segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Capítulo 4: Um dia de cada vez

CENA 1/ AP GILBERTO/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ULTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR. BEATRIZ FOI AO APARTAMENTO DE RAFAELA FALAR COM ELA. 
BEATRIZ — Então Rafaela... Você me perdoa?
RAFAELA — Você tá louca Beatriz? Tomou seu remédio controlado hoje?
BEATRIZ — Tou falando sério! Eu pensei em tudo o que eu fiz com você e cheguei à conclusão de que agi mal em relação a você.
RAFAELA — Vem cá, foi sua mãe que obrigou você vir aqui pedir desculpas?
BEATRIZ — Não! Aliás, ela nem sabe que estou aqui.
RAFAELA — (PENSATIVA) Entendi...
BEATRIZ — Você ainda não me respondeu Rafaela. Você me perdoa ou não?
RAFAELA — (CONVENCIDA) Tudo bem Beatriz! Eu te perdoo!
BEATRIZ — (ANIMADA) Então quer dizer que podemos ser amigas agora?
RAFAELA — (NÃO MUITO CONFIANTE) Claro!
BEATRIZ — (ANIMADA) Que maravilha! Eu prometo que não vou lhe decepcionar!
RAFAELA — Por favor, Beatriz. Não prometa coisas que você não poderá cumprir.
BEATRIZ — (SEM GRAÇA) É né? (T) Bom, já que estamos de bem, eu já vou indo! Tchau meu bem!
BEATRIZ VAI EMBORA E RAFAELA FICA PENSATIVA.

CENA 2/ SALVADOR/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ NOITE.
PLANOS GERAIS DA NOITE.

CENA 3/ CASA DE RENATA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.
JULIANA ASSISTE A NOVELA. RENATA ENTRA EM CASA.
RENATA — E aí mãe!
JULIANA — E aí filha! Como foi no trabalho?
RENATA — Puxado! Tinha muitas clientes hoje querendo fazer a unha!
JULIANA — Que coisa boa filha! Quantos mais clientes, mais renda pro salão!
RENATA — E mais dinheiro no meu bolso!

ELAS RIEM.
RENATA — E a novela como tá? Alberto já descobriu que Jandira não é a mãe dele?
JULIANA — Ainda não!
RENATA — Que demora pra acontecer as coisas nessa novela, eu hein! Agora vou tomar um banho e estudar, afinal eu sou bolsista. Não posso reprovar de jeito nenhum!
JULIANA — Vai lá meu amor, meu orgulho!
JULIANA BEIJA RENATA NO ROSTO. RENATA VAI PRO QUARTO.

CENA 4/ CASA RENATA/ QUARTO/ INTERIOR/ NOITE.
RENATA ENTRA NO QUARTO, FECHANDO A PORTA. ELA FICA PENSATIVA, TRISTE, REFLETINDO O QUE SUA MÃE DISSE.

CENA 5/ MANSÃO LIDIANE/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.
BEATRIZ ENTRA. LIDIANE ESTÁ NO SOFÁ VENDO TELEVISÃO. ELA VÊ BEATRIZ ENTRANDO. BEATRIZ SENTA NO SOFÁ, AO LADO DELA.
LIDIANE — Você foi rápida!
BEATRIZ — Fui?
LIDIANE — Hunrum! Vejo que você e Paula não ficaram muito tempo conversando!
BEATRIZ — (SEM ENTENDER) Paula??
LIDIANE — Sim criatura! Você não tinha dito que ia na casa dela?
BEATRIZ — (CAI EM SI) Ah sim! Fui na casa dela sim! Eu ando esquecendo das coisas assim, repentinamente.
LIDIANE — Tão jovem e anda esquecendo tão facilmente das coisas?
BEATRIZ — Pois é! (T) Paula disse que estava cansada. Coitada, teve um dia cansativo. Ficou o dia inteiro fora de casa. Enfim, vou subir, tomar um banho e dormir!
LIDIANE — Não vai nem tomar café?
BEATRIZ — Não, estou sem fome!
LIDIANE — Mas tá cedo Beatriz! São oito e meia ainda e você não comeu nada antes de sair!
BEATRIZ — Não touafim de comer mãe, sério mesmo! Agora eu vou subir!

BEATRIZ DÁ UM BEIJO EM LIDIANE E SOBE. LIDIANE FICA PENSATIVA.

CENA 6/ AP LORENA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.
PAULA ESTÁ NA VARANDA, PENSATIVA, OLHANDO O MAR DA BARRA. ELA SE LEMBRA DO ENCONTRO COM MARCELO NO HOSPITAL.

