CENA 01. RIO DE JANEIRO. COPACABANA. BAR. INTERIOR/
EXTERIOR. DIA
CONTINUAÇÃO
IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR.
BIBI
ATENTA AO ENCONTRO, DE LONGE. CÂM VOLTA PARA A MESA ONDE ESTÃO AMANDA E JULIANA.
AMANDA – Se
passaram tantos anos, Jú.
JULIANA – Quinze
anos. Quinze anos, presa.
AMANDA – (Provoca)
Pelo menos não vai poder dizer que foi presa por um crime que não cometeu.
JULIANA – Eu
nunca neguei o que eu fiz. Eu errei, cometi um crime sim, mas eu paguei por
isso. Tô em dia com a minha dívida perante a sociedade.
AMANDA – Não
acho que uma vida pode ser debitada em conta corrente com a sociedade, mas né.
JULIANA
IRRITADA, RESPIRA FUNDO.
JULIANA – Eu
quero conversar sobre o que me trouxe aqui. Quero saber sobre a minha filha.
Sobre a Mariana. Isso que me interessa no momento.
AMANDA – A
Mariana está bem, muito bem, na verdade. Ela sempre esteve assim, e vai
continuar, não é, Juliana?
JULIANA – Isso
não depende de mim, e sim de você. O que você contou pra minha filha sobre mim?
O que a Mariana sabe da mãe dela?
AMANDA
OLHA LÍVIDA PARA JULIANA. CÂM DESFOCA PARA BIBI, AINDA NO CARRO, COM UM
BINÓCULO EM MÃOS. ABAIXA O OBJETO. BUFA.
BIBI – Que
saco! Sair daqui e ir direto pra um cursinho de leitura labial. Tô péssima
nisso!
CÂM VOLTA
PARA AMANDA E JULIANA.
AMANDA – A
Mariana não sabe de você.
JULIANA – Como
assim não sabe de mim? O que ela não sabe, Amanda?
AMANDA – Não se
exalta, ok? Juliana, não dava pra contar pra uma criança que a mãe dela tava na
cadeia. Olha o choque que ia ser pra Mariana! Ia fazer um rombo na cabeça da
garota!
JULIANA – Me
poupa, Amanda! Você escondeu da menina a história dela. A história da mãe dela.
Isso sim é fazer um rombo na cabeça da garota.
AMANDA – Eu
tentei amenizar o quanto eu pude o abandono que você impôs à ela.
JULIANA –
Abandono? (Ri) É muito absurdo em um diálogo só! Eu fui presa!
AMANDA – Por
isso mesmo. Você queria que eu chegasse e dissesse: “Olha, meu anjinho, a titia
vai cuidar de você por alguns longos anos, porque a sua mamãe foi presa porque
matou o seu pai, tá bom?!”.
JULIANA
BATE NA MESA, FORTE. AMANDA SE ASSUSTA. NA MESA AO LADO, UM CASAL AS OLHA.
JULIANA –
Desculpa.
AMANDA – Tenta
se controlar pelo menos!
JULIANA – Eu tô
nervosa, cacete! Não gosto de relembrar essa história. (Pausa) O que você falou
sobre mim? Não vai dizer que você também me matou pra ela?
AMANDA – Não.
Isso não. Ela sabe que a mãe dela está viva. Só que ela pensa que a mãe dela é
uma mulher muito ocupada e que vive á anos na Europa, agenciando cantores e
bandas internacionais em turnês pelo mundo.
JULIANA
COMEÇA A RIR. AMANDA DESCONFORTÁVEL.
JULIANA – Então
foi isso? Não tinha nada melhor?
AMANDA – Foi o
melhor que eu pude pensar.
JULIANA – Ótimo.
E agora, como vai fazer?
AMANDA – Como
vai ser o que? (Pausa) Não, você não tá pensando em./
JULIANA – Claro
que estou. Eu vou me apresentar á Mariana como mãe dela sim. Ela tem que me
conhecer.
AMANDA
EXULTA. CLOSES ALTERNADOS. EM JULIANA.
CORTA PARA:
CENA 02. APARTAMENTO DE ALBERICO. SALA DE
REFEIÇÕES. INTERIOR. DIA
CLIMA
AGITADO NO CAFÉ DA MANHÃ. NA CABECEIRA DA MESA ESTÁ ALBERICO. AO LADO, FÁTIMA,
CARMINHA, PAULINA, ÁUREA E EDGAR. TODOS FALAM AO MESMO TEMPO.
CARMINHA – E era
tudo um luxo mesmo.
EDGAR – Mas a
irmã do Jamil fez strip mesmo? Ficou pelada em plena boate?
ÁUREA – Sempre
falei que aquilo ali era uma vagabu. /
FÁTIMA –
(Corta) Olha a boca na mesa!
CARMINHA – Ela
não ficou completamente nua. (Ri) Mas porque o Jamil subiu no palco e impediu.
