CENA
01. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. DIA.
Continuação
do capítulo anterior. Brenda e Rúbia discutem.
RÚBIA: - Oferecida, sem vergonha...
BRENDA: - Mas o que é isso, Rúbia?! Por que
você está me dizendo essas coisas?
RÚBIA; - Isso é o que você é, sua sonsa,
vadia!... Você pensa que eu não sei que você só esperou eu ir viajar para
correr atrás do César e fazer a cabeça dele contra mim, não foi?
BRENDA; - Eu não corri atrás de ninguém e nem
fiz a cabeça de ninguém, Rúbia! Você está ficando louca!
RÚBIA: - Louca é você que insiste em
atrapalhar a minha vida e a do César. Mas novamente você não vai conseguir,
Brenda.
BRENDA: - Ele não ama você.
RÚBIA: - Mas é comigo que ele vai se casar e
ele vai aprender a me amar. E vai me amar muito! E se Deus quiser, e ele vai
querer, eu vou ver a sua tristeza, a sua cara no fundo do poço... O César é
meu, Brenda. Só meu.
BRENDA: - Ele vai se casar com você por pena,
Rúbia. Só por pena, por dó... Você jogou baixo, chantageando ele daquele jeito.
RÚBIA; - que chantagem, do que você está
falando?
BRENDA: - O César me disse tudo.
RÚBIA: - Vocês se encontraram, é isso?
BRENDA: - Para você ver o quão importante
você é. Ele sai e você nem sabe para onde ele vai...
Rúbia fica séria.
BRENDA: - Ele pode muito bem cuidar do seu
filho sem vocês estarem juntos. Para quê prender uma pessoa à você se ela não
te ama, Rúbia?!
RÚBIA: - Ele me ama!... e se não ama, vai
amar! Eu já falei isso!...
Nesse instante, Matilde e Joaquim
entram no quarto. Brenda seca as lágrimas.
MATILDE: - Aconteceu alguma coisa?
JOAQUIM: - Ouvimos uns gritos, umas vozes
altas!
RÚBIA: - Não é nada não, vovô... Nós apenas
falamos alto demais, só isso.
MATILDE: - Mas porque essa carinha, Brenda?
Parece que estava chorando. Está triste com alguma coisa?...
BRENDA: - Não é nada, vovó, eu só...
RÚBIA (interrompendo Brenda): - Ela estava
chorando sim, vovó, mas de alegria.
JOAQUIM: - E porque? Qual o motivo de tanta
alegria assim?
RÚBIA: - Acontece que eu convidei a Brenda
para ser a madrinha do meu casamento com o César.
Brenda se surpreende com Rúbia.
Matilde e Joaquim ficam felizes.
MATILDE: - Mas que notícia maravilhosa,
Rúbia! E você aceitou, não é Brenda?
RÚBIA; - Claro que ela aceitou vovó. Por isso
que estava chorando. Eu fico muito feliz em você ter aceito o meu convite,
Brenda.
Brenda encara Rúbia. Rúbia se
aproxima de Brenda e a abraça.
RÚBIA (sussurrando): - Pra você ver de camarote
a minha vitória com o César.
As duas se afastam.
RÚBIA: - Bom, eu preciso ir agora. Tenho uns
compromissos para ir... Tenham um bom dia todos! E Brenda, mais uma vez,
obrigada por aceitar o meu convite.
Brenda sorri, sem graça.
MATILDE: - Eu acompanho você até a porta,
Rúbia.
Matilde e Rúbia saem.
JOAQUIM: - Que maravilha, não é Brenda? Você madrinha do casamento da
sua irmã!
BRENDA: - É, vovô...
JOAQUIM: - Bom, agora eu vou indo lá abrir o
restaurante. Essa notícia me deixou com um pique!
Joaquim sai animado. Brenda fica
entristecida no quarto.
CENA
02. CASA PETRÔNIO. QUARTO BENTO. EXT. DIA.
Samantha
questiona Helena.
SAMANTHA: - Então Helena, não me responder? O
que você estava fazendo no quarto do Bento a essa hora?
HELENA: - Eu? Nada, nada não...
SAMANTHA: - Ah, nada?
HELENA: - Quero dizer, eu vim falar com ele,
para que prepare o carro pois eu quero sair mais tarde, só isso.
SAMANTHA: - E veio assim, de robe, camisola?
HELENA: - Eu levantei a pouco, Samantha, só
isso. Mas, o que você quer ficar me perguntando tudo isso? Não devo satisfações
nenhuma para você!
Helena sai. Samantha fica um
tanto desconfiada.
CENA
03. APTO LÍLIAN. SALA. INT. DIA.
César
conversa com Fredy e Lílian.
LÍLIAN (surpresa): - Casamento com a Rúbia?!
Agora eu não entendi mais nada, César! Uma hora você diz que vai deixar dela
para ficar com a Brenda... Agora fala que vai casar com a Rúbia!
FREDY: - O que está acontecendo amigão, não
se decidiu ainda com quem você quer ficar?
CÉSAR: - Eu me decidi, eu já sei quem eu amo
de verdade, que é a Brenda... Mas, por uma questão de vida ou morte, eu vou ter
que casar com a Rúbia.
LÍLIAN: - Como assim, questão de vida ou
morte? Ela te ameaçou, é isso?
CÉSAR: - Não, Lílian. Ela ameaçou se matar se
eu não ficar com ela.
FREDY: - Mas cara, que loucura isso!
CÉSAR: - Muita loucura mesmo, Fredy. Eu
fiquei sem chão. Ela estava muito convicta daquilo que iria fazer, sabe?...