CENA 7/ PRAIA DA BARRA/ EXTERIOR/ NOITE.
MARCELO ESTÁ SENTADO NA AREIA, PENSANDO EM PAULA.
MARCELO — (PRA SI) Não consigo parar de pensar naquela menina! Será que um dia irei vê-la de novo? Será meu Deus?
ELE CONTINUA PENSATIVO.

CENA 8/ AP GILBERTO/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.
RAFAELA ESTÁ NO SOFÁ, OLHANDO PRO NADA, PENSATIVA. DE REPENTE, GILBERTO DESCE AS ESCADAS DO APÊ.
GILBERTO — Eu ouvi vozes. Você recebeu alguém aqui filha?
RAFAELA — Foi a filha da diretora Lidiane que veio aqui.
GILBERTO — Ah é? E o que ela queria?
RAFAELA — Veio pedir perdão por ter me tratado mal no primeiro dia de aula!
GILBERTO — Ah sim! E você perdoou ela?
RAFAELA — Perdoei, por que não sou de guardar mágoas, mas eu achei muito estranho essas desculpas dela!  Sabe quando você sente que a pessoa está sendo falsa com você? Foi isso que eu senti em relação à Beatriz. Senti que o perdão dela não foi verdadeiro, que não foi de coração. E o pior: Sinto que tem algo de muito estranho nisso!
GILBERTO — Pelo menos ela fez o que achava ser certo!
RAFAELA — Mas que foi estranho foi! Pra mim ela está tramando alguma coisa. Eu tou sentindo! Enfim, vou subir, estou muito cansada! Boa noite!

ELA DÁ UM BEIJO NO PAI E SOBE. GILBERTO FICA NA SALA SOZINHO.

CENA 9/ MANSÃO LIDIANE/ QUARTO BEATRIZ/ INTERIOR/ NOITE.
BEATRIZ ESTÁ DE ROUPÃO, DEITADA NA CAMA. A PORTA SE ENCONTRA FECHADA. BEATRIZ FALA NO SEU CELULAR PRA “EMERGÊNCIA”.

BEATRIZ — (CEL) Tudo certo Gessica! Eu fui lá pedir perdão a Maria Mijona e dizer que agora somos amigas!

CENA 10/ QUARTO GÉSSICA/ INT/ NOITE.
GÉSSICA DO OUTRO LADO DA LINHA, CONVERSA COM BEATRIZ.

GÉSSICA — (CEL) Ótimo! Agora vamos pra outra parte do nosso plano que é convidá-la pra um banho de piscina no clube. Por que você sabe muito bem que esse plano é uma vingança contra Rafaela pra ela aprender a não mexer com o macho dos outros. Afinal ela esteve dando mole pro Bruno.
BEATRIZ — (CEL) Eu sei disso! Eu agradeço por estar me ajudando nesse plano Géssica!
GÉSSICA — (CEL) Eu é que agradeço queridinha! Agora vou ter que desligar! Beijo!

GÉSSICA DESLIGA O TELEFONE. ELA SE LEVANTA DA CAMA E VAI PRA PENTEADEIRA, AONDE HÁ UM ESPELHO. ELA SE OLHA NO ESPELHO ENQUANTO PENTEIA OS CABELOS.

GÉSSICA — (PRA SI) Ah Beatriz, você é uma imbecil mesmo! Acha mesmo que sou cúmplice de seus planos idiotas? É uma anta! Você não passa da peça principal do meu quebra cabeça. Você é apenas um objeto que eu estou usando pra depois descartar. É afim do Bruno, mas ele é meu! Vou tirar você e essa tal de Rafaela do meu caminho. Se o Bruno não for meu, ele não será de mais ninguém! (SE OLHANDO NO ESPELHO) O Bruno é a minha galinha dos ovos de ouro e é através dele que vou sair desse buraco! Ninguém vai me impedir! Ninguém!
CÂMERA FIXA NO SEU OLHAR FATAL.

1º INTERVALO COMERCIAL

CENA 11/ SALVADOR/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ DIA.
PLANOS GERAIS DO AMANHECER.

