a sorte grande... Vai ter um casamento de cinema.
TOMÁS: - Mas ela merece. É uma menina muito querida. Cresceu com a Paty.
VERA: - Sim, eu lembro disso, das duas crianças ainda, brincando...
LEANDRO: - O doutor Alberto anda todo faceiro com o fato de ser vovô.
CRISTINA: - Mas quem não ficaria? Até eu ficaria feliz em ser avó.
VERA: - Eu também, não vejo a hora!
LEANDRO: - Ih, Vera! Bate na madeira, isola! A Sabrina ainda nem pode pensar nisso!
VERA: - E porque não? Está com medo de ser chamado de vovô pela mulherada, é?
TOMAS (rindo): - Acho que é isso mesmo, Vera!
LEANDRO: - Não é nada disso não. Só acho que tudo tem seu tempo. A Sabrina está na flor da idade, ainda tem o que aproveitar.
CRISTINA: - Isso é verdade, Leandro. Concordo com você. Eu pelo menos aproveitei bastante a minha juventude.
TOMÁS: - E continua aproveitando, não é, meu bem?
CRISTINA: - Claro que sim, querido.
VERA: - Eu também, aproveitei minha juventude ao máximo! Beijei muito na boca, freqüentei várias festinhas...
CRISTINA: - As reuniões dançantes!
LEANDRO: - Quando começa a puxar o histórico, pode ter certeza que lá vem homem na parada...
VERA: - Ah Leandro, não é bem assim. Eu nem tive tantos namorados... Foi só o Paulinho, o Augusto, o Carlos, o Estevão, o Lino, o Vicente...
LEANDRO: - Pode parar, Vera! Já deu poxa!
CRISTINA: - Ah, você esqueceu do Ivan.
TOMÁS: - Pelo visto Leandro, a lista de namorados da Vera é mais extensa do que a sua lista de namoradas!

     Vera, Cristina e Tomás riem. Leandro consente.

CENA 39. CASA PETRÔNIO. QUARTO BENTO. INT. NOITE.

     Helena encara Bento.

BENTO: - Dona Helena, eu acho melhor a senhora ir embora.
HELENA: - Eu não vou embora sem antes usar dos seus serviços... E você sabe de quais serviços eu estou falando, não sabe?
BENTO: - Não, dona Helena, eu não sei.
HELENA (aproximando de Bento): - Ah, não sabe? Então eu vou te explicar... Explicar não!... eu vou mostrar para você!

Helena empurra Bento, que cai sobre a cama. Ela se joga em cima dele e o beija. Bento a empurra novamente.

BENTO: - Não, dona Helena! Eu não posso fazer isso.
HELENA: - Você já fez uma vez. Pode muito bem fazer outra...
BENTO: - naquela vez eu estava bêbado e a senhora se aproveitou disso.
HELENA: - Não foi só eu quem aproveitou Bento. E você sabe muito bem disso... Eu preciso de você, Bento!
BENTO: - Mas eu não sou um brinquedo que a senhora brinca quando quer.
HELENA: - Mas agora eu quero brincar e você não está querendo...
BENTO: - Vá embora, dona Helena, por favor!
HELENA: - Aproveita, Bento! Aproveita que eu estou aqui! Eu sei que você também está me querendo, me desejando... eu sei disso!
BENTO: - Eu não posso fazer isso e não vou fazer. Não vou faltar com o respeito à senhora.
HELENA: - Eu não quero o seu respeito. Quero o seu corpo, seu cheiro, você!

Helena agarra Bento. Os dois se encaram. Bento não resiste e beija Helena. Os dois rolam sobre a cama aos beijos e amassos.

CENA 40. APTO CÉSAR. INT. NOITE.

     César atende a porta. É Brenda.

CÉSAR: - Entra.

Brenda entra, calada.

CÉSAR: - Que bom que você veio.
BRENDA: - Eu vim até aqui porque eu preciso ouvir da sua boca que não é verdade que você vai se casar com a Rúbia.
CÉSAR: - Eu tentei evitar, Brenda. Eu juro!
BRENDA; - Você vai levar a história a diante, César! A gente combinou que não seria assim!
CÉSAR: - Eu sei, mas eu não tive outra opção!
BRENDA: - Ah não?
CÉSAR: - Não! Ela ameaçou fazer uma loucura Brenda.
BRENDA; - Loucura?
CÉSAR: - Ela disse que iria se matar se eu não me casasse com ela.
BRENDA: - Eu não acredito nisso...
CÉSAR: - Mas é a mais pura verdade. Eu fiquei totalmente perplexo diante dela. A rúbia falou com todas as letras que daria um fim nela e na criança, caso a gente não se casasse. Eu não pude evitar.
BRENDA: - Então, mais do que nunca, você está nas mãos dela... Eu não vejo outra saída para nós dois César, senão a gente se afastar de vez.
CÉSAR: - Não Brenda, isso não, por favor! Eu lutei tanto para ter você do meu lado! Agora que eu consegui eu não posso perder você novamente!
BRENDA: - Não há outra opção, César! Nós vamos ficar até quando nesse impasse?! É insustentável!
CÉSAR: - Nós vamos achar a solução.
BRENDA; - Tem um ditado que diz mais ou menos assim, para aquilo que não há remédio, remediado está... A nossa história não tem remédio, não tem solução.
CÉSAR: - Chegamos ao fim?
BRENDA: - Infelizmente.

Os dois se olham profundamente. Brenda se afasta aos poucos e sai do apartamento. César se joga no sofá, chorando.

CENA 41. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER. / CASA PETRÔNIO. QUARTO BENTO. EXT. DIA.

     Imagens de Praia Real ao amanhecer. O mar, as pessoas fazendo caminhada no calçadão. Corta para o quarto de Bento. Helena vai saindo do local, cuidando para não fazer barulho nem ser vista por ninguém. Quando ela fecha a porta do quarto e caminha alguns passos, é flagrada por Samantha.

SAMANTHA: - Helena?
HELENA (assustada/surpresa): - Ai Samantha! Que susto!
SAMANTHA: - O que você estava fazendo no quarto do Bento a essa hora?

     Helena fica nervosa diante de Samantha, que a encara.

CENA 42. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. DIA.

     Brenda se acorda e vê Rúbia em seu quarto.

BRENDA (surpresa): - Rúbia? O que você está fazendo aqui?
RÚBIA: - Bom dia irmãzinha, vim para falar umas coisas para você.
BRENDA: - Que coisas?
RÚBIA: - Umas boas verdades, porque é isso que você merece ouvir, sua oferecida!

Brenda e Rúbia se encaram.


               FIM DO CAPÍTULO

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