domingo, 20 de setembro de 2015

Capítulo 07: Castelo de Cartas


CENA 01/EXT./EMPRESA TRINDADE/FRENTE/NOITE
Continuação imediata do capítulo anterior.
Ingrid chora ajoelhada. Lucas a levanta.
INGRID – Eu não posso acreditar...
LUCAS – Calma, vó. Vem comigo!
INGRID – Otávio!!
Lucas a abraça e a leva para dentro do carro. Vitória acompanha. Madalena, Maria Fernanda e Kátia Flávia observam.
MARIA FERNANDA (sussurra) – Que exagero, não é Kátia?
KÁTIA FLÁVIA – Eu hein. Que sem-coração você é, sogrinha. Foi o seu pai que morreu, tá?
Silêncio.
KÁTIA FLÁVIA – Maria Fernanda, não vai me dizer que você tem alguma coisa a ver com isso...
MARIA FERNANDA – Não fala besteira, Kátia Flávia. Tá bom, ele morreu. Mas também não precisa de tudo isso, esses rios de lágrimas. Pelo amor de Deus, ele morreu e não vai ressuscitar. Quer saber? Já passei tempo demais aqui, vou pra casa dormir.
Maria Fernanda vai até o carro. Kátia Flávia se aproxima de Madalena.
KÁTIA FLÁVIA – Oi, subalterna.
MADALENA – O que você quer, menina?
KÁTIA FLÁVIA – Foi você né?
MADALENA – Eu não sei do que você está falando. Pode ser mais clara?
KÁTIA FLÁVIA – Não se faz de desentendida, Mariana. Eu sei que foi você que matou o velho.
MADALENA – Olha, o meu nome é Madalena.
KÁTIA FLÁVIA – Mudando de assunto pra não assumir o crime, né jaguara? Pois eu sei muito bem que você e a dona Ingrid têm alguma coisa a ver. Eu lembro do segredinho de vocês, tá bom?
MADALENA – Só podia ser você mesma, burra do jeito que é, pra achar que eu ou a dona Ingrid temos alguma coisa a ver com a morte do seu Otávio. Primeiro, que nós duas estávamos em casa o tempo todo. Segundo, por qual motivo nós mataríamos um homem tão bom e honesto?
KÁTIA FLÁVIA – Tem razão. Mas tô de olho, viu? Essa sua carinha de santa e esse seu uniforme branco não me enganam. Abre o olho!
Lucas conversa com Vitória em frente ao carro, onde Ingrid e Maria Fernanda estão.
LUCAS – Os seguranças disseram que não foi suicídio, e sim uma morte planejada.
VITÓRIA – Mas nem nas câmeras viram quem foi?
LUCAS – Aí é que tá. O infeliz foi esperto e, antes do crime, acabou com todo o sistema de vigilância. Quebrou as câmeras, quebrou o computador... tudo.
VITÓRIA – Meu Deus, como alguém é capaz disso?
LUCAS – Pois é. Até arrancaram a mão do meu avô, acredita?
VITÓRIA – Que horror.
MARIA FERNANDA – É pra hoje ou tá difícil? Lucas, dirige logo esse carro até em casa!
LUCAS – Já vou! Tchau Vitória, eu já vou indo. A gente se vê.
VITÓRIA – Tchau, Lucas. Boa sorte pra sua família!
Os dois se abraçam e Lucas entra no carro. Kátia Flávia observa.
KÁTIA FLÁVIA – É muito vagabunda mesmo. Você acredita, segurança? Ela tá pegando o meu boy, o meu noivo, o meu Luquinhas.
O segurança não responde.
KÁTIA FLÁVIA – Ai, adorei esse seu ar sombrio, calado. Ui, esse seu corpo também tá nota dez. Me chama de Estados Unidos e me USA, campeão.
Vitória se aproxima.
VITÓRIA – Ora, ora, ora... não é que aquela que se sente traída também trai?
KÁTIA FLÁVIA – Quê que é, Vitória Palmatória? Já não basta pegar o meu noivo, já quer dar em cima do segurança? Vai ciscar em outro lugar, colega.