CENA 12/ AP OTÁVIO/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
OTÁVIO TOMA CAFÉ JUNTO COM GUILHERME E MÁRCIO.
OTÁVIO — A irmã de vocês não acordou ainda?
MÁRCIO — Ainda não!
OTÁVIO — Ela vai acabar se atrasando! Já vai dar sete horas!
GUILHERME    — (ALFINETA) Não era ela a filhinha perfeita que acordava cedo pra poder correr na praia?
RAÍSSA CHEGA À SALA JÁ FALANDO.
RAÍSSA — E eu ainda sou querido!
GUILHERME    — Eu acho que não viu! Geralmente você é a primeira a acordar na casa. Mas peloque eu tou vendo, acabei de roubar o seu posto.
OTÁVIO — O que houve com você hoje filha? Por que acordou tão tarde?
RAÍSSA — Eu jurei aos meus seguidores que iria gravar o vlog na madrugada de hoje.
OTÁVIO — Quantas vezes eu já falei pra vocês não ficarem acordados de madrugada? A noite foi feita para dormir e não para ficar fazendo as vontades dos seguidores!
MÁRCIO — Por que o senhor falou “vocês”? Quem ficou acordado de madrugada fazendo a vontade dos seguidores foi ela e não eu!
GUILHERME    — Nem eu!
OTÁVIO — Não importa! Isso o que falei serve pra todos vocês! Agora terminem logo de tomar esse café para não se atrasarem!
ELES CONTINUAM TOMANDO CAFÉ.

CENA 13/ CASA GÉSSICA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
HELENA, ERIBERTO E VAGNER TOMAM CAFÉ. VAGNER SE LEVANTA E VAI FALAR COM A MÃE.
VAGNER — Tchau mãe!
HELENA — Tchau meu filho, tenha um bom dia!
VAGNER — (PARA ERIBERTO) Tchau pai!
ERIBERTO — Tchau filho!
ELE VAI EMBORA. DE REPENTE GÉSSICA APARECE.
GÉSSICA— Bom dia!
HELENA — Bom dia filha!
ERIBERTO — Bom dia!
GÉSSICA PEGA UMA MAÇÃ NA CESTA E SAI DE CASA.
HELENA — Saiu de casa sem nem tomar café. Eu Hein! (TERMINA DE TOMAR O CAFÉ E SE LEVANTA) Bom, agora quem está de saída sou eu! O trabalho me espera! (BEIJA ERIBERTO) Bom dia meu amor!
HELENA SAI.

CENA 14/ PONTO DE ÔNIBUS/ EXTERIOR/ DIA.
GÉSSICA ESPERA O ÔNIBUS.
GÉSSICA — (PRA SI) Desgraçado! Vagner nem pra me esperar!
O ÔNIBUS CHEGA. UMA MULTIDÃO CORRE PRA PODER ENTRAR NO ÔNIBUS QUE SE ENCONTRA LOTADO. GÉSSICA SAI EMPURRANDO TODO MUNDO E FINALMENTE CONSEGUE ENTRAR NO ÔNIBUS.

CENA 15/ ÔNIBUS/ INTERIOR/ DIA.
GÉSSICA NO ÔNIBUS LOTADO, SEGURA NO FERRO. ELA TIRA UMA MÃO DO FERRO PRA COÇAR O BRAÇO. GÉSSICA VAI COLOCAR A MÃO DE VOLTA NO FERRO, NO MESMO LOCAL AONDE SE SEGURAVA E ACABA PEGANDO NA MÃO DE OUTRA PESSOA.
GÉSSICA — (ENFURECIDA) Que ódio! Roubaram meu lugar!
ELA SEGURA NO FERRO COM APENAS UMA MÃO.
CORTA PARA O MOTORISTA QUE NÃO PRESTA ATENÇÃO NO CARRO PARADO À SUA FRENTE E ACABA FREANDO DE VEZ.
CORTA NOVAMENTE PARA GÉSSICA QUE COM A FREADA ACABA SE DESEQUILIBRANDO E CAINDO. AS PESSOAS AJUDAM A LEVANTÁ-LA.
GÉSSICA— (GRITA) Tá levando jegue motorista desgraçado?
ELA SE SEGURA COM FORÇA NO FERRO.
CORTA PARA UMA PESSOA ACIMA DO PESO QUE PASSA POR TRÁS DE GÉSSICA. GÉSSICA ACABA FICANDO POR CIMA DA PESSOA QUE ESTÁ SENTADA.
GÉSSICA— Oh meu pai, eu mereço isso né?! Só tem pote GG nesse ônibus é? Uma dieta as vezes faz bem sabia?
CLOSE NELA EMBURRADA.