O povo ficou louco! A Guida lacrou o lugar!
ÁUREA –
(Irritada) Pouca vergonha. E tem homem que aplaude de pé essa safadeza!
ÁUREA
OLHA EDGAR QUE A OLHA COM DESPREZO.
PAULINA – Eu
acho que a dona Guida fez foi o certo! Eu teria me pendurado no lustre de
cabeça pra baixo!
ÁUREA – Cala a
boca que empregada aqui não opina em nada!
PAULINA –
Empregada onde? Empregada recebe salário, tem carteira assinada e ganha férias.
Eu não tenho nada disso. Eu sou é moradora!
CARMINHA
E ALBERICO RIEM. ÁUREA EXULTA.
ÁUREA – Vê se
pode! Te enxerga, boneca de piche!
CARMINHA – Áurea!
PAULINA – Deixa,
dona Carminha. Deixa a dona Áurea falar o que quiser, eu nem ligo. Melhor ser
boneca de pixe do que uma dondoca falida, que vive fazendo fofoca no salão de
cabeleireiro o dia todo, mas ninguém sabe é que pra isso ela faz empréstimo a
perder de vista no parcelamento. Já deve mais de dez mil de esmalte e acetona
no banco.
PAULINA
SE LEVANTA E SE RETIRA. ÁUREA FURIOSA.
ÁUREA – Vocês
deixam essa empregadinha falar comigo assim e não vão fazer nada?
ALBERICO – Eu
acho muito bem feito pra você, minha filha. Fala o que quer, ouve o que não
quer!
ALBERICO
SE LEVANTA.
ALBERICO – Agora
família, se me permitem, eu vou sair pra tratar de negócios!
FÁTIMA –
Negócios? (Estranha) Que negócios, Alberico?
CARMINHA – Ai,
papai. O que o senhor tá inventando dessa vez? O que tá planejando essa sua
cabeça?
ALBERICO – Vocês
vão ver. Vou tirar todos nós da lama.
EDGAR –
Duvido!
CARMINHA – Pai, o
senhor sempre sai por essa porta falando a mesma coisa. Quando o senhor vai
aprender que nada que o senhor tira dessa sua cabeça desmiolada dá certo?
ALBERICO
SENTE AS PALAVRAS. SORRI AMARELO E SAI.
ÁUREA -
Precisava disso, Carminha?
CARMINHA – (Entristecida)
Só queria que ele mudasse.
FÁTIMA – Minha
filha... Não sei se isso é possível. Nunca saberemos quando o Alberico vai
desistir.
CARMINHA
E FÁTIMA SE ENTREOLHAM, CÚMPLICES.
ÁUREA – E a
Vitória? Já foi trabalhar?
NELA.
CORTA RAPIDAMENTE PARA:
CENA 03. APARTAMENTO DE ALBERICO. QUARTO DE
VITÓRIA. INTERIOR. DIA
VITÓRIA
DEITADA NA CAMA VAI ACORDANDO. SONOPLASTIA: “DON´T
YOU WORRY CHILD” – BETH.
FÁTIMA – (OFF)
Ainda tá dormindo. Eu sabia que não ia dar bom essa balada em dia de semana! A
Vitória vai acabar perdendo o emprego na academia desse jeito!
VITÓRIA
PEGA O CELULAR AO LADO DA CAMA. ELA DESBLOQUEIA A TELA E VÊ UMA MENSAGEM DE
BRUNO. SORRI. FLASHES DO BEIJO NA BOATE E DA NOITE NO MOTEL. VITÓRIA
BEIJA O CELULAR E SE JOGA PARA O OUTRO LADO DA CAMA. REALIZADA.
CORTA PARA:
CENA 04. RIO DE JANEIRO. AEROPORTO. SAGUÃO.
INTERIOR. DIA
CÂM EM
PLANO ABERTO NO SAGUÃO DE UM AEROPORTO (SEM ESPECIFICAR). SONOPLASTIA:“SIMPLES ASSIM” – LENINE. DENTRE AS PESSOAS QUE DESEMBARCAM DE UM VÔO
INTERNACIONAL, CÂM VAI BUSCAR UM HOMEM ALTO, MORENO, CABELOS CACHEADOS E BARBA
POR FAZER. ELE VEM CARREGANDO UM CARRINHO COM MALAS. TIRA OS ÓCULOS ESCUROS E
SORRI.
CORTA PARA:
CENA 05. MANSÃO FAMÍLIA LINHARES. FRENTE. EXTERIOR.
DIA
UM TÁXI
PÁRA EM FRENTE AO PORTÃO DA MANSÃO. DE DENTRO DO VEÍCULO, SALTA O MESMO HOMEM
DESCRITO NA CENA ANTERIOR.
CELINA – (Off)
Cadú! Seja bem-vindo, meu filho!
NO
TAXISTA AJUDANDO A TIRAR AS MALAS DO CARRO. SONOPLASTIA OFF.
