CENA
01/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Continuação
imediata do capítulo anterior. Ádones diante de Ônix a falar:
ÁDONES – Eu analisei todos os contratos dos fornecedores
da empresa que encontrei em sua mesa e cheguei à conclusão de que todos foram
superfaturados se comparados a outros. – há uma longa pausa antes dele dizer –
A festa acabou pra você Ônix! – arremata.
Com tudo isso, Ônix “surta” e começa a gritar
freneticamente:
ÔNIX – Chega! Chega! Chega! – a cada “chega”, seu ódio aumentar
gradativamente – Chega! Chega! Chega! – grita.
O vilão se prontifica diante o pai e arremata com a
maior cara de pau:
ÔNIX – É verdade! – dispara.
Ao ouvir a confirmação vinda do próprio filho,
Orlando não perde tempo e parte pra cima do mesmo com vários socos.
ORLANDO – Desgraçado! – grita ao partir pra cima do filho.
Orlando soca várias vezes o filho e acaba tirando
sangue do mesmo, antes de ser segurado por Ádones e o fornecedor.
ORLANDO – Me larguem! Me larguem! – grita.
ÁDONES – Calma doutor Orlando! – grita enquanto segura o
empresário furioso – Não precisa partir pra pancadaria.
Ensanguentado e com o olho roxo após o soco do pai,
Ônix enfrenta Orlando e declara em alto e bom som:
ÔNIX – Eu roubei! Eu roubei sim! E
roubava de novo! – grita ainda mais forte – Eu roubei.
ORLANDO – Seu miserável. Como você teve
coragem de fazer isso comigo?! – grita irritado enquanto tenta se soltar das
mãos de Ádones e do fornecedor.
Ônix
continua a enfrentar o pai deixando-o ainda mais enfurecido:
ÔNIX – Enquanto você trabalhava duro
com um escravo pra manter a empresa, euzinho
aqui, lindo, poderoso e exclusivo roubava. Mais te roubava com uma facilidade.
Já dizia o tal ditado, foi mais fácil do que roubar doce de criança.
ORLANDO – Desgraçado! – grita enfurecido.
Me larga. Me solta. Deixa-me acabar com esse desgraçado.
Porém
nenhum dos dois o largava.
ÁDONES – Calma doutor Orlando, calma. –
pede o rapaz ao patrão.
Após a
confusão, dois seguranças aparecem. Orlando dá a ordem.
ORLANDO – E vocês dois, não fiquem aqui
parados. Tirem esse monstro daqui. – ordena aos gritos.
Triunfante,
Ônix declara:
ÔNIX – Ai daquele que encostar um dedo
em mim. Conheço muito bem a saída.
E sai, mas
antes ele se vira para Ádones e o ameaça:
ÔNIX – Quanto a você seu traidor, você
me paga. Vou acabar com você.
Orlando a
gritar:
ORLANDO – Eu quero você fora daqui seu...
Seu golpista. Seu... Seu bandido. Seu infeliz... Seu miserável.
De cabeça
erguida, como se nada houvesse acontecido, Ônix deixa o local.
CENA
02/ SCARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL ARLAN/ INT./ DIA
Arlan
diante de Ônix.
ARLAN – Eu não tô acreditando que você
fez isso! – diz de queixo caído.
ÔNIX – Disse com todas as letras. O
“papai” ficou uma fera comigo quando disse que realmente eu roubei a empresa.
ARLAN- É incrível. Você diz com tamanha
naturalizada. Não se preocupa com o que seu pai pode fazer? Imagina se ele
resolve te denunciar pra polícia!
Ônix solta
uma gargalha e diz:
ÔNIX – O abominável do Orlando jamais
faria isso. Ele sabe perfeitamente que se eu, Ônix Kuhn, fosse preso sairia em
tudo que é jornal e isso acabaria com a imagem e reputação da empresa.
ARLAN – E como você tem tanta certeza
disso?