Fique com medo de que ela pudesse realmente se matar, matar a criança...
LÍLIAN: - Mas essa Rúbia é mais estranha do
que eu pensava...
FREDY: - Lílian!
LÍLIAN: - Ai, desculpa, César, mas
convenhamos que isso não é normal!
CÉSAR; - Eu sei. Mas o fato é que novamente
eu me afastei da Brenda para ficar com a Rúbia. E pelo visto, não tem mais
volta.
FREDY: - E a Brenda, como reagiu com essa
história toda?
CÉSAR: - Ficou péssima, totalmente arrasada.
Ela terminou o namoro com o Guto na esperança de que eu também fizesse o mesmo
com a Rúbia, mas no final, acabou saindo tudo errado.
LÍLIAN: - Nossa, coitada!... Deve estar
sofrendo.
CÉSAR: - Nem me fala, Lílian. Eu também estou
sofrendo muito com isso. Mas, agora é bola pra frente, tocar a vida. Não posso
desistir agora. E foi também por causa do casamento que eu estou aqui. Queria
convidar vocês dois, meus amigões do peito, para serem meus padrinhos de
casamento.
FREDY (feliz): - Eu? Padrinho de casamento!
CÉSAR: - Sim. Você e a Lílian. E então,
aceitam?
LÍLIAN: - Mas é lógico, César! E com muito
prazer!
FREDY: - Oh, me dá um abraço aqui, amigão!
LÍLIAN: - Ah, eu também quero!
Lílian e Fredy abraçam César.
CENA
04. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. EXT. DIA.
Rúbia
e Matilde estão paradas em frente ao restaurante, conversando.
MATILDE: - O táxi já está vindo?
RÚBIA: - Já, vovó... O Charles, o motorista
lá de casa, teve que levar o seu Alberto para a empresa...
MATILDE: - Eles são muito finos, Rúbia...
Você está conseguindo se adaptar ao modo de vida deles?
RÚBIA: - Mas eu me adaptei rapidinho, vovó...
Parece que eu nasci para viver com eles, sabe? Não tive dificuldade em nada!
MATILDE: - Que ótimo, minha filha...
Nesse instante, Guto chega,
carregando umas sacolas de compras.
GUTO: - Estão aqui as compras, dona Matilde.
MATILDE: - Me dê aqui, Guto. Muito
obrigado!...
Matilde pega as sacolas.
MATILDE: - Minha filha, eu vou ter que
entrar, para organizar as coisas lá da cozinha. Mas o Guto pode ficar aqui,
esperando o táxi com você. Pode, não é Guto?
GUTO: - Claro, posso sim.
Matilde e Rúbia se abraçam.
Matilde sai. Guto e Rúbia conversam.
GUTO: - Você estava aí é? Porque quando eu
saí não vi ninguém chegar...
RÚBIA: - Estava sim. Cheguei cedo, para falar
com a Brenda.
GUTO: - Que bom.
RÚBIA: - Aliás, o assunto que eu falei com a
Brenda também interessa a você, Guto.
GUTO: - E o que seria?
RÚBIA: - Eu convidei a Brenda para ser
madrinha do meu casamento com o César.
GUTO: - E ela aceitou?
RÚBIA: - Prontamente, muito feliz.
Guto faz uma cara estranha, como
se estivesse surpreso.
RÚBIA: - Por quê? Você achou que ela não
aceitaria?
GUTO: - Não sei se você sabe, mas a Brenda
gosta do César.
RÚBIA: - Eu sei dessa história toda, Guto,
infelizmente... Mas o César vai se casar é comigo e não com ela e ela deve
entender isso!
GUTO: - Eu também acho...
RÚBIA: - Olha Guto, eu sei que você gosta da
Brenda. Sei que você sonha em ter uma vida ao lado dela, assim como eu sonho em
viver com o César. Por isso que eu também convido você para ser padrinho do meu
casamento, junto com a Brenda. O que você acha?
GUTO (surpreso / feliz): - Nossa, Rúbia! Eu nem sei o que dizer! Muito obrigado! Eu aceito
sim!
RÚBIA: - Eu é que agradeço, Guto. Assim você
também pode se aproximar mais da Brenda e quem sabe não reconquistar o coração
dela?
GUTO: - Você acha mesmo?
RÚBIA: - Claro que eu acho! Vocês foram
feitos um para o outro, Guto!
Rúbia o abraça Guto.
RÚBIA: - Vou indo lá, querido. Fique com
Deus.
Rúbia entra num táxi que está
parado em frente ao restaurante e vai embora. Guto fica pensativo, contente.
CENA
05. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. DIA.
Virgínia
e Carvalho conversam.
CARVALHO (contente): - Eu estou tão feliz!
Está tudo dando certo na minha vida... Primeiro, conheci você, minha flor do
campo!
Virgínia se envaidece.
CARVALHO: - Depois, acertei na loteria.
Agora, a minha única filha vai se casar. E com um rapaz de uma índole
magnífica!
VIRGÍNIA: - Ah, isso não tenha dúvidas! O
César é um rapaz que dispensa comentários. Mas sei lá, achei esse casamento tão
cedo, apressado...
CARVALHO: - Eu não achei. Os dois já namoram
a um bom tempo e outra, ela está grávida dele. Não vejo motivos para que esse
casamento aconteça mais tarde.
VIRGÍNIA: - Bom, eu ainda tenho as minhas
dúvidas quanto a isso... Principalmente com o fato da Rúbia, de uma hora para
outra, morrer de amores, carinhos por você.