CORTA PARA:
CENA 06. MANSÃO FAMÍLIA LINHARES. SALA. INTERIOR.
DIA
ABRE
IMAGEM. CELINA ABRAÇA CADÚ. ELE SORRI. ELA ACARINHA.
CELINA –
Saudades suas, meu filho.
CADÚ – Pensei
que não iria gostar de me ver por aqui.
CELINA –
Confesso que eu preferia que você tivesse continuado a sua especialização na
Europa, mas é bom te ver aqui de novo com a gente.
CADÚ – É bom
estar aqui também, mãe.
FRANKLIN
VEM DESCENDO A ESCADARIA.
FRANKLIN – Cadú!
CADÚ – Pai.
OS DOIS
SE ABRAÇAM.
FRANKLIN – Porque
não avisou que viria? Eu mesmo tinha te buscado no aeroporto.
CADÚ – Não
foi preciso, pai. Eu peguei um táxi e tô aqui, isso é o que importa.
CELINA – Ainda
acho loucura essa sua ideia de deixar tudo na Europa e voltar ao Brasil, meu
filho.
FRANKLIN –
Celina, agora não é o momento. Deixa o Cadú descansar da viagem.
CADÚ
SORRI. OLHA EM VOLTA.
CADÚ – É bom
estar de volta.
FRANKLIN – É bom
te ter aqui de novo, meu filho.
FRANKLIN
SE ENTREOLHA COM CELINA, DISCRETO.
FRANKLIN – Aqui
nós vamos poder cuidar melhor de você.
CADÚ OLHA
O PAI. TROCAM SORRISOS. CELINA ABRAÇA O FILHO.
CELINA –
Saudade.
OS DOIS
SE ABRAÇAM. NELES.
CORTA PARA:
CENA 07. COPACABANA. BAR. EXTERIOR/INTERIOR. DIA
Continuação Cena 01/ Cap. 03.
AMANDA
RI. JULIANA IMPACIENTE.
AMANDA – Sabe Juliana, ás vezes eu fico
pensando seriamente se você é burra ou acredita realmente nesses delírios que
você escarra por aí tentando se convencer que isso em alguma hora vai dar
certo?!
JULIANA – E porque não daria? Eu voltei pra
falar a verdade pra minha filha. Uma verdade entalada a anos e que ela merece
ouvir da minha boca! Da minha e de ninguém mais!
AMANDA – Sabe, de verdade? Eu acho bonito
esse sentimento todo, esse amor repentino e essa ideia toda que tudo vai dar
certo e que a Mariana ao te conhecer e saber de toda a verdade, vai baixar a
guarda, abrir os braços e correr para você para brincarem de casinha e
recuperar toda a infância em que ela acreditou que a mãe era uma empresária de
sucesso, que morava na Europa e que agenciava turnês de artistas internacionais
pelo mundo. Que bom que você acha isso mesmo, minha irmã!
JULIANA – Daí eu não tenho nada a ver com
essa sujeira toda que vocês colocaram na cabeça da menina. Cada um que arque com
suas mentiras! E quanto à Mariana abrir os braços e vir comigo, se ela é a
filha que eu penso que ela é, ela vai fazer isso sim. Não dessa forma debochada
como você tá querendo passar, mas ela vai me aceitar como mãe sim.
AMANDA – E se ela não for do jeito que você
imagina, Juliana? Eu te garanto que se você visse hoje a bonequinha de luxo que
eu transformei essa garota, que você enche tanto a boca para chamar de “minha
filha”, você pensaria duas vezes antes de contar que ela de um instante para o
outro vai deixar de ser a Cinderela e se transformar em Gata Borralheira, com
direito a carruagem, cocheiros e tudo o que manda a tradição. Se toca, Juliana!
A realidade é bem diferente desses seus delírios, onde você vai sair de mãos dadas
com a Mariana rumo à um comercial de agência de turismo.
JULIANA – Se ela realmente é assim como você
diz, então você fez um péssimo trabalho como mãe. Mesmo sendo postiça! Bom, mas
Deus deve saber o que faz né, já que nunca te deu a graça de conceber um filho,
de gerar outra vida. Deve ter seus motivos!
AMANDA SENTE AS PALAVRAS. ENGOLE SECO.
AMANDA – Coloca a mão na consciência! A sua
filha foi uma menina que cresceu indo todos os anos comemorar o aniversário na
Disney, estudou nos melhores colégios da Suíça, tendo do bom e do melhor. Tendo
inclusive o que nós não tivemos a oportunidade de ter! Lembra como era
sacrificado o nosso pai conseguir comprar um par de sapatos novos pra cada uma?
Isso quando não esperava o sapato passar de uma pra outra, mesmo gasto, com
furo!
JULIANA – A Mariana teve o que nós nunca
tivemos. Isso é verdade!
