CENA 1/
MANSÃO DOS COSTA LIMA/ NOITE/ INT/ SALA DE ESTAR.
Olga se
recompõe. Cecília reanimando-a. Olga se levanta e se senta no sofá. Cecília
corre até a cozinha e pega um copo de água, entregando na mão da mãe.
CECÍLIA - Eu sei... Eu deveria me prevenir,
mas...
OLGA - (nervosa) Mas o que,
Cecília? Você foi uma irresponsável!
CECÍLIA - Por favor... Me perdoe!
OLGA - Não sou cruel... Mas esse filho vai
dar muita dor de cabeça para seu avô. Depois de tudo o que eu te falei, tanto
que te alertei, Cecília. Como você pôde? E o pai da criança... Quem é?
Corta para:
CENA 2/
MANSÃO DOS COSTA LIMA/ NOITE/ INT/ QUARTO DE HÓSPEDES.
Laura
arrumando suas roupas, colocando-as no guarda-roupa. Herbert entra no quarto, e
fica a encarar Laura, que se vira para ele.
LAURA - Ai que susto... Quer me matar do
coração?!
HERBERT - Eu? (RI) Imagina... Tem outra
pessoa que quer te matar... Do coração, é claro!
LAURA - O que você quer dizer com isso,
Herbert?!
HERBERT - Que você está correndo um grande
risco ao se meter com a Rebecca. Você sabe mais do que todos do que ela é capaz
de fazer quando alguém pisa em seu calo!
LAURA - Não tenho medo dela...
Herbert
segura ela pelo braço/
HERBERT - Escuta aqui... Você pode estar com
os dias contados se continuar se metendo com a Rebecca... Estou te alertando!
LAURA - Ela tem a arma dela, mas eu também
tenho a minha, meu bem! Também sei matar!
Gilca entra
no quarto, e vê Herbert segurando Laura pelo braço, e se assusta.
GILCA - O que está acontecendo por aqui?
Herbert
solta Laura. Os dois encaram Gilca.
Corta para:
CENA 3/
HOSPITAL/ NOITE/ INT/ QUARTO DE ORLANDO.
Atenção Sonoplastia – TEMA DE
SUSPENSE.
Rebecca
entra lentamente no quarto. Orlando lotado de aparelhos, que marcam 90 de
batimentos cardíacos. Ela se aproxima de seu leito, mostrando afeição de ódio. Rebecca
olha para os aparelhos.
REBECCA - Está na hora de ir para o inferno,
bebê!
Rebecca
começa a tirar todos os aparelhos de Orlando, deixando somente o que detecta os
batimentos cardíacos. Ela fica observando, até que não há mais batimentos
cardíacos. Rebecca sai lentamente, e vai em direção ao corredor. Ela olha para
um lado e para o outro, e sai pelos fundos.
O médico de
Orlando passa pelo local, e vê os aparelhos desligados. Ele entra no quarto, e
começa a reanimá-lo.
Corta para:
CENA 4/
APTO. DE MAYA/ NOITE/ INT/ QUARTO DE MAYA.
Maya dorme
profundamente. Seu celular começa a tocar. Ela se levanta lentamente, e pega o
celular em cima do criado-mudo.
MAYA - (tel./ com sono) Alô?! O
quê? Ir para o hospital... Foi algo com o meu pai? Estou indo agora!
Maya se
levanta, se arruma, e sai do quarto.
Corta para:
CENA 5/
HOSPITAL/ NOITE/ INT/ RECEPÇÃO.
Rebecca e
Maya juntas na recepção do hospital. O médico se aproxima delas, com uma
aparência caída.
MAYA - O que foi, doutor? O que aconteceu
com o meu pai?
MÉDICO - O seu pai acordou do coma... Mas,
ao acordar, ele retirou todos os aparelhos que o mantinha vivo. Eu sinto muito!
Maya deixa
escorrer uma lágrima de seus olhos. Rebecca chora copiosamente.
MAYA - (chorando) Por que
isso foi acontecer com meu paizinho... Um homem de bem.
Rebecca
abraça Maya/
REBECCA - Já estava na hora dele, minha
filha... Se ele continuasse vivo estaria sofrendo!
MAYA - Ele viveu dez anos da vida dele
sofrendo, mãe... Ele ia ter a chance de mudar tudo isso, fazendo a cirurgia!
REBECCA - (chorando copiosamente) A vida é
assim mesmo, minha filha... Infelizmente temos que aceitar!
FOCA no
olhar cínico de Rebecca, abraçada com Maya.
Corta para:
CENA 6/ CEMITÉRIO/
DIA/ EXT.
Todo elenco
de preto. Herbert segurando o caixão, junto a outros homens lá presente.
Rebecca chorando copiosamente ao lado de Maya, que fica marcada de tanto
chorar. Eles chegam até o túmulo, e Orlando é enterrado com aplausos.