ÔNIX – Arlan Arlan, eu conheço meu pai
a ponto de saber como reagiria diante dessa situação. Mas enfim, o que passou,
passou... Agora me diz como está sendo a sua nova vida de casado. Olha ainda
bem que você largou aquela pobretona que conheceu no Rio e voltou pra Aléxya. –
sendo sarcástico.
ARLAN – Insuportável. Eu não aguento
mais a Aléxya.
Aléxya
entra em cena e diz:
ALÉXYA – O que tem eu?
Surpresos,
Arlan e Ônix entreolham.
RIO
DE JANEIRO - RJ
CENA
03/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ DIA
Pronta pra
sair, Rubina toma sua bolsa jogada no sofá, se vira para Alyne e diz:
RUBINA – Alyne minha filha, já estou de
saída pro trabalho. Tudo bem ficar sozinha?
ALYNE – Tudo bem mãe. Sem problema. –
diz.
RUBINA – Está certo viu... Até mais minha
filha. Se acontecer qualquer coisa, me liga. – diz antes de bater a porta e
deixar o local - Tchauzinho.
ALYNE – Tchau
mãe.
Alyne, que
até o momento estava sentada, levanta-se e decide ir até a cozinha. No caminho
sente-se tonta. Para não cair tenta segurar na parede. Sem sucesso, acaba no
desfalecendo e batendo a cabeça contra o chão.
SÃO
PAULO - SP
CENA
04/ UNIVERSIDADE/ SALA DE AULA/ INT./ DIA
Apaixonados, Pollo e Ivo, aos
beijos, escondidos em uma sala em reforma.
POLLO – Hm... Tenho uma coisa pra te
contar...
IVO – Fala.
POLLO – Tenho dois ingressos pro show da
Claudinha Bagunceira. Vem comigo?
IVO – Sério?! – pergunta surpreso –
Como você conseguiu os ingresso?
POLLO – Seríssimo. Conseguir eles com um
amigo. Vem ou não?
IVO – Claro que vou! Eu tava louco pra
ir a esse show, mas não tinha dinheiro pra comprar os ingressos.
POLLO – Problema resolvido. Agora, já
que eu conseguir os ingressos pro show, não acha que mereço um beijo?
IVO – Deixa eu pensar... – há um longo
momento em silêncio antes de dizer – Claro que merece! Um não, vários.
POLLO – Então vem cá vem. – diz puxando
Ivo para junto de si.
Os dois se
beijam.
CENA
05/ SCARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL ARLAN/ INT./ DIA
Aléxya
diante de Arlan e Ônix:
ALÉXYA – Fala Arlan, o que tem eu?
Arlan
disfarça e diz:
ARLAN – Amor, eu estava justamente
falando com o Ônix que eu não aguentava mais ficar longe de você. Não é verdade
Ônix?
ÔNIX – É verdade sim. O Arlan me
contava que estava completamente/
Aléxya
interrompe Ônix e diz:
ALÉXYA – Ônix... Então você que é o Ônix.
ÔNIX – Ônix Kuhn! Sou eu mesmo, em
carne e osso. Por quê?
ALÉXYA - Não nada. – mente – É que o
Arlan vive falando de você. Aí lembrei que conhecia o nome.
Aléxya e
Arlan a sós:
ALÉXYA – Amor é verdade que você estava
morrendo de saudades de mim?
Arlan mente
e diz:
ARLAN – É verdade sim meu doce. Eu
estava morrendo de saudades de você.
Ele puxa
filha de Magnus para junto de si para beija-la e acaba trocando o nome dela
pelo nome de Alyne:
ALÉXYA – Eu te amo Alyne!
De repente,
Aléxya interrompe o beijo e diz:
ALÉXYA – Alyne?!
Suspense.
RIO
DE JANEIRO - RJ
CENA
06/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ DIA
No caminho
para o trabalho, Rubina acaba lembrando que esqueceu o celular carregando na
cozinha. Ela então resolve voltar até sua casa. Chegando lá, acaba encontrando
a filha, Alyne, desfalecida e se desespera:
RUBINA – Alyne minha filha acorda!
Socorro! Alguém me ajuda! – grita desesperadamente – Socorro! Alyne fala comigo
pelo amor de Deus. Socorro!
