quarta-feira, 22 de junho de 2016

Capítulo 6: Terra Livre

CENA 01/ NAVIO/ NOITE/ INT./ PARTE DE CIMA DA EMBARCAÇÃO.
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR;
Aflição abundante em todos. Helena tenta dar um passo a frente, porém recua. O comandante vai andando com o revólver apontado para todos. Pessoas chorando com suas crianças.
COMANDANTE – Calem a boca, vermes!
HELENA – Per favore, io te imploro. Non faça nada conosco!
COMANDANTE – (ri) Então... Io só posso dizer que comecem a rezar! Vai... Se ajoelha de uma vez. Se depender de mim tudo será em vão. E vocês todos amanhã estarão debaixo desse grande oceano!
VICENTE – (ao Comandante) Non te reconheço... Non reconheço o homem que me deu lições de esperanza! (grita) QUEM É VOCÊ?
COMANDANTE – Quem sou io? Io sou um homem muito bonito por sinal, e que non vai ficar aturando vocês aqui! (grita) CHEGA! Chega desse inferno!
VICENTE – Quando chegarmos no Brasil io prometo. Prometo que farei tudo o que quiser, mas per favore, nos deixe seguir até o Brasil!
COMANDANTE – Io non tenho tempo de ficar fazendo planos absurdos com um vagabundo como você! Per favore, non me estresse.
HELENA – Non tem jeito, Vicente. É melhor deixá-lo.
COMANDANTE – Isso... Isso, ragazza. Aconselhe ele me deixar em paz!
VICENTE – (com raiva) Uma pessoa que propaga guerra non pode querer paz!
Comandante aponta a arma diretamente para ele, que dá mais um passo para trás. Helena o puxa. Comandante guarda a arma, ri com deboche.
COMANDANTE – Vocês estão nas minhas mãos e é melhor fazerem o que eu quero para entardecer essa morte de vocês! Vão dormir. Amanhã é um longo dia! Io vou fazer o mesmo!
Comandante se retira. FOCA no rosto de Vicente, ofegante. CORTA PARA/
CENA 02/ STOCK-SHOTS/ MONTE VELHO/ EXT.
SONOPLASTIA: A Partir de Hoy – Marco Di Mauro FEAT Maite Perroni.
AMANHECER. TAKES DAS PESSOAS INDO E VINDO. CASAIS APAIXONADOS SENTADOS NA PRAÇA. UM VENDEDOR DE PIPOCAS COLOCANDO SEU CARRINHO PARA FORA. TAKE FINAL NA FACHADA DA MANSÃO DE AFONSO. CORTA PARA/
CENA 03/ MANSÃO DE AFONSO/ DIA/ INT./ SALA DE JANTAR.
MÚSICA CESSA;
Afonso sentado tomando seu café da manhã. Maria Tereza entra no cômodo, e se senta ao lado dele. Ela corta um pedaço do bolo e coloca café em sua xícara. Olha para Afonso encarando-o.
AFONSO – O que foi? Estou cagado ou algo do tipo... Me encara de uma forma que nem eu entendo.
M. TEREZA – Estou esperando você me contar a novidade. Percebi que você saiu à noite.
AFONSO – Até quando você vai ficar me vigiando, Maria Tereza? Já está ficando chato. Não se pode nem ter um pouco de liberdade nesta casa.
M. TEREZA – Minha função é te vigiar. Se não fosse eu na sua vida, você já estaria preso há muito tempo, Afonso.
AFONSO – Esqueça o passado.
M. TEREZA – Mas afinal, o que foi fazer naquela hora da madrugada?
AFONSO – Fui atrás de Domingos.
M. TEREZA – Não me diga que/
AFONSO – (CORTA) Sim. Domingos fugiu novamente, Tereza.
M. TEREZA – Mas quanta incompetência desses seus capangas. Com essa fazenda toda coberta por homens e ainda me deixam um velho sair sem perceber nada.
AFONSO – Eu acho que essa fuga do meu irmão não é uma fuga.
M. TEREZA – Mas como não? Você mesmo disse que ele já não estava mais no Porão.
AFONSO – Eu acho que alguém ajudou ele a fugir.
M. TEREZA – Desconfia de alguém?
AFONSO – Infelizmente não, mas eu vou investigar isso direitinho!
