segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Capítulo 21: CASTELO DE CARTAS


 
FADE IN.
CENA 01/STOCK SHOTS/RIO DE JANEIRO/EXT./DIA
SONOPLASTIA: KÁTIA FLÁVIA – FAUSTO FAWCETT
Movimentos rotineiros. Pessoas caminham pelas ruas. Trânsito não muito cheio. Um avião sai da pista de pouso.
SONOPLASTIA CESSA.
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CENA 02/AVIÃO/INT./DIA
CAM CHICOTE mostra vários passageiros sentados nos bancos. Uma aeromoça anda pelo avião. Ela para ao lado de Kátia Flávia.
AEROMOÇA – Senhora, eu gostaria de pedir que colocasse seu cinto de segurança, pois nós já estamos chegando perto da zona de turbulência.
KÁTIA FLÁVIA – Primeiramente, minha querida, eu sou senhorita. Tá me achando com cara de velha?
AEROMOÇA – Não foi isso que eu quis dizer, senhora/
KÁTIA FLÁVIA – (corta) Senhorita! E eu não quero discutir com ninguém, então eu vou fazer o que você me pediu.
Kátia Flávia passa o cinto.
AEROMOÇA – Muito obrigada. Tenha um bom voo.
A aeromoça sai. Kátia Flávia olha para a janela.
KÁTIA FLÁVIA – (resmunga) Quem essa penosa pensa que é pra me chamar de velha e ainda por cima me dar ordens?
O avião começa a tremer.
KÁTIA FLÁVIA – (grita) Que é isso? O avião vai cair! Socorro! Eu sou muito jovem pra morrer!
Todos olham para ela.
KÁTIA FLÁVIA – Estão olhando o que, abusados? Vocês não temem a morte? Pois eu sim. SOCORRO! AEROMOÇA!
A aeromoça volta.
AEROMOÇA – O que aconteceu? Eu ouvi gritos.
KÁTIA FLÁVIA – Menina, essa joça começou a tremer do nada. A gente vai morrer, né? Gente, todo mundo dá as mãos numa corrente de oração.
AEROMOÇA – Calma, senhorita. Nós só estamos enfrentando uma mudança na pressão do ar. Isso é absolutamente normal.
KÁTIA FLÁVIA – Ah, é?
AEROMOÇA – Sim. Por favor, queira se acalmar. O avião é um dos transportes mais seguros do mundo.
A aeromoça sai. Kátia Flávia envergonhada.
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CENA 03/CEMITÉRIO/INT./DIA
SONOPLASTIA: O QUE É, O QUE É – GONZAGUINHA
SLOW MOTION. Dois caixões são enterrados simultaneamente por dois homens fortes. Apenas Madalena e Angélica, de preto, assistem ao enterro. Angélica chora, abraçada a Madalena, que passa a mão sobre seus cabelos.
Vemos duas rosas brancas caindo em cima de cada caixão.
FADE OUT.
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CENA 04/STOCK SHOTS/RIO DE JANEIRO/EXT./DIA
Takes da manhã carioca. Uma mulher empurra um carrinho de bebê. Panorâmica do Cristo Redentor. Último take na frente da casa de Arturo.
SONOPLASTIA VAI CESSANDO AOS POUCOS.
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CENA 05/CASA DE ARTURO/SALA/INT./DIA
Arturo ajoelhado em frente a Sandra, sem reação.
ARTURO – E então, broto? Aceita se casar comigo?
Sandra vai para o outro lado da sala. Arturo se levanta e a segue.
SANDRA – Seu Arturo, eu não tava preparada pra isso.
ARTURO – Não precisa estar preparada, é só dizer que sim. Aí a gente aproveita e tira o atraso.
SANDRA – Eu pensei que a nossa relação era estritamente profissional. Eu a empregada, você o patrão. Apenas isso.
ARTURO – Você não via aquela novela do Manoel Carlos que a empregada era amante do patrão? Por que aqui não pode acontecer o mesmo?
SANDRA – Não sei, seu Arturo. Pra mim, o casal precisa primeiro se conhecer, namorar e só depois pensar em casar. Você já está pulando etapas de uma relação que muito provavelmente não vai acontecer.
ARTURO – Então é isso mesmo? Você não quer se casar comigo? E todos os momentos que vivemos juntos?
SANDRA – Ah, ótimos momentos. Eu pondo a sua fralda, ajudando o senhor a ir ao banheiro...
ARTURO – São detalhes. Mas eu só vou perguntar mais uma vez. Quer casar comigo, Sandrinha?
Tempo.
SANDRA – Não, seu Arturo.
Arturo fecha a cara.
ARTURO – Pois bem. Está despedida!
SANDRA – É o quê?
ARTURO – É isso que você ouviu. Está despedida, demitida, despachada, tudo. Já vou trazer suas contas.
