Marlon ficou
mais tempo refletindo. Quando o relógio da Sé bateu, ele levantou-se abriu a
porta e depois trancou-a. Arrancou com o seu carro. Em casa, Solange continuava
aflita.
- Deve ser
ele! – disse quando escutou um carro estacionando.
Marlon desceu
do carro. Solange correu e foi abrir a porta.
- O que você
fez com ele?
- Joguei
aquele desgraçado no meio da rua. Tenho certeza que ele nunca irá voltar até
aqui. – disse cabisbaixo.
- O que você
fez com ele? – disse preocupada.
- Já disse! –
gritou. – eu deixei ele largado no meio da rua. Agora vou tomar um banho. Estou
precisando.
Marlon saiu
em direção do banheiro. Despiu-se e abriu o chuveiro. A cada gota que ia
tomando o seu ser, refletia sobre tudo. Terminou. Pegou a toalha e foi para a
sala.
- Vamos
dormir, amor?
- Não estou
entendendo nada.
- O que você
quer saber mais? – disse irritando-se.
Solange ficou
pensativa e depois disse:
- Nada.
Esquece. Vamos dormir.
Eles foram
para o quarto. Cada um deitou no seu canto. Marlon ainda pensava em tudo que
tinha ocorrido na sua vida. Solange estava desconfiada da explicação de Marlon.
O sono apareceu e reinou naquele ambiente.
O sol nasceu
e eles já estavam de pé. Tomaram banho e foram lanchar.
- Amor, hoje
eu vou te levar num lugar...
- Qual? –
perguntou com a boca cheia de pão.
- Vamos
marcar o nosso casamento na igreja.
Solange
esguichou o café que estava na sua boca.
- Não
acredito amor! – disse aos gritos. – Ai! desculpa pelo café. Estou tão feliz. –
deu um beijo na boca do amado.
- Então vamos
comer pra nós irmos na igreja.
- Vamos. –
Solange pagou torradas, geleia e suco de laranja.
Assim que
acabaram, foram para a igreja. Chegando lá, tinha um mendigo na porta, com uma
lata vazia na mão.
- Me dê uma
esmola, meu filho.
Marlon tirou
uma nota de cem reais e colocou dentro da lata.
- Que Deus ti
dê em dobro.
Solange
ajoelhou-se e fez o sinal da cruz. Eles foram entrando.
- Bom dia,
meus filhos.
- Bom dia,
padre. – disse Solange.
- Que bom te
vê na casa de Deus.
- Pois é
padre. Viemos aqui marcar o nosso casamento.
- Que boa
notícia, filho.
- Sei qual é
a boa notícia. É o dinheiro que esse velho vai ganhar. – pensou Marlon
mentalmente.
- Vamos
entrando. – convidou o padre.
Ele pegou a
agenda.
- Qual será o
dia do casamento?
- Daqui a
dois meses. – disse Solange.
- Nesse caso,
será dia dois de fevereiro.
- Isso mesmo.
– disse Marlon.
- Qual o
horário?
- Padre,
estamos pensando em ser à noite. O que o senhor acha?
- Um
excelente horário.
- Claro,
casamento a noite é mais caro. – novamente pensou Marlon.
O padre
marcou e eles foram saindo, quando os chamou.
- Meus filhos
vêm à missa de hoje, não é?
- Vamos vim,
padre. – Marlon cutucou Solange.
- Espere um
momento. – ele saiu e rapidamente regressou. – peguem esse envelope. É pra
vocês trazerem o que puderem para a santa. – apontou para o altar florido.
- Sei pra
qual é a santa que você quer o meu dinheiro! – pensava. – Será que no céu,
vendem roupas, alimentos, pagam aluguel, luz, água. Só pode ser essa
explicação. – pensou ironicamente.
Eles saíram e
foram para o trabalho. Chegando lá, eles cumprimentaram Fabrício e Mônica e
foram direto para a sala.
- Quero ti
disser, amor, que irei derrubar o prédio que era do Jornal Correspondência.
- Por que?
-Porque eu
irei construir um hospital. Depois de tudo o que sofri e dos pecados que
cometi, essa foi a forma que encontrei para tentar ajudar a nossa população.
- Você não
sabe o orgulho que tenho de casar com um homem maravilhoso como você.
- Não sou
tudo isso.
- Deixa de
ser modesto, paixão. – beijou-o. – me conta mais sobre esse projeto tão lindo.
Marlon
começou a explanar as suas ideias.
Esse desejo foi rapidamente construído. Depois
de quarenta e cinco dias, o hospital estava pronto. Vários pedreiros trabalharam
na obra. Inúmeros sacos de cimentos, tijolos e muita vontade, aquele edifício
que iria beneficiar vários habitantes, estava pronto para a inauguração.
- Solange, a
notícia já foi publicada?
- A da
inauguração do Hospital? Sim.
- Quero que
todos os habitantes venham para a inauguração.
- Esse
hospital, foi boatos para muitas bocas. Desde quando souberam que você ia
construir, eles ficam empolgados. Todos vão prestigiar a inauguração, pode ter
certeza.
- Estou muito
ansioso.
- Calma. Vai
dá tudo certo. – disse colocando as mãos no ombro do amado.
O sol raiou
novamente. A multidão estava formada em frente da fita inaugural. Solange e
Marlon estava do outro lado da fita. Às dez horas, a cerimônia começou:
- Fico muito
feliz, por vocês estarem presente nessa data tão importante para a nossa
cidade. – discursou o prefeito. – Foi com muita honra que participei desse
projeto solidário, por parte do senhor Marlon. Isso é uma prova do grande
patriota, que nosso amigo aqui é. – apontou para Marlon. – E é com muita
satisfação que passo a palavra para ele.
Todos
aplaudiram. Crianças, jovens, adultos e idosos gritavam o seu nome. Acenou para
todos. Espero que acalma-se e pegou o microfone.
- Obrigado
pelas palavras, prefeito. Também agradeço a presença de todos vocês. Para mim
esse dia é muito importante. Não tem preço que pague, a gratidão das pessoas e
um ato de bondade. Ajudar o próximo é muito prazeroso. Espero que nós, nunca
precisemos vim até esse hospital, afinal não queremos ficar doente. O que eu
desejo pra nós, é que tenhamos muita saúde e força pra trabalhar.
Depois de
mais algumas palavras do seu discurso, ele disse:
- É então que
com muita honra, eu corto a fita de inauguração do hospital Marlon Alfonso. –
disse cortando a fita.
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