Silêncio por um TEMPO. Maria Tereza pensativa, olha novamente para Afonso.
M. TEREZA – Já sabe o que fazer?
AFONSO – Não quero perder muito tempo... Quero que você ajude os meus capangas a encontrarem Domingos.
M. TEREZA – Pode contar comigo!
AFONSO – Mas existe uma mudança de regra no que eu já havia te dito antes.
M. TEREZA – Mudança?! Que mudança?
AFONSO – Se você encontrá-lo... Poderá matá-lo!
Maria Tereza estende suas mãos. Afonso também. Os dois apertam as mãos. CORTA RÁPIDO PARA/
CENA 03/ FAZENDA DOS ZAPATA/ DIA/ EXT./ FACHADA.
Um carro da época segue caminhando até a fazenda. FUNDE COM/
CENA 04/ FAZENDA DOS ZAPATA/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Vários funcionários fazendo duas filas, abrindo apenas um espaço em direção à porta. GABRIEL (cabelos negros, olhos azuis, aproximadamente 40 anos, culto) entra. Todos aplaudem. Ele sorri educadamente.
GABRIEL – Ai que saudade, meu povo. Que saudade de sentir esse cheiro de café na casa toda! (ri) Estou muito feliz!
EMPREGADA#1 – Nós também estávamos morrendo de saudades, seu Gabriel. O senhor fez muita falta.
GABRIEL – Agora é retomar minha vida. Afinal, os meus negócios não podem parar. Vou indo até o meu escritório. Com licença!
Gabriel sobe as escadas. CORTE IMEDIATO PARA/
CENA 05/ FAZENDA DOS ZAPATA/ DIA/ INT./ ESCRITÓRIO.
Gabriel se senta em sua mesa e começa a olhar alguns papéis, assustado. JOSÉ (cabelos lisos, aproximadamente 35 anos, moreno, bonito) entra com outros papéis na mão.
GABRIEL – Não estou entendendo. Esses papéis dizem que/
JOSÉ – (entrega os papéis a Gabriel) Veja com seus próprios olhos.
Gabriel olha os papéis com olhar pesado e indignado. José olhando a reação dele, esperando resposta.
GABRIEL – Estamos quase falidos, José. Falta bem pouco, mas podemos considerar que estamos falidos!
JOSÉ – Eu também me assustei quando vi as contas.
GABRIEL – O que aconteceu? Afonso está vendo mais que a gente?
JOSÉ – Pior!
GABRIEL – Pior?! O que seria pior do que ficar falido?
JOSÉ – Ficar falido sem ter feito nada de errado...
GABRIEL – Como assim?
JOSÉ – Alguns funcionários da fazenda viram capangas do Barão entrarem pelo outro lado do muro. Eles estavam vestidos como os nossos funcionários e ninguém percebeu que não seriam, mas tacaram fogo em nossas plantações de café. Ficamos apenas com as plantações na Capital. Agora tudo está estabilizado, pelo menos na estrutura, o cafezal está voltando a crescer, mas vai demorar muito para chegarmos ao que estávamos.
CAM FOCA em Gabriel, tremendo de ódio. José a parte.
GABRIEL – Desgraçado!
Gabriel se levanta e sai correndo. José continua no local, assustado.
JOSÉ – Eu não vou me meter nisso... Que eles se entendam!
José sai do local. CORTA PARA/
CENA 06/ NAVIO/ DIA/ INT./ PARTE DE CIMA DO NAVIO.
Todos dormindo no chão. O Comandante se aproxima, dá um tiro para o alto. Os pássaros voam correndo. As pessoas levantam assustadas.
COMANDANTE – Levaram susto, foi? Dormiram demais... Agora acordem, maledettos dos infernos!
VICENTE – Espero que tenha pensado na proposta que io fiz!
COMANDANTE – (próximo a Vicente) Acha mesmo que vou levar em consideração algo que você diz! Tentei matá-lo uma vez, mas dessa vez será certeiro!
Vicente se afasta. Uma lágrima cai de seus olhos. Chiara de longe assustada.
VICENTE – Foi você! Você que atirou em mim... (sussurra) Desgraziato!
COMANDANTE – Non só em você... Mas em tuo padre! Io matei tuo padre! Io matei Matteo!
TODOS assustados. FOCA em Vicente com raiva. Chiara chorando, sendo consolada por Valter.
