segunda-feira, 6 de junho de 2016

Capítulo 18: Amor Bandido

CENA 01/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ÔNIX/ INT./ DIA
Continuação imediata do capítulo anterior. Ádones diante de Ônix a falar:
ÁDONES – Eu analisei todos os contratos dos fornecedores da empresa que encontrei em sua mesa e cheguei à conclusão de que todos foram superfaturados se comparados a outros. – há uma longa pausa antes dele dizer – A festa acabou pra você Ônix! – arremata.
Com tudo isso, Ônix “surta” e começa a gritar freneticamente:
ÔNIX – Chega! Chega! Chega! – a cada “chega”, seu ódio aumentar gradativamente – Chega! Chega! Chega! – grita.
O vilão se prontifica diante o pai e arremata com a maior cara de pau:
ÔNIX – É verdade! – dispara.
Ao ouvir a confirmação vinda do próprio filho, Orlando não perde tempo e parte pra cima do mesmo com vários socos.
ORLANDO – Desgraçado! – grita ao partir pra cima do filho.
Orlando soca várias vezes o filho e acaba tirando sangue do mesmo, antes de ser segurado por Ádones e o fornecedor.
ORLANDO – Me larguem! Me larguem! – grita.
ÁDONES – Calma doutor Orlando! – grita enquanto segura o empresário furioso – Não precisa partir pra pancadaria.
Ensanguentado e com o olho roxo após o soco do pai, Ônix enfrenta Orlando e declara em alto e bom som:
ÔNIX – Eu roubei! Eu roubei sim! E roubava de novo! – grita ainda mais forte – Eu roubei.
ORLANDO – Seu miserável. Como você teve coragem de fazer isso comigo?! – grita irritado enquanto tenta se soltar das mãos de Ádones e do fornecedor.
Ônix continua a enfrentar o pai deixando-o ainda mais enfurecido:
ÔNIX – Enquanto você trabalhava duro com um escravo pra manter a empresa, euzinho aqui, lindo, poderoso e exclusivo roubava. Mais te roubava com uma facilidade. Já dizia o tal ditado, foi mais fácil do que roubar doce de criança.
ORLANDO – Desgraçado! – grita enfurecido. Me larga. Me solta. Deixa-me acabar com esse desgraçado.
Porém nenhum dos dois o largava.
ÁDONES – Calma doutor Orlando, calma. – pede o rapaz ao patrão.
Após a confusão, dois seguranças aparecem. Orlando dá a ordem.
ORLANDO – E vocês dois, não fiquem aqui parados. Tirem esse monstro daqui. – ordena aos gritos.
Triunfante, Ônix declara:
ÔNIX – Ai daquele que encostar um dedo em mim. Conheço muito bem a saída.
E sai, mas antes ele se vira para Ádones e o ameaça:
ÔNIX – Quanto a você seu traidor, você me paga. Vou acabar com você.
Orlando a gritar:
ORLANDO – Eu quero você fora daqui seu... Seu golpista. Seu... Seu bandido. Seu infeliz... Seu miserável.
De cabeça erguida, como se nada houvesse acontecido, Ônix deixa o local.

CENA 02/ SCARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL ARLAN/ INT./ DIA
Arlan diante de Ônix.
ARLAN – Eu não tô acreditando que você fez isso! – diz de queixo caído.
ÔNIX – Disse com todas as letras. O “papai” ficou uma fera comigo quando disse que realmente eu roubei a empresa.
ARLAN- É incrível. Você diz com tamanha naturalizada. Não se preocupa com o que seu pai pode fazer? Imagina se ele resolve te denunciar pra polícia!
Ônix solta uma gargalha e diz:
ÔNIX – O abominável do Orlando jamais faria isso. Ele sabe perfeitamente que se eu, Ônix Kuhn, fosse preso sairia em tudo que é jornal e isso acabaria com a imagem e reputação da empresa.
ARLAN – E como você tem tanta certeza disso?
ÔNIX – Arlan Arlan, eu conheço meu pai a ponto de saber como reagiria diante dessa situação. Mas enfim, o que passou, passou... Agora me diz como está sendo a sua nova vida de casado. Olha ainda bem que você largou aquela pobretona que conheceu no Rio e voltou pra Aléxya. – sendo sarcástico.
ARLAN – Insuportável. Eu não aguento mais a Aléxya.
Aléxya entra em cena e diz:
ALÉXYA – O que tem eu?
Surpresos, Arlan e Ônix entreolham.