A imagem
congela no rosto pálido da moça.
Suspense.
ABERTURA DA NOVELA
Minutos depois...
CENA 07/ HOSPITAL/ CORREDOR/ INT./ DIA
Após ser encontrada desfalecida no chão da sala
pela mãe, Alyne dá entrada no hospital.
SÃO
PAULO - SP
CENA
08/ MANSÃO KUHN SALA/ INT./ NOITE
Orlando
diante de Ônix:
ORLANDO – O que faz aqui Ônix?
ÔNIX – Eu moro aqui esqueceu? – cínico.
ORLANDO – Não mais. Você não merece morar
aqui, não depois de tudo o que fez. Além do mais não quero morar sob o mesmo
teto de um ladrão. - há um longo momento de silêncio antes de dizer - Eu quero
você fora dessa casa! Imediatamente!
Incrédulo,
o vilão diz:
ÔNIX – Está me expulsando da minha
própria casa?
ORLANDO – Você quis dizer minha casa!
Porque eu a comprei como o meu suado dinheiro.
Trabalhei duro pra ter tudo o que tenho hoje.
ÔNIX – Está bem eu saio. Não antes sem
pegar minhas coisas.
O
empresário enfrenta o filho e declara:
ORLANDO – Você não vai levar nada.
ÔNIX – (incrédulo) Como é que é?
ORLANDO – Tudo o que você tem foi comprado
com o meu dinheiro.
ÔNIX – Mas são as minhas coisas! –
grita.
ORLANDO – Não importa! – grita – Agora são
minhas.
Ônix fica
pensativo diante da situação. Orlando toma a palavra:
ORLANDO – O que você está esperando pra
dar o fora daqui?! Sai, antes que eu resolva chamar os seguranças.
Sem
alternativa, Ônix deixa o local, mas antes ameaça o pai em alto e bom som:
ÔNIX – Você me paga! Eu vou acabar com
você.
No
dia seguinte...
CENA
09/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL/ INT./ DIA
Ao
descobrir que Ônix roubou o Grupo Kuhn, Orlando, furioso com traição, decide
tirar do filho todos os seus privilégios.
Orlando
diante de Ádones:
ORLANDO – Quero mudar o meu testamento.
Quero tirar do Ônix todos os privilégios que ele tinha.
Pede o
empresário Ádones que além de ser responsável pela contabilidade da empresa é
advogado do empresário.
CENA
10/ HOTEL CINCO ESTRELAS/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Após ser
expulso de casa pelo pai, Ônix decide se hospedar em um hotel da cidade. Ele
diante da recepcionista:
ATENDENTE – Olá, posso ajudar?
ÔNIX – Olá. Bom, eu não fiz reserva,
mas gostaria de ficar numa suíte luxo.
ATENDENTE – Uhum.
ÔNIX – Sala, quarto separado, com uma
banheira de hidro tá? Eu não
sobrevivo sem uma banheira de hidro.
A atendente
confere em seu computador e diz:
ATENDENTE – Temos apenas uma
disponível.
ÔNIX – Ma-ra-vi-lho-so!
ATENDENTE – Por quanto tempo deseja
se hospedar em nosso hotel?
ÔNIX – Difícil dizer... Bota ai, dois
meses. Se eu for ficar mais tempo agente conversa.
ATENDENTE – Ta ok. O senhor assina
aqui, por favor. Preencha o endereço.
ÔNIX – Endereço? É que, bem, eu estou
de mudança.
ATENDENTE – Pode ser o último, onde
morou.
ÔNIX - Certo.
ATENDENTE – Eu também vou precisar de
um cartão de crédito.
ÔNIX – Claro. – diz retirando a
carteira do bolso traseiro.
O filho de
Orlando entrega o cartão à atendente e diz:
ÔNIX – Aqui está.
A atendente
do hotel toma o cartão e passa na maquina que apita várias vezes, Ônix estranha
e diz:
ÔNIX – Algum problema?
ATENDENTE – Eu sinto muito, mas esse
cartão aqui está bloqueado.