VITÓRIA – Você é muito chata mesmo, viu? Deus me livre e guarde de você.
KÁTIA FLÁVIA – Não vem com esse papinho de religiosa não, viu? Eu sei que você tem parte com o cara lá de baixo pra pegar o meu Lucas. É ou não é verdade, segurança? Viu, é verdade! Fica esperta, Vitória.
VITÓRIA – É melhor você ficar esperta, porque vai ter que voltar andando sozinha pra casa.
KÁTIA FLÁVIA – Do que você tá falando?
VITÓRIA – O carro do Lucas tá saindo, viu?
KÁTIA FLÁVIA – Meu Deus! Lucas, espera! Segurança, depois eu te ligo, tá bom maravilha? Lucas!
Kátia Flávia sai correndo atrás do carro. Vitória ri, ao lado do segurança.
SEGURANÇA – Finalmente essa garota foi embora. Que insuportável...
VITÓRIA – Quer me matar de susto com essa sua voz trevosa, segurança? Eu hein...
Corta para:
CENA 02/INT./CASA DE ROSICLER/SALA/NOITE
Társis segura Nínive pelo braço.
NÍNIVE – Eu já mandei você me soltar, Társis.
TÁRSIS – Eu só vou te soltar quando você me disser se aquele pretinho da faculdade vai vir aqui.
NÍNIVE – Se você tá se referindo ao Danilo, é ele sim. E daí?
TÁRSIS – Fala sério, Nínive. Você não vai trazer aquele cara pra dentro de casa não, né?
NÍNIVE – Qual é o problema com o Danilo? Só porque ele é negro, ele é leproso, doente, faz mal?
TÁRSIS – É, é sim. Eu tenho nojo de gente negra, Nínive. Aquele povo vive suado, com um bafo do capeta, sorri por tudo, dá tapinha nas costas, cospe no chão...
NÍNIVE – Acabou? Olha aqui, se você continuar racista desse jeito, eu vou te denunciar. Isso é crime, viu?
TÁRSIS – Cala a sua boca! Você não vai me denunciar pra ninguém. Denúncia é o que eu vou fazer quando aquele trombadinha roubar toda a nossa casa.
NÍNIVE – Eu não acredito que eu tô ouvindo isso, Társis. Você parece a nossa prima Maria Fernanda, aquela preconceituosa.
TÁRSIS – A Maria Fernanda sim sabe das coisas, e sabe diferenciar negro de branco.
NÍNIVE – E qual é a diferença, Társis?
TÁRSIS – Preto é tudo bandido, pobre, pé rapado...
Nínive dá um tapa em Társis.
NÍNIVE – E você é uma vergonha pro mundo! Um insignificante, um horror de pessoa, um merdinha!
TÁRSIS – Repete o que você falou, garota. Repete!
NÍNIVE – Você ouviu muito bem o que eu falei, Társis. Eu tenho vergonha de ser sua irmã. Sair com aquela periguete da Walkiria você pode, mas conversar com o Danilo eu não posso só porque ele é negro. Se toca Társis, a gente tá no século 21.
TÁRSIS – Exatamente. Em pleno século 21 ainda tem gente que acha que negro é igual a branco. Que nexo isso tem, Nínive?
NÍNIVE – Cala a boca ou eu te dou outro tapa, e dessa vez bem mais forte!
TÁRSIS – Eu quero se você tem coragem.
NÍNIVE – Duvida?
A campainha toca.
TÁRSIS – Eu atendo. E se for aquele neguinho, eu nem sei o que eu vou fazer.
Társis abre a porta. Danilo.
DANILO – A Nínive tá aí?
NÍNIVE – Eu tô aqui sim, Dan. Pode entrar!
Danilo entra.
DANILO – Você deve ser o Társis, irmão dela.
TÁRSIS – Sou eu mesmo.
DANILO – Prazer, Danilo!
Danilo estende a mão e Társis fica imóvel.
NÍNIVE – É... então... vem conversar comigo no meu quarto, Danilo. Com licença, Társis.
Nínive e Danilo sobem as escadas.