CENA 16/ LAPA/ INTERIOR/ DIA.
O ÔNIBUS QUE GÉSSICA ESTÁ CHEGA NA ESTAÇÃO DA LAPA. ELA DESCE DO ÔNIBUS, SENDO EMPURRADA POR OUTROS PASSAGEIROS.
GÉSSICA — (GRITA) Não tem modos não? Bando de gente pobre, cafona! Eu hein!
ELA PARA DE FALAR QUANDO AVISTA OUTRO ÔNIBUS QUE ESTÁ QUASE SAINDO. GÉSSICA CORRE BASTANTE PRA PEGAR ESSE ÔNIBUS, MAS AO CHEGAR PERTO, O MOTORISTA DÁ A PARTIDA, DEIXANDO-A ENFURECIDA.
CORTA PARA GÉSSICA QUE ESTÁ NA FILA, ESPERANDO O PRÓXIMO ÔNIBUS. O ÔNIBUS CHEGA E ELA ENTRA, JUNTO COM OS DEMAIS PASSAGEIROS.

CENA 17/ ÔNIBUS 2/ INTERIOR/ DIA.
GÉSSICA ESTÁ SEGURANDO NO FERRO DO ÔNIBUS, EM PÉ, ENQUANTO PRESTA ATENÇÃO NA CONVERSA ENTRE DUAS MULHERES.
MULHER 1 — Esse prefeito implantou novos ônibus na cidade.
MULHER 2­— Dizendo ele que é ônibus novo. Ele deve achar que o povo é idiota. Esses ônibus são apenas os reciclados do Rio de Janeiro que ele diz serem novos. Palhaçada! Fora o preço da passagem, um absurdo! Em Niterói o povo paga R$ 3,40 por passagem, mas pelo menosos ônibus de lá tem ar condicionado, ao contrário daqui!
GÉSSICA— (PRA SI) Povinho ridículo! Já não basta ser pobre, tem que ser pobre reclamão! Se o prefeito não faz, reclamam! Se faz também reclamam. Bando de ignorantes. É por essas e outras que o Brasil é essa merda que está hoje!
CLOSE NELA.

CENA 18/ AP BRUNO/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
BRUNO, VANESSA E VITOR TOMAM CAFÉ DA MANHÃ.
VANESSA — E então meu amor, como foi lá na consulta com o doutor?
VITOR — Foi bem! Ele me proibiu de comer doces e ingerir açúcar. Disse que meu açúcar está alto e como sou diabético, pediu para eu iniciar uma dieta saudável.
VANESSA— Entendi. Então você quer dizer que se ingerir muito açúcar...
VITOR — ... Vou cair tão duro quanto as muralhas de Jericó nessa sala. (SE LEVANTA) Bem, agora eu já vou indo.
VITOR BEIJA A ESPOSA E O FILHO E SAI.
BRUNO — (SE LEVANTA) Eu também já vou indo mãe! (OLHA NO RELÓGIO) Já estou atrasado por sinal!
BRUNO DÁ UM BEIJO NA MÃE.
VANESSA— Tenha um bom dia meu filho! E não volte pra casa burro!
BRUNO— Pode deixar!
BRUNO SAI.

CENA 19/ AP BRUNO/ COZINHA/ INTERIOR/ DIA.
VANESSA ENTRA NA COZINHA. A EMPREGADA ESTÁ DE COSTAS PRA ELA.
VANESSA— Nilza, pare de fazer o que está fazendo agora! Tenho uma coisa muito importante pra falar.
A EMPREGADA SE VIRA COM UM COPO DE CACHAÇA NA MÃO.
VANESSA — Quantas vezes eu já falei pra você parar de tomar pinga na hora do trabalho?
NILZA    — Desculpa aê, dona Van. É que essa garrafa de pinga aqui, tava na prateleira quando eu estava limpando. Aí de repente ela chamou meu nome, falando: “Nilza, Nilza! Me usa mulher! Me possua! Me consuma!...”.
VANESSA — (CORTA GRITANDO) Chega! Pare de falar seu urubu sem asa! Não quero saber se a garrafa deixa de falar com você ou não! Eu vim aqui lhe dizer que quando for arrumar o meu quarto quero que você coloque um bombom em cima do criado mudo do lado que Vitor dorme. Um bombom pra cada noite.
NILZA    — Um bombom pra cada noite?Por quê?
VANESSA — Eu quero fazer um agrado pra meu maridinho.
NILZA    — A senhora me desculpe, mas se eu colocar um bombom de noite em noite no seu quarto, a senhora vai agradar mais as baratas do que o seu marido.
VANESSA— Nunca! Jamais! Pare de comparar meu apê com aquele buraco que você chama de sua casa! E mesmo que tivesse baratas aqui, não pedi sua opinião! Faça o que estou mandando e de bico fechado! Não diga a Vitor que pedi para fazer isso e nem revele a ele que é você quem põe os bombons no criado mudo! Fui clara?
NILZA    — Sim senhora!
VANESSA— (VAI SAINDO E VOLTA) Ah, esqueci. Pode me fazer mais um favor?
NILZA— Claro!
VANESSA — Vai escovar esses dentes! Já pensou chegar uma visita aqui em casa e você atender com esse bafo de cachaça? Oh mygod santo, nem quero pensar nisso!
VANESSA SAI. NILZA PÕE A MÃO NA BOCA, CHEIRA SEU ÁLITO, FAZ CARA FEIA.