CHIARA – Foi você! (grita) DISGRAZIATO! Por tua culpa io sofri anos da minha vida! Você arruinou esta vida mia! Acabou com tudo!
Valter a segura. Comandante aponta o revólver para ela. Vicente ao lado dele.
COMANDANTE – (grita/ com ódio) Chega! CALA A BOCA! Io fiz... Io fiz e faria novamente! Tuo marito era um bandido... Bandido que non tinha dó de ninguém, pior que io, pior que qualquer outro! Tuo marito era um demônio!
Chiara respira ofegante. Vicente ao lado do Comandante tentando se segurar. Helena observando toda situação aflita.
COMANDANTE – (cont.) Pronto. Já gritaram, já pediram a Dio, mas agora não há mais jeito. Non tenho tempo há perder... Façam filas...
Todos continuam parados. O Comandante começa a ficar nervoso. Helena e Vicente vão saindo de mansinho.
COMANDANTE – (cont.) Non ouviram? Façam filas... (grita) AGORA!
As pessoas começam a fazer filas, com medo. Comandante rindo. CORTA PARA/
CENA 07/ NAVIO/ DIA/ INT./ CONVÉS.
Vicente abre a porta do local e entra lá com Helena. Os dois ficam encolhidos em um canto, ofegantes.
HELENA – Io estou com muito medo, Vicente. Acho que nós non vamos conseguir chegar até o Brasil!
VICENTE – Medo? Você é a pessoa que mais me encoraja a lutar e vai desistir assim tão fácil? Helena... Pouco sabes, mas io quero chegar lá junto a você e te fazer minha mulher.
HELENA – Non me iluda, per favor. Só te peço isso!
VICENTE – Io nunca vou iludir o amor de minha vida!
HELENA – Nós non podemos ficar juntos. Será que você non consegue ver isso!
VICENTE – E será que você vai querer ter um fim triste por que tua família non quer você com o homem que você realmente ama? Vai ser infeliz e fazer infeliz quem vai te amar... Helena... Escuta... Io te amo de verdade! Io quero ter você por perto todo tempo, comigo, lutando!
HELENA – Io non sei!
VICENTE – Onde está a Helena que eu conheci? A Helena que enfrentou um batalhão de homens para lutar por tua terra... A Helena que bateu em um comandante. Foi essa Helena que io conheci, é essa Helena que io amo/
HELENA – (corta) É essa Helena que io sou!
SONOPLASTIA: No Soy El Aire – THALÍA (Refrão)
Helena agarra Vicente e os dois se beijam apaixonadamente. Tempos depois, vão logo se afastando, ainda entrelaçados no clima.
VICENTE – Io já non aguentava mais ver você com aquele/
Helena coloca a mão na boca de Vicente.
HELENA – Per favore, non fale nada de Lorenzo. Ele me ajudou muito!
VICENTE – Va bene... Non vamos discutir agora!
Eles voltam a se beijar. CORTA PARA/
CENA 08/ NAVIO/ DIA/ INT./ SALA DE COMANDO.
O Comandante olhando o mar à frente fumando um charuto com uma cara psicopata. Lorenzo entra no local, se senta ao lado do comandante que estende a mão com mais um charuto.
COMANDANTE – Quer?
LORENZO – Non!
COMANDANTE – O que quer?
LORENZO – Quero entender o que você pretende. Non sei. Está estranho?
COMANDANTE – Você estava acostumado a ver um homem quieto... Achou que iria me calar perante a diversas situações?! Io vou acabar com todos.
LORENZO – Pense bem... Hoje você mata todos, e na chegada de qualquer um dos portos você é pego. Vale a pena se arriscar tanto?
O Comandante se levanta e vai andando em direção à porta. Lorenzo se levanta e o segue. Comandante se vira para Lorenzo.
COMANDANTE – Io non sou bobo, Lorenzo. Non adianta querer mudar minhas ideias, meu pensamento. Você também vai sofrer comigo... Será um dos primeiros!
Lorenzo começa a tremer. Comandante solta uma gargalhada.
COMANDANTE – É pra tremer mesmo. E agora saia de minha sala! Vai... Sai!
Lorenzo sai, com medo. Comandante volta a fumar seu charuto. CORTA PARA/
CENA 09/ MANSÃO DE AFONSO/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Afonso terminando de ajeitar seu visual. Maria Tereza desce as escadas rapidamente com um casaco e o coloca em Afonso.