SANDRA – O senhor não pode fazer isso. Quem me contratou foi a Nenê, portanto só ela pode me demitir.
ARTURO – Mas a casa está no meu nome, então eu faço nela o que eu quiser.
SANDRA – E quem é que vai cuidar do senhor, seu Arturo? A Nenê me contratou justamente porque ela não tem tempo.
ARTURO – Eu vou pra um asilo. Pronto.
SANDRA – Asilo? Seu Arturo/
ARTURO – (corta) Chega, Sandra. Fora daqui!
Tempo. Sandra pega sua bolsa e sai, batendo a porta muito forte.
ARTURO – (grita) Tem geladeira em casa não?
Arturo senta no sofá, chateado.
ARTURO – Broxei...
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CENA 06/QUARTO ESCURO/INT./DIA
Danilo amarrado na cadeira. Társis o observa.
TÁRSIS – Tá calado hoje. Eu te deixei ficar sem a fita na boca, hein?
DANILO – Eu não tenho do que falar, Társis.
TÁRSIS – Tá com cara de quem vai aprontar, hein...
Silêncio.
TÁRSIS – Eu vou dar uma saída. É bom que você fique quietinho aí.
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CENA 07/RIO DE JANEIRO/RUA/EXT./DIA
Nínive caminha pela rua com o bilhete na mão, olhando para todos os lados. Ela vê Társis saindo do quarto escuro.
NÍNIVE – (grita) Társis?
Társis e vira e vê Nínive. Ela vai correndo até ele.
TÁRSIS – O que você tá fazendo aqui?
NÍNIVE – Repasso a pergunta. O que é que você tá fazendo aqui? Pra onde essa portinha leva?
Closes alternados entre os dois.
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CENA 08/CASA DE VITÓRIA/QUARTO/INT./DIA
SONOPLASTIA: HELLO – ADELE
Lucas em pé, em frente ao espelho.
LUCAS – Preparada, amor?
VITÓRIA – (O.S.) Não sei, Lucas. Vai ser um choque muito grande pra mim.
LUCAS – Deixa disso. Você já não quis se ver no espelho do hospital. Alguma hora você vai ter que ver. E eu garanto: você continua linda.
VITÓRIA – (O.S.) Tudo bem, eu vou.
Vitória senta na cadeira que está à frente do espelho/. Não vemos seu rosto.
LUCAS – E aí?
CAM mostra Vitória careca. Ela passa as mãos sobre a cabeça e começa a chorar.
VITÓRIA – (chorando) Eu tô horrível, Lucas!
LUCAS – Não fala isso, Vitória. Eu já disse que você tá linda!
Vitória levanta de supetão.
VITÓRIA – Você tá falando isso pra não me ver triste, mas eu sei que eu tô horrível. Eu tô feia, Lucas! Eu tô careca!
Vitória pega um abajur e joga na parede. Ela deita na cama, abraça um travesseiro e continua chorando.
VITÓRIA – (grita/chora) EU TÔ HORRÍVEL! EU TÔ PARECENDO UM MONSTRO!
Lucas deita ao lado de Vitória e a abraça.
VITÓRIA – ME LARGA, LUCAS! EU QUERO FICAR SÓ!
LUCAS – Calma, Vitória. Eu sei que é normal essa sua reação, mas/
VITÓRIA – (corta) Normal, Lucas?
Vitória senta na cama, abraçando as pernas.
VITÓRIA – Olha bem nos meus olhos. Olha pra mim! Você vai ter mesmo a coragem de me dizer que eu não tô parecendo algo abjeto, ignóbil, uma coisa horrorosa? EU SOU UM LIXO!
LUCAS – Vitória/
VITÓRIA – (corta) Todo mundo vai me olhar torto na rua, Lucas! Vão me apontar, vão me chamar de feia, vão me chamar de careca... EU TÔ HORRÍVEL!
Lucas se aproxima do rosto dela e a beija. Tempo. Eles separam os lábios.
LUCAS – Não importa se você tá careca ou não. Eu já disse que eu te amo de qualquer forma. E danem-se as pessoas que te apontarem. A vida é sua, a batalha é sua e a conquista também vai ser sua. Entendeu, Vitória?
VITÓRIA – Eu te amo!
Os dois se beijam novamente.
SONOPLASTIA CESSA.
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CENA 09/RIO DE JANEIRO/RUA/EXT./DIA
CONTINUAÇÃO DA CENA 07.
NÍNIVE – Anda, Társis. Responde! O que é que você tava fazendo aí? Pra onde essa portinha leva?
TÁRSIS – Isso não é da sua conta, Nínive.
NÍNIVE – Eu aposto que é aí que você mantem o Danilo preso, não é? Seu monstro!
