sexta-feira, 7 de agosto de 2015

CAPÍTULO 005 - Perigosa Tentação




CENA 1/ HOSPITAL/ NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior;
Maya e Carolina se encarando. O médico, aparentemente aflito, olhando para elas.
MAYA     - Eu não estou conseguindo acreditar, doutor! Então não há chances do meu pai sobreviver?
MÉDICO   - Somente um milagre salvaria o seu pai, Dra. Maya. A situação dele, além de crítica, é um quadro terminal... Esse acidente que a mãe de vocês me relatou enfraqueceu o Dr. Orlando há um bom tempo... A saúde dele já estava debilitada há muito tempo!
Carolina se AFASTA. Ela começa a chorar. Maya tenta segurar o choro.
MÉDICO   - (cont.) Eu sinto muito, mas agora preciso ir!
O médico se retira. Maya não aguenta segurar o choro. As duas se abraçam fortemente.
Corta para:
CENA 2/ CASA DE ENRICO/ NOITE/ INT./ SALA DE ESTAR.
Enrico (cabelos pretos, aproximadamente uns trinta e cinco anos, roupa de bombeiro, olhos escuros e profundos) entra na casa. Uma mulher, sua esposa, preparando o jantar, na cozinha, que é conjugada com a sala. Dois meninos brincando com um videogame. Casa simples/
Enrico ENTRA com cara de felicidade. Sua esposa sorri para ele. As crianças correm para seus braços.
ENRICO   - Oi meus amores... Estavam com saudades do papai?!
MENINOS  - Estávamos!
MULHER   - (brincando) Isso você só pergunta para os meninos, Enrico?!
Enrico se levanta e vai até a cozinha. Ele beija e abraça sua esposa.
ENRICO   - Nem preciso perguntar... Eu confio no meu taco!
MULHER   - Como eu pude ter me casado com você?! Como você é convencido! Fique um pouco com as crianças... Eu vou buscar leite na dispensa!
Enrico volta para a sala. Ela vai até a dispensa. Passado alguns minutos, ela volta com umas moedas na mão.
MULHER   - Amor... Precisamos comprar o leite para as crianças ainda hoje... Amanhã elas tem escola, e não poderemos deixar elas irem com fome... Me faz um favor, corre até o supermercado mais próximo e me traz um litro de leite... (entregando o dinheiro) Toma... Por favor, não demore, hein?!
ENRICO   - Sim senhora! Crianças, o papai já volta!
Enrico sai da casa. A mulher mexe na panela. Ela desliga a luz, e vai em direção ao banheiro.
A CAM. APROXIMA no bujão de gás, e o barulho de vazamento. As crianças começam a sentir o cheiro, e estranham.
CRIANÇA 1 - Mãe! Tá com cheiro estranho aqui!
CRIANÇA 2 - É mesmo!
A mulher volta correndo, liga a luz da cozinha. Acontece uma grande explosão. Enrico do lado de fora da casa, assustado, e sem saber o que fazer, corre até a casa, que está em chamas. Os vizinhos começam a se aglomerar em volta da casa. Enrico, chorando, entra até a porta da casa, que cai em cima dele. Ele é queimado em algumas partes.
PLANO AÉREO de Enrico desmaiado. A ambulância chegando e o resgatando.
Corta para:
CENA 3/ HOSPITAL/ NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Maya e Carolina sentadas no banco da recepção de mãos dadas. Enrico passa em uma maca. As duas olham para ele, assustadas/
CAROLINA - O que será que aconteceu? Deve ter havido algum incêndio!
MAYA     - Tem razão!
Corta para:
CENA 4/ STOCK-SHOTS/ NOITE-DIA.
Imagens do amanhecer no Rio de Janeiro.
Corta para;
CENA 5/ HOSPITAL/ DIA/ INT./ RECEPÇÃO.
Maya e Carolina ENTRA no hospital. O médico vai a encontro a elas.
MÉDICO   - Como vão?!
CAROLINA - Indo...