RIO DE JANEIRO - RJ
CENA 03/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ DIA
Pronta pra sair, Rubina toma sua bolsa jogada no sofá, se vira para Alyne e diz:
RUBINA – Alyne minha filha, já estou de saída pro trabalho. Tudo bem ficar sozinha?
ALYNE – Tudo bem mãe. Sem problema. – diz.
RUBINA – Está certo viu... Até mais minha filha. Se acontecer qualquer coisa, me liga. – diz antes de bater a porta e deixar o local - Tchauzinho.
ALYNE – Tchau mãe.
Alyne, que até o momento estava sentada, levanta-se e decide ir até a cozinha. No caminho sente-se tonta. Para não cair tenta segurar na parede. Sem sucesso, acaba no desfalecendo e batendo a cabeça contra o chão.

SÃO PAULO - SP
CENA 04/ UNIVERSIDADE/ SALA DE AULA/ INT./ DIA
Apaixonados, Pollo e Ivo, aos beijos, escondidos em uma sala em reforma.
POLLO – Hm... Tenho uma coisa pra te contar...
IVO – Fala.
POLLO – Tenho dois ingressos pro show da Claudinha Bagunceira. Vem comigo?
IVO – Sério?! – pergunta surpreso – Como você conseguiu os ingresso?
POLLO – Seríssimo. Conseguir eles com um amigo. Vem ou não?
IVO – Claro que vou! Eu tava louco pra ir a esse show, mas não tinha dinheiro pra comprar os ingressos.
POLLO – Problema resolvido. Agora, já que eu conseguir os ingressos pro show, não acha que mereço um beijo?
IVO – Deixa eu pensar... – há um longo momento em silêncio antes de dizer – Claro que merece! Um não, vários.
POLLO – Então vem cá vem. – diz puxando Ivo para junto de si.
Os dois se beijam.

CENA 05/ SCARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL ARLAN/ INT./ DIA
Aléxya diante de Arlan e Ônix:
ALÉXYA – Fala Arlan, o que tem eu?
Arlan disfarça e diz:
ARLAN – Amor, eu estava justamente falando com o Ônix que eu não aguentava mais ficar longe de você. Não é verdade Ônix?
ÔNIX – É verdade sim. O Arlan me contava que estava completamente/
Aléxya interrompe Ônix e diz:
ALÉXYA – Ônix... Então você que é o Ônix.
ÔNIX – Ônix Kuhn! Sou eu mesmo, em carne e osso. Por quê?
ALÉXYA - Não nada. – mente – É que o Arlan vive falando de você. Aí lembrei que conhecia o nome.
ÔNIX – Entendo. Bom, estou de saída, se me permitem. – diz antes de deixar a sala.
Aléxya e Arlan a sós:
ALÉXYA – Amor é verdade que você estava morrendo de saudades de mim?
Arlan mente e diz:
ARLAN – É verdade sim meu doce. Eu estava morrendo de saudades de você.
Ele puxa filha de Magnus para junto de si para beija-la e acaba trocando o nome dela pelo nome de Alyne:
ALÉXYA – Eu te amo Alyne!
De repente, Aléxya interrompe o beijo e diz:
ALÉXYA – Alyne?!
Suspense.