AMANDA – Então, criatura! Como uma menina
dessas vai entender aos dezoito anos que a mãe que ela tanto idealizava não
passava de um personagem? Que a mãe dela passou quinze anos em uma
penitenciária por ter matado o próprio pai?
NESSE MOMENTO, JULIANA FICA HISTÉRICA
E SUA REAÇÃO É AGRESSIVA.
JULIANA – (Grita) Cala a sua boca! Você não
tem o direito de falar sobre isso!
O GARÇOM SE APROXIMA DA MESA.
GARÇOM – O que está acontecendo aqui? Vocês
querem espantar os clientes?
AMANDA – Desculpa. A minha irmã, ela tá um
pouco exaltada.
GARÇOM – Se vocês não pararem de lavar roupa
suja no meu bar, eu vou ser obrigado a chamar a polícia!
AMANDA – Polícia não, por favor. Nós já
estamos terminando e já nos retiramos. Fica tranquilo.
O GARÇOM ASSENTE E IRRITADO ENTRA NO
ESTABELECIMENTO.
AMANDA – (Tom Baixo) Você tá louca?
JULIANA – (Tenta controlar) Você fica falando
dessas coisas. Eu já disse que não quero ouvir isso!
AMANDA – (Corta) Mas é a verdade! Vai querer
tampar o Sol com a peneira? Pra mim que acompanhei de perto a historia toda?
JULIANA – (Chora) Eu não tive culpa pelo que
aconteceu! Eu não sabia./
AMANDA – (Corta) É claro que não sabia,
Juliana! Você matou o seu marido, o pai da Mariana durante um surto psicótico!
(Tom) Drogada! Atropelou ele, enquanto tentava fugir de casa, sair pra comprar
mais droga! Você nem cuidava da sua filha, Juliana!
JULIANA CHORA. AMANDA EXALTADA, Á UM
PASSO DO CHORO.
AMANDA – Agora você vem com esse discurso de
mãe do ano querendo recuperar os anos perdidos ao lado dela, como se isso fosse
possível?!
JULIANA – (Grita) Ela é minha filha!
AMANDA OLHA EM VOLTA, AS PESSOAS JÁ
OLHANDO PARA ELAS.
AMANDA – Vamos continuar essa conversa em
outro lugar. Eles vão acabar ligando para a polícia desse jeito.
JULIANA OLHA EM VOLTA. CONCORDA. TENTA
CONTER OS ÂNIMOS. AMANDA ENTRA NO INTERIOR DO BAR. CÂM BUSCA BIBI, DENTRO DE
SEU CARRO. ELA OLHA ATENTA PARA AS DUAS.
BIBI – Que babado! O negócio é mais forte
do que eu imaginava!
PEGA O BINÓCULO PARA VER MELHOR. CÂM
VOLTA PARA A MESA DE JULIANA, QUE SE LEVANTA, PEGANDO A BOLSA. AMANDA SAI DO
INTERIOR DO BAR.
AMANDA – Vamos pra um lugar mais reservado.
Onde você tá morando?
JULIANA – (Rápida) Não. Lá não é lugar pra
esse tipo de conversa. Na sua casa?
AMANDA – Pirou? A Mariana não te conhece.
Vou dizer o que?
JULIANA – Que tal a verdade?
AMANDA BUFA IMPACIENTE.
AMANDA – Vamos para outro lugar. Eu tenho um
apartamento. Não é muito longe daqui.
JULIANA CONCORDA. AMANDA PÕE O ÓCULOS
ESCUROS E ELAS VÃO SAINDO EM DIREÇÃO AO CARRO DE AMANDA. BIBI SE ESCONDE PARA
NÃO SER VISTA. AS DUAS ENTRAM E AMANDA DÁ A PARTIDA NO VEÍCULO. BIBI SEGUE EM
SEGUNDO PLANO, TENTANDO NÃO SER VISTA.
CORTA
PARA:
CENA
08. APOLLO SPORTING. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA
VITÓRIA, UNIFORMIZADA, DIGITA ALGO NO
COMPUTADOR. MOVIMENTAÇÃO DE ALUNOS POR ALI. SOM VINDO DO INTERIOR DA ACADEMIA: “MAGNETS” – DISCLOSURE
FT. LORDE. UM PAR DE MÃOS MASCULINAS POUSA SOBRE O BALCÃO. VITÓRIA
OLHA, SORRI. CÂM REVELA BRUNO.
VITÓRIA – (Levantando) Bom dia.
BRUNO – Quase boa tarde já.
OS DOIS SORRIEM.
VITÓRIA – Veio pegar o seu treino de hoje?
BRUNO – Também. Mas eu vim te ver,
principalmente.
NESSE MOMENTO, LEILA E MARIANA CHEGAM
Á RECEPÇÃO. ELAS OLHAM PARA BRUNO E VITÓRIA, QUE NÃO AS VÊEM. ELAS PASSAM A
CATRACA E ENTRAM NA ACADEMIA.
