CENA 01/MANSÃO DE MARCOS/SALA-INT/NOITE.
Continuação imediata da ultima cena do capítulo
anterior. Cássia, furiosa, a encarar Marcos.
CÁSSIA – E então Marcos... Vai negar que estava se declarando
para a Beatriz no hospital?
MARCOS – Meu amor, Cássia, a única mulher da minha vida é você/
CÁSSIA – (corta) Mentira! Como eu fui burra, meu Deus, a verdade
tava na minha cara, esse é o grande motivo por você odiar o Antonio, você
cobiça a mulher dele/
MARCOS – (corta/sério) Não fala besteira, Cássia! Sabe qual é o
teu problema? Você só vê maldade em mim, acho que eu sou uma pessoa fria,
calculista, e não vê minhas qualidades.
CÁSSIA – Qualidades? Se engraçar com a mulher do outro é
qualidade/
MARCOS – (corta/sério) Eu não tava me engraçando com ninguém. Eu
estava prestando minha solidariedade nesse momento difícil que a Beatriz esta
passando e eu não nego que eu disse palavras maravilhosas pra Beatriz, mas, em
momento nenhum eu disse o que você acha que eu disse.
CÁSSIA – E aquele anel?
MARCOS – É um simples presente, afinal, apesar dos pesares, foi
aniversario da Beatriz.
CÁSSIA – (T) Me desculpa, meu amor...
Cássia abraça Marcos.
CÁSSIA – Eu fui uma tonta, eu... Eu fiz tudo errado, me
desculpe.
MARCOS – Eu te perdôo, meu amor.
CENA 02/HOSPITAL/QUARTO DE ANTONIO-INT/NOITE.
Antonio deitado à cama dormindo tranquilamente. (t) De repente,
ele acorda.
ANTONIO – Eu sobrevivi!
CENA 03/HOSPITAL/SALA DE ESPERA-INT/NOITE.
Beatriz e Beth no aguardo de novas informações. Navarro, Tereza
e Henri entram.
TEREZA – Alguma novidade?
BEATRIZ – Seu pai foi transferido pra um quarto normal, só isso
que nos falaram até agora.
A Enfermeira entra.
ENFERMEIRA – Pessoal, o Doutor Antonio Vidal acordou e quer
falar com a esposa, a Dona Beatriz.
BEATRIZ – (se levanta) Sou eu.
TEREZA – (a Beatriz) Mãe, diga ao pai que eu amo muito ele eu
quero que ele sare logo.
BEATRIZ – Pode deixar, minha filha.
Beatriz e a Enfermeira saem.
BETH – (se levanta) Bom, eu já fiz tudo que poderia ter feito
aqui. Vamos embora, Navarro?
NAVARRO – Vamos. Tereza, qualquer coisa pode nos ligar.
TEREZA – Ta.
NAVARRO – Henri... Você vai conosco?
HENRI – Não... Eu vou ficar aqui com a Tereza.
BETH – Ok. Boa noite pra vocês.
Beth e Navarro saem.
CENA 04/CARRO DE
NAVARRO/INTERIOR/NOITE.
Navarro a dirigir. Beth ao seu lado.
NAVARRO – Acho bonito essa preocupação que o Henri tem com a
prima.
BETH – Eu sinceramente acho que ele ficou lá por causa do
Antonio.
NAVARRO – Não. Lá na mansão, quando fomos levar o tal do
Gonzalez pra cadeia, ele prestou toda solidariedade a ela.
BETH – Parece que você quer dizer alguma coisa, Navarro.
NAVARRO – Eles formam um belo casal.
BETH – (grita) Para esse carro agora!
Navarro para o carro.
NAVARRO – (surpreso) O que foi Beth? Que reação é essa?
BETH – (grita) Nunca mais diga uma coisa dessas! O Henri e
Tereza são primos e eles não podem se amar!
NAVARRO – Mas que cabeça é essa, Beth? Eu já vi muitos casos que
primos se casam com primas/
BETH – (corta) A nossa família não vai entrar na lista desses
casos.
CENA 05/HOSPITAL/QUARTO DE ANTONIO-INT/NOITE
Antonio deitado à cama. Ele com os olhos abertos. Beatriz entra.
BEATRIZ – Meu amor... Como é que você esta se sentindo?
ANTONIO – Parece que nasci de novo, Beatriz.
BEATRIZ – Foi um milagre! (t) Eu não sei o que seria da minha
vida sem você, Antonio (acaricia o rosto dele).
ANTONIO – Descobriram quem atirou em mim?
BEATRIZ – A pessoa que fez isso já esta detida, mas eu não sei
quem é, eu vim direto pro Hospital quando você foi tirado da mansão.
ANTONIO – E quem viu o responsável pelo tiro?