MÉDICO   - Tenho que confessar que a situação está bem difícil, Carolina... Tendo fé tudo se resolverá!
CAROLINA - É engraçado quando vemos médicos falarem de fé... É algo raro... Os médicos de hoje em dia só acreditam em ciência, ciência e mais ciência!
MÉDICO   - Talvez porque seja a única coisa provada na vida... A ciência é provada, a religião não, mas eu acredito, e acho que todos deveríamos acreditar... A vida é movida de energias!
MAYA     - Eu desejo muito que o meu pai melhore... Marcamos uma cirurgia que pode fazê-lo andar novamente!
Carolina fica pensativa/
Carolina entra na sala de atendimento. Ela observa tudo a sua volta, e se senta a frente de uma mulher – (a mesma mulher que atendeu Rebecca). Elas se encaram por alguns segundos/
CAROLINA   - Olá... Bom, eu trouxe os meus documentos, porque na verdade eu vim atrás de um dinheiro que há dez anos foi deixado para Orlando Pasteur. Ele é meu pai!
A mulher olha para Carolina/
MULHER     - Bom... Senhora?
CAROLINA   - Carolina!
MULHER     - Bom Dona Carolina, esse dinheiro não está mais em nossa conta!
CAROLINA   - (assustada) Como assim não está mais na conta? A senhora tem ideia da quantidade de dinheiro que estamos falando... São milhões de dólares!
MULHER     - Nós sabemos, senhora! Eu mesma estava aqui quando uma senhora há dez anos esteve nos cofres particulares do nosso banco... Não me esqueço desse dia, até porque eu já conhecia essa mulher da TV... O nome dela é Rebecca... Rebecca Pasteur!
A câmera se aproxima em Carolina indignada e assustada/
Corta para:
Carolina, abismada, entra na mansão e se senta silenciosamente no sofá. Rebecca entra em seguida. Carolina encara Rebecca, que não entende/
REBECCA    - O que foi? Viu algum fantasma?
CAROLINA   - Digamos que sim... Vi um fantasma quando fui ver a conta da tal Tia Maria Fernanda!
Rebecca assustada. A câmera alterando na reação das duas.
Corta para:
CENA 22/ DELEGACIA/ DIA/ INT./ TIRO AO ALVO.
Maya, toda equipada, realiza vários tiros ao alvo, e acerta todos. Um policial abre a porta da sala/
POLICIAL   - Delegada!
Maya retira os óculos de proteção, e o tampão dos ouvidos/
MAYA       - Sim!
POLICIAL   - Seu pai está a sua espera em sua sala.
MAYA       - Meu pai? O que será que ele quer?!
Maya sai da sala/
Corta para:
Maya chamando Carolina/
MAYA     - Eu estava te chamando!
CAROLINA - Minha mãe já apareceu por aqui?
MÉDICO   - Não... Ainda não!
Policiais ENTRAM no hospital. Todos se assustam. Carolina e Maya observam.
Os policiais CHEGAM perto delas/
MAYA     - Está acontecendo alguma coisa?
POLICIAL - Temos um mandato de prisão para a senhora Carolina Pasteur!
Carolina e Maya se assustam/
MAYA     - Eu poderia saber o motivo?
POLICIAL - O que a senhora é da acusada?
MAYA     - Irmã e delegada!
Maya apresenta sua carteira.
POLICIAL - Ela está sendo acusada de homicídio contra o senhor Olavo!
CAROLINA - Eu não estou acreditando nisso!
POLICIAL - Queira me acompanhar, por favor!
O policial algema Carolina, e a leva. Maya a segue/
Corta para:
CENA 6/ MANSÃO DOS PASTEUR/ DIA/ INT./ COZINHA.
Rebecca TOMA seu café da manhã. O celular toca, e ela força um choro. Em seguida, desliga, e solta uma gargalhada/
REBECCA  - Presa?! Merecido! Minha vida vem andando em mil maravilhas! Matei dois coelhos com uma cajadada só!
Corta para:
CENA 7/ AEROPORTO/ DIA/ INT.