CARVALHO: - Ué? Ela é a minha filha, oras.
Isso é super normal, Virgínia.
VIRGÍNIA: - Não, Carvalho. Dessa forma como
as coisas estão acontecendo não é normal. Antes de você de ficar rico, a Rúbia
nem sequer olhava na sua cara, nunca visitou você aqui nem em lugar algum.
Vivia te evitando. Você mesmo me disse isso. E agora, depois desse bendito
prêmio, tudo muda, como num passe de magia? Ah, faça-me o favor, né?
Carvalho fica sem reação.
Virgínia percebe que pegou um pouco pesado nos comentários.
VIRGÍNIA: - Desculpe querido, eu sei que ela
é sua filha, que você a ama, mas...
CARVALHO: - Tudo bem, Virgínia, não tem
problema. Eu entendi o que você quis dizer. Mas se eu não ficar feliz com essa
aproximação que está tendo agora, quando eu poderei fazer isso?... Meu grande
sonho é viver em paz com a minha filha, com uma família legal. E isso está
sendo possível agora. Não quero perder essa chance, mesmo que seja curta, por
pouco tempo.
Virgínia abraça Carvalho.
VIRGÍNIA: - Eu sei, meu amor. Entendo você.
CARVALHO: - E já que está tudo dando certo,
só falta eu ensaiar a minha entrada na igreja com ela.
VIRGÍNIA: - Ah não Carvalho! Ainda falta um
mês! Você está ficando pior que eu depois que ficou rico!
CARVALHO: - Mas, como você mesma diz, nós
entramos para a high socity! Não se pode fazer feio!
Os dois riem.
CENA
06. APTO FELIPE. INT. DIA.
Tânia
e Felipe conversam.
FELIPE: - O César e a aquela largadinha vão
se casar, é isso?
TÂNIA: - Dentro de um mês!... Eu estou
desesperada! O César definitivamente jogou a vida dele no lixo!
FELIPE: - Mas não há nada o que você possa
fazer para impedir esse casamento?
TÂNIA: - Não sei! Não vejo nada em mente
agora!... Se eu pudesse, dava uma surra naquela infeliz até ela desistir de
casar!
FELIPE: - É uma opção.
TÂNIA: - Mas eu não iria sujar as minhas mãos
com aquela vadia. Ah, isso não!
FELIPE: - Tem razão, não vale a pena... Mas,
mudando um pouco de assunto. Você conseguiu a caixa da Olga com a Mônica?
TÂNIA: - Não. A Mônica está viajando e o
porteiro não sabe quando ela volta. Ou seja, vou ter que esperar ela voltar
para pegar a caixa.
FELIPE: - Mas você não me disse tia o que há
dentro daquela caixa...
TÂNIA: - Já falei que eu também não sei o que
tem lá dentro. Só tenho curiosidade em saber, só isso. A Olga sempre teve seus
mistérios.
FELIPE (encarando Tânia): - Pelo visto não só
a Olga.
TÂNIA: - Você às vezes me surpreende com a
sua frieza, Felipe.
FELIPE: - Isso prova que eu fui um bom aluno,
não acha?
TÂNIA: - Bom, já vou indo embora. Nos falamos
outra hora.
FELIPE: - Claro. Eu a acompanho até a porta.
Felipe
acompanha Tânia até a porta. Tânia vai embora. Felipe fica pensativo.
CENA
07. CASA SÔNIA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Matilde
conversa com Sônia e Adriano.
SÔNIA: - Mas a senhora veio aqui sem avisar
mamãe. Aconteceu alguma coisa?
MATILDE: - Não querida. Acontece que a
notícia é tão boa que eu não poderia deixar de vir aqui contar.
ADRIANO: - Bom, então a senhora pode falar,
pois nós já estamos ansiosos para saber que notícia é essa!
MATILDE: - A Rúbia, filha do Carvalho, vai se
casar.
SÔNIA: - A Rúbia! Que maravilha! Com quem,
mamãe?
MATILDE: - Com o filho do dono da Best Fish.
ADRIANO: - Com o filho do doutor Alberto
Walker?
MATILDE: - Isso, com ele mesmo, o César. É um
rapaz encantador!
SONIA: - Mas que coisa boa, mamãe! Estou tão
feliz por ela... O Carvalho então! Deve estar radiante com isso tudo!
MATILDE: - Está sim.
ADRIANO: - E quando vai ser o casamento?
MATILDE: - Daqui a um mês, Adriano.
SÔNIA: - Nossa, rápido assim?
MATILDE; - A Rúbia não quer entrar na igreja
com a barriga muito grande, já que ela está grávida...
ADRIANO: - Daqui a um mês... É quase que o
mesmo tempo em que o resort fica pronto!
MATILDE; - Nossa, quanta coincidência!
SÔNIA: - É mesmo querido!...
ADRIANO: - E sabe que, pensando bem, a gente
até poderia unir o útil ao agradável.
SÔNIA: - Como assim, querido?
ADRIANO: - A inauguração do resort será
praticamente no mesmo período do casamento. Se os noivos ainda não tem um lugar
para fazer a festa, podem utilizar o espaço de festas do resort. Seria ma dupla
festa. A inauguração do resort com o casamento do herdeiro de um dos homens
mais ricos do Brasil.
MATILDE: - Adriano! Ideia ótima!
SÔNIA: - A ideia é realmente maravilhosa! Mas
como vamos ter contato com eles?
ADRIANO: - Eu conheço o doutor Alberto. Posso
marcar um dia com ele na Best Fish e apresentar a ideia. Acho que ele vai
topar.