BRUNO – Sabia que eu não esqueci nenhum
minuto essa sua boca maravilhosa?
VITÓRIA – Eu também não.
OS DOIS SORRIEM UM PARA O OUTRO,
FLERTANDO.
INTERIOR DA ACADEMIA:
MARIANA E LEILA CONVERSAM, ENQUANTO
VÃO PARA A ÁREA DE EQUIPAMENTOS.
LEILA – Você viu o Bruno e a carinha de
anjo, conversando bem derretidos?
MARIANA – Ai Leila, não vi nada demais.
LEILA – Amiga, tá Kátia cega? Já foi mais
ligadinha! A sonsinha tá toda jogada pra cima do seu boy magia. Se eu fosse
você, começava a agilizar esse romance.
MARIANA – Qual é, Leila? Vai botar fogo no
circo?
LEILA – Não coloco fogo no circo... Mas até
que eu empresto a gasolina!
LEILA RI. MARIANA IRRITADA, OLHA PARA
TRÁS: DO SEU PV, BRUNO E VITÓRIA AINDA CONVERSAM SORRIDENTES.
MARIANA – Será?
LEILA FAZ QUE SIM. EM MARIANA,
PENSATIVA.
CORTA
PARA:
CENA
09. APARTAMENTO DE AMANDA. SALA. INTERIOR, DIA
O APARTAMENTO DE AMANDA TEM CORES
SÓBREAS, MAS COM REQUINTE. MÓVEIS ACONCHEGANTES, APARTAMENTO TODO MONTADO.
AMANDA E JULIANA ENTRAM NO LOCAL.
JULIANA – Tem certeza que não vai aparecer
ninguém aqui?
AMANDA – Eu deixo esse apartamento pra uma
eventualidade, como agora. Só eu tenho as chaves. Aqui nós podemos conversar em
paz.
AMANDA TRANCA A PORTA. JULIANA MEIO
CONSTRANGIDA, SENTA-SE NO SOFÁ.
JULIANA – Parabéns! Você conseguiu realmente
muita coisa nesses anos. Nossos pais sempre pagaram aluguel e você além de uma
mansão, tem esse apartamento, sabe-se lá pra que... Área boa, valorizada.
AMANDA - Viu? É isso que sempre dei pra
Mariana: Conforto! Coisa que você não poderia ter dado. Cai na real, Juliana.
Pra quê estragar a vida dela desse jeito?
JULIANA – A Mariana é minha filha!
AMANDA – (Grita) Ela é minha filha! Minha!
Você perdeu qualquer direito de maternidade quando por um erro seu, você matou
aquele homem e foi condenada por isso! Pagou por isso! (Tom mais baixo/ Nervosa)
Eu cuidei da Mariana nas noites em que ela teve febre, eu vi ela dar os
primeiros passos, a cair de bicicleta, ralar a perna subindo em árvore!
AMANDA RESPIRA, TENTA SE CONTROLAR.
JULIANA EMOCIONADA.
AMANDA – (Tom) Eu segurei a mão dela em
noite de tempestade, enquanto ela chorava de medo! Vesti, alimentei, eduquei!
AMANDA SE APROXIMA DE JULIANA E A
ENCARA DE PERTO.
AMANDA – Quem você acha que tem mais direito
de ser chamada de mãe aqui nessa sala? Você?! Eu acho que não! (Pausa) Mas se
você ainda acha que é você que tem o direito de ser a mãe da Mariana, mesmo
depois de tudo, vamos sentar nesse sofá e decidir qual a melhor hora para
contar isso pra ela. (Olha no relógio de pulso) Ela deve chegar da faculdade no
fim da tarde. Temos um tempinho. Ah, e isso será outra coisa que você não vai
conseguir bancar. Ela vai ter que abandonar os estudos, o curso que ela sempre
quis e a carreira brilhante que ela teria em um futuro glorioso pela frente.
Tudo isso pra contarmos toda a verdade sobre a “mãe” dela.
AMANDA SENTA-SE NO SOFÁ E CRUZA AS
PERNAS.
AMANDA – Então, qual a melhor hora pra você?
JULIANA ENCARA AMANDA. CLOSES
ALTERNADOS.
CORTA
PARA:
CENA
10. APARTAMENTO DE ALBERICO. SUÍTE DE CARMINHA. INTERIOR. DIA
AMBIENTE MODESTO, ASSIM COMO O
RESTANTE DO IMÓVEL. PAPEL DE PAREDE FLORAL, CONTRASTANDO COM OS POUCOS ELETRÔNICOS
QUE HÁ ALI. JAMIL DEITADO NA CAMA DE CASAL, APENAS DE CUECA. CARMINHA DE
CALCINHA E SUTIÃ, SENTADA EM SEU PEITO. SONOPLASTIA:“GOLDEN” – SIA FT.