TÁRSIS – Você não tem o direito de me acusar assim. E olha o escândalo! A gente tá no meio da rua!
NÍNIVE – Nem que fosse no inferno, Társis. Eu vou acabar com esse seu joguinho agora!
Nínive corre até a portinha e a abre.
TÁRSIS – SAI DAÍ!
Társis vai atrás de Nínive.
Corta para:
CENA 10/QUARTO ESCURO/INT./DIA
Nínive entra e vê Danilo.
NÍNIVE – Danilo!
Ela desamarra-o e eles se abraçam. Társis entra.
TÁRSIS – Sai daqui, Nínive. Agora!
NÍNIVE – E quem vai me obrigar? Você?
TÁRSIS – Sou eu mesmo. E daí?
Nínive se aproxima de Társis.
NÍNIVE – E daí que você não passa de uma criatura desprezível, ordinária, sem caráter nenhum.
Nínive vê um REVÓLVER no bolso de Társis, pega-o e aponta para a cabeça dele.
DANILO – Nínive, olha bem o que você vai fazer. Não toma nenhuma atitude precipitada.
NÍNIVE – Pode deixar, Danilo. Eu sei o que eu tô fazendo.
Nínive passa o revólver pelo rosto de Társis.
NÍNIVE – Um rosto tão lindo... quem vê até pensa que é santo. Mas por trás dessa sua pele de cordeiro existe um lobo, Társis. Você é a pessoa mais horrível que eu já conheci em toda a minha vida. Você não presta pra nada, é um vagabundo que não trabalha e vive encostado. Quando não é na nossa mãe, é naquela enjoada da Walkiria. Eu tenho nojo de você. Eu tenho vergonha de ser sua irmã! Eu fico constrangida em dizer que meu irmão é um racista infeliz, que acha que tem cacife pra julgar alguém pela cor. Quem você pensa que é, seu bostinha?
Társis ofegante.
NÍNIVE – Ficou mudo, Társis? Na hora de destilar o teu veneno, tinha uma língua maior que qualquer coisa. Agora o que foi que aconteceu? Tá com medinho? Que vergonha, hein... tamanho machão, que se acha boa bisca pra xingar alguém por ser negro, com medo de revólver. E agora, cadê aquele seu peito estufado todo? Hein? FALA!
Nínive dá um tapa na cara de Társis.
TÁRSIS – Vagabunda!
Társis ergue o braço para bater em Nínive, mas Danilo segura-o.
DANILO – Deu pra bater em mulher agora, mané?
TÁRSIS – É bom você me soltar, escurinho!
DANILO – Escurinho é como o teu olho vai ficar, Társis!
Danilo soca a cara de Társis, que cai no chão.
NÍNIVE – Deixa que agora é por minha conta!
Nínive senta na barriga de Társis e começa a estapear o rosto dele.
NÍNIVE – (entre um tapa e outro) Desgraçado! Infeliz! Vagabundo! Eu tenho nojo de você! NOJO!
Nínive, cansada, ofega. Ela sai de cima de Társis, que está com um pouco de sangue no rosto.
NÍNIVE – Agora é com você.
DANILO – Pode deixar.
Danilo dá um soco na barriga de Társis, que se retorce.
DANILO – Sofre agora, infeliz! E não vai pensando que acabou, não. Isso é só o começo. Agora você vai se ver com a polícia.
Danilo cospe no rosto de Társis. Nínive pega o celular e digita um número.
CORTE DESCONTÍNUO.
SONOPLASTIA: A THOUSAND YEARS – CRISTINA PERRI
Dois policiais carregam Társis, desmaiado, para dentro da viatura, que parte.
NÍNIVE – A gente tá livre de toda a ignorância dele, Danilo.
DANILO – Finalmente. A justiça tarda, mas não falha.
Nínive e Danilo dão as mãos.
NÍNIVE – Quando duas mãos se encontram...
DANILO - ... reflete no chão a sombra de uma mesma cor.
Os dois se beijam.
SONOPLASTIA CESSA
Corta para:
CENA 11/PRÉDIO ABANDONADO/FRENTE/EXT./DIA
Mayara, Nenê e Rosicler escoradas na parede.
ROSICLER – Você tem certeza que ele vem, Mayara?
MAYARA – Tenho sim.
NENÊ – O que foi que você usou como isca?
MAYARA – É simples, minha querida. Hiago/
NENÊ – (corta) Gregório!
MAYARA – Que seja. Gregório adora um rabo de saia, como vocês já sabem. Então eu liguei pra ele e falei que já tinha me livrado de vocês. Lógico que ele já imaginou que tava tudo bem entre nós dois. Aí eu marquei de encontrar com ele pra supostamente reatarmos a relação.
ROSICLER – Ah, já entendi. Você marcou com ele aqui, e quando já tiver tudo preparado... créu!
