CENA 1/ HOSPITAL/
NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Continuação
imediata da última cena do capítulo anterior;
Maya e
Carolina se encarando. O médico, aparentemente aflito, olhando para elas.
MAYA - Eu não estou conseguindo acreditar,
doutor! Então não há chances do meu pai sobreviver?
MÉDICO - Somente um milagre salvaria o seu
pai, Dra. Maya. A situação dele, além de crítica, é um quadro terminal... Esse
acidente que a mãe de vocês me relatou enfraqueceu o Dr. Orlando há um bom
tempo... A saúde dele já estava debilitada há muito tempo!
Carolina se
AFASTA. Ela começa a chorar. Maya tenta segurar o choro.
MÉDICO - (cont.) Eu sinto muito, mas agora
preciso ir!
O médico se
retira. Maya não aguenta segurar o choro. As duas se abraçam fortemente.
Corta para:
CENA 2/
CASA DE ENRICO/ NOITE/ INT./ SALA DE ESTAR.
Enrico
(cabelos pretos, aproximadamente uns trinta e cinco anos, roupa de bombeiro,
olhos escuros e profundos) entra na casa. Uma mulher, sua esposa, preparando o
jantar, na cozinha, que é conjugada com a sala. Dois meninos brincando com um videogame.
Casa simples/
Enrico
ENTRA com cara de felicidade. Sua esposa sorri para ele. As crianças correm
para seus braços.
ENRICO - Oi meus amores... Estavam com
saudades do papai?!
MENINOS - Estávamos!
MULHER - (brincando) Isso você só
pergunta para os meninos, Enrico?!
Enrico se
levanta e vai até a cozinha. Ele beija e abraça sua esposa.
ENRICO - Nem preciso perguntar... Eu confio
no meu taco!
MULHER - Como eu pude ter me casado com você?!
Como você é convencido! Fique um pouco com as crianças... Eu vou buscar leite
na dispensa!
Enrico
volta para a sala. Ela vai até a dispensa. Passado alguns minutos, ela volta
com umas moedas na mão.
MULHER - Amor... Precisamos comprar o leite
para as crianças ainda hoje... Amanhã elas tem escola, e não poderemos deixar
elas irem com fome... Me faz um favor, corre até o supermercado mais próximo e
me traz um litro de leite... (entregando
o dinheiro) Toma... Por favor, não demore, hein?!
ENRICO - Sim senhora! Crianças, o papai já
volta!
Enrico sai
da casa. A mulher mexe na panela. Ela desliga a luz, e vai em direção ao
banheiro.
A CAM.
APROXIMA no bujão de gás, e o barulho de vazamento. As crianças começam a
sentir o cheiro, e estranham.
CRIANÇA 1 - Mãe! Tá com cheiro estranho aqui!
CRIANÇA 2 - É mesmo!
A mulher
volta correndo, liga a luz da cozinha. Acontece uma grande explosão. Enrico do
lado de fora da casa, assustado, e sem saber o que fazer, corre até a casa, que
está em chamas. Os vizinhos começam a se aglomerar em volta da casa. Enrico,
chorando, entra até a porta da casa, que cai em cima dele. Ele é queimado em
algumas partes.
PLANO AÉREO
de Enrico desmaiado. A ambulância chegando e o resgatando.
Corta para:
CENA 3/
HOSPITAL/ NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Maya e
Carolina sentadas no banco da recepção de mãos dadas. Enrico passa em uma maca.
As duas olham para ele, assustadas/
CAROLINA - O que será que aconteceu? Deve ter
havido algum incêndio!
MAYA - Tem razão!
Corta para:
CENA 4/
STOCK-SHOTS/ NOITE-DIA.
Imagens do amanhecer
no Rio de Janeiro.
Corta para;
CENA 5/ HOSPITAL/
DIA/ INT./ RECEPÇÃO.
Maya e
Carolina ENTRA no hospital. O médico vai a encontro a elas.
MÉDICO - Como vão?!
CAROLINA - Indo...
MÉDICO - Tenho que confessar que a situação
está bem difícil, Carolina... Tendo fé tudo se resolverá!