TRAVIE McCOY. OS DOIS SE BEIJAM, QUENTES, COM
DESEJO. SLOW-MOTION: JAMIL VAI TIRANDO O SUTIÃ DE CARMINHA, DEIXANDO SEUS SEIOS
À MOSTRA. ELE MORDISCA A PONTA DE SEU PEITO. ELA RI, JOGANDO A CABEÇA PARA
TRÁS. CORTE DESCONTÍNUO, ELA JÁ COMPLETAMENTE NUA, SOBRE ELE. ELE VEM POR CIMA,
TAMBÉM DESNUDO. ELE SOBE EM CIMA DELA, SEGURANDO-A PELOS BRAÇOS. ELA COM OS
OLHOS FECHADOS. ELE A BEIJA NO PESCOÇO, VAI DESCENDO SOBRE SEU CORPO, LAMBE SUA
BARRIGA E CHEGA NAS PARTES ÍNTIMAS. CLOSE NA EXPRESSÃO DE PRAZER DE CARMINHA.
ELA PEGA NA CABEÇA DO NAMORADO, FAZENDO PRESSÃO CONTRA SUAS PARTES ÍNTIMAS.
MAIS UM BEIJO ENTRE ELES. FADE-OUT. SONOPLASTIA OFF.
FADE-IN.
CARMINHA DEITADA COM A CABEÇA NO PEITO DE JAMIL.
ELES SORRIEM.
CARMINHA – Como é bom ficar aqui com você, sem fazer
absolutamente nada.
JAMIL – Bom se fosse todos os dias, mas infelizmente, a
vida real nos espera...
CARMINHA – Estraga-prazer! (O encara) Vai sair mesmo do seu
emprego?
JAMIL RESPIRA FUNDO E BALANÇA A CABEÇA
POSITIVAMENTE.
CARMINHA – E as contas?
JAMIL – Tô com outro emprego em vista,
relaxa.
CARMINHA FICA PREOCUPADA.
CARMINHA – Essa instabilidade financeira me
deixa com medo. Já basta o exemplo do papai.
JAMIL – (Corta) Já te disse umas mil vezes,
eu não sou igual o seu pai. O seu Alberico é sonhador, não tem os pés no chão.
CARMINHA – (Ri) Porque você tem?
JAMIL – Tenho sim. Eu sei onde eu quero
chegar e sei que só vou conseguir trabalhando e não montando projetos
mirabolantes que nunca dão certo. O seu pai é um otimista. Eu não sou e esse é
o grande diferencial entre nós dois.
CARMINHA CONCORDA.
CARMINHA – Eu não sei o que vou fazer para
melhorar a nossa situação financeira. Tá complicado pra mim. Eu não quero ficar
segurando o mundo com as mãos, enquanto cai tudo sobre a minha cabeça, Jamil.
Chega de arcar com as loucuras do papai. Ele vai ter que dar um jeito.
JAMIL – (Concordando) Eu sei. (Pensa/
Sério) Eu acho que tenho uma solução pra vocês.
CARMINHA ENCARA JAMIL.
JAMIL – Pelo menos pra ajudar a aliviar
essa tensão financeira que paira sobre essa casa.
CARMINHA – O que?!
JAMIL – Alugando um quarto do apartamento.
CARMINHA ENCARA JAMIL. PENSATIVA.
JAMIL – Eu já sei até pra quem alugar. Mas
antes eu tenho que te contar uma coisa. Uma coisa que eu venho te escondendo.
CARMINHA SÉRIA. CLOSES ALTERNADOS. EM
JAMIL, TEMEROSO.
CORTA
PARA:
CENA
11. APARTAMENTO DE AMANDA. SALA. INTERIOR, DIA
Continuação cena 09/ Cap. 03.
AMANDA
ENCARANDO UMA JULIANA, AGORA NÃO TÃO CONFIANTE COMO ANTES.
AMANDA – Vai, me diz então qual a melhor
hora pra contarmos toda a sua verdade pra Mariana!
JULIANA – Calma, é que./
AMANDA – (Corta/ Forte) É que o que, Juliana?
Não veio tão decidida, cheia de coragem para estragar a vida daquela que você
tanto chama de filha?
JULIANA SE LEVANTA, NERVOSA.
JULIANA – A última coisa que eu quero nesse
mundo é estragar a vida da minha filha. Eu posso até não ter visto ela crescer,
nem nada disso que você falou, e que você, infelizmente, tem toda a razão! Mas
Deus sabe que não teve um dia sequer dentro daquela cadeia fedorenta, como você
tanto gosta de lembrar, que eu não tenha pensado na Mariana e me arrependido
amargamente daquela maldita noite e por todas as vezes que eu me droguei! (Encara
com lágrimas nos olhos) O meu amor pela minha filha é o meu maior tesouro. Eu não
tenho nada pra oferecer pra ela e isso também é verdade. Não tenho viagem para
a Suíça, roupas caras e nem condição de pagar a faculdade dos sonhos da
Mariana, mas o amor que eu tenho aqui dentro é maior que qualquer dessas
coisas.