Ao longe se vê o avião pousando. Olga esperando. O avião pousa. Desce várias pessoas de lá. Gilca (senhora de setenta anos, cabelos castanhos, olhos cor de mel e enrugados, roupa elegante) e Laura (setenta anos, cabelos loiros, perua) vão em direção a Olga. Elas fazem fila para abraçar Olga.
LAURA    - Oh minha querida! Como vão as coisas por aqui?! Eu já não via a hora de sair daquele fim do mundo para respirar ar puro da cidade... Me falaram que aqui tem uns homens que Jesus Apaga a Luz... Não é assim que os jovens falam hoje em dia?!
Todas riem.
OLGA     - Exatamente Laurinha... E você tia Gilca? Como vai?
GILCA    - Vou bem, minha filha... Diferente da Laura, eu queria muito ficar, mas resolvi vir para cá... Ajudar você, minha filha!
OLGA     - Obrigada tia!
Elas vão indo. Laura encontra cinco centavos no chão, pega, olha para os lados, enfia entre os peitos, e o dinheiro cai novamente/
LAURA    - (sussurrando) Droga... Essa é a desvantagem de ser velha... As tetas não seguram nem mais cinco centavos!
Todas seguem.
Corta para:
CENA 8/ MANSÃO DOS COSTA LIMA/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Herbert bebendo um bom vinho. Elas chegam. Ele se assusta ao ver Laura.
GILCA    - Oh meu irmão... Que saudades!
HERBERT  - Eu também já estava morrendo de saudades!
Gilca e Olga sobem as escadas. Laurinha fica, dá um beijo na bochecha de Herbert e se senta no sofá.
HERBERT  - Então quer dizer que a senhora veio... Dona Laurinha Figueroa!
LAURA    - Isso mesmo... Eu estou de volta!
HERBERT  - Vai... Me diga... Quanto você quer para voltar da onde você veio?!
Ela o encara com um sorriso cínico no rosto/
Corta para:
CENA 9/ APTO. DE DEMÉTRIUS/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Demétrius, SENTADO no sofá tomando uma cerveja, liga para Tadeu/
DEMÉTRIUS - (tel.) Tadeu?! Sou eu... Demétrius! Hoje vamos ir a um motel... Eu quero de arregaçar... Tirar sangue de você! Você vai sair de lá andando de pernas abertas!
Ele ri/
Corta para:
CENA 10/ MANSÃO DOS COSTA LIMA/ DIA/ INT./ QUARTO DE CECÍLIA.
Cecília pega seu celular e liga para alguém/
CECÍLIA  - (tel.) Então está combinado?! Hoje a noite no motel, na suíte principal!
Corta para:
CENA 11/ STOCK-SHOTS/ DIA-NOITE.
Imagens do Rio de Janeiro anoitecendo/
Corta para:
CENA 12/ MOTEL/ NOITE/ INT./ CORREDOR.
Tadeu e Demétrius em um corredor vazio com várias portas.
TADEU    - Já achei o nosso quarto...
DEMÉTRIUS - Que sem graça... Vamos naquela... Vamos na suíte principal!
TADEU    - Isso pode ser perigoso!
DEMÉTRIUS - Não vai ser... Pode ter certeza!
Demétrius e Tadeu vão em direção a suíte principal, que estava com a porta aberta. Eles pulam na cama e começam a se despir.
Corta para:
CENA 13/ MOTEL/ NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Cecília chega com um homem mais velho ao lado.
CECÍLIA  - Quero a chave da suíte principal!
Entregam a chave da suíte para Cecília.
Corta para:
CENA 14/ MOTEL/ NOITE/ INT./ CORREDOR.
Cecília e o homem já vão se beijando até a suíte. Quando vão abri-la, percebem que ela já está aberta. Eles abrem a porta lentamente, e veem Tadeu fazendo sexo oral em Demétrius. Cecília se assusta. Tadeu para e se assusta também.
CECÍLIA  - Eu não estou acreditando no que estou vendo!

Os dois se encaram/


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