MAYA - Aqui jaz um homem guerreiro, e que não
mediu esforços para dar tudo do bom e do melhor para suas filhas! Aqui jaz o
meu pai!
Maya começa
a chorar. Rebecca tentando consolar a filha.
REBECCA - Filha... Fique aqui só um
momentinho. Preciso tratar de negócios com o Herbert, aproveitar que quase
nunca nos vemos!
MAYA - Nesse momento, mãe?
REBECCA - É o único que tenho. Espere aí!
Rebecca chama
Herbert em um canto. Laura observa-os.
REBECCA - Já fiz todos os procedimentos...
Tirei os órgãos com as minhas próprias mãos nesta madrugada. Sabe... Foi uma
lavagem de alma!
HERBERT - Sua frieza às vezes me espanta,
sabia?!
Corta para:
CENA 7/
HOSPITAL/ DIA/ INT/ CORREDOR.
Sonoplastia:
NEW DAY.
A
enfermeira andando rapidamente desesperada. Delegado Fonseca andando atrás
dela, no mesmo passo. Eles entram na capela mortuária do hospital.
Corta para:
CENA 8/ HOSPITAL/
DIA/ INT/ CAPELA MORTUÁRIA.
A
enfermeira apontando o dedo para a maca que está localizada no meio da capela
mortuária. O delegado faz sinal de afirmação com a cabeça.
FONSECA - Foi aqui, enfermeira? Mas você tem
certeza que foi aqui?
ENFERMEIRA –
Eu
tenho sim senhor. Foi aqui mesmo que eu vi uma movimentação... Vi também coisas
que cortam, sei lá, algo muito estranho. Me senti na obrigação de avisar ao
senhor!
FONSECA - E fez bem! Eu já estava com alguns
sinais de que realmente algo estava acontecendo de muito estranho nesse
hospital, a senhora só serviu de confirmação para o que sempre imaginei! E você
lembra da pessoa?
ENFERMEIRA –
Eu
sei que era uma mulher, na sombra deu para ver o cabelo, e também a roupa preta
que ela usava na hora que eu a vi!
FONSECA - Vou ter que chamar a filha dela na
delegacia. Urgentemente!
Corta para:
CENA 9/
DELEGACIA/ TARDE/ INT/ SALA DO DELEGADO.
Maya entra
na sala do delegado. Ele a espera sentado em sua cadeira. Ela se assusta, e se
senta a sua frente.
MAYA - Aconteceu alguma coisa, Delegado? É
algo relacionado a minha irmã?
FONSECA - Também... Na verdade a sua irmã está
envolvida na morte do seu pai!
MAYA - (ri ironicamente) Como assim?
O meu pai morreu de causas naturais, e minha irmã está presa. Como o senhor
pode dizer isso?!
FONSECA - Não é bem isso que eu quis dizer,
Maya. Na verdade, a sua irmã está sendo acusada de um crime que ela pode muito
bem não ter cometido. A morte do seu pai foi por causas naturais, mas o fato é
que ele foi enterrado sem órgãos nenhum, sendo que constava que ele não era
doador de órgãos. Há um esquema de tráfico, e esse esquema está muito perto do
que você imagina... Eles querem prejudicar a sua irmã, você e a toda sua família.
Vocês estão na mira de um impiedoso criminoso!
MAYA - Tráfico de órgãos? Se me permite,
como o senhor chegou a essa conclusão?
FONSECA - Uma enfermeira... Essa enfermeira viu
uma mulher, uma mulher de roupa preta, e que estava se movimentando de um lado
para o outro com objetos cortantes indo em direção à capela do hospital. Isso
pode parecer pouco, mas não é o primeiro caso. Já tive que enterrar uma família
inteira, já tive que investigar uma família inteira, somente pra pegar um
assassino. Eu não quero ter que entregar você e toda sua família nas mãos dessa
pessoa impiedosa!
MAYA - A minha irmã não pode ser
condenada... O senhor tem que fechar esse inquérito, delegado Fonseca. Eu sei
que é difícil, eu sou delegada, e sei como é complicado, mas eu faço questão de
dedicar a minha vida, de dedicar o meu trabalho, o meu suor e o meu sangue para
que ninguém mais seja prejudicado por essas pessoas! O meu pai já estava morto,
mas muitas pessoas vivas estão sendo sacrificadas para poderem se tornar iscas
humanas!
Fonseca
pega uma papelada e entrega nas mãos de Maya/
FONSECA - Olhe esses papéis!
MAYA - O que é isso?
FONSECA - Eu vou tirar a sua irmã da cadeia,
Maya... A morte de Olavo está ligada com a mesma pessoa que possivelmente
vendou os órgãos do Orlando. Essas pessoas é uma criminosa, e tem que pagar!
MAYA - Se depender de mim, essa pessoa vão
para o quinto dos infernos!
FOCA na
cara de raiva de Maya/
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