AMANDA – Eu acredito em você, Juliana. De
verdade! Posso compreender isso tudo que você está me dizendo.
AMANDA SE LEVANTA.
AMANDA – Mas a realidade é muito diferente e
isso é que eu estou tentando enfiar na sua cabeça. (Pausa) A Mariana não vai te
aceitar! Não depois de saber toda a verdade! Eu conheço a garota que eu criei.
A Mariana é o tipo de menina que gosta de exibir para as amigas um modelo de
mãe de sucesso, vitoriosa! A mulher que eu me esmerei a vida inteira em ser
para ela. Eu sou o modelo de mãe que a Mariana sempre quis. Ou você acha mesmo
que é você quem ela apresentaria para as amigas, para o namoradinho rico da
hípica? Não é, Juliana! Cai na real! Você pode ser batalhadora, esforçada e
digna até o último fio do seu cabelo pixaco, mas a verdade é uma só: Entre uma
mãe ex-presidiária e uma dondoca desocupada que bate perna e faz compras o dia
inteiro, a filha que eu criei, não vai ter dificuldade nenhuma em escolher.
JULIANA BALANÇA A CABEÇA
POSITIVAMENTE.
JULIANA – Realmente! Se a Mariana é dessa
forma como você tá me dizendo, não há nada pra fazer aqui mesmo. E eu estou só
perdendo o meu tempo. Talvez você esteja até certa e é melhor a Mariana pensar
que eu sou uma mulher fina, elegante, uma empresária de sucesso do show
business como você inventou de forma tão convincente, para ela não perceber que
isso tudo é uma grande farsa!
AMANDA – Isso quer dizer que você colocou um
pouco de juízo na sua cabeça e que você não vai estragar o futuro da sua filha!
JULIANA – Futuro não! Eu não vou acabar é com
a ilusão que ela tem de ser a princesinha encastelada que ela pensa ser!
AMANDA – É a melhor decisão que você poderia
tomar!
AMANDA RESPIRA ALIVIADA E ESBOÇA UM
SORRISO.
AMANDA – Sabe que até começo a enxergar você
como uma pessoa melhor?!
JULIANA – (Corta) Por favor, pare com esse
cinismo e com essa falsidade para cima de mim! Você pode até enganar os outros,
as suas amigas vazias e o seu maridinho panaca que acredita nessas historias
que você inventa, mas não a mim que te conheço de uma vida inteira. Que te
conheço como conheço cada linha da palma da minha mão. Você nunca vai enxergar
nada em mim, nem em ninguém porque você só enxerga o seu próprio reflexo no
espelho! Saiba que eu tenho muita pena da Mariana e de você.
AMANDA – Pena? Porque pena?
JULIANA – Pena sim! Porque quando vocês
acordarem para a realidade, vão se deparar com um mundo terrível que vocês não
estavam preparadas para enfrentar e que vai cobrar todo esse tempo que vocês
permaneceram alienadas!
AMANDA SORRI, CÍNICA.
AMANDA – Então não há porque se preocupar.
Porque se Deus quiser, esse dia nunca vai chegar pra nenhuma de nós duas.
JULIANA – Olha que o mundo dá voltas, Amanda!
AMANDA – E sempre para no mesmo lugar no fim
do dia! Aceita um fato, minha irmã: Quem nasceu para ser Juliana da Silva nunca
será Amanda Pratini!
JULIANA BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE
E DÁ UM SORRISO CÍNICO.
JULIANA – Pode se sentir vitoriosa hoje,
Amanda! Não foi hoje que o seu castelo de cartas caiu, mas não pense que eu
desisti de contar essa historia para a Mariana. Mas também não vou contar à ela
enquanto não tiver mais do que um prato de comida para oferecer.
AMANDA – (Provoca) Então vou dormir
tranquila por muitos anos, porque esse dia pelas minhas contas vai demorar a
chegar.
JULIANA – Quem sabe? Quem sabe eu possa
conseguir mais rápido algo que você demorou anos para ter?
AMANDA CONSENTE. JULIANA SE ENCAMINHA
PARA A PORTA.
AMANDA – Juliana.
JULIANA SE VIRA.
AMANDA – Você tá precisando de algum
dinheiro? Eu posso te dar, até você se reajustar.
JULIANA ENCARA AMANDA, SORRI AMARELO E
NEGA COM A CABEÇA.
JULIANA – De você, por enquanto, eu só quero
distância!
AMANDA – (Concorda) Ótimo.
JULIANA SAI, BATENDO A PORTA. AMANDA
CAI SOBRE O SOFÁ, NERVOSA.
AMANDA – Inferno!
NELA.