MATILDE: - E de quebra, vocês já participam
da cerimônia do casamento, que segundo a Rúbia contou, será um estouro!
Os três vibram.
CENA
08. CASA PETRÔNIO. GARAGEM. INT. DIA.
Bento
está polindo o carro quando Samantha entra na garagem.
SAMANTHA: - Oi Bento.
BENTO: - Olá, Samantha. Precisa do carro? Eu
já estou terminando de polir.
SAMANTHA: - Não, não preciso do carro não. Eu
queria mesmo é falar com você, um instantinho, se não estiver te atrapalhando.
BENTO: - Não, claro que não, pode falar.
SAMANTHA: - O que a Helena estava fazendo
hoje de manhã cedo, saindo do seu quarto?
Bento fica nervoso.
BENTO: - A dona Helena, no meu quarto?
SAMANTHA; - Sim, Bento. Hoje de manhã bem
cedo eu estava me aquecendo para a ginástica, quando vi a Helena saindo do seu
quarto, vestida apenas com roupas de dormir.
BENTO: - Então, ela veio falar comigo.
SAMANTHA: - Falar o quê, exatamente?
Nesse instante, Petrônio entra na
garagem.
PETRÔNIO: - Samantha, você está aqui é?!
SAMANTHA: - Sim, Pepê! Estou conversando com
o Bento, porquê?
PETRÔNIO: - Esqueceu que combinamos de ir até
a companhia de navegação?
SAMANTHA: - Ah, esqueci, meu amor! Você ainda
quer ir?
PETRÔNIO: - Claro, eu já estou até pronto!
SAMANTHA: - Então vamos, meu bem!...
BENTO: - Quer que eu os leve, seu Petrônio?
PETRÔNIO: - Obrigado, Bento. Nós vamos
caminhando mesmo. Não é longe. Vamos meu bem?
SAMANTHA: - Vamos sim. Até logo, Bento.
BENTO: - Bom passeio para vocês!
Samantha e Petrônio saem. Bento
respira aliviado.
BENTO: - Por pouco... Eu vou acabar me
ralando por causa dessa história.
CENA
09. IMOBILIÁRIA. SALA DIOGO. INT. DIA.
Alice
e Diogo conversam.
ALICE: - Então Diogo, nada ainda?
DIOO: - Nada Alice. Nenhuma notícia.
Alice; - E agora, meu Deus, o que eu vou
fazer?
DIOGO: - Calma Alice, não podemos nos
desesperar agora. Nós vamos conseguir falar com o Matheus, ter algum contato.
ALICE: - Eu não consigo acreditar que ele
tenha se negado a saber do nosso filho, Diogo. Eu não consigo!
DIOGO: - Eu também não acredito nessa
história, Alice. Por isso é que não podemos perder o controle e continuar
tentando falar com ele, de qualquer jeito. Só assim a gente pode saber se isso
é realmente verdade.
ALICE: - Como assim? Você acha que isso tudo
pode ser invenção da Helena?
DIOGO; - A Helena é capaz de tudo!
CENA
10. LONDRES. UNIVERSIDADE. REFEITÓRIO. INT. DIA.
Matheus
e Natanael estão fazendo um lanche.
NATANAEL: - Está bom isso aqui, hein? Uma
delícia! Será que tem tele-entrega disso por aqui?
MATHEUS; - Ah, deve ter...
De repente, Matheus tem uma
ideia.
MATHEUS: - Mas é lógico!
NATANAEL: - é lógico o quê? Que tem
tele-entrega?
MATHEUS: - Não é isso não!... Natanael, você
tem celular, não tem?
NATANEL: - Tenho sim.
MATHEUS: - Então você será a minha salvação.
Eu preciso fazer uma ligação, urgente para o Brasil. Me ajuda aí cara, por
favor?
NATANAEL: - Claro que sim rapaz! pega aí!
Natanael entrega o celular para
Matheus, que recebe, cuidando para que ninguém veja. Nesse instante, Willian
entra no refeitório e percebe o comportamento de Matheus.
MATHEUS: - Eu vou até o banheiro ligar.
NATANAEL: - Isso, vai lá.
MATHEUS: - Valeu mesmo cara!
Matheus sai rapidamente em
direção ao banheiro do refeitório. Willian o segue.
CENA
11. LONDRES. UNIVERSIDADE. BANHEIRO DO REFEITORIO. INT. DIA.
Matheus
entra no banheiro e vai para um dos boxes.
MATHEUS (discando): - Código do Brasil...
Nesse instante, Willian entra no
banheiro, cuidando para não fazer barulho. Ele passa cabine por cabine,
verificando se há alguém. Quando chega até a cabine de Matheus, percebe que há
alguém. Rapidamente, Willian abre a porta. Matheus se assusta.
MATHEUS: - Willian?!
Willian rapidamente pega o
celular das mãos de Matheus e desliga o aparelho.
MATHEUS: - Devolve isso, Willian! Esse telefone
não é meu!
WILLIAN: - Você pensa que eu sou idiota, é?
Você estava ligando para o Brasil para falar com a sua namoradinha?
MATHEUS; - Você não pode me privar de tudo
aqui!
WILLIAN: - Eu posso fazer com o que você o
que eu quiser! Você está sob os meus cuidados, ou melhor, sob os meus poderes
aqui em Londres. Agora saia daí! Vamos!
Matheus sai Box.
MATHEUS: - Posso pelo menos pegar o celular
de volta?
WILLIAN: - É claro que não. Esse telefone
fica comigo.