BEATRIZ – O Navarro, a Tê e o Henri.
ANTONIO – Faça um favor pra mim... Amanhã, vá até a delegacia e
descubra tudo sobre a pessoa que fez isso comigo.
CENA 06/RIO DE
JANEIRO/GERAIS/INT/DIA.
Amanhece na Cidade Maravilhosa.
CENA
07/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/DIA.
Beatriz desce as escadas. Tereza já a tomar café.
BEATRIZ – Ué, minha filha, você não ficou com seu pai lá no
hospital?
TEREZA – Fiquei. Eu acabei de chegar.
BEATRIZ – Entendi.
Beatriz se senta e se serve.
TEREZA – Mãe desculpe a pergunta... O pai já fez testamento?
BEATRIZ – (surpresa) Que isso, Tereza?!
TEREZA – Eu quero saber pelo simples fato de saber. Sabe mãe...
E se, Deus me livre, mas... O pai tivesse morrido ontem? A fortuna dele não
teria um destinatário.
BEATRIZ – Lógico que teria! Pra mim e depois pra você, como
manda a lei.
TEREZA – A lei não é a vontade do pai. O papai sempre batalhou
tanto pra conquistar tudo que ele tem hoje e eu acho que ele tem direito de
escolher pra quem deixar tudo depois que morrer.
BEATRIZ – (irritada) Aé? E se ele deixar tudo que tem pro Henri?
TEREZA – Não é segredo pra ninguém que o papai vê o Henri como
seu futuro sucessor na Vidal. /
BEATRIZ – (corta) Como é que é?! Você ta entregando a guerra
antes da primeira batalha?
TEREZA – Batalha, mãe? Eu não me vejo, por mais que a Vidal seja
minha, cuidando de uma empresa e, o Henri, ao contrario de mim, fez faculdade
pra isso, ele é um bom administrador de empresas/.
BEATRIZ – (corta) Não de mais uma palavra! Eu to vendo que vou
ter que lutar sozinha pelos seus direitos.
Beatriz, irritada, sai da mesa.
CENA
08/MANSÃO VIDAL/JARDIM-INT/DIA.
Zé, o motorista, a lustrar o carro. Beatriz se aproxima.
BEATRIZ – Zé... Eu preciso que me leve até a delegacia.
ZÉ – Sim senhora.
Zé abre a porta, Beatriz entra e em seguida o mesmo entra no
carro e parte.
CENA 09/DELEGACIA/SALA DE NOVAES-INT/DIA.
Novaes a teclar em seu notbook. Beatriz entra, ele se levanta.
NOVAES – Beatriz Vidal (pega a mão dela e beija) Quanta honra.
BEATRIZ – Pra mim não é honra nenhuma estar em uma delegacia,
mas... Vamos ao que interessa. Eu quero conhecer o homem que atirou em meu
marido.
NOVAES – Claro.
CENA
10/DELEGACIA/SALA DE VISITAS-INT/DIA.
Gonzalez, sentado e algemado, a esperar com sua cabeça abaixada..
(t) Beatriz entra, ele levanta sua cabeça e, ao se verem, ambos se espantam.
BEATRIZ – (surpresa) Gonzalez?!
GONZALEZ – Beatriz...
PRIMEIRO INTERVALO COMERCIAL
CONTINUAÇAO IMEDIATA.
GONZALEZ – Beatriz, pelo amor de Deus, em nome dos velhos tempos,
me tire daqui/.
BEATRIZ – (corta/irônica) “Em nome dos velhos tempos”? Que tempos? Será que você nunca leu o slogan
da Vidal: “o tempo não volta”.
GONZALEZ – Todos nós sabemos que o Antonio não quer que o tempo
volte pelo simples fato que o passado dele é um lixo.
Beatriz se senta e fica a encará-lo.
BEATRIZ – O que você tava fazendo na minha festa de
aniversário?
GONZALEZ – Eu queria de todas as formas entrar na tua festa pra
cobrar o Antonio o que me é de direito/
BEATRIZ – (corta/ríspida) E o que te é de direito?
GONZALEZ – No passado nós fizemos um trato: eu jogava pra ele no
cassino, aumentava o dinheiro que ele tinha e, em troca, eu teria minha
recompensa. (t) Até hoje eu não vi esse dinheiro...
BEATRIZ – Eae você estava do lado de fora da mansão quando
alguém te colocou pra dentro. (t/tensa) Você se lembra quem?
GONZALEZ – Perfeitamente e, eu juro, que quando eu sair daqui
vou procurar aquele desgraçado e vou fazê-lo pagar pelo crime que ele cometeu!
BEATRIZ – Vamos fazer um trato?
GONZALEZ – Que trato?