CAROLINA - É engraçado quando vemos médicos
falarem de fé... É algo raro... Os médicos de hoje em dia só acreditam em ciência,
ciência e mais ciência!
MÉDICO - Talvez porque seja a única coisa
provada na vida... A ciência é provada, a religião não, mas eu acredito, e acho
que todos deveríamos acreditar... A vida é movida de energias!
MAYA - Eu desejo muito que o meu pai
melhore... Marcamos uma cirurgia que pode fazê-lo andar novamente!
Carolina
fica pensativa/
Carolina entra na sala de atendimento. Ela observa tudo a sua volta,
e se senta a frente de uma mulher – (a mesma mulher que atendeu Rebecca).
Elas se encaram por alguns segundos/
CAROLINA - Olá... Bom, eu trouxe os meus documentos, porque na verdade eu vim
atrás de um dinheiro que há dez anos foi deixado para Orlando Pasteur. Ele é
meu pai!
A mulher olha para Carolina/
MULHER - Bom... Senhora?
CAROLINA - Carolina!
MULHER - Bom Dona Carolina, esse dinheiro não está mais em nossa conta!
CAROLINA - (assustada) Como assim não está mais na conta? A senhora tem ideia da quantidade
de dinheiro que estamos falando... São milhões de dólares!
MULHER - Nós sabemos, senhora! Eu mesma estava aqui quando uma senhora há dez
anos esteve nos cofres particulares do nosso banco... Não me esqueço desse dia,
até porque eu já conhecia essa mulher da TV... O nome dela é Rebecca... Rebecca
Pasteur!
A câmera se aproxima em Carolina indignada e assustada/
Corta para:
Carolina, abismada, entra na mansão e se senta silenciosamente no
sofá. Rebecca entra em seguida. Carolina encara Rebecca, que não entende/
REBECCA - O que foi? Viu algum fantasma?
CAROLINA - Digamos que sim... Vi um fantasma quando fui ver a conta da tal Tia
Maria Fernanda!
Rebecca assustada. A câmera alterando na reação das duas.
Corta para:
CENA 22/ DELEGACIA/ DIA/ INT./ TIRO AO ALVO.
Maya, toda equipada, realiza vários tiros ao alvo, e acerta todos.
Um policial abre a porta da sala/
POLICIAL - Delegada!
Maya retira os óculos de proteção, e o tampão dos ouvidos/
MAYA - Sim!
POLICIAL - Seu pai está a sua espera em sua sala.
MAYA - Meu pai? O que será que ele quer?!
Maya sai da sala/
Corta para:
Maya
chamando Carolina/
MAYA - Eu estava te chamando!
CAROLINA - Minha mãe já apareceu por aqui?
MÉDICO - Não... Ainda não!
Policiais
ENTRAM no hospital. Todos se assustam. Carolina e Maya observam.
Os
policiais CHEGAM perto delas/
MAYA - Está acontecendo alguma coisa?
POLICIAL - Temos um mandato de prisão para a
senhora Carolina Pasteur!
Carolina e
Maya se assustam/
MAYA - Eu poderia saber o motivo?
POLICIAL - O que a senhora é da acusada?
MAYA - Irmã e delegada!
Maya
apresenta sua carteira.
POLICIAL - Ela está sendo acusada de homicídio
contra o senhor Olavo!
CAROLINA - Eu não estou acreditando nisso!
POLICIAL - Queira me acompanhar, por favor!
O policial
algema Carolina, e a leva. Maya a segue/
Corta para:
CENA 6/ MANSÃO
DOS PASTEUR/ DIA/ INT./ COZINHA.
Rebecca
TOMA seu café da manhã. O celular toca, e ela força um choro. Em seguida,
desliga, e solta uma gargalhada/
REBECCA - Presa?! Merecido! Minha vida vem
andando em mil maravilhas! Matei dois coelhos com uma cajadada só!
Corta para:
CENA 7/
AEROPORTO/ DIA/ INT.