MATHEUS; - Mas não é meu, Willian!
WILLIAN: - Pensasse nisso antes de ficar
aprontando. Seu moleque mimado! Agora vamos, saia!
Matheus sai. Willian guarda o
celular no bolso e depois sai.
CENA
12. UNIVERSIDADE. REFEITORIO. INT. DIA.
Matheus chega cabisbaixo junto à
mesa de Natanael.
NATANAEL: - E então, conseguiu?
MATHEUS: - Não. O Willian chegou bem na hora
e atrapalhou tudo.
NATANAEL: - Pena cara... Pode passar o
telefone então...
MATHEUS: - Pois é, tem mais um problema. O
Willian confiscou o seu celular.
NATANAEL: - Como é que é?
MATHEUS: - Desculpa cara! Eu juro que pego
ele de volta para você.
NATANAEL: - Poxa cara, sacanagem!... Mas é
bom que você consiga mesmo, pois esse telefone era a forma de contato entre eu
e os meus pais, cara.
MATHEUS: - Não se preocupe com isso. Eu vou
pegar seu telefone de volta.
Matheus fica pensativo.
CENA
13. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. INT. DIA.
Clarisse
se arruma toda para sair. Coloca uma roupa bonita, arruma bem os cabelos, uma
maquiagem. Ela sai de casa linda.
CENA
14. CASA ALBERTO. APTO CHARLES. EXT. DIA.
Clarisse sai de casa. Charles
percebe que ela está muito bonita.
CHARLES: - Vai aonde toda produzida desse
jeito, Clarisse?
CLARISSE: - Vou ao banco, Charles, pagar umas
contas. Mas eu não estou toda produzida não.
CHARLES: - Pra mim está sim. Até demais.
CLARISSE: - Então é um milagre, pois depois
de tanto tempo, você reparou em mim. Se prestasse mais atenção em mim, iria
perceber que eu estou sempre bem arrumada.
CHARLES – Tudo bem, sem sermão agora. Vamos
lá, eu levo você.
CLARISSE: - Não precisa não, Charles, eu vou
pegar um ônibus ali adiante.
CHARLES: - Para de bobagem, Clarisse! Pra que
pegar Ônibus! Deixa que eu te levo, mulher!
CLARISSE: - Charles, não! Vai que alguém aqui
da casa precise de você e você dando voltinhas comigo? Não se preocupe. Não vou
demorar. Volto logo.
Clarisse sai. Charles fica
pensativo.
CENA
15. RUA. PONTO DE ÔNIBUS. EXT. DIA.
Clarisse aguarda o ônibus. Ao
fundo, na rua, Charles estaciona o carro, observando a esposa. O Ônibus vem e
Clarisse embarca. Charles segue o ônibus de carro.
CENA
16. LOJA DE NOIVAS. INT. DIA.
Rúbia
experimenta um vestido de noiva, acompanhada de Patrícia. Uma funcionária da
loja está junto, fazendo uns ajustes no vestido.
PATRÍCIA; - Esse vestido é lindo, Rúbia!
RÚBIA: - Também achei lindo!...
PATRÍCIA: - Mas eu pensei que você fosse
encomendar um, de algum estilista, sei lá...
RÚBIA: - Eu até pensei nisso, mas tenho medo
que demore, sei lá. Nada pode atrasar, demorar, nada!... Esse casamento tem que
ser pra já, pra ontem!
PATRÍCIA: - E a Brenda, como ela reagiu
quando você falou do convite?
RÚBIA: - Com aquela cara de paisagem, como
ela sempre faz, se fingindo de pobre inocente.
PATRÍCIA: - Mas você também pegou pesado,
Rúbia, convidando ela para ser madrinha do seu casamento com o César, o cara
que ela ama!
RÚBIA: - Perto do que ela fez comigo, eu fui
até bem boazinha com ela, Paty...
PATRÍCIA: - E o Cadu?
RÚBIA: - O que tem o Cadu?
PATRÍCIA: - Não vai convidar ele para o
casamento?
RÚBIA: - Eu pensei muito nisso, sabia?... Eu
vou convidá-lo mais por consideração, não por realmente gostar dele. Ficaria
chato depois de toda a força que ele me deu, não acha?
PATRÍCIA: - É, pode ser...
FUNCIONÁRIA: - Pronto, terminei. O que achou?
PATRÍCIA: - Eu achei um máximo! Tudo de bom!
RÚBIA: - É, está bonito, mas sei lá...
PATRÍCIA: - Mas Rúbia! Agora a pouco você
acabou de elogiar o vestido!
RÚBIA: - Eu sei, mas agora aqui, a gente
conversando... Mudei de ideia! Eu quero um outro vestido que eu vi na antes.
FUNCIONÁRIA: - Não vai ficar com este então?
RÚBIA: - Não. Vou trocar o vestido.
CENA
17. PRAÇA CENTRAL. EXT. DIA.
Clarisse
está na praça, esperando Diogo, que chega logo em seguida.
CLARISSE: - Pensei que não viesse mais!
DIOGO: - Você sabe como funciona a
imobiliária. Tive que resolver uns assuntos antes. Desculpe.
CLARISSE: - Não tem problema.
Charles, que estaciona o carro do
outro lado da praça, vê os dois juntos. Ele não se controla, desce do carro e
vai ao encontro de Diogo e Clarisse.
CHARLES: - Então agora os dois andam se
encontrando às escondidas, é isso?
CLARISSE (surpresa): - Charles?! O que você
está fazendo aqui? Você me seguiu?