BEATRIZ – Eu contrato um bom advogado pra você, te livro
de qualquer julgamento e você vai embora do Brasil e deixa a minha família em
paz.
GONZALEZ – Beatriz, se eu for embora do Brasil e não procurar o
verdadeiro culpado pela tentativa de homicídio contra o Antonio, esse bandido
vai sair impune!
BEATRIZ – Idaí? Você vai estar livre de tudo, pra que esse senso
de justiça? Além do mais, é muito comum culpados saírem impune no Brasil.
GONZALEZ – (T) Ok. Eu aceito.
Beatriz se levanta.
BEATRIZ – Pra todos os efeitos nós não nos conhecemos.
GONZALEZ – Ta.
Ela vai sair, mas ele a chama novamente:
GONZALEZ – Beatriz. (t) O Antonio sobreviveu?
BEATRIZ – Sim.
Ela sai.
CENA
11/HOSPITAL/QUARTO DE ANTONIO-INT/DIA.
Antonio, sentado a cama, já bem melhor. Beatriz a sua frente. (conversa
já iniciada)
ANTONIO – Como é que é?! O responsável por ter me dado um tiro é
o Gonzalez, aquele do passado, que começou a minha fortuna?
BEATRIZ – Sim, e ele estava na mansão pra cobrar o que você não
deu a ele na frente de todos, ele queria colocar o seu passado a tona
novamente.
ANTONIO – (grita) Não! Aquele miserável não pode contar que eu
vim do lixão!
BEATRIZ – Pois muito bem: eu pensei em, que tal, contratarmos um
advogado pra ele e depois mandar esse miserável pra, sei lá, Amsterdã, e assim
ele não abrirá a boca.
ANTONIO – Quem garante?
BEATRIZ – Eu. É muito simples Antonio, nós temos muito dinheiro,
a gente pega o que você deve ao Gonzalez e da a ele, assim ele gasta essa grana
lá no exterior e fim de história, não temos mais que conviver com o teu passado
nos assombrando.
ANTONIO – Ok. Faça isso então.
CENA 12/RIO DE
JANEIRO/GERAIS/INT/DIA.
Vários takes sinalizando uma boa passagem de tempo.
LETREIRO: UM MÊS DEPOIS...
LETREIRO: UM MÊS DEPOIS...
CENA 13/AP DE
MARLON/SALA-INT/DIA.
Marlon e Beatriz, deitados à cama, seminus.
BEATRIZ – Hoje o Gonzalez sai da cadeia.
MARLON – Aquele panaca pagou durante um mês por um crime que não
cometeu (risos)
BEATRIZ – (risos) Foi o crime perfeito, eu adoraria vê-lo
pagando por mais tempo, sei lá, os 6/7 anos, mas eu tive que ajudá-lo.
MARLON – (sério) Por qual motivo você tem que fazer isso?
BEATRIZ – Segredo é segredo, meu amor.
Beatriz beija Marlon novamente.
CENA
14/DELEGACIA/EXTERNA/DIA.
Antonio a esperar dentro do carro. (T) Gonzalez sai da
delegacia, respira o ar da liberdade, e vê Antonio sinalizando para o mesmo
entrar em seu carro. Gonzalez obedece.
CORTA PARA:
CENA
15/COPACABANA/QUIOSQUE-INT/DIA.
Antonio e Gonzalez a tomar uma água de côco. Uma maleta sob a
mesa.
ANTONIO – Gostou de sentir o gosto da liberdade outra vez?
GONZALEZ – Sim, é a melhor coisa do mundo, pode ter certeza
disso.
ANTONIO – Eu espero do fundo do meu coração, que você não venha
mais tentar-me “assombra” com o meu passado, pois como eu te tirei facilmente
da delegacia eu te coloco facilmente lá outra vez.
GONZALEZ – Certo. (t) Cadê minha grana?
ANTONIO – Ta dentro desta pasta bem como sua passagem pra
Amsterdã.
GONZALEZ – (ri) Tudo termina como começou, através de uma pasta
cheia de “verdinhas”.
ANTONIO – É assim que tudo se resolve no Brasil, não é mesmo?
Não base da chantagem, ou, se preferir, suborno.
CENA 16/AP DE
GONZALEZ/SALA-INT/DIA.
Gonzalez entra trazendo consigo sua maleta.
GONZALEZ – Como é bom estar em meu lar novamente...
Ele abre a maleta, fica a observar as notas e as cheira. Em
seguida ele pega a passagem e vai pra lavanderia.
CORTA PARA:
CENA
17/AP DE GONZALEZ/LAVANDERIA-INT/DIA.
Atenção edição: ligar juntamente com a cena
anterior. Gonzalez, com sua passagem em mãos, abre um armário
e pega álcool. Ele encharca a passagem com o álcool, risca um fósforo e queima
a mesma.