CORTA
PARA:
CENA
12. PRÉDIO DE AMANDA. FRENTE. EXTERIOR. DIA
JULIANA SAI DO PRÉDIO E SE ENCAMINHA
PARA UM PONTO DE ÔNIBUS, ALI MESMO NA AVENIDA EM FRENTE. MOVIMENTAÇÃO GRANDE DE
CARROS E PESSOAS NO CALÇADÃO. AMANDA, SAI DO PRÉDIO, EM SEGUNDO PLANO, SEM SER
VISTA POR JULIANA. DE ÓCULOS ESCUROS, ELA TENTA SEGUIR A IRMÃ. CORTE
DESCONTÍNUO: JULIANA SOBE EM UM ÔNIBUS. AMANDA, ATRÁS, COM SEU CARRO. CORTA
PARA MAIS ATRÁS, BIBI, ATRÁS DAS DUAS, COM A CABEÇA ABAIXADA, TENTANDO SE
ESCONDER.
BIBI – Essa história não vai acabar hoje?!
CORTA PARA O ÔNIBUS PARANDO QUASE EM
FRENTE AO PRÉDIO ONDE JULIANA MORA. JULIANA SALTA DA LOTAÇÃO E SE ENCAMINHA
RAPIDAMENTE PELA CALÇADA ATÉ CHEGAR AO SEU PRÉDIO. ENTRA, RÁPIDA. AMANDA,
ATRÁS, A PÉ. OLHA PARA A FACHADA DO PRÉDIO POR ALGUNS INSTANTES. PEGA O IPHONE
E FOTOGRAFA. MISTERIOSA, SAI DALI RAPIDAMENTE. BIBI ATRÁS, NO CARRO, PÁRA EM
FRENTE AO PRÉDIO.
BIBI – Pelo menos agora eu sei onde te
encontrar, Juliana. Vamos ver se a minha intuição falha ou não...
BIBI SORRI. NELA.
CORTA
PARA:
CENA
13. APARTAMENTO DE ALBERICO. SUÍTE DE CARMINHA. INTERIOR. DIA
Continuação
cena 10/ Cap. 03.
CARMINHA A ENCARAR JAMIL.
CARMINHA – Fala logo! O que você tá escondendo
de mim?
JAMIL – Amor.
CARMINHA – Ai, Jamil, eu não acredito que você
esconde algo de mim. Nós sempre tivemos uma relação aberta, de sinceridade entre
nós dois. Não acredito nisso, definitivamente!
JAMIL – Era algo que eu não podia te
contar, mas tá me fazendo mal em esconder de você.
CARMINHA RESPIRA FUNDO E TOMA CORAGEM.
CARMINHA – É outra mulher?
JAMIL – É sim. É outra mulher!
CARMINHA COMEÇA A BATER EM JAMIL, QUE
SE PROTEGE COM OS BRAÇOS.
CARMINHA – Eu sabia! Galinha! Cafajeste!
JAMIL – Calma. Me deixa explicar! Não é
nada disso que você tá pensando!
CARMINHA – Não é nada disso é? (Continua
batendo) Você me traindo, e eu acreditando em você igual uma idiota! Trouxa!
JAMIL – (Tom) Não tô te traindo!
CARMINHA PARA DE BATER EM JAMIL E O
ENCARA, FORTE. JAMIL SE RECOMPÕE.
JAMIL – Pára com isso!
CARMINHA – Se não tá me traindo, como tem
outra mulher na parada?
JAMIL – É uma amiga minha. Ela tá passando
por uma situação complicada e precisa de um lugar para ficar. Nós até
encontramos um apartamento pra ela, mas ela precisa de pessoas ao redor dela,
pra acolher.
CARMINHA – (Ri) Essa é boa. Você agora quer
que eu acolha sua amante dentro da casa do meu pai!
JAMIL – Não é minha amante, pelo amor de
Deus! Você acha que eu seria capaz de fazer isso com você, Carmem Lúcia?
CARMINHA BAIXA OS OLHOS.
CARMINHA – Acho que não. (Encara) Mas eu
também não confio nessa sua raça masculina. Sempre enganam!
JAMIL COMEÇA A RIR. CARMINHA NERVOSA.
CARMINHA – Para de rir, idiota!
JAMIL – Desculpa, mas feminismo com você
nem combina, vai! Eu não sou desse tipo de homem e você me conhece o suficiente
pra saber disso. É óbvio que não é minha amante. A Juliana, a irmã dela e eu crescemos
juntos, na mesma rua, brincando. Éramos como irmãos. Ela passou por uma
situação complicada na vida e agora precisa se restabelecer.
CARMINHA – Sei... Papo mais sem futuro, mas
vamos lá. Que situação complicada essa Juliana passou?
JAMIL RESPIRA FUNDO.
JAMIL – A Juliana ficou detida durante
quinze anos.
CARMINHA – (Assustada) O quê?!
CLOSES ALTERNADOS. CARMINHA ASSUSTADA.
CLOSE FINAL NELA.
CORTA
PARA:
FIM DO
CAPÍTULO 03.
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