CHARLES: - Segui sim, sua vadia. Eu precisa
saber onde você iria toda arrumada e pelo visto eu descobri. Veio se encontrar
com esse pé rapado!
DIOGO: - Fala direito com ela, rapaz!
CHARLES: - Ela é minha mulher e eu falo com
ela como eu quiser! (pega Clarisse pelo braço) Vamos embora agora, Clarisse!
Diogo puxa o braço de Charles,
que solta Clarisse.
DIOGO: - Eu disse para você falar direito com
ela!
Diogo dá um soco em Charles.
CLARISSE: - Diogo, não! Por favor!
As pessoas na praça ficam
nervosas com a briga.
CHARLES: - Então agora o Zé ninguém ficou
valente... Vem cá, vem! Bate outra vez! Vamos ver se você consegue me acertar
novamente...
CLARISSE: - Não Charles! Sem briga aqui, por
favor! Vamos embora, eu vou com você!
DIOGO: - Mas Clarisse, nós dois!
CLARISSE: - Esquece, Diogo! Esquece! Vamos
Charles, vamos embora!
CHARLES: - Isso não vai ficar assim...
Charles puxa fortemente Clarisse
pelo braço, levando-a até o carro. Ela entra no carro e pelo vidro, fica a
observar Diogo. Charles entra no carro e parte rapidamente. Diogo fica na
praça, entristecido.
CENA
18. CIA DE NAVEGAÇÃO. INT. DIA.
Petrônio
e Samantha conversam com Henrique.
PETRÔNIO: - Fazia muito tempo que eu não via
uma companhia tão bem equipada como essa. Lógico, com toda a tecnologia que há
hoje, isso fica até um pouco mais fácil.
HENRIQUE: - Ouvindo isso do senhor, seu
Petrônio, fico até emocionado. De certa forma, hoje em dia se há uma facilidade
bem maior em conseguir equipar tudo. Mas também é preciso que se haja
patrocínio, apoio forte, parcerias sólidas... Isso tudo eu não fiz sozinho.
Tive que pedir ajuda, apoio.
SAMANTHA: - Outra coisa que ajuda a manter a
companhia funcionando é o fluxo de turistas, não é Henrique?
HENRIQUE: - Sim. Há pessoas de diversos
lugares que vêm para cá passear nas nossas lanchas. Mas também nós temos
recebidos muitas pessoas da própria cidade aqui.
PETRÔNIO: - Isso é muito bom! A população
conhecer os serviços que sua terra oferece para as pessoas que vêm de fora.
HENRIQUE: - Claro. E nós montamos um pequeno
museu, um acervo de fotos de todas as pessoas que usaram os serviços da
companhia. Todos os passageiros foram fotografados e essas lembranças ficam expostas
nesse acervo.
SAMANTHA: - Ah, vamos lá ver, vamos?
HENRIQUE: - Claro, vamos sim.
Henrique
leva Petrônio e Samantha para conhecer as dependências da Cia de Navegação.
CENA
19. LOJA DE NOIVAS. INT. DIA.
A
funcionária termina os ajustes no vestido de Rúbia, que sente-se poderosa.
RÚBIA: - É esse mesmo. Com esse vestido,
estarei triunfante!
PATRÍCIA: - Está uma diva, amiga. Linda!
Linda!
Rúbia se mostra feliz, trajando
um belo vestido de noiva.
CENA
20. PASSAGEM DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. DIA.
Imagens
gerais de Praia Real. O mar, os peixes, as gaivotas, os barcos dos pescadores.
Imagens da movimentação da cidade Transição do tempo, em dia e noite. Corta
para um plano geral da orla da praia. Passagem do tempo. No vídeo, a
LEGENDA: um mês depois.
CENA
21. IGREJA DE SÃO JOSÉ. EXT. DIA.
Imagens
da fachada da Igreja de São José. Alguns convidados chegando ainda, fotógrafos
do lado de fora.
CENA
22. IGREJA DE SÃO JOSÉ. INT. DIA.
Os convidados lotam o interior da
igreja. Há burburinho, conversas, alguns estão ansiosos. César está no altar.
Alberto se aproxima dele.
ALBERTO: - Nervoso, meu filho?
CÉSAR: - Um pouco, papai.
ALBERTO: - Eu também fiquei assim quando me
casei com sua mãe. É uma sensação inexplicável.
CÉSAR; - É um misto de sensações!
ALBERTO: - Mas fazem parte de um momento
único na sua vida. E pode escrever, que você nunca viverá emoção igual a essa.
Num outro ponto, Felipe vai
seguindo para o altar, quando Tânia se aproxima dele.
TÂNIA: - Você caprichou na roupa, Felipe.
Está lindo.
FELIPE; - Tenho que ser um padrinho de
destaque, não é tia? Aliás, eu até me surpreendi com o convite do César para
ser padrinho do casamento dele.
TÂNIA: - Meu filho tem bom gosto, Felipe. Não
se esqueça disso.
FELIPE: - Se ele tivesse bom gosto, não estaria
se casando com essa moça aí, não é mesmo?
TÂNIA; - Tem razão. Há exceções. Mas não
podemos falar isso aqui. Estamos na igreja. Vamos manter a aparência e achar
que está tudo lindo, maravilhoso!
FELIPE: - E pelo visto vai ficar melhor
ainda. Olha os avós da golpista se aproximando aqui...
TÂNIA: - Deus do céu, me ajuda a aturar essa
gente só mais um pouquinho...
Matilde e Joaquim se aproximam de
Tânia e Felipe.