RIO DE JANEIRO - RJ
CENA 06/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ DIA
No caminho para o trabalho, Rubina acaba lembrando que esqueceu o celular carregando na cozinha. Ela então resolve voltar até sua casa. Chegando lá, acaba encontrando a filha, Alyne, desfalecida e se desespera:
RUBINA – Alyne minha filha acorda! Socorro! Alguém me ajuda! – grita desesperadamente – Socorro! Alyne fala comigo pelo amor de Deus. Socorro!
A imagem congela no rosto pálido da moça.
Suspense.
ABERTURA DA NOVELA
Minutos depois...
CENA 07/ HOSPITAL/ CORREDOR/ INT./ DIA
Após ser encontrada desfalecida no chão da sala pela mãe, Alyne dá entrada no hospital.

SÃO PAULO - SP
CENA 08/ MANSÃO KUHN SALA/ INT./ NOITE
Orlando diante de Ônix:
ORLANDO – O que faz aqui Ônix?
ÔNIX – Eu moro aqui esqueceu? – cínico.
ORLANDO – Não mais. Você não merece morar aqui, não depois de tudo o que fez. Além do mais não quero morar sob o mesmo teto de um ladrão. - há um longo momento de silêncio antes de dizer - Eu quero você fora dessa casa! Imediatamente!
Incrédulo, o vilão diz:
ÔNIX – Está me expulsando da minha própria casa?
ORLANDO – Você quis dizer minha casa! Porque eu a comprei como o meu suado dinheiro.  Trabalhei duro pra ter tudo o que tenho hoje.
ÔNIX – Está bem eu saio. Não antes sem pegar minhas coisas.
O empresário enfrenta o filho e declara:
ORLANDO – Você não vai levar nada.
ÔNIX – (incrédulo) Como é que é?
ORLANDO – Tudo o que você tem foi comprado com o meu dinheiro.
ÔNIX – Mas são as minhas coisas! – grita.
ORLANDO – Não importa! – grita – Agora são minhas.
Ônix fica pensativo diante da situação. Orlando toma a palavra:
ORLANDO – O que você está esperando pra dar o fora daqui?! Sai, antes que eu resolva chamar os seguranças.
Sem alternativa, Ônix deixa o local, mas antes ameaça o pai em alto e bom som:
ÔNIX – Você me paga! Eu vou acabar com você.

No dia seguinte...
CENA 09/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL/ INT./ DIA
Ao descobrir que Ônix roubou o Grupo Kuhn, Orlando, furioso com traição, decide tirar do filho todos os seus privilégios.
Orlando diante de Ádones:
ORLANDO – Quero mudar o meu testamento. Quero tirar do Ônix todos os privilégios que ele tinha.
Pede o empresário Ádones que além de ser responsável pela contabilidade da empresa é advogado do empresário.