CENA 20/ COLÉGIO RIO BRANCO/ EXTERIOR/ DIA.
PLANO DE LOCALIZAÇÃO.

CENA 21/ COLÉGIO RIO BRANCO/ DIRETORIA/ INT/ DIA.
LIDIANE ENTRA NA SALA COM LIA.
LIDIANE — Hoje eu acordei bem louca!
LIA — Todos os dias você acorda bem louca!
LIDIANE — (SE SENTA NA CADEIRA) Eu não consigo tirar aquele homem da minha cabeça!
LIA — Tá apaixonada por ele? Hummmm...
LIDIANE — Para amiga! Eu apenas estou atraída por ele.
LIA — Se você se sente tão atraída por ele, por que não marca um encontro aqui com ele mulher?
LIDIANE — Mas como vou fazer isso criatura? Eu nem tenho o número do homem!
LIA — Mulher, você tem sim! O número dele tá na ficha de Rafaela aí no sistema! É só dar uma olhada.
CORTA PARA LIDIANE MECHENDO NO COMPUTADOR. ELA ACHA O NUMERO DE GILBERTO.
LIDIANE — Achei!!!
ELA COMEÇA A ANOTAR O NÚMERO NUM PAPEL.
LIDIANE— Pronto! Agora vou ligar pra ele e marcar um encontro!
CLOSE NELA, ESPERANÇOSA.

CENA 22/ AP GILBERTO/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
GILBERTO SE PREPARA PARA IR PRO TRABALHO. ARTHUR ESTÁ AJUDANDO-O A ORGANIZAR UNS DOCUMENTOS.
GILBERTO — Eu esqueci uma pasta importantíssima lá em cima da cama. Pega pra mim, por favor!
ARTHUR — Sim senhor!
ARTHUR SOBE PARA PEGAR A PASTA. O CELULAR DE GILBERTO COMEÇA A TOCAR. ELE ATENDE.
GILBERTO — (CEL) Alô?! Oi Lidiane, tudo bom? (T) Não... Estou me preparando para ir pro trabalho agora! (T) Sim, estou me sentindo muito melhor. Aliás, obrigado por ter me ajudado naquele dia. (T) Um encontro? Claro! (T) No sábado? Fechou! (T) Ok! Beijos, tchau!
ARTHUR DESCE. GILBERTO GUARDA O CELULAR NO BOLSO.
ARTHUR — Aquela mulher te ligou?
GILBERTO — Sim! (T) Vem cá, você estava ouvindo a conversa?
ARTHUR — Desculpe senhor! Não pude deixar de notar! Ela te convidou pra sair?
GILBERTO — (ANIMADO) Sim! Não é demais?
ARTHUR — É demais sim! Mas toma cuidado patrãozinho! Toma cuidado, pois se o senhor der um vacilo ela descobre quem é o senhor e todo o seu passado! Não se esqueça disso!
ARTHUR SE RETIRA. GILBERTO FICA PENSATIVO.