TÁRSIS – Era só o que faltava...
Corta para:
CENA 03/INT./CASA DE ROSICLER/QUARTO NÍNIVE/NOITE
(Sonoplastia: A Thousand Years – Cristina Perri)
Danilo e Nínive sentados na cama.
NÍNIVE – Não liga pro meu irmão. Ele é chato daquele jeito mesmo.
DANILO – Não é chatice não, eu sei. É pior que isso.
NÍNIVE – Enfim... o que aconteceu? Você tava tão triste ao telefone, chorando.
DANILO – Você sabe que eu sou bem pobre, né Nínive? Eu sou bolsista na faculdade, minhas únicas refeições são nos intervalos das aulas, eu quase não tenho o que vestir...
NÍNIVE – Fala logo, Danilo. Eu tô ficando preocupada.
DANILO – Quando eu cheguei em casa ontem, minha mãe tava fraca, quase caindo no chão. Ela não tinha comido nada havia dias... minha mãe morreu de fome, Nínive.
Danilo começa a chorar.
NÍNIVE – Meu Deus! É sério?
DANILO – Pô Nínive, você acha que eu ia brincar com uma coisa dessas?
NÍNIVE – Danilo, eu tô chocada. E o enterro, quando vai ser?
DANILO – Eu mesmo enterrei ela, num terreno baldio. A última coisa que ela me pediu foi que eu cantasse uma música pra ela, uma música que eu gostava de ouvir quando era bebê.
FLASHBACK: Danilo lembra de quando cantou para sua mãe, esta à beira da morte.
NÍNIVE – Que triste, Danilo. A fome dói tanto assim?
DANILO – Você nunca vai saber como dói.
NÍNIVE – E você continua morando na sua casa?
DANILO – Se é que se pode chamar um monte de barro coberto por papelão de casa.
NÍNIVE – Agora eu choquei de vez. Você mora num barraco, Danilo? Você é tão pobre assim?
DANILO – Praticamente tudo que eu tenho é doado por pessoas de bom coração.
NÍNIVE – Danilo... você não quer morar aqui comigo?
DANILO – É o quê? Claro que seu irmão não ia gostar.
NÍNIVE – Que se exploda o meu irmão. Você não pode continuar nessas condições. Amanhã eu quero você aqui, com todas as suas coisas.
DANILO – Você pelo menos consultou a sua mãe pra saber se ela deixa?
NÍNIVE – Claro que ela deixa. Apesar de consumista, viciada em compras, minha mãe tem um ótimo coração. Aceita, vai. Vem morar com a gente.
DANILO – O que seria de mim sem você, Nínive?
Os dois se abraçam.
Corta para:
CENA 04/STOCK SHOTS/RIO DE JANEIRO/NOITE-DIA
Amanhece no Rio de Janeiro.
Fade out sonoplastia. Corta para:
CENA 05/INT./CEMITÉRIO/DIA
Slow motion. Trombetas tocam. Quatro homens carregam o caixão de Otávio. Ingrid, Lucas, Maria Fernanda, Kátia Flávia, Madalena e os outros empregados acompanham. Todos de preto. Ingrid inconsolável de mãos dadas com Lucas. Maria Fernanda fria.
Plano geral. O caixão é posto na cova. Todos jogam rosas brancas. A terra cobre o caixão. Ingrid se despede com um beijo.
Fade to black.
Corta para:
CENA 05/INT./MANSÃO TRINDADE/SALA/DIA
Fade in. Todos entram na mansão. Lucas, Kátia Flávia e Maria Fernanda sentam-se no sofá. Ingrid senta-se na poltrona.
MADALENA – Eu vou preparar um chazinho para acalmar um pouco o coração.
Madalena vai para a cozinha.
LUCAS – Ainda não caiu a ficha. Quem será que teria sido capaz de matar o meu avô, que nunca fez mal a ninguém?
INGRID – É, meu filho... quando nós pensamos que o mundo está progredindo, vem o homem e nos mostra que essa raça humana não tem jeito.
MARIA FERNANDA – Vocês falam como se o papai fosse um santo, um anjinho com auréola e tudo.