CENA 10/ HOTEL CINCO ESTRELAS/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Após ser expulso de casa pelo pai, Ônix decide se hospedar em um hotel da cidade. Ele diante da recepcionista:
ATENDENTE – Olá, posso ajudar?
ÔNIX – Olá. Bom, eu não fiz reserva, mas gostaria de ficar numa suíte luxo.
ATENDENTE – Uhum.
ÔNIX – Sala, quarto separado, com uma banheira de hidro tá? Eu não sobrevivo sem uma banheira de hidro.
A atendente confere em seu computador e diz:
ATENDENTE – Temos apenas uma disponível.
ÔNIX – Ma-ra-vi-lho-so!
ATENDENTE – Por quanto tempo deseja se hospedar em nosso hotel?
ÔNIX – Difícil dizer... Bota ai, dois meses. Se eu for ficar mais tempo agente conversa.
ATENDENTE – Ta ok. O senhor assina aqui, por favor. Preencha o endereço.
ÔNIX – Endereço? É que, bem, eu estou de mudança.
ATENDENTE – Pode ser o último, onde morou.
ÔNIX - Certo.
ATENDENTE – Eu também vou precisar de um cartão de crédito.
ÔNIX – Claro. – diz retirando a carteira do bolso traseiro.
O filho de Orlando entrega o cartão à atendente e diz:
ÔNIX – Aqui está.
A atendente do hotel toma o cartão e passa na maquina que apita várias vezes, Ônix estranha e diz:
ÔNIX – Algum problema?
ATENDENTE – Eu sinto muito, mas esse cartão aqui está bloqueado.
Ônix toma um susto:
ÔNIX – Bloqueado? – há um momento de silêncio – Bom este cartão deve está com problema. Tente esse outro aqui.
ATENDENTE – Sim senhor.
Ela passa o outro cartão.
ATENDENTE – Lamento, mas esse cartão também está bloqueado.
Ônix, começa a ficar preocupado:
ÔNIX – Estranho não é? Bom, teste esse terceiro cartão. Com certeza irá funcionar.
ATENDENTE – Com certeza. Com licença.
A atendente passa o terceiro cartão e diz:
ATENDENTE – Esse também está bloqueado.
ÔNIX – Bom então, como fazemos?
ATENDENTE – Senhor, eu sinto muito, é a política do hotel nós termos um cartão de crédito pro lançamento das despesas.
ÔNIX – O meu nome não conta como garantia?
ATENDENTE – O senhor é artista de televisão?
ÔNIX – Não. Eu sou um grande empresário paulistano. Ônix Kuhn. Já dei entrevista pra vários jornais.
ATENDENTE – É que eu só vejo revistas de artista mesmo. – diz acompanhado de um sorriso.
ÔNIX – Então vá chamar o gerente do hotel. Quero falar com ele. Eu estou com muita presa pra me hospedar nesse hotel.
ATENDENTE – Um instante por gentileza.
A atendente sai e logo volta acompanhada pelo gerente do hotel.
ÔNIX – Ah sim.
GERENTE – Bom dia, em que posso ajuda-lo, senhor?
ÔNIX – Bom, ajude a si mesmo antes que faça uma reclamação formal ao diretor da rede desse hotel.
GERENTE – O senhor me desculpe, mas o senhor de quem se trata?
ÔNIX – Ônix Kuhn. Eu sou... bem, eu era... Enfim, eu sou filho do grande multibilionário do país, Orlando Kuhn, dono do Grupo Kuhn, tá? E ouve um problema com os meus cartões. Provavelmente estão desmagnetizados.
GERENTE – O senhor não teria um cartão corporativo da empresa do seu pai?
ÔNIX – Ah sim, mas eu prefiro não utiliza-lo. Não quero misturar as despesas profissionais com as pessoais. Posso passar um cheque?
GERENTE – Eu lamento. O senhor pode até pagar a conta final com um cheque, mas é necessário constar um número de cartão, com autorização para lançarmos as despesas.
ÔNIX – Eu já estou começando a ficar irritado com vocês dois – diz referindo-se ao gerente e a recepcionista do hotel.
O gerente toma a palavra e diz:
GERENTE – No entanto, sendo o senhor quem é, vamos hospeda-lo e depois verificamos o que podemos fazer.
ÔNIX – Fico imensamente agradecido.
GERENTE – Qual o apartamento que esse senhor deseja? – pergunta a recepcionista ao lado.
ATENDENTE – A suíte luxo. Havia só uma disponível.
O gerente checa no computador, se vira para Ônix e diz:
GERENTE – Mais que lástima. Num instante, antes de eu vim falar com o senhor eu cedi essa suíte a um empresário carioca. A secretária dele acabou de ligar. – mente.
Ônix perde a paciência e diz:
ÔNIX – Mais meu Zeus do céu, o que será que diz pra ouvir uma mentira dessas? O senhor está mentindo. Taí cheios de sorrisos, me dispensando do seu hotel. Eu tenho certeza, que se o meu cartão estivesse funcionando, estaria disposta a me hospedar na suíte luxo. Falso. O senhor é um traíra. – grita.
O gerente é educado ao retrucar Ônix:
GERENTE – Olhe aqui meu senhor, até agora eu tenho sido gentil, mas como o senhor me chamou de falso, então vai ouvir o que merece. – ele respira fundo ao dizer – se os seus cartões não estão passando, deve ser porque o senhor é um golpista!
A imagem congela em Ônix.

FIM DO CAPÍTULO


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