CENA 23/ COLÉGIO RIO BRANCO/ SALA DE AULA/ INT/ DIA.
RAFAELA ENTRA NA SALA E SE SENTA NA CARTEIRA. A SALA SE ENCONTRA MEIO VAZIA, COM POUCAS PESSOAS E SEM PROFESSOR. DE REPENTE BRUNO CHEGA E SE SENTA AO SEU LADO.
BRUNO — Bom dia Rafa!
RAFAELA — Bom dia Bruno!
BRUNO — E aí, como é que cê tá?
RAFAELA — Tou ótima...
ELES SEGUEM CONVERSANDO EM MEIO RISOS LEVES, EM OFF. DE REPENTE CAIO E GUILHERME ENTRAM NA SALA E OBSERVAM BRUNO E RAFAELA CONVERSANDO.
CAIO — Xi, olha lá. Bruno conversando com aquela desajeitada.
GUILHERME    — Por que será que ele tá ali com ela? Será que tá tentando enganar ela, pegar ela por pena ou tá participando de alguma aposta?
CAIO — Sei lá. Só sei que não ficaria com uma garota assim nem se me oferecessem um milhão!
GUILHERME    — Claro que não ficaria! Nem de garota você gosta!
CAIO — Ôh... Me respeita! Primeiro Vagner, agora você? Quê quê isso? Estão de complô agora? Tão de sacanagem?
GUILHERME    — Para de revolta velho! Tu sabe que eu tou brincando!
ELES SEGUEM CONVERSANDO. CAM VOLTA PARA A PORTA DA SALA. BEATRIZ ENTRA COM GÉSSICA E DE CARA JÁ VÊEM BRUNO E RAFAELA CONVERSANDO.
BEATRIZ — Olha lá, a songamonga com meu macho!
GÉSSICA — Oportunidade perfeita pra você ir lá e convidá-la para um passeio no clube!
BEATRIZ SE AFASTA DE GÉSSICA E SE APROXIMA DE BRUNO E RAFAELA. AO VEREM BEATRIZ, RAFAELA E BRUNO PARAM DE CONVERSAR.
BEATRIZ — Bom dia. Desculpa se eu tou interrompendo a conversa de vocês, mas eu queria convidar você Rafaela para um passeio no clube comigo!
BRUNO — (ESTRANHA) Você convidando Rafaela pra ir ao Clube? Tomou cachaça antes de vir pro colégio Beatriz?
RAFAELA — (TAMBEM ESTRANHA) Clube?
BEATRIZ — Claro! Pra comemorar o início da nossa linda amizade! E então? Você aceita?
RAFAELA — (SEM JEITO) Eu não sei o que dizer... Eu aceito sim!
BEATRIZ— Ótimo!...
BEATRIZ SE AFASTA.
BRUNO — Posso lhe fazer uma pergunta?
RAFAELA — Claro!
BRUNO — (PREOCUPADO) Você confia tanto assim nela?
RAFAELA — Na Beatriz? Confiar eu não confio. Nem consigo pensar quais são as intenções dela comigo. Desconfio que ela está tramando algo. Mas ao mesmo tempo acho que ela não seria capaz de fazer alguma coisa.
BRUNO — (DESCONFIADO) Eu não sei não hein. Acho que você não deveria nem aceitar esse convite. Achei muito estranho.
RAFAELA — (TEMEROSA) às vezes eu tenho medo do que ela possa ser capaz.
BRUNO PEGA NA MÃO DE RAFAELA.
BRUNO — (DOCE) Não precisa ficar preocupada! Eu tou do seu lado pro que der e vier.
ELES SE ENTREOLHAM PROFUNDAMENTE. CAM DÁ UM CLOSE EM BEATRIZ QUE OBSERVA DE LONGE, COM RAIVA.
OS ALUNOS COMEÇAM A CONVERSAR TODOS ENTRE SI. JUSTEM ENTRA NA SALA.
JUSTEM — Bom dia! Sentem-se, por favor!
OS ALUNOS CONTINUAM CONVERSANDO.
JUSTEM — Eu estou na sala!
ELES NÃO DÃO IMPORTÂNCIA E CONTINUAM A CONVERSA.
JUSTEM SE IRRITA E BATE NA MESA COM O LIVRO, FAZENDO UM BARULHO ENORME. TODOS SE ASSUSTAM E SE SENTAM.
JUSTEM — (GROSSA) Eu dei bom dia, mal educados!
GUILHERME — Acordou com a macaca hoje, hein Ângela?
JUSTEM SE VIRA E EMPURRA SUA CADEIRA COM FORÇA, ASSUSTANDO OS ALUNOS.
JUSTEM — (GRITA) O meu nome não é Ângela. É Justem! Vocês não sabem com quem estão lidando! O meu nome é Justem! Justem! Me chamem de Ângela novamente pra vocês verem o que sou capaz de fazer!
GÉSSICA SE LEVANTA E DECIDE ENFRENTAR A PROFESSORA.
GÉSSICA — Ângela!
JUSTEM FUZILA GÉSSICA COM OS OLHOS.
JUSTEM — Do que você me chamou?
GÉSSICA — De Ângela! E aí? O que você vai fazer agora?
CLOSE NAS DUAS QUE SE ENFRENTAM.

FIM








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