Ao longe se
vê o avião pousando. Olga esperando. O avião pousa. Desce várias pessoas de lá.
Gilca (senhora de setenta anos, cabelos castanhos, olhos cor de mel e
enrugados, roupa elegante) e Laura (setenta anos, cabelos loiros, perua) vão em
direção a Olga. Elas fazem fila para abraçar Olga.
LAURA - Oh minha querida! Como vão as
coisas por aqui?! Eu já não via a hora de sair daquele fim do mundo para
respirar ar puro da cidade... Me falaram que aqui tem uns homens que Jesus
Apaga a Luz... Não é assim que os jovens falam hoje em dia?!
Todas riem.
OLGA - Exatamente Laurinha... E você tia
Gilca? Como vai?
GILCA - Vou bem, minha filha... Diferente
da Laura, eu queria muito ficar, mas resolvi vir para cá... Ajudar você, minha
filha!
OLGA - Obrigada tia!
Elas vão
indo. Laura encontra cinco centavos no chão, pega, olha para os lados, enfia entre
os peitos, e o dinheiro cai novamente/
LAURA - (sussurrando) Droga...
Essa é a desvantagem de ser velha... As tetas não seguram nem mais cinco
centavos!
Todas
seguem.
Corta para:
CENA 8/
MANSÃO DOS COSTA LIMA/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Herbert
bebendo um bom vinho. Elas chegam. Ele se assusta ao ver Laura.
GILCA - Oh meu irmão... Que saudades!
HERBERT - Eu também já estava morrendo de
saudades!
Gilca e
Olga sobem as escadas. Laurinha fica, dá um beijo na bochecha de Herbert e se
senta no sofá.
HERBERT - Então quer dizer que a senhora
veio... Dona Laurinha Figueroa!
LAURA - Isso mesmo... Eu estou de volta!
HERBERT - Vai... Me diga... Quanto você quer
para voltar da onde você veio?!
Ela o
encara com um sorriso cínico no rosto/
Corta para:
CENA 9/
APTO. DE DEMÉTRIUS/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Demétrius,
SENTADO no sofá tomando uma cerveja, liga para Tadeu/
DEMÉTRIUS - (tel.) Tadeu?! Sou eu... Demétrius!
Hoje vamos ir a um motel... Eu quero de arregaçar... Tirar sangue de você! Você
vai sair de lá andando de pernas abertas!
Ele ri/
Corta para:
CENA 10/
MANSÃO DOS COSTA LIMA/ DIA/ INT./ QUARTO DE CECÍLIA.
Cecília
pega seu celular e liga para alguém/
CECÍLIA - (tel.) Então está combinado?! Hoje
a noite no motel, na suíte principal!
Corta para:
CENA 11/
STOCK-SHOTS/ DIA-NOITE.
Imagens do
Rio de Janeiro anoitecendo/
Corta para:
CENA 12/
MOTEL/ NOITE/ INT./ CORREDOR.
Tadeu e Demétrius
em um corredor vazio com várias portas.
TADEU - Já achei o nosso quarto...
DEMÉTRIUS - Que sem graça... Vamos naquela...
Vamos na suíte principal!
TADEU - Isso pode ser perigoso!
DEMÉTRIUS - Não vai ser... Pode ter certeza!
Demétrius e
Tadeu vão em direção a suíte principal, que estava com a porta aberta. Eles
pulam na cama e começam a se despir.
Corta para:
CENA 13/
MOTEL/ NOITE/ INT./ RECEPÇÃO.
Cecília
chega com um homem mais velho ao lado.
CECÍLIA - Quero a chave da suíte principal!
Entregam a
chave da suíte para Cecília.
Corta para:
CENA 14/
MOTEL/ NOITE/ INT./ CORREDOR.
Cecília e o
homem já vão se beijando até a suíte. Quando vão abri-la, percebem que ela já
está aberta. Eles abrem a porta lentamente, e veem Tadeu fazendo sexo oral em
Demétrius. Cecília se assusta. Tadeu para e se assusta também.
CECÍLIA - Eu não estou acreditando no que
estou vendo!
Os dois se
encaram/
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