LUCAS – Diferente de você, né mãe?
MARIA FERNANDA – Agora o meu filho vai me desrespeitar, é isso? Olha, pois eu acho que o papai tava metido em crimes aí e acabou batendo as botas. Pronto, falei.
INGRID – Mas como é que pode uma coisa dessa, hein? Eu não te criei assim, Maria Fernanda!
MARIA FERNANDA – E você lá é espelho pra querer se refletir em mim? Poupe-me, mamãe. Cada um é cada um.
KÁTIA FLÁVIA – Mas eu fico indignada mesmo é com a falta de consideração com as pessoas que participaram da solenidade. Não serviram uma bandeja sequer de comida, acreditam?
LUCAS – Eu não posso acreditar! Eu não tô acreditando! É cada asneira que sai da sua boca...
KÁTIA FLÁVIA – Mas eu tô mentindo? Se não nos servissem nada, nós teríamos uma coisa em comum com o seu Otávio.
MARIA FERNANDA – O meu pai tá morto, sua catita.
KÁTIA FLÁVIA – Exatamente! A gente ia morrer também, só que de fome. Olha, eu sinceramente acho melhor morrer a facadas do que de fome.
LUCAS – Não seja por isso. Madalena, aproveita e trás uma faca da cozinha!
KÁTIA FLÁVIA – Que é isso? Quer me matar, me ver a oito palmos do chão?
MARIA FERNANDA – São sete palmos, burridade.
KÁTIA FLÁVIA – O palmo é meu, eu coloco quantos eu quiser. Mas cadê a Madalena com o bendito chá que ela prometeu?
Madalena volta segurando uma bandeja.
MADALENA – Eu já tô aqui. Quem foi que pediu faca?
KÁTIA FLÁVIA – Não, ninguém pediu faca aqui. Você tá ficando meio bitolada com a velhice. Se cuida, hein?
Kátia Flávia pega uma xícara de chá.
KÁTIA FLÁVIA – Podem pegar pra vocês também. Vocês são de casa!
INGRID – Que gentileza a sua, Kátia Flávia. Mas eu não estou servida, eu vou para o quarto dormir. Por favor, não me acordem.
Ingrid sobe as escadas.
MARIA FERNANDA – Pobre mamãe... vai ficar sem sexo, tadinha. A cama só vai servir pra dormir mesmo.
LUCAS – Chega de brincadeiras, mãe! Chega! O seu pai acaba de morrer e você não chorou nem uma lágrima, ao menos uma falsa. Você é a pessoa mais fria que eu já conheci.
Lucas sai de casa.
KÁTIA FLÁVIA – Ele se estressou, né?
MARIA FERNANDA – Cala a boca!
Corta para:
CENA 06/INT./CASA DE VITÓRIA/SALA/DIA
Vitória sentada no sofá, de camisola. A campainha toca.
VITÓRIA – Já vai!
Vitória atende. Lucas.
LUCAS – Vitória...
VITÓRIA – Lucas? Ai meu Deus, desculpa te receber assim, de camisola.
LUCAS – Não tem importância. Eu posso entrar?
VITÓRIA – Claro, entra aí.
Lucas entra e senta no sofá.
VITÓRIA – E aí, como foi o enterro do seu avô?
LUCAS – Além de emocionante, foi decisivo.
VITÓRIA – Como assim decisivo?
LUCAS – Decisivo pra eu acabar tudo com a Kátia Flávia. Eu vou terminar meu noivado com ela.
VITÓRIA – Oi?
Corta para:
CENA 07/INT./CASA DE ARTURO/SALA/DIA
Nenê sentada no sofá ao telefone. Entra Arturo.
ARTURO – Nenê, minha filha... a uma hora dessas a ligação custa muito caro. Desliga esse telefone, que minha aposentadoria não cobre tudo isso.
NENÊ – Deixa de ser muquirana, papai. Eu tô tentando ligar até agora pro Greg e ele não atende.
ARTURO – Greg? Quem é esse?
NENÊ – Ah, não te contei? É um cara que eu conheci na academia. Corpão, saradão, uma barba linda...
