Capítulo 10: Amor Bandido

CENA 01/ MANSÃO SCARION/ SUÍTE ALÉXYA/ INT./ NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior. Máxima enfrenta Arlan e diz:

MÁXIMA – (grita) Não grita com a minha filha seu pentelho!

MAGNUS – (grita) Máxima, por favor, vamos manter as coisas no nível familiar.

De repente, o rapaz aponta para Aléxya e declara:

ARLAN – Estou completamente decepcionado com você!

Ele se vira para o sogro de diz:

ARLAN – Vamos Magnus, não podemos chegar atrasado ao aeroporto.

Irritadíssimo, Arlan deixa a suíte. Magnus diante da filha:

MAGNUS – Você não deveria ter feito isso minha filha. Quem já se viu... Contratar um detetive pra espionar o próprio noivo. Você não confia no Arlan? O que você fez foi inominável, Aléxya.

De cabeça baixa ela diz:

ALÉXYA – Eu sinto muito.

MAGNUS – Não diga isso a mim, e sim ao Arlan. Com licença.

E logo deixa a suíte da filha.

CENA 02/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ NOITE

Arlan está completamente indignado e sentindo-se traído por Aléxya, pelo fato de ela ter contratado um detetive para monitorá-lo.

Magnus entra em cena descendo as escadas e diz:

MAGNUS – Eu sinto muito Arlan... Definitivamente essa atitude da Aléxya me assusta bastante.

Irritado, o rapaz corta o sogro de diz:

ARLAN – Eu não quero falar sobre isso Magnus. Não agora. Estou com a cabeça fervendo depois de descobrir que a Aléxya contratou um detetive pra me monitorar. Francamente. Eu me sinto traído depois disso tudo! Parece que a Aléxya não confia em mim! Mas como já disse, eu não quero tocar nesse assunto.

MAGNUS – Como quiser meu rapaz. Então, vamos? Não podemos perder nosso voo.

Aléxya entra em cena pelas escadas e diz:

ALÉXYA – Arlan, precisamos conversar...

Magnus inclina-se para Arlan e diz:

MAGNUS – Deixarei vocês a sós. Assim vocês terão um pouco de privacidade e conversam numa boa. Enquanto isso, estarei no carro lhe esperando. Mas, por favor, não demore. Temos que chegar a tempo de embarcar.

Magnus deixa a sala pela porta.

Arlan é frio com Aléxya e diz:

ARLAN – Não temos nada pra conversa, Aléxya. Como disse o seu pai, o que você fez foi inominável.

ALÉXYA – Meu amor... Me escuta.

O rapaz arremata:

ARLAN – (grita) Aléxya... Acabou!

Aléxya leva um choque ao ouvir tais palavras:

ALÉXYA – (chocada) Como é?!

ARLAN – É isso mesmo... Acabou! Chega!

ALÉXYA – (chocada) Está terminando comigo, Arlan? É isso mesmo que você está fazendo? Está terminando comigo?!

ARLAN – É exatamente isso que estou fazendo. Se você não consegue confiar em mim, como podemos levar adiante nosso relacionamento? Me sinto traído por você depois desse episódio. Eu nunca imaginei que você pudesse fazer uma coisa dessas.

ALÉXYA – (grita) Você não pode terminar comigo!

Arlan é frio e arremata:

ARLAN – Depois de tudo o que você fez eu estou no meu direito de terminar com você!

E logo, Arlan, deixa Aléxya plantada na sala.

CENA 03/ MANSÃO KUHN/ SALA/ INT./ NOITE

Ônix diante de Orlando.

ÔNIX – Então pai? Alguma novidade no caso do Egídio?

ORLANDO – Não... Nenhuma meu filho.

ÔNIX – Pelo amor da santa, o que será que aconteceu com o Egídio?!

ORLANDO – Eu não faço a mínima ideia meu filho. O Egídio sumiu e até o dado momento não deu notícias.

ÔNIX – E aquele detetive mala, o Ângello? Deu notícias?

ORLANDO – Ele continua estudando o caso. Nenhuma pista do Egídio.

ÔNIX – Bem... Eu ainda continuo acreditando que o Egídio decidiu tirar alguns dias de folga... Talvez meses, anos quem sabe...