GONZALEZ – (ri) Acharam que fosse fácil me tirar de circulação,
né. Idiotas!
Cam busca: a passagem queimando.
CENA 18/MANSÃO
VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/DIA.
Antonio a fumar um charuto. Henri entra.
HENRI – Olá tio...
ANTONIO – Meu sobrinho, que saudade.
Eles se abraçam.
HENRI – Que bom ver o senhor bem outra vez. (t/brinca) Mas já ta
fumando charuto, tio?
ANTONIO – Se eu não fumar um charuto eu não sou eu. (ri) Eae,
como vai a vida, arrumou um emprego?
HENRI – Ainda não. /
ANTONIO – (corta) Que bom, pois eu tenho uma surpresinha pra
você.
HENRI – Tio, eu não quero que o senhor arrume emprego pra mim,
muito menos na Vidal, quero me empregar por mérito próprio.
ANTONIO – Eu sei, meu querido, eu sei, mas essa surpresa não tem
nada haver com emprego, quer dizer, não propriamente.
HENRI – Ai Tio, o senhor esta me deixando curioso.
ANTONIO – Aguarde! (t) Eu, como sou considerado Rei do Tempo,
tenho um conselho a te dar: “a pressa é inimiga da perfeição”.
Henri curioso.
CORTA PARA:
CENA 19/MANSÃO
VIDAL/SALA-INT/DIA.
Beatriz a ler o jornal. Antonio e Henri vêm do escritório.
ANTONIO – Eu vou marcar um jantar pra anunciar a grande surpresa
a todos.
HENRI – O senhor não vai me dar nem uma dica?
ANTONIO – Não, mas eu tenho certeza que você e a Tereza vão
gostar muito do que eu tenho a dizer.
HENRI – Ótimo! Por falar na Tereza, cadê minha prima?
ANTONIO – Na academia, essa menina não sabe fazer outra coisa a
não ser malhar (risos).
HENRI – Eu vou lá vê-la. Tchau, Tio.
Henri abraça Antonio.
ANTONIO – Vai com Deus, meu querido.
Henri sai. Beatriz se aproxima de Antonio.
BEATRIZ – Que surpresa é essa que a Tereza e o Henri vão gostar
de saber?
ANTONIO – Não revelo a ninguém até o dia do jantar.
BEATRIZ – Tem haver com seu futuro sucessor?
ANTONIO – Sim.
Ele volta pro escritório. Beatriz tensa.
CENA 20/MANSÃO
VIDAL/ESCRITÓRIO-INT/DIA.
Antonio sentado a sua cadeira. Ele pega o telefone e disca.
ANTONIO – (ao tel.) Alô? Navarro? Sou eu Antonio. (t) Tem como
você vir até a mansão mais tarde? Eu precisava redigir meu testamento.
CENA 21/MANSÃO
VIDAL/ACADEMIA-INT/DIA.
Tereza a correr na esteira. Henri entra.
HENRI – Bem que o Tio Antonio diz: “essa menina não faz outra
coisa a não ser malhar”.
TEREZA – E tem coisa melhor?
HENRI – Tem. Curtir a vida!
Ele para a esteira e se aproxima.
TEREZA – De que jeito?
HENRI – Intensamente. (t) Eu vim te fazer um convite.
TEREZA – Convite? Adoro convites...
HENRI – Bora pular de para quedas?
TEREZA – Só se for agora!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 22/RIO DE
JANEIRO/CÉU/DIA.
O helicóptero a sobrevoar. O Instrutor abre a porta do mesmo,
Henri e Tereza (já preparados para o salto) encaram a altura.
TEREZA – Partiu?
HENRI – Vamos ver quem chega primeiro ao chão?
TEREZA – Só se for agora...
Tereza e Henri pulam. Cam buscam: eles no ar,
gritando pela adrenalina.
CENA
23/COPACABANA/BEIRA MAR-INT/DIA.
Tereza e Henri pousam tranquilamente na areia.
HENRI – Eu ganhei, hein!
TEREZA – Só porque você quer...
CENA
24/COPACABANA/QUIOSQUE-INT/DIA.
Henri e Tereza a tomar uma água.
TEREZA – Você é louco...
HENRI – Talvez por isso que a gente se da tão bem.
Eles se olham (t).
TEREZA – A melhor coisa que eu fiz na minha vida foi me
aproximar de você, primo.
HENRI – Não me chama de primo.
TEREZA – Por que não? Não é isso que a gente é?
HENRI – Não por minha vontade, se eu pudesse escolher não queria
te ter como prima.
TEREZA – E queria me ter como?
HENRI – Como namorada.
Eles se encaram. (t) Henri beija Tereza.
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