ARTURO – Tem certeza que você não tá me descrevendo?
NENÊ – Ah claro, até porque essa sua barba transparente atrai a todas as mulheres, né?
ARTURO – Atraindo pelo menos a Sandra tá de bom tamanho.
NENÊ – Ok, garanhão da terceira idade. Agora me deixa tentar telefonar de novo pro Greg.
ARTURO – Vou descontar da tua mesada, hein?
Corta para:
CENA 08/INT./MOTEL/QUARTO/DIA
CAM chicote. Greg e Rosicler deitados na cama, nus, enrolados com um lençol. Greg acorda.
GREG – Bom dia!
ROSICLER – Bom dia, gostosão. E aí, foi propaganda enganosa?
GREG – Que foi, foi. Mas panela velha é que faz comida boa. A noite de ontem foi ótima!
ROSICLER – Tá me chamando de velha, seu infeliz?
GREG – Não, calma! Você me interpretou mal. Eu quis dizer que é bem melhor amar uma mulher experiente, que sabe das coisas.
ROSICLER – Ah, bom...
O celular de Greg toca.
ROSICLER – Não vai atender?
GREG – Pra quê? Pra perder meu tempo? Prefiro ficar aqui te namorando, Roro.
ROSICLER – Ai, assim eu gamo.
Os dois se beijam.
ROSICLER – Que nojo, Greg!
GREG – Que foi?
ROSICLER – Tá achando que isso aqui é novela pra ter beijo de língua depois de acordar? Eu hein, vai escovar essa sua boca fedida.
GREG – Tá bom, tá bom... que horas são hein?
ROSICLER – Tá me achando com cara de relógio? Vê aí no seu celular.
GREG – Vocês mulheres acordam com a macaca, hein?
Greg pega o celular. 14 chamadas perdidas de Nenê.
GREG – Meu Deus!
ROSICLER – Que foi? Tá muito tarde?
GREG (nervoso) – É... não... não muito, agora que são onze da manhã.
ROSICLER – Onze horas? Meu Deus, eu tenho que preparar o almoço dos meus filhos!
Rosicler se enrola com o lençol e sai correndo.
GREG – Rosicler, espera aí! As suas roupas!
Corta para:
CENA 09/EXT./RIO DE JANEIRO/RUA/DIA
(Sonoplastia: Le Freak – CHIC)
Rosicler sai do motel enrolada no lençol, correndo. Várias pessoas veem a cena.
PEDREIRO – A coroa ainda dá um caldo, hein?
ROSICLER – Vai pro circo, palhaço.
Rosicler corre em meio a uma multidão de curiosos. Algumas pessoas filmam, outras dão risada.
ROSICLER – Tão rindo de quê? Nunca viram ninguém nu? Olha aqui pra vocês!
Rosicler tira o lençol.
ROSICLER – Tô nua, e daí?
VELHA – Nossa, como você é gorda. Argh, eu tenho repúdio a mulheres gordas.
ROSICLER – Cala a sua boca!
Rosicler novamente se enrola com o lençol e corre.
Fade out sonoplastia. Corta para:
CENA 10/INT./CASA DE ROSICLER/SALA/DIA
A campainha toca. Nínive desce as escadas.
NÍNIVE – Ainda bem que o Danilo veio!
Nínive abre a porta. Rosicler entra e deixa a porta aberta.
NÍNIVE – Mãe? Onde você tava? Por que você tá nua?
ROSICLER – Deixa o interrogatório pra vocês. Eu tenho que fazer o almoço.
Társis desce.
TÁRSIS – Eu conheço esse lençol. É de um motel, não é?
ROSICLER – Como é que você sabe, seu safado?
TÁRSIS – Safada é você. Trepou com quem?
NÍNIVE – Társis! Isso é jeito de falar com a mamãe?
Danilo entra, segurando uma trouxa de roupas.
DANILO – Eu posso entrar?
Todos se viram para Danilo.
TÁRSIS – O que você tá fazendo aqui de novo?

Danilo apreensivo.

FIM DO CAPÍTULO

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