MATILDE; - Dona Tânia, a decoração está
linda! A Rúbia falou que foi a senhora que escolheu! Parabéns!
JOAQUIM: - Está muito chique! Muito chique!
TÂNIA: - Muito obrigada! Fico muito feliz em
saber que vocês gostaram!
MATILDE; - Sim, gostamos muito!
TÂNIA: - Se vocês puderem me dar licença, eu
vou cumprimentar uns convidados que chegaram.
JOAQUIM: - Claro, fique a vontade.
Tânia sai. Felipe sorri e sai
junto com Tânia. Joaquim e Matilde ficam admirando a decoração.
Enquanto isso, César está ansioso
no altar. Fredy e Lílian se aproximam dele, o ajudam a controlar a ansiedade.
De repente, César vê Brenda entrar na igreja. Ela está linda. Ela avista César
no altar. Os dois se olham profundamente. Brenda vai se encaminhando para o
altar. Os dois se olham. Nesse instante, Guto se aproxima, tentando arrumar a
gravata.
GUTO: - Brenda, me ajuda aqui com essa
gravata?
BRENDA; - Claro Guto... Vamos mais ali.
Brenda e Guto saem do altar e vão
para um canto. César não consegue desviar o olhar de Brenda. Nesse instante,
Marina se aproxima de César.
MARINA; - César, a Rúbia vem com quem?
CÉSAR: - O Charles vem trazendo ela e a
Patrícia.
CENA
23. IGREJA SÃO JOSÉ. EXT. DIA.
Rúbia
vai chegando com Charles e Patrícia à igreja.
RÚBIA; - Charles, para um pouco antes, por
favor!
Charles para o carro.
CHARLES: - Aqui está bom?
RÚBIA; - Está ótimo!
PATRÍCIA: - Mas Rúbia, está a entrada é mais
adiante!
RÚBIA (cochichando): - Mas eu preciso arrumar
a barriga, Paty!
PATRÍCIA: - Ah, ok!... Acho que a gente pode
ir para a sacristia da igreja. Se eu não me engano, a entrada é logo ali.
RÚBIA: - Então vamos!
As duas descem do carro e vão
para a sacristia.
CENA
24. IGREJA SÃO JOSÉ. SACRISTIA. INT. DIA.
Rúbia
está se preparando com Patrícia.
RÚBIA: - Aperta o vestido um pouco mais aí,
Paty!
PATRÍCIA: - assim está bom?
RÚBIA: - Está ótimo...
Nesse instante, Cadu entra no
local.
PATRÍCIA: - Cadu?
Rúbia vira-se. Cadu e Rúbia
trocam olhares.
PATRÍCIA: - Como você sabia que a gente
estava aqui?
CADU: - Eu cheguei logo depois da noiva.
RÚBIA: - Então chegou atrasado ao casamento.
CADU: - Pelo o que eu vejo, o casamento ainda
não começou. E sendo assim, eu posso ter um tempinho ainda para falar com a
noiva, não posso?
RÚBIA; - Pode, claro.
CADU: - A sós.
Rúbia e Patrícia se olham. Rúbia
sinaliza que vai ficar sozinha com Cadu. Patrícia se retira. Rúbia e Cadu ficam
a se olhar.
CENA
25. IGREJA SÃO JOSÉ. INT. DIA.
Alberto,
Tomás, Leandro e Felipe conversam.
ALBERTO: - O contrato com os espanhóis será
um sucesso!
TOMÁS: - Certamente, doutor Alberto.
LEANDRO: - E o valor é altíssimo, não? Creio
que esse é um dos mais caros que já fizemos. Não é, Felipe?
FELIPE; - É sim Leandro. Um dos mais caros,
no qual nós devemos nos empenhar bastante, pois teremos que elevar a qualidade
dos nosso serviços cada vez mais. Afinal, recebemos duzentos milhões de euros!
ALBERTO: - Ainda não recebemos nada,
Felipe!... Falta a reunião para decidir as últimos detalhes.
LEANDRO: - E quando será essa reunião?
ALBERTO: - Em breve. Pedirei para a Mônica
agendar para os próximos dias, o mais rápido possível!
Enquanto isso, Sônia e Adriano
chegam à Igreja. Os dois logo procuram um lugar para sentar. Tânia comenta com
Helena.
TÂNIA: - Esse casal que chegou é o dono do
resort onde será a festa do casamento.
HELENA: - Dizem que o resort é um arraso.
Coisa de alto nível mesmo.
TÂNIA: - Coisa de alto nível aqui em praia
Real? Estou pagando pra ver.
HELENA: - Mas você não foi lá?
TÂNIA: - Não fui. Combinamos que eu cuidaria
da decoração da igreja enquanto a noivinha querida cuidaria dos detalhes da
festa. Ou seja, eu vou conhecer o resort junto com vocês.
Num outro ponto, Brenda conversa
com Guto, enquanto César os observa de longe. Matilde chama Guto, que sai.
César aproveita e se aproxima de Brenda.
CÉSAR: - Você está linda.
BRENDA; - Obrigada. Você também está muito
bonito.
CÉSAR; - Eu poderia estar feliz também, se
estivesse com você.
BRENDA; - Mas infelizmente nós não estamos
juntos. Porém, você está se casando agora. Acho que deveria tentar se dedicar a
buscar a felicidade junto da sua esposa.
CÉSAR; - Vai ser difícil, ainda mais quando
eu não consigo tirar você da cabeça em nenhum minuto.
Os dois se olham profundamente.
Matilde se aproxima dos dois.
MATILDE; - Brenda, vem aqui comigo um
instante.