ORLANDO – Não acredito que ele tenha feito isso. Ele me comunicaria se tivesse tomado tal decisão. Além do mais o Egídio nunca gostou de tirar folga, sempre gostou da correria que seu trabalho o proporcionava. Ele amava o que fazia.

ÔNIX – Vai ver que ele resolveu tirar a folga em cima da hora e não teve tempo de comunicar. Mas enfim estarei rogando a todos os santos que estão nos céus para que o Egídio volte dar notícias. Já estou até com saudades dele. Me sinto completamente angustiado com o sumiço do meu querido colega de trabalho. – diz acompanhado por um sorriso sarcástico.

Orlando respira fundo, e mudando completamente o rumo da conversa diz:

ORLANDO – Então Ônix, notícias do seu ex? O Ômega?

Ônix fica histérico e grita:

ÔNIX – (grita) Notícias do meu ex?! Ah não, pelo amor da santa pai! Eu estou aqui preocupado com o sumiço do coitado do Egídio e o senhor vem falar sobre o abominável do meu ex! Aquele canalha...  Não gosto nem de lembrar que aquele cretino existe... Se ex fosse bom, Deus não mandaria amar o próximo.

Irritado, Ônix deixa a sala. Sozinho, Orlando diz:

ORLANDO – Mas onde será que o Egídio se meteu?

Silêncio.

CENA 04/ FLAT POLLO/ SALA/ INT./ NOITE

Após noite de bate-papo em churrascaria, Pollo leva Ivo para conhecer seu flat. O professor entra em seu apartamento acompanhado pelo filho de dona Yeda.

POLLO – Entra, mas, por favor, não repara na bagunça.

IVO – Quer isso! Não se preocupa.

Pollo diante de Ivo:

POLLO – Aceita uma água?

IVO – Sim, por favor.

Pollo vai até a cozinha e volta com um copo.

POLLO – Toma!

Ivo sorrir com o episódio e diz:

IVO – Está vazio?

Pollo contempla o copo vazio e sorrir juntamente com Ivo. Há um longo momento em silêncio. Frente a frente ambos se admiram. Minutos depois, Pollo quebra o silêncio ao falar:

POLLO – Acho lindo esse seu sorriso. Sabe Ivo, eu sonho com ele todas as noites... Bem... Pra falar a verdade, eu sonhei com você todas as noites essa semana.

Envergonhado, Ivo baixa a cabeça e sorrir ao ouvir tais palavras. Pollo aproxima-se do aluno, leva sua mão até o rosto do rapaz e começa a acariciar. Olho no olho, Ivo faz um gesto de quem vai falar algo, mas é interrompido pelo professor:

POLLO – Não precisa dizer nada... Não é preciso ouvir da boca quando se sabe ler os olhos.

E logo depois daquelas palavras, Ivo, rouba um beijo apaixonado de Pollo.

CENA 05/ FLAT POLLO/ QUARTO/ INT./ NOITE

Aos beijos, Polo e Ivo entram no quarto. O filho de dona Yeda interrompe rapidamente o beijo, joga Pollo contra a cama e logo se joga contra o professor. Ambos voltam a se beijar na cama. Dessa vez Pollo interrompe o beijo e diz:

POLLO – Cara, quantos anos você tem?

Ivo arremata:

IVO – Idade suficiente pra saber o que eu quero!

E de repente o filho de dona Yeda taca um beijaço no professor.

ABERTURA DA NOVELA

No dia seguinte:

Rio de Janeiro- RJ

CENA 06/ RIO DE JANEIRO/ EXT./ DIA

Takes amanhecer Rio de Janeiro.

CENA 07/ AEROPORTO SANTOS DUMONT/ INT./ DIA

Magnus e Arlan desembarcam no aeroporto do Rio de Janeiro.

ARLAN – Vamos direto pro hotel?

MAGNUS – Não. Antes passaremos na casa do dono da empresa ao qual fecharemos negócios.

ARLAN – Tudo bem. Mas quanto a reunião?

MAGNUS – Não se preocupe meu rapaz, a reunião só será a noite, mas antes gostaria de passar na casa do Lírio.