AFONSO – Obrigado. Sabia que estava esquecendo alguma coisa!
M. TEREZA – Hoje iniciaremos as buscas pelo seu irmão, Afonso. Está difícil, mas temos que tentar.
AFONSO – Encontre ele nem que seja no quinto dos infernos. Voltarei mais tarde para casa. Vou me encontrar com Luzia.
M. TEREZA – E eu posso saber o que vai conversar com Luzia?
AFONSO – Mais uma dessas e eu te coloco para fora desta casa.
Afonso vai em direção a porta, abre. Gabriel, nervoso, invade, segurando pelo pescoço de Afonso, encostando-o na parede.
GABRIEL – Pensou que eu não descobriria, querido Barão?
Maria Tereza assustado, sem reação. Afonso tentando se livrar.
M. TEREZA – Mas o que significa isto?
GABRIEL – Eu voltei, Barão. Voltei e quero saber quem lhe deu a audácia de invadir a minha fazenda e tacar fogo no meu cafezal? Eu não vou tolerar um homem cheio de si, falido e que acha que pode tudo se intrometendo na vida dos meus funcionários, atrapalhando a evolução do meu trabalho.
Gabriel o solta. Afonso se afasta dele, com raiva.
AFONSO – (aplaude) Então quer dizer que ele voltou? Parabéns... Parabéns mesmo! Parabéns pelo papel de trouxa que você fez! (a Maria Tereza) Tá vendo? Tá vendo que ele voltou com tudo?! Mas olha aqui, garoto. Eu te vi pequenininho, você ainda nem havia saído das fraudas. Não vem querer roubar o posto de “rei do café” que eu tenho, tá me ouvindo?
GABRIEL – Já que me conhece há muito tempo deveria minimamente ter respeito pela memória do meu pai. O senhor está enfrentando não só a mim, como a ele também. O senhor é sujo, é mau caráter.
AFONSO – Olhe bem como fala comigo, senão/
GABRIEL – (corta) Senão... Senão o que? Ah Barão, vejo que o senhor mesmo já está percebendo que não é mais nada... Como haverá de ter um barão sem escravos? Um barão que precisa trapacear para se ver valorizado. Se fosse tão bom, não precisaria fazer o que fez.
AFONSO – Olha, moleque... Vou lhe dar duas opções e não haverá uma terceira. Reúna seus capangas e mandem que me matem... Os reúna... Ou então quem o mata sou eu!
Os dois se encaram. Closes alternados. Maria Tereza à parte.
GABRIEL – Já disse tudo o que tinha para lhe falar. Passar bem!
Gabriel sai do local. Maria Tereza arruma a gravata de Afonso que estava torta.
AFONSO – É só questão de tempo... As eleições estão chegando. É só encontrarmos meu irmão e as eleições acabarem e eu mando você tirar a vida desse projeto de fazendeiro.
Afonso se retira. Os capangas da fazenda começam a entrar no local. Maria Tereza fica no meio deles.
M. TEREZA – Espero que estejam todos reunidos aqui! O Afonso já nos permitiu começar as buscas por Domingos, seu irmão. Essas buscas serão ainda mais intensas do que as outras.
CAPANGA#1 – E o Barão disse se devemos ou não matá-lo?!
M. TEREZA – Sim... Ele disse que devemos matá-lo, mas tragam ele até a mim. Eu quero ter o prazer de tirar a vida desse desgraçado!
FOCA no olhar sombrio de Maria Tereza. CORTA PARA/
CENA 10/ STOCK-SHOTS/ OCEANO/ EXT.
TAKES DE VÁRIOS ÂNGULOS DO NAVIO QUE SEGUE. TAKE FINAL EM DUAS MULHERES PARADAS OLHANDO O MAR. CORTA PARA/
CENA 11/ NAVIO/ DIA/ INT./ PARTE DE CIMA DA EMBARCAÇÃO.
Comandante volta com um revólver na mão. CAM FOCA no revólver, DESFOCANDO o resto. CAM RETORNA AO ESTADO INICIAL.
COMANDANTE – Pronto! Acabou o intervalo dos presidiários! Vamos lá... E a fila que io pedi? Quem será o primeiro?