BRENDA: - Claro, vovó.
Brenda sai. Tânia se aproxima
dele.
TÂNIA: - Está tudo bem, meu filho?
CÉSAR: - Está sim mamãe. Mas vou dar uma
volta para ver se fico mais calmo. Vou lá fora, respirar ar puro.
TÂNIA: - Faça isso querido.
César sai.
CENA
26. IGREJA SÃO JOSÉ. SACRISTIA. INT. DIA.
Rúbia
e Cadu conversam.
CADU: - Você está linda.
RÚBIA: - Obrigada.
CADU: - Uma grávida linda. Pena que não é
comigo que você irá se casar.
RUBIA: - Pois é... O César chegou primeiro.
CADU: - Ainda dá tempo de desistir.
RÚBIA; - Você sabe muito bem que eu não vou
desistir.
CADU: - Mesmo eu estando aqui, te pedindo, implorando?
RÚBIA: - Cadu, nós já conversamos sobre
isso...
CADU: - Rúbia, isso tudo não faz sentido.
RÚBIA: - Não faz sentido você ficar aqui
dentro comigo. Alguém pode entrar a qualquer momento.
CADU: - Eu não posso ficar aqui, perto de
você, sem sentir vontade de te beijar...
Cadu tenta beijar Rúbia, mas ela
o evita.
RÚBIA: - Não, Cadu! Isso não!
CADU: - Eu sei que você gosta disso, Rúbia!
RÚBIA: - Nós ficamos, foi bom, mas isso lá em
São Paulo! Ficou lá, aqui já não tem mais nada! Acabou!
CADU: - Não acabou nada! E você me deve!
Do lado de fora, César ouve as
vozes da Sacristia. Ele se aproxima da porta.
RÚBIA; - Eu te devo?! Eu não devo nada a
você, Cadu!... Ah, talvez eu deva sim, um muito obrigado por ter me levado à
diversas casas noturnas e proporcionado momentos de diversão!
CADU: - Você me deve por essa barriga aí! Se
não fosse por mim, você não teria essa barriga falsa para enganar o trouxa do
seu namoradinho!
Do lado de fora, César se
surpreende com as revelações.
RÚBIA: - Você quis colaborar com esse plano e
agora vai com ele até o fim! Não venha me cobrar nada!
CADU: - Eu cuidei de você depois do aborto,
eu te ajudei e é assim que você me trata? Desse jeito?
RÚBIA: - E você queria que eu te tratasse
como? Com beijos e declarações de amor?!... Eu agradeço pela barriga falsa,
agradeço pela força na hora do aborto, mas agora não dá pra voltar atrás, Cadu.
A vida continua! Eu agora vou me casar e terei tudo o que eu sempre quis na
vida!
CADU: - E eu ficarei sem você?
RÚBIA; - Você nunca me teve. Não seria agora
que eu pularia nos seus braços e te beijaria novamente, como na boate, naquela
noite.
Nesse instante, César entra na
sacristia, flagrando os dois. Rúbia e Cadu ficam surpresos.
RÚBIA: - César?! O que você está fazendo
aqui?
CÉSAR (a Cadu): - Sai daqui agora. Eu quero
falar a sós com a minha noiva.
CADU: - Com todo prazer.
Cadu sai e César e Rúbia ficam cara a cara.
CENA
27. IGREJA SÃO JOSÉ. INT. DIA.
Os
convidados estão ansiosos, devido a demora da noiva.
MARINA: - Nossa, a Rúbia ganhou o premio de
noiva mais atrasada...
TÂNIA: - E agora quem não está aqui também é
o seu irmão.
ALBERTO: - Mas onde ele está?
TÂNIA:
- Ele disse que ia dar uma volta, para relaxar um pouco, mas até
agora...
Nesse instante, Cadu entra na
igreja e se aproxima de Patrícia.
PATRÍCIA: - E aí, falou com ela?
CADU: - Falei.
PATRÍCIA: - Então eu vou lá terminar de
ajudá-la.
CADU: - É melhor você não ir.
PATRÍCIA: - Mas por que não?
CADU: - O César está com ela na sacristia.
PATRÍCIA (surpresa): - Como é que é?
CADU: - Acho que ele ouviu a nossa conversa.
Pelo visto, a sua amiga vai ter muito o que conversar com ele.
Patrícia fica chocada.
CENA
28. IGREJA SÃO SOJÉ. SACRISTIA. INT. DIA.
César
e Rúbia se encaram.
RÚBIA: - Você ouviu a conversa?
CÉSAR: - Como você pode...
RÚBIA: - Você não vai acreditar nisso tudo,
não é? O Cadu inventa muita coisa...
CÉSAR: - Tira o vestido.
RÚBIA: - Mas César, eu já estou pronta para o
casamento...
CÉSAR: - Tira o vestido agora!
Rúbia se surpreende com a
irritação de César. Ela começa a tirar o vestido, até mostrar a barriga falsa.
César fica sério, olhando para ela.
RÚBIA: - Eu só quero que você saiba, que eu
fiz isso por amor! Eu amo você, César.
César não dá ouvidos à Rúbia e
parte para cima dela, arrancando-lhe a barriga falsa que ela prendia no corpo.
Rúbia tenta impedir, mas não consegue. César está visivelmente enfurecido.
Rúbia fica totalmente transtornada.
RÚBIA: - Não! Por que você fez isso?!
CÉSAR: - Você merece muito mais...
César dá um tapa na cara de
Rúbia, que vai parar do outro lado da sala. César a olha com ódio, desprezo.
FIM DO CAPÍTULO
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