ARLAN – Tudo bem.

O celular de Arlan toca. É Aléxya. Ele decide não atender.

MAGNUS – Não vai atender?

ARLAN – Não mesmo.

MAGNUS – Olha rapaz, eu sei que a Aléxya passou de todos os limites, mas acho que vocês deveriam conversar e/

Arlan interrompe o sogro e diz:

ARLAN – Magnus eu não quero falar sobre isso. Estou bastante chateado com a sua filha.

MAGNUS – Tudo bem meu rapaz.

Eles deixam o aeroporto num carro luxuoso e seguem para a mansão do tal empresário.

CENA 08/ MANSÃO LÍRIO SCHULTZ/ SALA/ INT./ DIA

Magnus diante de Lírio Schultz. Os dois empresários cumprimentam-se com um aperto de mão.

MAGNUS – Lírio, há quanto tempo!

LÍRIO – Oh Yes!

Lírio Schultz, é um empresário norte-americano e está passando um tempo no Brasil.

MAGNUS – Seja bem vindo ao Brasil, meu grande amigo!

LÍRIO – Thank you very much! Muito obrigado Magnus. Muito obrigado. Please, sente-se.

MAGNUS – Antes, me permite apresentar o meu genro: Arlan Berganttini.

Arlan e Lírio se cumprimentam com um aperto de mão.

ARLAN – Nice to meet you, Mr. Lírio.

LÍRIO – Também é um prazer conhece-lo meu rapaz.

Magnus toma a palavra enquanto ambos sentam-se nas poltronas confortáveis de couro.

MAGNUS – Lírio, o Arlan é o mais novo diretor presidente da Scarion Mil.

O norte-americano inclina-se para Arlan e diz:

LÍRIO – Oh my God! Congratulations... Parabéns Arlan.

Arlan diz:

ARLAN – Obrigado! – com um sorriso estampado no rosto.

LÍRIO – Então, já tomaram café?

Magnus responde:

MAGNUS – Não tivemos tempo. Acabamos de chega de viagem e corremos pra cá.

LÍRIO – Porque não disseram antes?

Lírio chama pela empregada da mansão, cujo nome Rubina Sax, e a pede para servir algo às visitas.

Rubina diante do empresário:

LÍRIO – Rubina minha querida, por favor, prepare aquele café da manhã para as visitas.

RUBINA – Sim senhor. Com licença.

MAGNUS – Toda. – responde educadamente.

A empregada deixa a sala e chega até a cozinha. Na sala, Lírio toma a palavra:

LÍRIO – Então, do que falávamos?

Ambos continuam a conversa fora do áudio.

CENA 09/ MANSÃO LÍRIO SCHULTZ/ COZINHA/ INT./ DIA

A pedido do patrão, Lírio Schultz, Rubina Sax, empregada da mansão, prepara o café da manhã para Arlan e Magnus. De repente uma linda mulher entra em cena carregando consigo alguns livros de administração. Ela aproxima-se da empregada e diz:

ALYNE – Oi mãe!

Rubina toma um susto e diz:

RUBINA – Ai que susto Alyne!

ALYNE – Nossa mãe! Desculpas, não foi minha intensão.

Alyne é filha única de Rubina. Meses atrás ganhou uma bolsa de estudos. Está cursando administração numa das melhores universidade do Rio.

RUBINA – O que veio fazer aqui? Você não deveria está estudando?

ALYNE – Vim trazer de volta esses livros de administração que peguei emprestado do Mister Schultz. Ele havia me emprestado para fazer um trabalho na semana passada.

RUBINA – O Mister Schultz está ocupado. Está com visitas importantes.

ALYNE – Bem... Então a senhora poderia fazer o favor de entrega a ele?

RUBINA – (tom) Apenas com uma condição.

A moça levanta uma de suas sobrancelhas e diz:

ALYNE – Qual?

RUBINA – Leve essa jarra de suco até a mesa, ou melhor sirva às visitas.

ALYNE – Mãe, eu não trabalho aqui, esqueceu? Eu não vou fazer isso/

RUBINA – Alyne, minha filha, faça esse favor à sua mãe.

Alyne fala relutante:

ALYNE – Tá bom.