Ele olha e vê um homem muito aflito. Ele se aproxima do homem e olha para ele.
COMANDANTE – (cont.) Corda... Me deem uma corda! (grita) Rápido!
HOMEM – Por Dio Santo, non faça nada comigo!
Um outro homem entrega a corda para o Comandante. Ele começa a amarrar o homem. TEMPO. Ele todo amarrado. Comandante se afasta.
COMANDANTE – É 1, é 2, é 3 e...
Comandante dispara um tiro no homem, que cai diretamente no oceano pela pressão do tiro. Todos assustados. Uma mulher grita e chora.
MULHER – Maledetto! Assassino!
Comandante aponta a arma para ela e dispara mais um tiro. Ela cai morta no chão.
COMANDANTE – Próximo!
FOCA em sua feição fascista. CORTA PARA/
CENA 12/ CASA DO PREFEITO DE MONTE VELHO/ DIA/ INT./ SALA DE ESTAR.
Afonso dentro da casa cumprimentando o prefeito GASPAR (velho de 80 anos, cabelos brancos, terno). Eles se sentam no sofá.
GASPAR – Já estava sentindo a tua falta, Barão. Pensei até que tinha voltado para a Itália.
AFONSO – Ando bem ocupado com os meus negócios com a capital, Dr. Gaspar.
GASPAR – Há algum motivo especial para sua visita a minha casa?
AFONSO – Quero ser rápido e direito... Quero ser candidato a prefeito de Monte Velho!
Gaspar se espanta. Afonso com um sorriso no rosto.
GASPAR – Tem certeza de que quer isso?
AFONSO – Tenho, mas por que de tanta indignação?
GASPAR – A prefeitura está quebrada. Os tempos monárquicos acabaram. As pessoas vivem nos pedindo seus direitos. A república vai de mal a pior.
AFONSO – E isso seria motivo para desistir da democracia, Gaspar? Olha, já ouviu falar que os melhores políticos são aqueles que fingem tudo. Fingem programas sociais, fingem boas condições de vida, mas na verdade é tudo ilusão. O que falta nos políticos é a atuação, caro Gaspar.
GASPAR – E o seu segredo? Sabe que ele pode vir a tona com essa sua candidatura!
AFONSO – Nada mais me importa, Gaspar. E tenho dito... Não vou revogar na minha decisão! Serei candidato e ganharei as eleições municipais!
Closes alternados. CORTA PARA/
CENA 13/ STOCK-SHOTS/ MONTE VELHO/ EXT.
ANOITECE. TAKES DA CIDADE MOVIMENTADA. PESSOAS SAINDO DE SEUS TRABALHOS. TAKE FINAL NA FACHADA DO MONTE PRAZER. CORTA PARA/
CENA 14/ MONTE PRAZER/ NOITE/ INT./ SALÃO.
Luzia sobe no palco. Todos aplaudem.
LUZIA – Sejam bem-vindos! Estamos com uma promoção especial... Aproveitem, queridos!
MÚSICA AMBIENTE. Luzia vê Maria Tereza lá de cima. Ela se assusta, desce do palco. Encara Maria Tereza.
LUZIA – (cont.) Se quer saber a verdade me acompanhe!
Luzia e Maria Tereza sobem as escadas. CORTA PARA/
CENA 15/ MONTE PRAZER/ NOITE/ INT./ ESCRITÓRIO.
Luzia sentada em sua cadeira. Maria Tereza à frente encarando Luzia.
M. TEREZA – Pensei que nunca mais veria você viva, querida irmã!
LUZIA – Como vão os seus golpes, Tereza? Vi que pelo menos com o Barão ainda não deu certo!
M. TEREZA – O que eu sinto pelo Afonso é muito maior do que você pensa, Luzia.
LUZIA – Pois diga... O que quer aqui? Ou resolveu mudar de lado?
M. TEREZA – Poupe-me de suas gracinhas.
LUZIA – Anda... Não tenho muito tempo!
M. TEREZA – Quero saber tudo sobre/
LUZIA – (corta) Ela está viva... Sua filha está viva! E está trabalhando comigo no Bordel. Maria Tereza, a sua filha tem um caso com Afonso!
Maria Tereza perplexa. Luzia sem reação. Closes alterados.
FIM DO CAPÍTULO






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