Ônix toma
um susto:
ÔNIX – Bloqueado? – há um momento de
silêncio – Bom este cartão deve está com problema. Tente esse outro aqui.
ATENDENTE – Sim senhor.
Ela passa o
outro cartão.
ATENDENTE – Lamento, mas esse cartão
também está bloqueado.
Ônix,
começa a ficar preocupado:
ÔNIX – Estranho não é? Bom, teste esse
terceiro cartão. Com certeza irá funcionar.
ATENDENTE – Com certeza. Com licença.
A atendente
passa o terceiro cartão e diz:
ATENDENTE – Esse também está
bloqueado.
ÔNIX – Bom então, como fazemos?
ATENDENTE – Senhor, eu sinto muito, é
a política do hotel nós termos um cartão de crédito pro lançamento das
despesas.
ÔNIX – O meu nome não conta como
garantia?
ATENDENTE – O senhor é artista de
televisão?
ÔNIX – Não. Eu sou um grande empresário
paulistano. Ônix Kuhn. Já dei entrevista pra vários jornais.
ATENDENTE – É que eu só vejo revistas
de artista mesmo. – diz acompanhado de um sorriso.
ÔNIX – Então vá chamar o gerente do
hotel. Quero falar com ele. Eu estou com muita presa pra me hospedar nesse
hotel.
ATENDENTE – Um instante por
gentileza.
A atendente
sai e logo volta acompanhada pelo gerente do hotel.
ÔNIX – Ah sim.
GERENTE – Bom dia, em que posso ajuda-lo,
senhor?
ÔNIX – Bom, ajude a si mesmo antes que
faça uma reclamação formal ao diretor da rede desse hotel.
GERENTE – O senhor me desculpe, mas o
senhor de quem se trata?
ÔNIX – Ônix Kuhn. Eu sou... bem, eu
era... Enfim, eu sou filho do grande multibilionário do país, Orlando Kuhn,
dono do Grupo Kuhn, tá? E ouve um
problema com os meus cartões. Provavelmente estão desmagnetizados.
GERENTE – O senhor não teria um cartão
corporativo da empresa do seu pai?
ÔNIX – Ah sim, mas eu prefiro não
utiliza-lo. Não quero misturar as despesas profissionais com as pessoais. Posso
passar um cheque?
GERENTE – Eu lamento. O senhor pode até
pagar a conta final com um cheque, mas é necessário constar um número de
cartão, com autorização para lançarmos as despesas.
ÔNIX – Eu já estou começando a ficar
irritado com vocês dois – diz referindo-se ao gerente e a recepcionista do
hotel.
O gerente
toma a palavra e diz:
GERENTE – No entanto, sendo o senhor quem
é, vamos hospeda-lo e depois verificamos o que podemos fazer.
ÔNIX – Fico imensamente agradecido.
GERENTE – Qual o apartamento que esse
senhor deseja? – pergunta a recepcionista ao lado.
ATENDENTE – A suíte luxo. Havia só
uma disponível.
O gerente
checa no computador, se vira para Ônix e diz:
GERENTE – Mais que lástima. Num instante,
antes de eu vim falar com o senhor eu cedi essa suíte a um empresário carioca.
A secretária dele acabou de ligar. – mente.
Ônix perde
a paciência e diz:
ÔNIX – Mais meu Zeus do céu, o que será
que diz pra ouvir uma mentira dessas? O senhor está mentindo. Taí cheios de
sorrisos, me dispensando do seu hotel. Eu tenho certeza, que se o meu cartão
estivesse funcionando, estaria disposta a me hospedar na suíte luxo. Falso. O
senhor é um traíra. – grita.
O gerente é
educado ao retrucar Ônix:
GERENTE – Olhe aqui meu senhor, até agora
eu tenho sido gentil, mas como o senhor me chamou de falso, então vai ouvir o
que merece. – ele respira fundo ao dizer – se os seus cartões não estão
passando, deve ser porque o senhor é um golpista!
A
imagem congela em Ônix.
FIM DO CAPÍTULO
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