Alyne toma a jarra de suco das mãos de Rubina e deixa a sozinha.

CENA 10/ MANSÃO SCHULTZ/ SALA JANTAR/ INT./ DIA

Sentados à mesa, Lírio, Magnus e Arlan conversam freneticamente (fora do áudio) sobre negócios internacionais. Enquanto isso, Alyne entra em cena e começa a servir o suco começando por Lírio. Segundos depois, é a vez de servir a Arlan, mas a filha de Rubina acaba desequilibrando a jarra e derrama todo suco no rapaz. Arlan reage e grita:

ARLAN – (grita) Olha o que você fez garota!!!

Ao ver o golpista completamente ensopado, Alyne tenta se desculpar.

ALYNE – Ai desculpas!

Suspense.

São Paulo – SP

CENA 11/ MANSÃO KUHN/ ESCRITÓRIO ÔNIX/ INT./ DIA

Sentados, Ônix diante de Selim.

ÔNIX – Tudo certo. O Egídio partiu dessa pra melhor. – sorrir sarcasticamente.

SELIM – Do jeito que o senhor planejou Dr. Ônix.

Ônix entrega uma quantia em dinheiro para Selim e diz:

ÔNIX – Aqui está o seu prêmio, mas não conte agora. Fui bem generoso como havia combinado antes. O mais importante Selim, é que você vai ter a minha amizade pra sempre. Ela sim é muito valiosa.

SELIM – Claro.

ÔNIX – Outra coisa, quando sair daqui, do meu escritório, cuidado pra que ninguém o veja.

SELIM – Pode deixar Dr. Ônix, serei bastante cauteloso quanto isso.

Eis que os dois são surpreendidos por Simone, que entra em cena:

SIMONE – Dr. Ônix... Selim?!

Simone diante de Ônix e Selim.

SIMONE – (surpresa) Selim?! O que você faz aqui?!

Ônix toma a palavra:

ÔNIX – Pera aí, vocês dois se conhecem?

SIMONE – Mas claro que nos conhecemos. Afinal, somos marido e mulher.

SELIM – (tenso) Isso, eu sou casado com a Simone.

Ônix fica pasmado e diz:

ÔNIX – Mas vejam só, você é casada com o Selim! Gente mas eu tô pasmado! Como esse mundo é pequeno.

Simone toma a palavra e coloca o matador de aluguem contra a parede:

SIMONE – Você ainda não me disse Selim, o que faz aqui com o doutor Ônix? Você não disse que hoje logo cedo que ia sair a procura de trabalho?

Tenso, Selim não faz ideia do que responde. Esperto, Ônix toma o controle da situação:

ÔNIX – Eu estava justamente acabando de contratar o Selim para trabalhar aqui na mansão como segurança – mente o vilão – não é verdade Selim?

O homem confirma com a cabeça que sim. Simone diz:

SIMONE – Sério?! Ai que bom! Selim que bom que você conseguiu o emprego aqui na mansão.

ÔNIX – Pois é... Agora “exu-poeira” (Simone), volta pro trabalho antes que resolva demitir você e o seu marido.

SIMONE – Sim senhor.

A empregada deixa o local. Selim diante de Ônix.

SELIM – A proposta de emprego era mesmo verdade?

ÔNIX – Claro que era exu!

Selim se empolga.

ÔNIX – Mas não se empolgue tanto assim. Você não vai trabalhar como segurança aqui.

SELIM – Então em que vou trabalhar?

Ônix arremata:

ÔNIX – Você será meu matador de aluguel, ou melhor, meu matador contratado. Nunca se sabe quando se vai precisar matar alguém. – diz o filho de Orlando friamente – Agora Selim, quero um favor seu.

SELIM – Favor? E qual seria?

ÔNIX – Quero que consiga as cinzas do Egídio!

SELIM – As cinzas do Egídio? Mas porque isso agora?

ÔNIX – (grita) Não me faça perguntas, apenas faça o que estou ordenando!

SELIM – Sim senhor doutor Ônix.

Selim deixa o local, Ônix fica parado com uma expressão pensativa no rosto.

A imagem congela em Ônix.

FIM DO CAPÍTULO