NENÊ – Amei a ideia. Mas a gente precisa ficar atenta pra ver quando ele chega. Quando foi que você marcou com ele, Mayara?
MAYARA – Às três e meia. Agora são quinze pras quatro.
NENÊ – Homens sempre atrasados...
Greg surge na esquina.
ROSICLER – Olha ele ali!
MAYARA – Rápido, entrem no prédio. Eu vou até lá.
Rosicler e Nenê entram no prédio. Mayara vai ao encontro de Greg. Eles se beijam.
GREG – Oi, meu amor. Que bom que você quer reatar. O que você fez com aquelas duas?
MAYARA – Ah, isso não vem ao caso. Vamo dar uma namoradinha ali?
Mayara aponta para o prédio.
GREG – Mas ali? Aquilo é um prédio abandonado, Mayara. Pode cair a qualquer momento!
MAYARA – Você sabe que eu sempre adorei uma coisa bem selvagem, arriscada. Vamo lá.
Greg ri.
GREG – Você me convenceu. Bora!
Os dois entram no prédio.
Corta para:
CENA 12/PRÉDIO ABANDONADO/INT./DIA
Greg entra, com os olhos tapados pelas mãos de Mayara.
GREG – Você tá tapando meus olhos. Isso quer dizer que tem uma surpresa.
MAYARA – É... realmente vai ser uma surpresa. SEU TRASTE!
Mayara tira as mãos dos olhos de Greg. Rosicler e Nenê correm até ele e o derrubam. Rosicler com uma faca na mão. As duas caem em cima dele.
ROSICLER – Agora você vai aprender a nunca mexer com uma mulher, porque a firma é forte!
Greg nervoso.
Corta para:
CENA 13/MANSÃO TRINDADE/SALA/INT./DIA
Maria Fernanda sentada no sofá, vendo TV. Ingrid desce as escadas.
INGRID – Onde está o Lucas, Maria Fernanda?
MARIA FERNANDA – Não soube? Aquela sem sal da namoradinha dele tá com complexo de Carolina Dieckmann. Resolveu ficar doente.
INGRID – Não diga bobagens, Fernanda. Você está careca de saber que a leucemia não é algo que se tem controle, assim como nenhuma outra doença.
MARIA FERNANDA – Se eu tô careca de saber, o que dizer de Vitória? Hahaha!
INGRID – Muito engraçada você.
Ingrid pega o controle remoto e desliga a televisão.
MARIA FERNANDA – Que é isso? Eu estava assistindo, se você não percebeu.
INGRID – Nós precisamos ter uma conversa séria, Maria Fernanda.
MARIA FERNANDA – Tudo pra velho é sério, né? Uma gripe vira câncer, um dedo machucado vira uma amputação... é fogo conviver com gente da sua idade.
INGRID – Eu podia lhe dar uma resposta à altura, mas o que tenho pra falar importa mais do que as suas asneiras.
MARIA FERNANDA – Vamo lá, desembucha.
INGRID – Pois bem... eu não queria, mas vou ter que repetir o que há anos venho te dizendo. Eu e seu pai proporcionamos a você o melhor em tudo. Em educação, em moradia, e principalmente em amor.
MARIA FERNANDA – Deu vontade de dormir agora, mamãe. Será que você não/
INGRID – (corta) Cale a sua boca quando eu estiver falando! Eu quero que saiba que eu fico extremamente envergonhada em saber do que acabo de ver.
MARIA FERNANDA – O que você acabou de ver? Posso saber?
Ingrid tira o testamento do bolso do blazer e mostra para Maria Fernanda.
INGRID – Eu dei tudo do bom e do melhor pra minha filha e agora, vejam só... virou uma bandida falsificadora de testamentos!
Maria Fernanda se assusta.
INGRID – É muito engraçado saber que toda a educação que você recebeu foi por água abaixo, mas tudo o que nós não te ensinamos e fizemos questão de te manter longe acabou tomando conta de você. Muito engraçado!
MARIA FERNANDA – Mamãe, eu tenho uma boa explicação/
INGRID – (corta) Me poupe das suas explicações, Maria Fernanda. Aliás, eu poderia até reservar um tempo do meu dia para elas. Assim eu poderia aprender a contar umas mentiras bem contadas. Porque é só isso que você sabe fazer, não é? Mentir, mentir e mentir! A sua vida é feita de mentiras, Maria Fernanda. Só mentiras!
Maria Fernanda levanta e tenta correr, mas Ingrid a pega pelos cabelos.
INGRID – Nada disso! A senhora não sai daqui enquanto não tomar vergonha na cara de falsificar o testamento do próprio pai!
Ingrid joga Maria Fernanda no sofá, com bastante força. Ingrid enxuga uma lágrima. Maria Fernanda ofegante.


FIM DO CAPÍTULO

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